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sábado, 7 de junho de 2025

Sweet Home (1989)

 


Agregando ao nosso catálogo de terror asiático, eu trago um caso bem raro e esquecido de uma obra de Kiyoshi Kurosawa que saiu de um jogo de vídeo game oitentista e inspirou uma grande franquia de jogos de terror da segunda metade dos anos 1990.

A produção no caso é Sweet home cujo jogo baseado tem o mesmo nome e trás uma proposta de exploração a uma casa assombrada cheia de mistérios e quebra-cabeças. O formato complexo para a época ganhou novos moldes nas futuras gerações de consoles e foi trazida ao primeiro console da Sony, o Playstation através do primeiro capítulo de Resident Evil, trocando as assombrações e o sobrenatural por uma contaminação que trouxe os mortos de volta a vida.

Agora que o contexto de ambas as obras foi dado, vamos dar exclusividade ao filme em questão que é o que importa no momento e que conta as desventuras de uma equipe que pretende fazer um documentário sobre as obras de um ex-pintor deixadas em sua mansão abandonada há várias décadas.

O que poderia ser só mais uma produção de um histórico para a televisão acaba se tornando uma experiência assustadora quando estranhos eventos paranormais começam a acontecer na mansão trazendo uma entidade opressora a tona escondendo um passado nebuloso e traumático dando início a uma luta pela sobrevivência.

O filme abre com um teatro de sombras ao som e uma melodia agradável embalado com os risos de uma criança muito pequena.

Após a introdução, o filme começa no meio de um deserto sobre uma leve tempestade de areia onde uma equipe de documentaristas espera pelo seu representante e produtor Kazuo Hoshino que está tentando conseguir com o responsável pelas propriedades de um falecido pintor chamado Ichiro Mamiya uma permissão especial para poder entrar na mansão abandonada e documentar as obras de afresco deixada pelo mesmo.

Do lado de fora esperam Emi, a filha de Kazuo, a diretora Akiko, a repórter Asuka e o fotógrafo / câmera man Ryô Taguchi, até que o líder surge com as chaves da residência Mamiya e a permissão concedida depois de uma certa hesitação. 

Com tudo pronto, a equipe prepara o equipamento de filmagem e partem por um caminho florestal até depois de um certo tempo dirigindo finalmente chegarem ao local que é deveras lúgubre.

A entrada é forçada, pois a porta principal está emperrada, mas nada é obstáculo para geral conseguir entrar e sem perda de tempo, Asuka começa a gravar, mas em segundos o teto da mansão começa a ruir e uma pilastra de sustentação se rompe quase causando uma tragédia sem precedentes.

Após o susto, a equipe segue pelo andar superior onde depositam o equipamento para descansar enquanto Taguchi vai até o porão para reativar o gerador de energia elétrica.

Restaurada a luz, Asuka usa um aparato parecido com um aspirador de pó para remover a crosta de sujeira de uma das paredes onde está pintada parte do afresco de Mamiya enquanto do outro lado, Emi encontra um quarto e algumas joias, além de uma espécie de luminária que ao ser ligada danifica parcialmente uma pintura com o calor da luz.

De volta ao lado de dentro da mansão, Taguchi chama a atenção de geral para um afresco macabro retratando o caixão de uma criança o que faz Asuka entrar em surto gritando do nada.

Assim que tudo se acalma, Kazuo tenta por ordem na situação decidindo se dá sequencia ou não ao documentário, mas Asuka, presunçosa diverge se colocando como prioridade já que este pode ser o trabalho de sua carreira.

Nisso, vemos um enorme machado medieval sendo arrastado pelo chão e se aproximando de Kazuo, mas descobrimos que era apenas Taguchi levando-o com dificuldade, objeto este que ele encontrou bisbilhotando por aí.

Com a noite chegando, Kazuo prepara Emi para dormir em um dos quartos enquanto Kaguchi ajuda Asuka a lavar seus cabelos até que ele tem uma visão macabra da sombra da repórter que do nada profere a frase "devolvam o meu bebê". Quando Taguchi tira a toalha do rosto de Asuka, vemos a face da jovem se transfigurar numa entidade demoníaca que a possui fazendo o fotógrafo fugir.

Asuka vai até o exterior da casa onde cava com as próprias mãos até retirar de uma vala um pequeno caixão e de dentro dele uma criança de poucos anos de vida com o rosto parcialmente apodrecido que sobrenaturalmente solta um breve berro e depois volta a ficar inerte.

Na manhã seguinte, Akiko vai até um posto de gasolina próximo pertencente a um senhorzinho chamado Yamamura que troca os pneus de um carro até que do nada, o rádio que ele ouvia cai do capô do veículo sobre o macaco que destrava fazendo com que o mecânico fique esmagado, mas a diretora rapidamente consegue salva-lo a tempo.

Logo em seguida, Akiko volta seu caminho para a mansão sem dar tempo ao senhorzinho para adverti-la de algum perigo que se aproxima.

De volta a mansão, Akiko pede para Emi que pegue uma cadeira de rodas que serve como tripé improvisado para a câmera e lá, a menina encontra o caixão do bebê que Asuka desenterrou na noite anterior.

Asuka tem outro surto tentando recuperar o caixão, mas Kazuo a impede e depois que tudo se acalma, a equipe volta a enterrar a criança em sua devida vala. Asuka acaba tendo um desmaio repentino.

Akiko diz à Kazuo que tem um mau pressentimento e teme que seja melhor a equipe ir embora da mansão, mas o pai de Emi não leva a sério o medo da produtora devido ao seu ceticismo.

Emi que cuida de Asuka, a perde de vista quando esta recobra a consciência. A menina inicia uma busca pelo cômodo, mas a movimentação sinistra das sombras a faz ter um surto nervoso e corre até o pai alegando que as sombras estão vivas.

Do outro lado, Taguchi é pego por Asuka que brota do nada como se estivesse em transe e esta diz que todos irão morrer e nisso, uma sombra cerca a dupla que corre ao serem perseguidos.

Com seus poderes sobrenaturais, a sombra maligna faz Taguchi queimar de dentro para fora e domina Asuka que tem uma visão com um fantasma.

Sem tempo a perder, Asuka corre e se esconde em um cômodo onde encontra Taguchi rastejando enquanto a metade de baixo de seu corpo derrete e se desprende. O fotógrafo se agarra à Asuka suplicando sua ajuda, mas o que ela faz é executar o pobre com vários golpes com uma chave de boca.

Asuka passada, se senta na cadeira de rodas para digerir o que acabou de ocorrer até que inesperadamente, o grande machado medieval cai sobre sua cabeça a matando.

Do lado de fora da mansão, Kazuo e as garotas estranham a demora de Asuka e Taguchi até que Yamamura aparece transtornado culpando o pai de Emi por ter desenterrado o caixão do bebê. Kazuo desafora o mecânico e volta para dentro da mansão à procura do resto da equipe e encontra o cadáver de Taguchi.

Ao adentrar no cômodo ao lado, Kazuo encontra o corpo de Asuka derretendo em lava e se retira com as garotas em pranto no mesmo instante que Yamamura entra.

Do nada, a sombra fantasmagórica de uma mulher paira sobre o grupo fazendo Emi correr desorientada até o piso superior. Lá, ela se mostra possuída pelo fantasma de uma criança pequena e nisso, Yamamura desembolsa um talismã tentando repelir a entidade maligna, porém ela queima a mão do velho.

Kazuo tenta se aproximar da filha, mas é atingido por um raio de luz azul que o joga contra a parede tirando-o do ar momentaneamente. Quando Kazuo se recompõe, Yamamura resolve contar a verdade sobre a mansão: há trinta anos, Ichiro Mamiya e sua esposa queriam muito ter filhos e tentaram até finalmente serem recompensados com o nascimento de um menino sadio e normal como qualquer outro.

Feliz, Ichiro dedicou-se a registrar o crescimento do filho através de seu afresco nas paredes.

Quando a criança começou a dar seus primeiros passos, um certo dia ela inadvertidamente adentrou à sala do incinerador que irresponsavelmente estava aberta para brincar inocentemente e acabou entrando dentro do recipiente que estava em brasa.

A senhora Mamiya tentou salva-lo, mas foi em vão e ela não só perdeu o bebê como ainda queimou parcialmente seu rosto e ainda perdeu um olho.

Louca pela perda do filho, a senhora Mamiya começou a raptar os filhos dos aldeões, não para suprir o vazio de seu coração, mas para joga-los no incinerador para que seu bebê tivesse amigos para brincar. Quando os aldeões descobriram o que a mulher fizera, eles a perseguiram com a clara intenção de lincha-la até a morte, mas ela acabou fugindo até a sala do incinerador e se jogou dentro do recipiente para a morte.

Ichiro dedicou o pouco tempo que ele ainda tivera de vida à terminar o afresco das paredes até que pouco tempo depois da tragédia com a esposa ele morreu e a mansão desde então permaneceu enclausurada.

Yamamura acusa Kazuo e sua equipe por ter acordado o fantasma da senhora Mamiya das sombras em que ela estava aprisionada e diz que a única forma de vencer a escuridão é com a luz do coração de uma mãe. Como Akiko é a única mulher que restou, Yamamura não deposita nenhuma esperança nela já que ela não é mãe então não poderia confrontar em pé de igualdade o fantasma da mansão.

Kazuo se prontifica a enfrentar Mamiya com seu amor de pai e Yamamura testa o poder de seu coração pedindo que ele quebre uma garrafa de mé, mas o pai de Emi não consegue. O velho então, dá uma amostra de seu poder ao se concentrar e ressitar a canção de louvor a uma entidade chamada Diavolo e por fim consegue torcer a garrafa sem quebra-la.

Depois, Yamamura guia Kazuo e Akiko até uma passagem subterrânea que leva ao incinerador, mas uma ventania muito forte joga o velho para trás.

O trio confronta o fantasma de Mamiya que usa de seu poder para provocar outra ventania e nisso, Yamamura caminha até a porta de acesso ao incinerador passando por uma barreira mágica e volta de lá com Emi desmaiada, mas no processo, ele queima por dentro como Taguchi até derreter completamente sobrando apenas os ossos.

Kazuo e as garotas presenciam o triste fim de Yamamura estarrecidos e fogem sem perda de tempo até encontrarem a porta da saída emperrada. Akiko com a ajuda de Kazuo tenta arrombar a porta antes que a escuridão envolva totalmente a casa e nisso, Emi revela-se uma ilusão do fantasma de Mamiya, o que significa que a verdadeira ainda está dentro da mansão em algum lugar.

Conseguindo sair da mansão, Kazuo informa à Akiko que voltará para dentro para dentro para procurar Emi e toma o amuleto de Yamamura e pede para a amiga que caso Emi apareça, que pegue a menina e fuja com ela.

Enquanto Kazuo entra e passa pela barreira mágica, Akiko vai até a vala e desenterra o bebê dos Mamiya. Depois, ela vai até o quarto do casal onde veste um vestido da senhora Mamiya disposta a enfrentar a fantasma com seu instinto materno, já que assim como é apaixonada por Kazuo, ela ama Emi como a uma filha.

Akiko leva o pequeno caixão consigo através da passagem subterrânea do incinerador onde uma cratera se abre no meio do caminho. Sem medo, Akiko invoca a senhora Mamiya e amara o caixão com uma corda o lançando-o  até o outro lado da cratera. Depois, ela pula chegando ilesa ao mesmo ponto.

A sombra de Mamiya arrasta o caixão mas Akiko o agarra exigindo Emi em troca, mas acaba perdendo o objeto que é deixado há alguns metros dela.

Finalmente diante do incinerador, Akiko tenta abrir a comporta e encontra Emi lá dentro. O incinerador começa a pegar fogo, mas Akiko entende que aquilo é uma ilusão de Mamiya que está testando seu coração. Akiko se atira ao fogo e com muito esforço tira Emi inteira de lá de dentro.

Depois que a menina volta a si, Akiko se prepara para fugir, até que a fantasma de Mamiya finalmente se manifesta e passa por uma metamorfose fazendo a mansão tremer.

A fantasma atinge o ápice de seus poderes sombrios e tenta arrastar Emi, mas Akiko a resgata e começa atirar coisas na assombração e depois a confronta com um rastelo de palha, mas acaba sendo jogada e desmaia.

Ao tentar reanimar Akiko, Emi vê o caixão e vai até ele retirando o cadáver do bebê e o entrega para Mamiya que se acalma ao ter o filho nos braços. Mamiya absorve o filho e se torna uma fantasma convertida em luz e pureza subindo aos céus onde finalmente encontra o descanso eterno e a paz numa cena tocante.

Com tudo finalmente terminado, Akiko pega Emi e sai da mansão com o nascer do dia e a menina pergunta pelo pai que paralelamente reaparece dentro de um armário encontrando as garotas instantes depois para um abraço emocionante.

Os créditos sobem e ao final a mansão vem a baixo se tornando uma pilha de escombros...

Uma verdadeira pérola esquecida pelo tempo e resgatada pelos fãs do terror voltando a ter relevância no meio.

O filme é um prato cheio para quem gosta de filmes de mansão assombrada, com terror aos moldes orientais e ainda com uma pitadinha de surrealidade tal qual já foi visto em Hausu de 1977 e que com certeza serviu de fonte de referência para Kiyoshi Kurosawa confeccionar a sua obra.

A trama começa bem devagar é verdade e só toma forma a partir da segunda metade mostrando tudo o que tem na reta final nos brindando com sequencias inesquecíveis de violência gráfica de primeira com uma carga bacana de gore e ainda um trabalho excelente de maquiagem e efeitos práticos, além dos especiais, é claro.

A época escolhida para a produção do filme foi certeira, a ambientação é deveras imersível, os sustos estão garantidos a cada cômodo e as atuações do elenco são competentes, não tem do que reclamar.

No mais, vale dar uma olhadinha no jogo que originou o filme que saiu para a plataforma de 8 bits da Nintendo no mesmo ano de 1989 e é um RPG, um jogo com narrativa de exploração focado na história que ficou exclusivo no Japão, mas que hoje graças aos heróis das traduções já tem um porte em inglês, o que já ajuda bastante. Eu ainda não joguei mas já vi alguns fragmentos de gameplay e me parece excelente e olha que eu nem sou fã do gênero, mas como tem o terror como plano de fundo já vale a curiosidade.


 Trailer:



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