A década de 1980 ainda escondem muita coisa boa no quesito filme de terror e é sempre muito legal encontrar coisas novas seja peneirando nos sites alternativos da vida, seja recebendo recomendações ou apenas caindo de para-quedas em algum review.
No meu caso foi pura propaganda de um canal chamado Retrocine no Youtube cujo dono é muito fã do filme e por várias oportunidades banhou a obra com ouro e ervas finas, o que me fez ficar curioso para assistir, mas que como o filme é meio raro eu acabei tendo que buscar as tais alternativas para encontra-lo.
O filme em questão tem o nome brasileiro simplesmente de A morte e o título original de The dead next door de 1989, dirigido por J.R Brookwalter, que tem uma lista pequena e bem obscura de trabalhos dentro do terror e que também faz uma ponta em sua própria obra.
A obra gira em torno de uma eclosão de mortos-vivos e um grupo de agentes do governo que se unem para destruir a ameaça que se espalha a nível global em poucos anos.
Com muito sangue para oferecer apesar do baixo orçamento, o filme nos leva a uma série de descobertas por trás do avanço dos zumbis, sua origem e seus adoradores, por incrível que pareça.
Tudo começa na cidade de Ankron em Ohio durante a primavera.
No interior de uma cabana humilde, somos apresentados ao doutor Arco Bow e sua filha Anna que trancam as portas para se proteger de uma invasão iminente que ocorre em poucos instantes e são um jovem chamado Jason e mais um outro homem que são atacados por alguém na penumbra.
Depois da intro, é noticiado pela televisão um ataque de mortos-vivos à uma locadora de vídeo, mas os semi mortos se já se alastraram por toda a cidade em um número alarmante executando ataques devastadores em diversos pontos.
Anos depois, em algum lugar da Virginia, os mortos-vivos já são uma grande maioria vagando pela cidade livremente.
Com o caos instalado, é formado pelo governo um grupo de agentes anti-zumbis e uma das subdivisões que é liderada por Raimi e formada por Richards e Kuller, invadem uma residência infestada se espalhando por entre os cômodos.
Richards encontra um grupo de zumbis se banqueteando e inicia uma chacina chamando a atenção dos parceiros que evitam por muito pouco que ele fosse morto em um ataque repentino.
No entanto, Richards acaba perdendo alguns de seus dedos na investida e sabendo que fora contaminado e que irá em questão de tempo se transformar num zumbi, ele pede à Raimi e Kuller que sigam sem ele na missão.
Perto de lá, Mercer, um dos agentes anti-zumbis descobre um grupo de mortos-vivos se aproximando e reporta à Raimi e os outros e recebe uma notificação de uma manifestação pró-zumbi ocorrendo neste momento em Washington.
Depois de verem a manifestação pessoalmente, o grupo de Raimi se dirige até um hospital que serve de abrigo e é administrado pelo doutor Moulsson que tem alguns mortos-vivos aprisionados em câmaras de tortura.
O médico estuda a estrutura celular dos mortos-vivos e desenvolve uma espécie de eletrodo que estimula as cordas vocais de suas cobaias conseguindo que elas falem, o que antes era impossível por conta de sua condição.
Moulsson ainda diz que a única forma para matar os zumbis é contendo o vírus que eles possuem e que é contagioso e para isso, devem impedi-los de se alimentar, ou seja, devorando carne viva, como cérebro.
De repente, uma das cobaias morde a mão de Mercer provocando uma contaminação.
Neste mesmo instante, ocorre um ataque direto entre zumbis, manifestantes e a polícia que resulta em diversos feridos.
Mais tarde, Raimi e seu grupo ajudado por outros dois populares evitam uma invasão à uma cabana que é a mesma do início do filme, mas acabam se separando no processo. Raimi e Kuller verificam o porão e encontram o corpo do doutor Bow e seu diário.
Na manhã seguinte, Raimi e os outros descobrem através de um dos refugiados que anos atrás um tal reverendo Jones alertou aos seus fiéis sobre uma punição divina á aqueles que se afastaram de Deus e a consequência foi a volta dos mortos à vida para se vingarem dos vivos.
Enquanto isso, Moulsson e seu assistente Franklin encontram a fórmula de um antídoto contra o vírus que estava sendo desenvolvida pelo doutor Bow.
Neste mesmo momento, um dos refugiados chamado Vincent surta e ataca o capitão Kline do grupo de Raimi com um facão dando início a uma confusão que termina em tiroteio e a fuga do agressor.
Raimi e Mercer vão atrás de Vincent depois de meter um balaço nas costas dele mas o perdem.
Enquanto isso, na igreja do reverendo Jones, o religioso fica ciente do ataque de Vincent que é um dos seus fiéis e descobrimos que Anna, filha do doutor Bow está viva, sobre os cuidados de Jones a quem ela acredita ser seu verdadeiro pai e cuida as escondidas de Jason, um dos invasores do abrigo do doutor Bow que sabemos agora que era filho do cientista e que se tornou um morto-vivo na última vez que o vimos.
No caminho de volta para o hospital, Raimi e Mercer encontram um grupo de mortos-vivos com uma estranha focinheira vagando tranquilamente.
De volta à igreja, Vincent que é namorado de Anna acaba morrendo por conta dos ferimentos e Jones deixa dois de seus fiéis Lloyds e Power de alerta sobre aqueles que mataram o fiel.
Nos fundos da igreja, ocorre um estranho tipo de culto de sacrifício humano que é flagrado pelos fundos por Raimi.
O corpo de Vincent é despejado em uma câmara cheia de mortos-vivos que se alimentam do jovem chocando Raimi que vê tudo.
Do outro lado, Mercer é cercado por mortos-vivos dentro de sua viatura, mas Raimi chega bem a tempo de evitar um ataque.
Anoitecendo, Powers invade o escritório de Jones procurando por Vincent que ela desconhece ter virado morto-vivo depois de ser exilado e este está numa jaula. Jones acaba flagrando a fiel e a executa com um tiro.
De volta ao abrigo de Moulsson, Raimi tenta contato com a central de polícia pelo rádio enquanto o médico testa o primeiro protótipo do antídoto em Mercer.
Durante uma ronda, Kuller teoriza que o reverendo Jones pode ter matado o doutor Bow por conta de uma passagem do diário do cientista que diz que ambos tiveram um conflito por conta dos experimentos de Bow aos quais o religioso era contra.
Anoitecendo, Jones enche uma caminhonete com seus fiéis junto a um grupo de mortos-vivos que rapidamente chegam ao abrigo de Moulsson e iniciam um ataque. Uma fuga é iniciada e Raimi dá cobertura para que Moulsson e Franklin fujam.
Os invasores que ainda se aguentam em pé após um ataque com granada tentam seguir a viatura com os fugitivos mas é em vão.
Com o nascer do dia, Jones inicia uma pregação agora tendo Mercer como um morto-vivo em seu poder pregado pelas mãos em uma taboa.
Raimi e os outros invadem o local e Franklin solta Mercer e um breve tiroteio se inicia tendo Jones como um dos feridos o que dá início a uma fuga frenética.
No meio do caminho, Anna encontra Jones agonizando e descobre que o reverendo matou Powers. Jones se tranca no abrigo e liberta todos seus mortos-vivos.
Ao ouvir o alarme, Raimi dá uma arma para Moulsson e se separam de Kuller, porém no meio do caminho o médico é pego pelos mortos-vivos que dispersam com a chegada de Mercer que apesar de morto-vivo mantém sua consciência e seu poder de fala.
Morto, Jones vira banquete dos mortos-vivos enquanto Moulsson foge de Mercer que quer mata-lo por ter fracassado com o antídoto e por ele ter se tornado um dos zumbis, se trancando no escritório de Jones.
Enquanto isso, os fiéis de Jones tem um embate com os mortos-vivos e do outro lado, Raimi se encontra com Mercer que pede para seu parceiro não usar o antídoto em ninguém que não esteja completamente morto ou o processo de reanimação vai fracassar como ocorreu com ele.
Em outro ponto, Kuller encontra Anna que tenta mata-la, mas a agente tenta convence-la que Jones matou Bow, seu verdadeiro pai. o que ela ignora sendo atacada por mortos-vivos ao tentar disparar contra a agente.
Enquanto isso, Moulsson telefona para outro assistente chamado Savini para alerta-lo sobre a ministração do antídoto, porém a ligação é cortada por Mercer que lidera uma horda de zumbis que cercam o médico para mata-lo.
Do lado de fora, Kuller consegue chegar até a viatura juntamente com Raimi, mas neste mesmo momento, o agente é abocanhado por um zumbi que é posto para dormir na hora.
Paralelamente, Moulsson é cercado dentro de uma jaula e vira banquete. Satisfeito, Mercer sai do abrigo no meio de uma chuva e se despede de seus amigos que vão embora.
Horas depois, o antídoto é ministrado em Raimi, porém falha com ele também e este mata o doutor Savini dando início a uma chacina no hospital de onde ninguém sai vivo.
Raimi deixa o local que é cercado por uma horda e por fim entram os créditos finais mostrando todo elenco principal em takes do filme...
Essa foi sem dúvida uma das grandes pérolas que eu só fui conhecer recentemente e é tudo o que eu imaginei: a história é bacana, tem personagens principais cheios de personalidade, a trama apesar de bem básica é frenética e a violência gráfica é extrema e muito bem executada apesar do notório baixo orçamento.
Aliás, a grande surpresa da obra é a maquiagem e os efeitos práticos que estão muito bem feitos, o que garante muito sangue escorrendo em momentos memoráveis.
Uma grande sacada do filme que é perceptível são as homenagens ao terror clássico como personagens que foram batizados em homenagem a grandes nomes do terror como por exemplo Raimi que é uma clara alusão à Sam Raimi, pai de Evil dead ao qual o filme se inspirou em seus exageros e o doutor Savini que foi uma homenagem à Tom Savini, pai dos efeitos especiais e maquiagens de filmes de terror memoráveis como a trilogia dos mortos de George Romero, o primeiro Sexta-feira 13 e muito mais.
No mais, o filme é uma excelente recomendação para quem quiser algo diferente, clássico e desconhecido para passar o tempo que é bem breve, já que a produção mal chega à uma hora e vinte.
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário