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quarta-feira, 14 de maio de 2025

The Eye - A Herança / O Olho do Mal / The Eye (2002-2008)

 


Como todo mês já virou uma tradição fazer a resenha de pelo menos um filme asiático e sua contraparte Hollywoodiana, desta vez não será diferente e eu vos trago um esquecido recheado de mistério cujo original é uma cooperativa entre Hong Kong e Singapura.

Como ambos os filmes são quase que total xerox um do outro eu vou como sempre focar no remake e depois fazer uma ponte entre as versões que tem bem poucas diferenças.

A trama nos apresenta a uma jovem que é cega e está às vésperas de passar por um transplante de córneas que acaba sendo um sucesso, a adaptação ao novo mundo é trabalhosa, mas um fato inusitado acaba pregando peças na protagonista que não tem qualquer noção da realidade de alguém que enxerga e  o fato é que ela passa a enxergar espíritos e espectros que levam os mesmos para o outro lado.

A protagonista consegue prever por instantes as mortes que se avizinham e desconfia ter herdado as memórias de sua doadora dando assim início a caça pela identidade da mesma para tentar desvendar o que está acontecendo e como acabar com o pesadelo que se torna cada vez mais frequente.

O filme abre com uma jovem se trancando no quarto de um casebre ao prever que pessoas enfurecidas a estão perseguindo a acusando de ser bruxa. Acuada, a mesma acaba tirando a própria vida se enforcando.

Na transição de cena entre a introdução e o início para valer, conhecemos a jovem Sydney Wells que é cega desde os cinco anos por conta de um acidente e que desde então tem se fortalecido em seus outros sentidos além de ter se tornado uma exímia violinista.

No entanto, Sydney está de cirurgia marcada de transplante de córneas depois de ter se preparado física e psicologicamente por dias.

Chegando o momento da internação, Sydney conhece uma menina chamada Alicia que tem um tumor na cabeça e se torna sua amiga depois da operação que é um sucesso. De início como era de se esperar, a visão de Sydney ainda está embaçada o que significa que ela deve descansar seus olhos para que ele se adapte ao seu corpo.

Durante um período de resguarda, Sydney começa a enxergar pequenos borrões e um vulto do que parece ser uma senhora perturbada a quem ela segue pelos corredores de seu quarto até perde-la.

No dia seguinte, enquanto é examinada pelo doutor Haskins, que cuidou de sua operação, Sydney pergunta para ele quem era sua doadora, porém ele desconversa por ética e regra do hospital que o proíbe de passar a informação e a remaneja para o doutor Paul Falkner que irá assessorá-la em sua readaptação ao mundo dos que enxergam.

Depois de dias internada, Sydney recebe alta e vai para o apartamento onde vive, com sua irmã Hellen onde é recepcionada com uma grande festa pelos seus inúmeros amigos e vizinhos e onde ela se sente meio estranha.

Horas depois da festa, Sydney descansa e tem um estranho pesadelo, onde ela se queima no forno o que a faz acordar no meio da madrugada ficando pelo resto da noite inquieta.

Na manhã seguinte, Sydney conhece pessoalmente seu novo médico Paul que a leva para andar na rua para orienta-la sobre as formas e as cores da nova vida para que não se confunda e nem tenha medo.

Dias depois de finalmente estar enxergando totalmente claro, Sydney volta de uma caminhada até sua residência e encontra o que parece ser o corpo de uma criança embalado, mas na verdade é apenas um misterioso menino usando capa de chuva que se levanta e pergunta com insistência se a jovem viu seu boletim escolar por aí e depois ele some.

Num outro momento, enquanto toma café com seu instrutor de violino, Sydney vê uma mulher usando boina a encarando e esta a ameaça, a ataca e desaparece como mágica e o pior é que a jovem é a única que pôde ver a estranha assombração.

À noite, Sydney tem um sonho com a perseguição à personagem do início do filme que era taxada de bruxa e ao acordar começa a ver seu espaço distorcido.

De manhã, Sydney procura Paul e revela ter visões estranhas mas o médico tenta convence-la que que sua percepção está confusa.

Em um outro momento, Sydney tem uma visão de um incêndio sob seu ponto de vista e depois, ela vê um vulto se aproximando do olho mágico de seu apartamento subsequente aos gritos de um homem pedindo socorro e este se manifesta correndo em chamas, mas descobrimos que era um sonho.

Completamente em pânico, Sydney sai de casa correndo e vaga pela rua onde presencia um acidente de trânsito onde uma jovem acabou morrendo. O mais estranho, é que Sydney segundos antes, viu uma jovem idêntica à falecida junto ao local do acidente e ao vê-la sendo levada por uma figura espectral acinzentada ela se dá conta de que aquela é a alma da garota que acabara de morrer e que agora fora levada para o outro mundo.

Sydney vai até um restaurante onde em prantos liga para Paul requisitando sua presença.

Na sequência, Sydney tem uma visão de uma janela rachando e o menu pegando fogo além de prever a explosão do local.

Inesperadamente, Sydney volta à realidade fora do restaurante onde encontra Paul que diz que o estabelecimento pegou fogo há algumas semanas. A novem em pânico revela o que esteve presenciando, mas o médico segue cético.

Sem ajuda do amigo, Sydney volta para seu apartamento onde vê o fantasma de um homem na cabine do elevador que a faz exitar e esperar para pega-lo na próxima vez e é o que faz quando a cabine volta aparentemente vazia. Ao entrar, Sydney percebe que o fantasma voltou por trás e este levita lentamente em sua direção a deixando nervosa.

Assim que o elevador chega em seu andar, ela corre pelo bloco desembestada e reencontra o fantasma do menino da capa de chuva que volta a perguntar sobre seu boletim, o que faz com que Sydney surte e arrebente o vidro de uma janela no murro.

Finalmente em casa, Sydney destrói todas as suas lâmpadas e se isola ignorando por dias as ligações de Hellen até que numa manhã Paul aparece e encontra sua paciente na cama totalmente no escuro e vendada com seu ferimento no braço mal cuidado. 

Paul leva Sydney e a interna no hospital para cuidar dela e lá ela se reencontra com a menina Alicia que diz à amiga para não ter medo do mundo, pois ele é lindo e depois é levada pelo espectro cinza deixando claro que a menina perdeu a vida para o tumor.

Na manhã seguinte, Sydney acorda aos cuidados de Hellen que lhe entrega uma foto que ela havia tirado no pós operatório com Alicia, mas a jovem não se reconhece e nisso descobrimos que através de seu reflexo no espelho, Sydney vê o rosto de uma outra jovem. Como?

Encucada, Sydney faz uma pesquisa sobre memória celular que é uma condição onde em alguns casos, uma pessoa que passou por um transplante de órgão herda características e ou memórias de seu doador, que é o que ela acredita estar acontecendo e que por tanto, aquela jovem que ela vê em seu reflexo só pode ser sua doadora.

Sydney pede ajuda para Paul para descobrir quem era sua doadora, mas assim como o doutor Haskins, Paul se nega a responder por ética e regra do hospital e ainda diz que ele poderia perder sua licença se quebrasse a confidencialidade.

Mais uma vez sozinha, Sydney volta para casa onde tenta por conta descobrir a identidade de sua doadora usando como base o rosto que ela enxerga em si, e no processo, ela acaba tendo uma visão de um incêndio. Em pânico, Sydney quebra o espelho em que se via e diz para Hellen que ela precisa descobrir quem era sua doadora e vai até o centro da cidade onde encontra Paul que finalmente resolve ajuda-la se arriscando e a leva até um vilarejo humilde no México.

Lá, Paul diz que segundo suas pesquisas nos registros a doadora de Sydney pode ser uma jovem que se chamava Anna Cristina Martinez cuja mãe trabalhava numa fábrica de cerâmica.

No meio do caminho, a dupla para na frente de uma fábrica em ruínas onde algumas crianças brincam e o local é o mesmo onde Sydney diz ter visto um incêndio ocorrer, o que é confirmado por uma criança que diz que aquela era a fábrica de cerâmica do vilarejo que explodiu depois que uma garota com fama de bruxa apareceu por lá.

Paul e Sydney vão em seguida até a casa da família Martinez onde conhecem Rosa, mãe de Anna Cristina que tem uma cicatriz permanente de queimadura no rosto, resultado da explosão da fábrica onde ela foi uma das poucas operárias que escapou com vida. Rosa reconhece os olhos da filha em Sydney e revela que a jovem tinha o dom de prever o futuro e que conseguia transitar entre os vivos e os mortos e que por isso ela vivia isolada e era odiada pelos populares que não entendiam os seus poderes e a taxavam de bruxa.

Sydney no mesmo instante, vê o espectro cinza adentrar na casa coincidindo com um enfarto que Rosa sofre fazendo com que Paul a leve até o hospital do vilarejo enquanto Sydney fica na casa.

Lá, Sydney tem uma visão com o momento em que Anna Cristina foi até a fábrica procurar a mãe desesperadamente tentando alertar o patrão que algo ia ruim acontecer, porém sendo expulsa na hora. 

Instantes depois, longe da fábrica, Anna Cristina presencia a explosão do estabelecimento.

Ao voltar a si, Sydney procura pela alma de Anna Cristina no porão e a encontra se enformando não conseguindo evitar.

Paul aparece logo depois e vê Sydney confortando o vazio que na verdade era a alma de Anna Cristina em seus últimos suspiros.

Na saída da casa, Sydney descobre através de Paul que Rosa acabou morrendo e os dois passam a noite na estrada de volta para os Estados Unidos, mas próximo aos limites da fronteira eles acabam tendo que parar o carro junto a um grande trânsito por que há um fugitivo sendo perseguido pela polícia.

Sydney vê numa casa perto de lá uma menininha pela janela e acaba tendo uma visão com o local pegando fogo e a pobrezinha presa gritando por socorro. Sem perda de tempo, Sydney pula do carro e vai até a janela tentando alertar a menina e sua mãe para que saiam do local, sem sucesso.

Depois, ela vai até o ônibus próximo para pedir ao motorista para evadir da pista, pois próximo a ele tem um caminhão de carga de carga inflamável que segundo sua visão será o catalisador de uma explosão que resultará no incêndio. Ela entende que aquela era a missão que Anna Cristina quis que ela cumprisse em seu nome para que sua alma pudesse descansar em paz. Ao ver os espectros cinzentos se aproximando dos passageiros do ônibus, Sydney e Paul iniciam uma evacuação que agora sim ocorre.

No processo, um carro próximo se descontrola e bate na carga do caminhão que começa a incendiar.

Sydney vai até a menina que ela previu pedindo socorro na janela de sua casa e a salva antes que a explosão pudesse acontecer. Finalmente com geral a salvo, Sydney é a única que fica para trás e finalmente a explosão acontece e estilhaços de vidro cortam seus olhos.

Com sua visão embaçada, Sydney ouve Paul dizer que ela salvou a vida de geral e ela desmaia.

O tempo se passa e Sydney acabou voltando a ser cega, mas ela não se entristece e reitera que irá se fortalecer em seus outros quatro sentidos como antes e volta a tocar violino sendo o centro de um concerto bem sucedido...

Antes de dar minha sincera opinião, vamos ao contra ponto como sempre.

A introdução do filme original não tem a cena da perseguição e é bem mais ao ponto nos apresentando à protagonista Wong Kar Mun rapidamente e ela já é levada para o transplante.

É irrelevante, mas vale salientar que nesta versão Num tem uma avó, coisa que Sydney não tem e a personagem é tão vaga e sem propósito quanto a irmã.

O andamento é todo igual, tem até um momento diferente na parte em que Num vaga até chegar ao restaurante depois de ver um fantasma no acidente de trânsito que nesta versão é um jovem gordinho e não uma jovem loura. No restaurante, Mun vê uma mulher suspeita que em pouco tempo descobrimos que era a fantasma da esposa do dono do estabelecimento.

Há também uma diferençazinha na cena em que a menina com o tumor que aqui se chama YingYing. Ela aparece como no remake para reencontrar a amiga, mas ela se despede mesmo sabendo que precisa partir e por que ela está junto de um espectro que no original é bem melhor editado sendo apenas uma imagem de um ator sobreposta como uma sombra e não um CGI tosco como foi em O olho do mal.

Mun ao ver o espectro logo entende que a menina morreu e ainda tem uma visão com o momento que a mesma sofreu uma parada cardíaca até morrer, nos brindando com uma cena tocante com o lamento sincero da protagonista pela perda da amiguinha. Aliás, tem uma cena breve em que Num e seu médico, o jovem doutor Lo que tem sentimentos assumidos pela jovem comparecem ao sepultamento de YingYing.

Outra pequena diferença está no momento em que Mun foge do fantasma levitante do elevador. Ao chegar na entrada de seu apartamento ela encontra o fantasma do menino do boletim com quem ela surta e nisso, diferente do remake, o menino salta do parapeito deixando claro que o original se matou lá mesmo em algum momento de sua existência.

Agora chegando à reta final, temos diferenças pontuais na história de Ling que é a versão original da Anna Cristina. Igualmente, ela tinha poderes premonitórios e era tratada com ignorância pelos populares sendo taxada como bruxa. Aliás, sua história foi muito mais aprofundada e descobrimos que ocorreu mortes misteriosas de pessoas do vilarejo que Ling previu e tentou evitar, mas só o que ela conseguiu foi ser tratada como responsável pelas mortes sendo desprezada por todos e considerada como filha do diabo.

Houve também um grande incêndio no vilarejo que Ling também tentou alertar e este foi o estopim para ela se matar.

Mun e Lo vão à um vilarejo na China e conhecem a mãe de Ling que diz que amava e protegia a filha, mas que ficou mal com ela por ela ter tirado a própria vida e que por isso ela não a perdoava.

Ao se dar conta do ambiente obscuro do casebre da mãe de Ling, Mun descobre que o espírito da jovem está preso em um looping de espaço tempo e que toda madrugada as três da manhã ela vai até o seu quarto onde tira sua vida, o que a faz ficar por lá para passar a noite.

Mun fica no quarto de Ling e quando chega perto do horário em que as coisas aconteceram, Ling a controla e segue sua sina de tentar se matar, porém a mãe da jovem ouve os gritos da filha emulados por Mun e corre ao seu auxílio evitando a morte da jovem ao mesmo tempo em que pede perdão ao espírito da filha que enfim descansa. Aliás, ao contrário de Rosa, a mãe de Ling não morre.

Com a missão cumprida, Mun e Lo pegam estrada de volta para Hong Kong de ônibus onde a jovem vê diversos espectros rondando cada passageiro do veículo, o que faz com que ela peça para que todos deixem o coletivo mas é ignorada enquanto vemos em paralelo uma visão com o momento em que Ling tentou em vão alertar os populares sobre a grande explosão.

Ao contrário do remake, a explosão ocorre e leva diversas pessoas não só do ônibus, mas vários populares em carros, pela rua e próximas delas. Enquanto vemos os restos derretidos dos corpos das vítimas numa cena devastadora, também vemos os espectros aos montes levando suas almas para o além túmulo.

Mun foi uma das raras pessoas que junto de Lo conseguiu sobreviver por muito pouco e assim como Sydney voltou a ficar cega porém em paz.

Agora sim indo ao ponto, ambos os filmes tem um andamento legal apesar de lento, uma trama diferente e envolvente.

Um ponto forte do remake são as caras conhecidas e o orçamento notoriamente maior que o original. São poucos, mas os principais nomes do elenco são Jessica Alba que deu vida à Sydney de forma esplendorosa e uma participação rápida porém emocionante de Chloe Grace Moretz, que em 2013 protagonizou o desastroso remake de Carrie a estranha, no papel da menina Alicia que simplesmente brilhou.

O ponto fraco é o uso excessivo de CGI, sobretudo nos espectros que mais parecem amoeba e isso infelizmente era uma constante nos filmes de terror da época.

Outra coisa foi o final otimista que tirou todo sentido da jornada da protagonista e sua razão para ter herdado o dom de sua doadora. Eu confesso que depois de ver o original eu acabei gostando mais da simplicidade dos efeitos especiais, apesar do início ser bem baixo orçamento e não me animar. Aliás, outra coisa que eu gostei também foi a caprichada maquiagem dos corpos derretidos na explosão na posta no final. A visão foi simplesmente desoladora e perturbadora e por certo que não passaria na classificação indicativa se fosse adaptada fielmente no remake.

O original The eye ainda teve uma sequência intitulada Visões em 2004 e em 2005 Visões 2: a vingança dos fantasmas que eu ainda não vi. Já o remake parou com um filme mesmo e já está de bom tamanho.

No mais, eu recomendo ver as duas versões, é sempre bom ter um contraponto para poder discutir as diferenças, as raízes de cada versão e todos seus pontos fracos e fortes. Vai por mim, vale apena. 


Trailer (Versão de 2002):



Trailer (Versão de 2008):



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