Como já faz algum tempo que eu não trazia um filme biográfico, hoje eu trago uma resenha completinha sobre uma das diversas adaptações que retratam um dos casos mais cruéis e famosos de assassinato de Hollyood: Sharon Tate que até então estava grávida e casada com Roman Polanski, pai de obras como O bebê de Rosemary, O inquilino, Lua de fel, Repulsa ao sexo entre outros.
Em poucas palavras, a trama vai contar como a carreira meteórica de Tate fora interrompida de forma brutal e covarde pela seita da família Manson, liderada pelo maníaco Charles Manson no fatídico mês de agosto de 1969 quando o grupo invadiu a mansão dos Polanski num momento em que Roman viajava à trabalho.
Sharon Tate que estava próxima de dar à luz e mais um grupo de amigos que estavam hospedados em sua mansão foram encurralados por família de sádicos de Manson e executaram uma verdadeira chacina que é retratada de forma crua e em premonições de Tate que nunca foram confirmadas e que acaba virando mais do que uma simples alegoria para a obra e isso faz com que o filme tenha um charme a mais.
Tudo começa em 1968 com a atriz em ascensão Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski dando uma entrevista relatando ter tido uma premonição de sua morte e de alguns amigos próximos.
Um ano depois, temos a narração de repórter anunciando que a policia encontrou os corpos de Sharon Tate e de alguns amigos brutalmente assassinados em sua própria mansão destacando que a eletricidade e a linha telefônica havia sido previamente cortadas.
A cena seguinte, nos mostra membros do culto de Charles Manson, mentor por trás do assassinado de Tate e os outros prestando entrevista depois de serem presos com seu líder.
O tempo retrocede para três dias atrás no fatídico agosto de 1969 onde temos um vislumbre da bela e jovem Sharon Tate exibindo uma barriga de oito meses de gravidez dentro de um conversível com seu cabeleireiro particular, ex namorado e amigo intimo Jay Sebring em direção à mansão de Roman Polanski para um fim de semana agradável.
Ao chegarem lá, a dupla se encontram com Abigail Folger, uma socialite amiga de Sharon e Wojchieck Frikowski outro amigo que tomarão conta da gestante enquanto Polanski está viajando à trabalho.
Os amigos passam a noite se divertindo e conversando sobre como a carreira de Sharon está no ápice e em contrapartida o lado afetivo da atriz declina com as constantes desconfianças de que Polanski a trai e que não seria a primeira vez.
Em um determinado momento enquanto os amigos jogam cartas, aparece uma pessoa misteriosa na porta procurando um tal Terry Melcher, músico e produtor musical na época e o estranho se identifica como Charles e segundo Wojchieck que o dispensa, o cara é um maluco que está sempre incomodando querendo entregar um rolo de fita com uma demo gravada por ele para avaliação.
No meio da madrugada, Sharon acorda de seu sono inquieta e vaga pelos corredores da mansão sem se dar conta de que alguém está a stalkeando até que a porta da frente bate e Wojchieck sai para averiguar não encontrando ninguém.
Na manhã seguinte, Sharon sai para caminhar pelo desfiladeiro onde fica o famoso letreiro que identifica Hollywood juntamente com Abigail que alega que Wojchieck tem se encontrado com uns amigos estranhos que se drogam. No meio do caminho as duas cruzam com duas outras jovens suspeitas que as observam misteriosamente.
Logo mais a frente, as garotas sentem um forte odor junto a um amontoado de moscas e ao se aproximarem dão de cara com o cachorro de estimação de Sharon morto e encarniçado.
Na volta para casa, Sharon conhece Steven Parent para quem passará a trabalhar na mansão e ele se revela fã da jovem e futura mãe que se simpatiza com ele.
Mais tarde, Sharon se encontra sozinha no escritório de Polanski e descobre o roteiro do clássico O bebê de Rosemary além de um envelope endereçado ao tal Terry Melcher contendo um rolo de fita K-7. Curiosa, Sharon coloca o rolo no gravador para ouvir a música que já começa com um baita jumpscare e é bem estranha na execução.
Depois de ser consolada por Jay, Sharon resolve tomar sol enquanto o amigo desfruta da piscina. Sharon corta o silêncio mencionando estar incomodada que Wojchieck e Abigail tomaram conta da mansão como dois parasitas e depois faz um questionamento sobre o destino.
À noite, todos dormem exceto Abigail que lê um bom livro e neste momento, alguém invade a mansão se revelando uma das garotas estranhas do desfiladeiro que anda pela varanda de uma das suítes.
Wojchieck por sua vez, é rendido por um segundo invasor armado e Sharon acaba acordando ao ouvir bem distante a música do rolo de K-7 do envelope tocando sozinha. Sharon se levanta e vai até o escritório onde dá de cara com o mesmíssimo Charles Manson e uma das seguidoras dele que a rendem.
Sharon é levada até a sala de estar onde o resto da seita mantém Jay e os outros amarrados.
Jay implora para um dos fanáticos que poupe Sharon e o bebê que ela carrega mas é assassinada com um tiro enquanto os outros são brutalmente espancados.
Abigail consegue correr e Wojchieck se arrasta para fora da mansão mas ambos acabam sendo esfaqueados até a morte.
O ocorrido neste noite acaba se revelando um pesadelo de Sharon que acorda aos gritos sendo amparada por Abigail e Wojchieck.
Na manhã seguinte, os amigos de Sharon seguem sem conseguir contato com Polanski e a gestante acorda tendo uma alucinação com a carniça de um animal de beira de estrada dentro da geladeira.
Consolada, Sharon pede aos amigos para falarem sobre o tal Charles Manson e acaba tendo um surto dizendo que não quer mais ficar na mansão.
Wojchieck reitera que Manson continua procurando por Terry Melcher pois eles tem algum tipo de acordo.
Depois de se acalmar, Sharon procura por Steven que diz ter trocado a senha do painel do sistema de segurança da mansão e os dois começam a se conhecer profundamente.
Sharon leva o gravador de K-7 de Polanski até Steven e diz que a fita que tem dentro possui algum tipo de mensagem subliminar de cunho satânico espalhada pela letra.
Logo na sequencia, Sharon recebe uma ligação que ela alega ser de Charles Manson anunciando que todos irão morrer.
Sem perda de tempo, Sharon faz as malas e vê cenas de seu casamento com Polanski passarem pela sua cabeça até que o telefone volta a tocar e desta vez é o próprio Roman Polanski para quem ela pede para leva-la embora da mansão.
Sharon ainda tenta dizer que andou vendo coisas e que está desconfiada dos amigos e ainda revela a existência do culto de Manson.
Neste momento, Sharon tem uma visão com a banheira cheia de sangue e nisso, a luz é cortada e ela percebe estar presa no cômodo em que está e vê mensagens escritas com sangue na parede.
Depois de fugir de dentro da mansão, Sharon encontra Steven dentro de um carro e percebe que ele foi assassinado com um corte no pescoço.
Esta cena se revela no entanto ser outra premonição de Sharon que acorda no quarto do trailer de Steven e de repente sua bolsa estoura. Steven tenta chamar uma ambulância porém a linha telefônica está cortada.
Desesperada, Sharon pede que Steven vá até o carro para pedir ajuda.
Enquanto isso, três seguidores de Manson creditados como Tex, Yellow e Sadie (apelidos de Tex Watson, Patrícia Krenwinkel e Susan Atkins) chegam ao jardim da mansão cercando Steven e Sharon aparece no mesmo instante entrando no carro onde o amigo está.
Tex estoura o vidro do carro fazendo Sharon e Steven voltarem correndo para dentro da mansão escapando por pouco de um tiro.
Jay aparece no mesmo momento enquanto Tex rende Sharon e Steven e junto com Yellow e Sadie coloca os outros prisioneiros amarrados na sala de estar com exceção de Abigail que está escondida no forro do teto.
Tex coloca uma corda no pescoço de Jay que implora por sua vida e Sharon provoca o fanático pedindo que ele a mate.
Mordendo a isca, Tex se aproxima e ameaça Sharon que o fere com uma faca. Nisso, Abigail salta do forro em cima de Yellow e Sadie dando inicio a uma sessão de espancamento.
Sharon aproveita a confusão para desamarrar Jay enquanto Wojchieck e Steven se soltam sozinhos dando início a uma fuga.
Sadie se livra de Abigail e tenta pegar Jay de surpresa mas sua adversária volta a agarra-la e a faz bater a cabeça na mesinha de centro desfalecendo.
Geral se esconde no escritório onde tentam usar um rádio comunicador enquanto Yellow procura pelos fugitivos mas ela é pega por trás por Wojchieck que a esgana e depois acerta uma tampa de descarga na cabeça dela terminando por afoga-la na banheira até a morte.
Wojchieck caminha até a sala de estar enquanto Tex se arrasta à procura de Sharon e os outros que por fim conseguem comunicação.
Tex desfere tiros para o alto fazendo geral se calar e logo depois ele invade o trailer de Steven onde não encontra ninguém. Steven pega Tex de surpresa desferindo golpes de pá mas o fanático consegue se arrastar até a saída da mansão onde Sharon o cerca e o executa com um tiro na cabeça.
Wojchieck aparece e se junta aos amigos para deixar aquele inferno de uma vez.
Amanhece quando Sharon e os demais caminham até a saída da mansão e temos uma narração da jovem falando sobre poder mudar o destino.
Vemos Sharon caminhar até a polícia e encontrar os corpos de Wojchieck e os outros agora na realidade dos fatos e do lado deles um corpo com uma barriga protuberante cujo rosto está coberto e ao tirar o lenço, se revela a própria Sharon Tate que na vida real assim como Jay e os outros foram assassinados por Charles Manson.
A Sharon Tate da realidade paralela caminha até seus amigos vivos enquanto a polícia tenta conter a imprensa sedenta pelo furo e temos um último vislumbre da verdadeira Sharon Tate até subirem os créditos...
O filme acabou se tornando ainda que inconscientemente um slasher dando-nos uma amostra de como poderia e deveria ter terminado a história sem nos poupar é claro da realidade traçando no decorrer da trama um paralelo entre a realidade nas premonições de Tate e a ficção para não precisar se aprofundar demais na história chocante que todos sabemos como terminou.
A violência é muito bem dosada e muito bem executada com um trabalho bem ok da equipe dos efeitos práticos e trás boas atuações além da caracterização excepcional somada à presença silenciosa de Ben Mellish no papel de Charles Manson e eu digo silenciosa por que o ator mal aparece e praticamente não fala uma palavra durante o filme todo, mas assim mesmo arrasou naquilo que foi proposto.
Hilary Duff como Sharon Tate também está super convincente e caracterizada no limite do possível, não tão bem quanto Mellish, mas aceitável sobretudo na atuação.
A trama é bem simples já que não tem muito o que inventar se tratando de uma história real e apesar de modificar o final tornando o filme mais fictício de resto está tudo bem adaptado, os nomes foram todos mantidos segundo uma pesquisa que eu fiz dos personagens principais.
No mais, para uma primeira experiência o filme funciona trazendo este artifício da Sharon Tate alternativa que faz com que o público que espera o final verdadeiro tenha uma surpresa com o desenrolar da trama de forma favorável. É oito ou oitenta este final, então se você é chegado à triste história real de Sharon Tate e viu o filme de forma despretensiosa, vai se decepcionar com o desdobramento, senão vai ter um entretenimento aceitável.
Trailer:
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