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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 20 de setembro de 2025

O Assassino da Furadeira / The Driller KIller (1979)

 

Cavoucando as catacumbas da internet, eu encontrei um filme deveras transgressor para a época e que chamou a atenção para a sua violência extrema e crua, desses que entraram para a lista de proibidos.

Do final dos anos 1970, a obra em questão trás um artista plástico vivendo numa área decadente de Nova York com uma namorada que já tem uma relação estável por fora, tendo que lidar com o fracasso econômico e criativo, além de ter que suportar os constantes ensaios de uma banda de punk rock colado com o apartamento onde vive.

Com tudo isso e ainda o crescimento inevitável de indigentes pelo bairro, o protagonista simplesmente surta e passa a descontar suas frustrações assassinando os moradores de rua com uma furadeira elétrica acoplada a um cinto com uma bateria compacta que ele viu num comercial de televendas.

O que vem a seguir é um banho de sangue sem limite, muita neurose, muito rock e muita loucura em meio aos becos imundos da periferia de Nova York... 

Tudo começa nas ruas de Nova York, quando o jovem artista plástico Reno Miller e sua namorada Carol Slaughter chegam à uma igreja, onde Reno se aproxima de um velho que reza e este toca sua mão provocando repulsa ao rapaz que deixa o santuário prontamente e tomando um táxi de volta para casa.

Carol confusa pergunta o que aconteceu e Reno se justifica dizendo que o tal velho que o tocou era apenas um bêbado louco e logo na sequência eles iniciam um amasso no carro mesmo.

Chegando ao seu destino, na área periférica tomada por indigentes e viciados em todo tipo de droga, Reno e Carol se revelam morando num apartamento medíocre adjacente à um clube onde toca punk rock até altas horas da noite e onde eles dividem o teto com uma drogadinha chamada Pamela.

Ao recolher as contas do mês, Reno tem um ataque de fúria por conta da fatura de telefone que está abusiva devido à negligência das garotas que usam o aparelho irresponsavelmente.

Um tempo depois, Reno tem uma série de pesadelos surtados atrelados às suas frustrações do dia a dia que o deixam aéreo ao acordar assustado.

Posteriormente, Reno vai até uma galeria para onde ele está fazendo um bico com uma obra que ele vem pintando em uma parede esperando uma grana que irá mudar sua sorte e pede um adiantamento para seu chefe Dalton Briggs que lhe é negado sem pensar duas vezes.

Frustrado, Reno sai para caminhar e flagra bem de longe um latrocínio acontecer no meio do centro à luz do dia sem esboçar qualquer emoção.

Horas depois, ao chegar em casa, Reno tem uma discussão com Carol pelo seu revés econômico enquanto dá seguimento à pintura da arte da parede que ele está preparando.

Depois que tudo se acalma, Reno sai para caminhar pelas ruas decadentes e se descontrai desenhando as pessoas em seu sketch book. 

Reno passa o resto do dia pintando a arte na parede enquanto uma banda punk rock liderada pelo vocalista Tony Coca cola ensaia num depósito adjacente ao apartamento provocando o desafeto do artista.

Estressado, Reno sai para caminhar e arranja encrenca com um mendigo sonolento até ver um ladrão sendo perseguido.

De volta à casa, Reno toma um coquetel de remédios enquanto Carol e Pamela que mantém um rolo lésbico transam no chuveiro.

Na manhã seguinte, Carol recebe uma carta junto a uma nota de cem dólares de seu marido Steven que a deixa balançada.

Enquanto isso, Reno discute com o porteiro do apartamento sobre o barulho infernal que Tony Coca cola e sua banda andam fazendo que não o deixa se concentrar no trabalho e não consegue nada.

Reno acaba recebendo um coelho morto esfolado e o faz em pedaços de forma sádica e explosiva.

Mais tarde, Reno volta a pintar e começa a ter alucinações e a ouvir vozes que o fazem surtar. Ele sai de casa com uma furadeira elétrica e sem a menor cerimônia assassina um mendigo aleatório que estava dormindo depois de uma provável bebedeira.

Não muito depois, ao voltar do ensaio de Tony, Pamela chega em casa e encontra os pedaços do coelho morto na lixeira.

Com a chegada da noite, a boate funciona como todos os dias até altas horas. Os jovens se dividem entre o show ao vivo e o consumo exagerado de drogas.

A agitação e o estresse faz com que Reno saia de casa para se aliviar matando um mendigo com sua inseparável furadeira. Logo depois, ele toma um metrô e ao chegar até um beco, Reno mata um velho bêbado ainda consciente.

Em seguida, Reno vai até o ponto de ônibus onde um rapaz drogado tenta em vão tirar a paciência de transeuntes que esperam pelo coletivo e este é morto com um ataque pelas costas.

Não satisfeito, procura outras vítimas até encontrar um indigente que dorme tranquilamente e planta a broca na cabeça dele fazendo-o acordar e morrer de tanto gritar de dor.

Finalmente saciado, Reno volta para casa onde recebe Landlord, um rolo de Pamela que pretendia deixar-lhe um presente e acaba ficando encantado com a arte do psicopata pedindo que faça um retrato seu.

Na manhã seguinte, o jornal noticia o ataque fatal a um dos indigentes e Reno tem um breve surto com Carol.

Com a relação insustentável, Carol se enche de coragem e liga para Steven de um orelhão enquanto Reno faz o esboço do retrato de Landlord que é tagarela e passa horas tocando guitarra sem a menor consideração pela concentração que o artista precisa.

Horas depois, Landlord passa a noite com Pamela enquanto um indigente que vive num beco adjunto ao apartamento tem um infeliz encontro com Reno que prega sua mão na parede com a broca da furadeira e depois perfura sua barriga o matando de vez.

Em seguida, Reno volta para dentro de casa e encontra Carol e Pamela dormindo juntas e anuncia para a namorada que terminou a sua pintura na parede.

Mais tarde, Reno mostra sua arte final para Dalton que se enoja, humilha o artista e se recusa a pagar um único centavo.

Carol surta com Reno pelo seu fracasso e ele não demonstra nenhuma reação. Na manhã seguinte, ela faz as malas e o abandona. Reno a persegue pela rua mas ela consegue fugir deixando sua mala para trás.

Reno se põe num estado de depressão total e liga para Dalton prometendo lhe mostrar algo que ele vai gostar muito.

Completamente fora de si, Reno se maquia e se barbeia enquanto Tony Coca cola tocam nos fundos.

Um tempo depois, Dalton chega à casa de Reno que o espera com sua furadeira para atacar o homem que se torna uma presa muito fácil.

Não muito depois, Pamela chega em casa e encontra o corpo de Dalton pregado pela broca através do pescoço atrás da porta e ela acaba sendo pega por Reno de surpresa.

Horas depois, Carol tem um reencontro com Steven na casa dele e depois que ela vai para o chuveiro tirar o cansaço, Reno aparece repentinamente e fura Steven por trás sem que a amante perceba.

Ao sair do banheiro, Carol procura por Steven e a tela fica preta e silenciosa e só podemos ouvir a voz dela dando por certo que ela foi agarrada, mas a inocente acredita ser o seu marido...

Concebido como um vídeo nasty nos primórdios do subgênero do terror extremo e realista, The driller killer não é nada mais que um experimento de Abel Ferrara em conjunto com seu amigo da juventude Nicholas St. John (que escreveu a obra de 1979) e foi idealizado a partir de um curta metragem amador poucos anos antes chamado Super-8.

O filme notoriamente tem problemas com o ritmo que por diversas vezes é lento devido ao uso excessivo de cenas tanto no ensaio da banda de Tony Coca cola quanto às apresentações da boate que apesar de esboçarem um repertório bastante diversificado e bom para a época, simplesmente enche.

Fora que o início é arrastado tentando estabelecer a identidade e as motivações do protagonista para não fazer com que o filme fosse mais um slasher como os pioneiros que chamavam a atenção no final dos anos 1970 e até que isso é válido já que Reno, não precisa se esconder e nem disfarçar o que o motiva a matar.

A parte visceral do filme é um deleite para quem gosta de gore e muito sangue. Os efeitos práticos enchem os olhos e as cenas de mortes são deveras detalhadas e perturbadoras, o que fez com que The driller killer ficasse na mira da crítica e dos órgãos de classificação indicativa que torceram o nariz para a crueza dos assassinatos, jogando a obra no limbo por um bom tempo, até ela ser resgatada, restaurada e se tornar um objeto de cult hoje em dia.

Ferrara que além de dirigir protagoniza o longa metragem dá um show de atuação com suas caras e bocas, seus surtos e sua frieza durante os ataques e leva-se em conta que ele ainda era amador no mundo da atuação, diferente do que ele é hoje, detentor de obras deveras gabaritadas como: Cidade do medo, O rei de Nova York, Vício frenético e entre vários outros.

No mais, a obra apesar do ritmo lento é eficaz, ultra violento e consegue trazer junto à um filme de terror transgressor e imoral uma crítica social ao dia a dia da área periférica de Nova York, com suas ruas excessivamente sujas, jovens sem futuro imergidos em todo tipo de vício provenientes de uma vida noturna completamente desregrada, a musica rebelde dos anos 1970, o crescimento desmedido de indigentes / mendigos desde as entranhas até o centro da cidade. Fazendo com que no final a gente fique naquele dilema: essa vida desregrada, cheia de privações e frustrações são ou não são uma justificativa válida para o surto do protagonista? Abel Ferrara teceu todo o background do filme de forma eficaz? eu digo que sim.

 

Trailer: 



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