quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Chernobyl - Sinta a Radiação / Chernobyl Diaries (2012)

 

Tirado das catacumbas do caótico ano de 2012, um raro e esquecido filme no churrasco me chamou a atenção há alguns anos quando eu o conheci e depois de muito adiar eu finalmente trago uma resenha mais completa possível de uma raspa de tacho do subgênero found footage, apesar deste ter mais elementos e terror de sobrevivência e um pingo de terror de zumbi.

O filme em questão nos leva até as entranhas da cidade fantasma (ou não tão fantasma assim) de Pripyat na Ucrânia onde em 1986 aconteceu o lendário incidente com o reator nuclear da usina de Chernobyl e que aqui, nos dias atuais se torna palco de uma excursão irresponsável de um grupo de jovens de férias.

Ao adentrar aos restos mortais da cidade abandonada, o grupo que até então só queria uma aventura inesquecível antes de partir para a próxima parada, a experiência da exploração se torna uma questão de sobrevivência quando uma série de infortúnios começam a acontecer, como o desaparecimento do guia turístico, os cabos do motor da Van que os personagens fretam são encontrados mastigados depois de uma rápida volta e como se não bastasse, ataques misteriosos deixando feridos e desaparecidos conforme a trama se alonga. 

Tudo começa com dois jovens casais formados pelos irmãos Paul e Chris e suas respectivas namoradas Amanda e Natalie no aeroporto prontos para embarcarem numa viagem ao redor do mundo durante as férias.

A parada mais recente é Kiev, capital da Ucrânia onde o grupo resolve ficar e aproveitar a noite para dar uma volta pela cidade antes de seguir para Moscou na Rússia em breve.

Na manhã seguinte, o grupo toma café e Paul menciona a cidade abandonada de Pripyat de onde décadas atrás o reator nuclear de Chernobyl saiu de controle causando o maior acidente com radiação da história e o rapaz resolve que quer fazer um passeio turístico radical próximo ao reator com a ajuda de um conhecido que é guia chamado Uri.

Com o apoio da maioria, Paul se dirige com os outros até a agência de Uri e lá o grupo conhece o casal Michael e Zoe que se juntará à eles na excursão que começa rapidamente através de uma Van.

Chegando ao controle da fronteira que é protegido por dois soldados, o grupo encontra sua primeira barreira com a proibição do segmento da excursão por conta de uma manutenção que será realizada justamente naquele dia.

Nada disposto a devolver a grana paga antecipadamente pela viagem, Uri sugere pegar um caminho alternativo que não é vigiado, mas por conta disso a excursão terá que ser rápida e cuidadosa pois se der merda eles não vão ter ninguém em um raio de dois quilômetros aproximadamente para pedir ajuda.

Depois de seguir estrada, Uri para junto à um lago contaminado pela radiação onde depois de dar um susto no grupo para descontrair, ele mostra um peixe deformado pela contaminação.

De volta à Van, o grupo finalmente chega na entrada de Pripyat e vislumbram aquilo que um dia foi uma cidade cheia de habitantes felizes e prósperos. O grupo para junto à um parque de diversões onde Uri usa um contador Geiger para medir os índices de radiação do local que são muito altos, o que significa que geral deve manter distância.

O grupo adentra logo em seguida em uma base militar soviética abandonada saindo pelos fundos e seguindo até um condomínio onde na entrada, geral é pego de surpresa pelos restos mortais de um cachorro.

No alto de um dos apartamentos, Uri mostra onde fica o que restou do reator de Chernobyl e alerta que para se poder
caminhar lá é necessário o uso de um traje anti radiação, pois chegar perto da usina sem preparo é o mesmo que pedir para morrer.

Uri pressente que há algo de errado e os jovens ouvem rapidamente um ruído estranho vindo de longe.

Passando pelos corredores que dividem os apartamentos, geral leva o maior susto quando veem um urso pardo passar correndo mas felizmente ninguém se fere eles voltam para o lado de fora.

O grupo volta para a Van para encerrar a excursão, porém ao dar partida o veículo não funciona e se descobre que a fiação do motor foram mastigadas.

Uri tenta pedir ajuda pelo rádio mas não consegue retorno durante o resto do dia até que escurece e fica muito frio.

Geral se divide entre ficar na Van e passar a noite e caminhar vários quilômetros até o controle da fronteira no meio do frio, da escuridão e com um urso a solta para pedir ajuda. A discussão acaba cessando quando se ouve um suposto choro de bebê ao longe.

Uri se arma e sai da Van para ver o que está acontecendo do lado de fora sendo seguido logo depois por Chris que joga no irmão a culpa pela presepada em que o grupo se encontra.

Depois de um instante de silêncio, ouvem-se tiros e os que ficaram na Van entram em pânico. Chris volta correndo com um ferimento na perna e gritando de pânico para entrar no veículo e quando consegue ele revela que Uri foi pego.

Repentinamente, uma matilha de cães furiosos atacam a Van fazendo geral se desesperar e depois vão embora.

A bateria do veículo começa a enfraquecer e o grupo resolve desligar tudo sendo iluminados apenas pela lanterna de um celular.

O grupo toma conta do ferimento de Chris até o amanhecer e Paul encontra no meio das coisas de Uri um walk tal que ele usa para tentar se comunicar com Uri mas não obtém respostas.

Paul, Michael e Amanda deixam a Van para procurar Uri e teorizam se o que atacou Chris foi o urso ou os cachorros.

No meio do caminho, o trio encontra o walk talk de Uri jogado junto à escadaria de uma boate e eles adentram ao local para seguir procurando.

Chegando o fundo do local, o trio encontra o corpo destroçado de Uri e no mesmo instante ouve-se um ruído vindo da entrada.

Geral acaba se separando para se esconder e Amanda tenta se arrastar por um balcão até visualizar um par de pernas o que a faz correr e se encontrar com os rapazes num local seguro.

Chegando à saída dos fundos, Michael tenta arrebentar uma porta de vidro blindada e depois de muito esforço consegue arromba-la e todos voltam para a Van em questão de minutos.

Paul resolve que o grupo precisa voltar para a fronteira andando, mas Chris descarta seguir com os amigos, pois ele teria que ser carregado e isso faria com que geral se cansasse mais rápido. Natalie então, resolve ficar com o namorado enquanto Zoe segue com o namorado dela e os outros.

Depois de um tempo andando, os casais chegam em um pátio repleto de veículos abandonados e aproveitam para procurar por algum que esteja pegando e alguma arma.

Nas ruínas de um ônibus, Paul e Amanda encontram armas quebradas e uma lanterna funcionando.

Michael por sua vez, encontra alguns cabos compatíveis com os da fiação do motor da Van. Os cachorros furiosos voltam a perseguir o grupo que corre até chegarem à uma ponte que corta o lago.

Zoe e Michael acabam caindo na água e algo fere a perna do rapaz mas ele consegue seguir fuga com os demais até o cair da noite.

No caminho de volta, Michael conta sobre uma lenda que diz que Pripyat não está totalmente abandonada.

O grupo finalmente chega onde a Van deveria estar e a encontram logo mais a frente capotada e vazia.

Amanda encontra a câmera de Chris com um vídeo do rapaz pedindo Natalie em casamento, plano este que ele ia seguir quando o grupo chegasse à Moscou, mas sabendo que seu fim se aproxima ele acabou abreviando o pedido. Logo, algo aparece ao fundo no meio do breu e ataca o casal que se desespera e então o vídeo acaba.

Desconsolado, o grupo corre pelo breu até chegarem à um dos apartamentos próximos. Dentro da construção, eles ouvem um barulho forte bem próximo dando início a uma correria até o bosque que dá caminho até onde a Van entrou quando eles chegaram.

Paul acaba se divergindo dos demais querendo voltar para procurar por Chris mas Amanda o convence a seguir o mapa deixado por Uri para encontrarem a fronteira e pedir ajuda.

Repentinamente, o grupo encontra uma menininha parada de costas e na outra extremidade Natalie que está vida, porém ela é abduzida ao mesmo tempo que a criança some.

Geral segue os gritos de Natalie até o reator de Chernobyl e encontram um corpo sem vida içado. Ao longe, o grupo vê algumas pessoas chegando e se aproximando deles dando início a uma fuga.

Chegando até um abrigo o grupo começa a entrar até a porta começar a se fechar e Michael acaba ficando de fora e é abduzido antes de conseguir alcançar Zoe.

Agora reduzido à três, Amanda e os rapazes correm até chegarem à um túnel cheio de equipamentos e aparelhos de hospital. Mais à frente, geral chega a uma câmara onde Paul encontra o anel de noivado de Natalie e são postos para correr por um bando de pessoas deformadas e Zoe acaba sendo pega.

Paul e Amanda seguem sozinhos até um centro de operações militares e seguem até uma área cujo contador Geiger aponta um grau altíssimo de radiação, o que faz o casal ser exposto e começar a sentir coceira pelo rosto devido a uma queimadura.

Dando meia volta, o casal encontra Zoe morta e uma saída, porém são cercados pelos deformados dando início a uma luta corpo a corpo.

Ao conseguirem sair do complexo, o casal acaba sendo rendido por soldados ucranianos que não entendem o pedido de socorro de Paul que é executado com um tiro enquanto Amanda apaga depois de levar um golpe.

Quando volta a si num quarto de hospital, Amanda consegue contato com um médico que fala o seu idioma e aproveita para avisar que seus amigos foram mortos dando rápidos detalhes sobre os deformados. O médico em questão diz que os deformados são pacientes que fugiram do hospital.

Os médicos a conduzem à uma câmara de isolamento para que ela inicie a quarentena, porém a jovem sente que há alguém lá junto com ela e são os deformados que a agarram a fazendo gritar.

No final alternativo, depois de ser resgatada pelos médicos, Amanda acorda em um leito de hospital completamente careca pela radiação e entra em pânico devido a dor...

Apesar da receita astronômica de mais de trinta e sete milhões de dólares adquirida de uma injeção de um único milhão de dólares de orçamento, o filme que foi rodado na Hungria e na Servia virou alvo de severas críticas que apontam a ideia da trama como desumana, insensível e sensacionalista além de deveras desrespeitosa com as vítimas do desastre real.

Com isso, o filme acabou caindo no esquecimento apesar de ter tido sua época áurea quando era material de locação ou quando era encontrado nas barraquinhas de feira. Hoje, o filme é cultuado por quem curte um terror de sobrevivência com um certo viés de filme de zumbis, apesar de que os "monstros" do longa metragem não serem propriamente zumbis.

O clima tenso de isolamento, o frio, a noite e o perigo da contaminação valorizam muito a experiência do filme o transformando numa trama imprevisível e assustadora.

Apesar do filme não apresentar uma violência gráfica grandiosa, uma vez que mal se tem sangue, dá para se tirar algum proveito com os momentos de tensão que são simplesmente frenéticos, o que faz com que a história esteja sempre caminhando fluída e rápida, sem arrastar o enredo.

A sacada final dos médicos serem os verdadeiros vilões do filme é uma boa e ajuda a dividir o espectador entre a proposta dos mesmos estarem isolando os turistas irresponsáveis expostos à radiação e que sabem demais e dos mesmos apenas estarem mantendo Pripyat segura para que ninguém de fora entre e que quem consegue entrar nunca saia, já que não tem como deixar os intrusos irem embora contaminados, seria o início de uma pandemia nuclear.

No mais, o filme é interessante e atmosférico, dá uma boa primeira experiência e na minha humilde opinião, se o orçamento fosse um pouco maior para que se pudesse investir em efeitos práticos, a violência gráfica poderia ter sido mais explícita, teríamos uma dose bacana de gore, apesar do filme bater mais com o terror de sobrevivência junto com pitada generosa de found footage, que cá entre nós já estava saturando na época.

 

Trailer: 


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