Fazia tempo que eu não trazia um clássico do cinema italiano, mas a partir de agora eu vou pegar no pesado e tentar conciliar com as postagens das resenhas de filmes asiáticos já que ambos os cinemas são fascinantes e merecem todo o destaque por aqui.
Dirigido por Michele Soavi, a trama que tem vários títulos alternativos como todo bom giallo, se passa num teatro onde um grupo de atores ficam confinados a mercê de um assassino em série fugitivo de um hospital.
Simples, direto e sem desdobramentos, a trama tem tudo o que se espera de um filme de terror italiano dos anos 1980 e ainda toma da fonte dos clássicos slasher com antagonistas mascarados para tentar emplacar com o seu próprio.
Tudo começa nas ruas decadentes de uma metrópole à noite onde vemos uma prostituta esperando na esquina por clientes, até que ela é agarrada por trás pelo pescoço para dentro de um beco.
Acaba que tudo era apenas o ensaio de uma peça musical sobre um serial killer que usa uma pitoresca máscara de coruja.
O ensaio é interrompido pela insatisfação do perfeccionista diretor Peter Collins para com a atriz Alicia que é a interprete da personagem prostituta e que não atendeu aos seus anseios.
Conhecemos então a equipe que fará parte do elenco: Sybil, a loura estonteante que namora o galã Danny de quem está grávida pela segunda vez, dando a entender que na primeira ela abortou para preservar sua juventude e sua carreira, Brett que é o antagonista serial killer da máscara de coruja, as amigas Betty e Corinne, a avoada Laurel, o produtor Ferrari e Mark o assistente de Peter.
Geral tira um tempo para descansar para que possamos conhece-los e contextualizar seus perfis.
Betty e Corinne aproveitam o intervalo para dar uma saída com a ajuda do zelador Willy que é o único que tem a chave da porta de acesso dos fundos e que com certa relutância entrega às garotas contanto que elas sejam rápidas e voltem com a chave em segurança antes que Peter note.
Enquanto isso, longe dali um par de policiais levam um condenado imobilizado sobre uma maca até um quarto de um hospital sob custódia sendo notório que o vagabundo levou uma merecida coça e coincidentemente, Betty se consulta com o ginecologista no mesmo estabelecimento enquanto Betty curiosa, acaba descobrindo que há um preso no quarto adjunto.
Junto à amiga, Betty fica sabendo que se trata de Irving Wallace, um terrível serial killer que já estripou e esquartejou mais de uma dezena de pessoas.
Durante a saída, sem que as garotas percebam, Irving foge de seu quarto por conta de um sedativo mal dado e se enfia no carro em direção ao teatro.
Um tempo depois, Betty deixa Corinne dentro do teatro e volta até o seu carro ao perceber que o porta-malas do veículo está aberta e o fecha entrando no carro para verificar se não tem mais nada fora do normal enquanto cai uma chuva do nada.
Após levar um susto com Lúcifer, o gato de estimação de Willy, Betty percebe que há alguém do lado de fora do carro a observando e ao sair do veículo, ela é acertada por esse alguém com uma picareta bem dentro de sua boca.
Momentos depois, é Alicia que está de saída e ao chegar em seu carro ouve os miados de Lúcifer que cessam do nada enquanto ela chama e procura pelo bichano, mas o que ela acaba encontrando é o corpo dilacerado de Betty.
Em pânico, Alicia volta correndo para dentro do teatro e avisa geral. Em poucas horas a polícia chega e toma conta do caso.
Mesmo com o ocorrido, Peter se nega a interromper a peça que estreia em poucos dias entrando em divergência com Ferrari. Além disso, o diretor resolve aproveitar para fazer uma modificação no personagem de Brett que agora se chamará Irving Wallace para aproveitar o marketing do assassino, fora que ele resolve manter geral encarcerado no teatro para acelerar os ensaios sem descanso.
Depois que os ânimos exaltados se esfriam, geral se divide pelo teatro: Laurel vai até o guarda roupas da figuração para retirar um figurino e lá ela sente que alguém a observa. Assustada, ela se tranca em um armário e grita achando estar sendo vítima de uma das gracinhas de Brett e geral aparece a acalmando.
Com tudo em ordem, um novo ensaio é iniciado com uma cena entre Corinne e Danny enquanto Alicia tenta encontrar a chave da saída dos fundos já que Willy à essa hora já foi para casa.
A cena de Corinne segue com o personagem que seria de Brett a esganando para valer e logo depois desferindo várias facadas enquanto Alicia tenta alertar à Peter que Irving Wallace pode estar no teatro.
Corinne acaba morrendo sem conseguir dizer onde está a chave da porta dos fundos que estava em seu poder dando início a um ataque generalizado de histeria, afinal todos estão trancados no teatro sem ter como sair.
Para piorar, a luz é cortada e geral se agrupa longe do palco enquanto Ferrari enfia todo dinheiro das entradas da peça num malote e tenta procurar uma saída alternativa para fugir com tudo, mas Irving o encontra e o esfaqueia.
Peter, Mark e Danny deixam as garotas num camarim e partem para procurar Brett que está desaparecido e por Ferrari cujo corpo é encontrado pendurado pelos pés fazendo geral dar o pinote de volta ao esconderijo onde reagrupam com as garotas.
Enquanto isso, Irving encontra a oficina do teatro com várias ferramentas que ele pode usar como armas letais.
De volta ao camarim, Peter e Danny deixam o grupo aos cuidados de Mark e vagam pelo teatro em busca de uma cópia da chave dos fundos.
Não muito depois, alguém tenta forçar a maçaneta da porta do camarim e ao tentar segurar a porta, Mark é pego e perfurado por trás com uma furadeira morrendo.
Peter e Danny ouvem os gritos das garotas e voltam ao camarim tarde demais, já que Irving, o autor do crime já bateu marcha de lá.
Geral vai até a oficina e se arma com o que encontram por lá e voltam a se agrupar atrás de uma saída, até que a equipe encontram Irving correndo pela estrutura de suporte dos refletores e sacos de areia das cortinas.
A equipe dispersa tentando cercar o maníaco, no entanto, Alice cai da escada da estrutura fazendo Laurel deixar a colega para trás para reagrupar com o resto da equipe.
Peter encontra Irving usando a máscara de coruja e o acerta diversas vezes com um machado, porém ao desmascara-lo, descobrimos que era Brett que estava amarrado servindo de isca.
Sybil entra em pânico e Irving puxa seus pés por debaixo do piso e Danny com a ajuda de Peter agarram os braços da atriz, mas ao puxa-la de volta, descobrem que ela foi cortada ao meio.
Irving de porte de uma moto-serra rende Danny e o mata diante de Peter que corre ignorando Laurel. Irving acerta a garota com a serra e vai até Peter serrando seu braço fora.
O diretor aproveita que a moto-serra ficou sem combustível e tenta acertar Irving com o machado mas acaba sendo decapitado.
Do lado de fora, uma dupla de policiais fazem uma ronda próxima ao teatro ao mesmo tempo que Alicia recobra a consciência. A jovem caminha até o corredor de acesso aos camarins e chega ao banheiro onde encontra Laurel bastante debilitada sem se quer conseguir proferir uma única palavra.
Percebendo que Irving se aproxima, Alicia se esconde e presencia o assassinato frio de Laurel o que a faz correr chegando pouco depois até o escritório de Peter onde encontra um molho de chaves e um revólver carregado.
Ao chegar até a porta da entrada principal do teatro, Alicia testa cada uma das chaves mas nenhuma serve e Irving aparece no palco acomodando os restos de cada vítima que ele esquartejou e tenta forra-los com penas.
Lúcifer, o gatinho aparece brevemente andando pelo palco e acaba ativando a ventilação fazendo com que Alicia consiga ver a chave da porta dos fundos enganchada entre dois pisos de madeira do palco, muito próximo à Irving que está sentado em uma poltrona acariciando o bichano.
Alicia caminha sorrateiramente por debaixo da estrutura do palco e com muito esforço ela consegue desencravar a chave sem que Irving se dê conta.
Ao tentar finalmente fugir, Alicia é agarrada pelo pescoço, mas perfura Irving conseguindo correr até a porta, mas não conseguindo abri-la. Irving a ataca com um machado, mas Alicia escala a estrutura dos refletores sendo alcançada.
Alicia rapidamente o ofusca com a fumaça de um extintor fazendo Irving se desequilibrar e ficar pendurado. A atriz aproveita e mete a ponta do salto nas mãos do assassino na tentativa de derruba-lo, mas ele se segura a uma corda e escala de volta.
Sem perda de tempo, Alicia pega o machado e arrebenta a corda fazendo Irving despencar e fazer naninha.
Com tudo calmo, Alicia caminha até a porta, mas Irving a agarra e como último recurso a jovem joga um lixeiro em chamas sobre o assassino que queima até a morte.
Finalmente livre, Alicia é tietada pelos repórteres enquanto a polícia faz a limpa dentro do teatro retirando os restos de geral.
Em segurança, Alicia é levada até o hospital onde fica de observação até a manhã seguinte quando ela dá por falta de seu relógio, o que a faz retornar ao teatro para procura-lo e encontra Willy que acabara de chegar para mais um dia de trabalho e este se prontifica a ajuda-la a encontrar o pertence.
Ao encontrar o relógio pouco tempo depois, Alicia revive o trauma da noite passada através de uma visão com os pedaços dos corpos de seus amigos e nisso, Irving que está vivo aparece por de trás de jovem tentando mata-la, porém Willy o executa com um tiro na cabeça e se vangloria enquanto Alicia caminha lentamente para fora do teatro em estado catatônico...
Sem dúvida uma grande surpresa do terror italiano na melhor década do subgênero de slasher trazendo muita sanguinolência crua pipocando na cara do espectador a cada momento sem controle algum.
A figura do assassino mascarado se tornou um ícone sendo relembrado entre os grandes serial killers clássicos que usam máscara como Jason Voorhees, Michael Myers e Leatherface, além da estética da máscara que é muito atrativa e criativa.
Além de dirigir, Michele Soavi é creditado como um policial na trama, uma breve atuação a la Stephen King que se repetiu em A catedral de 1989 onde Soavi repetiu tanto da direção quanto na atuação e de um policial novamente.
O elenco atua bem, estão todos bem apresentados e cada um tem uma cena de morte memorável e até criativas em alguns casos, sem poupar na violência e no sangue falso, além é claro no trabalho muito competente da equipe de efeitos práticos.
No mais, o filme é bem ágil, a trama se desenvolve sem lenga lenga a partir do segundo ato e não tenta pregar peças no espectador com reviravoltas ou jumpscares, é só a boa e velha matança desenfreada, muito sangue, muita correria e gritaria garantida.
Trailer:
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