Mal tivemos um descanso de seis anos da bomba que foi o reboot de 2006 do clássico A noite dos mortos-vivos de George Romero (que já tinha um excelente remake no início dos anos 1990) e fomos surpreendidos com uma pré sequência que ninguém pediu de um filme que decepcionou geral.
Mas saiu, em 2012 diretamente para o home vídeo o capítulo Reanimação ganhou as telinhas prometendo contar como começou o holocausto zumbi provocado pelo antagonista da versão de 2006 que já havia superficialmente sido explicado durante o filme.
E aqui não se tem muita novidade, é apenas o dono da funerária já conhecido e personagem totalmente inédito introduzido na versão de 2006 que acabou provocando um surto de mortos-vivos ao expor cadáveres à uma substância radioativa e agora vive para tentar conter a ameaça impedindo que a contaminação se espalhe ao mesmo tempo que esconde outro grande segredo oriundo de sua experiência irresponsável.
Tudo começa durante um sepultamento na capela de um cemitério onde uma familiar do defunto tem uma discussão com o agente imobiliário Gerald Tovar Jr. que não se mostra receptivo a realizar uma cremação.
Depois do ocorrido, Gerald acerta a agenda do dia com sua tia Lou que divide a gerência do negócio da família com ele.
Subsequentemente, Gerald vai até o cemitério ao saber que tem alguém procurando pelo crematório. O estranho caminha por um pequeno barranco até desaparecer no matagal coincidindo com a chegada de um morto-vivo que ataca o invasor.
Gerald age rapidamente decapitando o morto-vivo com uma pá e logo depois elimina o invasor por este saber demais.
Fazendo o caminho de volta, Gerald alerta seu jovem assistente Russell para ficar de olho no cemitério e logo em seguida recebe a visita do casal Francis e Honey Del Amo que acabaram de perder o pai da moça e eles querem acertar a burocracia do sepultamento e os requerimentos para que se realize uma cremação.
Pouco tempo depois, Gerald entrevista uma jovem chamada Cristie Forrest para a vaga de assistente no necrotério para ajudar a jovem DyeAnne com a preparação dos cadáveres. A jovem consegue um período de teste e logo é instruída por DyeAnne sobre o procedimento de embalsamamento do cadáver de um rapaz que acabou de chegar.
Enquanto isso no crematório que serve como um depósito de corpos mutilados, um morto-vivo deformado emerge mas Gerald que lá estava vigiando o abate com sua pá.
Instantes depois, chega Harold, o irmão de Gerald que estava sumido há anos e após o reencontro, os rapazes descobrem através do noticiário que há indícios da existência de mortos voltando à vida.
Os irmãos conversam no escritório e Harold não percebe um bebê morto-vivo dentro do frigobar.
Harold revela que está passando por um colapso econômico após o fechamento de sua clínica veterinária e por isso veio pedir alguma grana exigindo que o testamento do pai seja revisto uma vez que Gerald ficou com quase todo o patrimônio da família.
Depois de dar um migué no irmão, Gerald vai até o necrotério assessorar as garotas que ainda nem começaram com o cadáver recém chegado.
Um novo morto-vivo emerge do crematório sem ninguém por perto para vigiar além de uma câmera lá instalada.
Anoitece e Gerald leva Harold até o túmulo onde está o pai do qual ele não se despediu quando este morreu.
Depois disso, os irmãos jantam enquanto o morto-vivo segue sendo vigiado pela câmera.
Em paralelo, Russell e as garotas dão um tempo no trabalho para beber e se drogar.
Gerald revela ao irmão a existência de cadáveres vivos no crematório e que por isso tem inventado para os clientes que o forno não funciona.
Com o desdém de Harold, Gerald liga para um amigo pedindo que o ajude a se livrar do irmão.
Enquanto isso, o jovem morto do necrotério volta a vida e fuma um baseado com os jovens assistentes na maior naturalidade.
Como se não bastasse, DyeAnne ainda transa com o morto-vivo (de calcinha mas transa, acreditem) tranquilamente.
Do outro lado, Harold relembra o irmão de alguns supostos incidentes zumbis ocorrido nos Estados Unidos desde a década de 1960 mas Gerald se faz de desentendido.
Os irmãos Tovar voltam para a funerária indo diretamente para o crematório onde Gerald revela um corpo pela metade amarrado numa pilastra dizendo que aquele era um antigo assistente a quem ele gostava como a um filho e que ia deixar tudo para ele quando partisse. Porém o rapaz morreu antes disso e acabou voltando à vida.
Desde então, Gerald tem desovado corpos no crematório, os revitalizando e observando pela câmera de DyeAnne na esperança de conseguir controlar os mortos-vivos.
Enojado, Harold vai embora e nisso chega a tia Lou que é prontamente mordida por um morto-vivo que é executado com um tiro na cabeça.
Gerald deixa sua tia moribunda descansando e fica claro que ela irá emergir como uma morta-viva em breve.
Poucas horas depois, Cristie acorda sozinha e descobre a tia Lou transformada em morta-viva.
Do outro lado, Russell e DyeAnne apresentam o necrotério à uma repórter da televisão chamada irmã Sara e nisso, aparece Cristie sendo perseguida pela tia Lou.
A velha morde a irmã Sara mas é tirada de ação por Russel.
DyeAnne leva Sara até a enfermaria do necrotério para tratar de seu ferimento e em pouco tempo a repórter se torna uma morta-viva e ataca a assistente dos Tovar mortalmente.
Russell e Cristie ouvem o grito de DyeAnne sendo atacada e se separam para procurar e quem a encontra sem vida é Cristie.
Do outro lado, Harold encontra dentro de um quartinho seu pai morto-vivo amarrado e apodrecendo. Gerald aparece em seguida e revela que ele desenterrou o patriarca e dado à ele uma substância radioativa para reanima-lo, o que ele conseguiu, porém não consegue controla-lo. Por conta disso, ele tem testado a substância em outros cadáveres até descobrir como controlar a contaminação.
Por esse motivo que ele desativou o forno do crematório, pois se ele incinerar os corpos contaminados, a substância vai se espalhar pelo ar e pelo solo causando uma pandemia zumbi, afinal a frente deles está um cemitério.
Harold resolve ajudar o irmão à exterminar os mortos-vivos e é comprado com um malote de dinheiro. Como se não bastasse, ele ambiciona vender a pele e os ossos dos mortos dizendo que dá muito dinheiro, porém Gerald se nega dizendo que ele respeita os mortos (enfim a hipocrisia).
O pai zumbi dos Tovar morde o pescoço de Harold que corre desorientado caindo na cova do mesmo. Gerald aproveita e enterra o irmão moribundo sem pensar duas vezes.
Não muito depois, Gerald chega no necrotério e descobre o que aconteceu com DyeAnne aconselhando Cristie a eliminar a assistente de uma vez. Sem pestanejar, Gerald dá um tiro na testa de DyeAnne antes que ela reviva.
Logo na sequencia, Gerald dá uma arma para Cristie e inicia uma invasão ao crematório para resgatar Russell que desapareceu há um bom tempo.
Ao chegarem lá, a dupla encontra uma horda de mortos revividos vagando em círculos e entre eles o próprio Russell que já partiu dessa para a pior.
Sem escolha, Gerald e Cristie eliminam Russell e os de mais zumbis até que uma morta com a cara toda fodida tenta agarrar o agente funerário mas acaba tendo sua face ainda mais desgraçada à golpes de coronha de uma espingarda.
Com geral abatido, Gerald tira Cristie ferida do crematório e a leva para tomar algo que ele diz que é um energético e alega que quando a assistente beber se sentirá uma nova mulher.
Ao beber, Cristie começa a passar mal do estômago e Gerald revela que ela tomou a substância de reviver. O agente funerário deixa sua nova experiência sozinha se contorcendo e deixa o complexo com o raiar do sol, caminhando pelo estacionamento que está cheio de veículos abandonados...
Não sei quem foi a desgraçada que achou que uma prequela do filme de 2006 seria necessária, mas claramente essa pessoa só queria dinheiro aproveitando que o subgênero de zumbi estava em alta com o sucesso da série The walking dead e ainda mais do que isso, expandir o universo dos mortos-vivos de George Romero.
O caso é que Reanimação é um filme péssimo, de orçamento visivelmente pobre e do qual nada dá para se aproveitar.
Mal do filme atingiu seus primeiros dez minutos e já tivemos uma amostra da qualidade porca dos efeitos especiais com um sangue não de CGI, mas em 2D como se fosse estivéssemos vendo uma versão +16 de Uma cilada para Roger Rabbit; a maquiagem dos zumbis, suas atuações medíocres então nem se fala.
O filme não se leva a sério e nem está classificado como uma comédia de terror ou um terrir clássico, é só terror com ficção científica mesmo. De longe a cena que mais me quebrou e me fez questionar o roteiro indeciso foi aquela em que os jovens assistentes estão fumando uma erva forte e o falecido que mais parece o Salsicha do Scooby Doo acorda e começa a fumar junto, não bastasse ainda rola sexo seminu com o mesmo que só para ressaltar, embora nem precise, estava completamente sem roupa desde o início.
Para quem não conhece o plot básico que é explicado em A noite dos mortos-vivos de 2006 fica complicado a principio entender o que Gerald quer e seu medo de proceder com uma cremação se perde sendo revertido apenas à uma medida de segurança para evitar uma contaminação (continuidade para que, né?).
No mais, a trama é muito lenta, é 90% diálogos enfadonhos e chega a dar raiva que em todo ataque aos zumbis Gerald sempre usa a pá, nunca varia até o final. Na real, esse capítulo pode e deve ser ignorado de todo resto do universo dos mortos-vivos de Romero, vai por mim, é tempo jogado fora com uma história picolé de chuchu, que não tem ação, que tem efeitos paupérrimos e um elenco que atua mal para um caralho. Se arrisque por conta.
Trailer:

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