Um dos filmes mais assistidos da Netflix em 2021 e que é uma produção original da Hulu finalmente ganha uma resenha digna depois de tanto atraso, afinal há uma agenda para ser cumprida por aqui e sempre tem material na fila.
Mas deixando de lado, agora sim é a vez de explorar este thriller de tirar o fôlego e que vale cada minuto assistido por se tratar de uma trama totalmente diferente com uma vilã fora de suspeitas: uma mãe obsessiva.
A história nos leva a uma família formada por uma mãe zelosa em excesso e sua filha cadeirante de saúde frágil que sonha com sua independência. Os problemas começam quando a jovem desconfia que a mãe a está envenenando com um medicamento misterioso.
O filme se desdobra numa busca pela verdade em meio a uma marcação serrada da antagonista que é controladora ao extremo e no decorrer a gente descobre o por que...
Tudo começa durante um parto onde nasce um bebê deveras prematuro que exige muitos cuidados.
A mãe, Diane Sherman, depois de muitos minutos de trabalho árduo vai até o berçário para ver sua filhinha na encubadora em prantos e pergunta para a equipe médica se a bebê ficará bem.
O filme corta para anos depois em uma sessão de terapia em grupo da qual Diane faz parte, porém reprimindo totalmente seus sentimentos numa tentativa de se mostrar forte, talvez.
Nos últimos 17 anos, Diane sacrificou sua vida social para cuidar de sua filha a quem ela batizou de Chloe que vive presa a uma cadeira de rodas, com a saúde frágil sem nunca poder sair de casa, prestando seus estudos remotamente pela internet e aguardando uma resposta da universidade que parece nunca chegar.
A casa das Sherman é totalmente adaptada e Chloe tenta manter sua independência em áreas básicas como higiene e alimentação, porém Diane sempre faz tudo por ela e a vigia incessantemente.
Chloe tem como passatempo desenvolver e consertar aparatos eletrônicos e encontra dificuldades em obter informações de fora já que a mãe controla a internet e não a deixa ter um celular. Paralelo a isso, Diane se afunda em nostalgia vendo vídeos caseiros de quando Chloe era bem mais novinha.
Certo dia, enquanto bisbilhota uma sacola de compras atrás de chocolates, Chloe encontra um frasco com uns comprimidos de uma substância chamada Trigoxina em nome da mãe causando estranhamento.
À noite, Chloe pergunta para a mãe sobre os medicamentos que ela toma e Diane desconversa dizendo que irá substituir o diretor da escola onde ela trabalha temporariamente.
Na manhã seguinte, Chloe tenta usar uma mão biônica que ela criou para alcançar a prateleira de remédios mais alta pra analisar o frasco de Trigoxina, porém em poucos instantes Diane que estava fora regressa ao lar abortando a missão.
Com a droga em mãos, Chloe analisa o frasco e descobre um rótulo velho e gasto por baixo de outro novo. Com a pulga atrás da orelha, Chloe para de tomar os remédios da hora de dormir e memoriza a cor da cápsula de Trigoxina para fazer uma breve pesquisa na internet, porém quando tenta acessar a informação no navegador, ela descobre estar sem internet.
Na manhã seguinte, Chloe flagra a mãe discutindo pelo telefone e rapidamente, Diane diz estar falando com a central de seu provedor de internet por que a mesma está fora do ar.
Um tempo depois, aproveitando que a mãe está distraída regando sua horta, Chloe tenta telefonar para a farmácia para descobrir o que é Trigoxina, mas a atendente reconhece o número fazendo a jovem desligar na hora e tentar procurar com a ajuda da telefonista o número de outra farmácia, mas como Diane retorna para dentro de casa Chloe acaba desistindo e desliga antes de receber alguma resposta.
Longe do perigo, Chloe liga para um rapaz aleatório pedindo ajuda para que ele pesquise em seu computador sobre o misterioso remédio e depois de controlar a namorada obsessiva, o rapaz ajuda e descobre que a Trigoxina é uma droga que controla a arritmia cardíaca, porém a cor do remédio é vermelho e não verde e branco como ao que está no frasco de Chloe.
Como última opção, Chloe tenta ganhar a mãe pelo emocional a convencendo de irem ao cinema tudo com a desculpa da jovem sair de fininho com o pretexto de ir ao banheiro para ter tempo de escapulir e ir até a farmácia mais próxima.
Ao chegar lá, Chloe burla a longa fila se vitimizando de forma bem humorada por conta de sua condição de cadeirante. Ao chegar à balconista, Chloe descobre que a mesma conhece sua mãe por que ela tem cadastro lá e a jovem não pode pedir informações sobre qualquer medicamento. No entanto, a jovem consegue convencer a balconista a informa-la para que serve a Trigoxina e a droga é nada menos que um relaxante muscular para cachorro e que se uma pessoa for exposta ao medicamento seus membros inferiores sofrerão paralisia total.
No mesmo instante, Diane chega em pânico e aproveita um taque de asma de Chloe para dopa-la sem despertar suspeitas e a leva desmaiada para casa.
Mais tarde, enquanto Diane toma banho, percebemos que ela tem cicatrizes de auto flagelo nas costas e na sequencia, ela liga para a balconista da farmácia pedindo que ela ligue de volta para Chloe para explicar que ela não está sendo envenenada com remédio de cachorro.
À noite, Diane pesquisa na internet sobre o uso contínuo de neurotoxinas em produtos do dia a dia.
No dia seguinte, Chloe acorda e percebe que a porta de seu quarto está trancada e ela tenta usar uma chave de fenda para desparafusar a fechadura, porém descobrimos que do outro lado há uma enxada emperrando.
Como única alternativa, Chloe se arrasta e sai pela janela chegando à cozinha onde se alimenta bem e leva uma extensão de volta para acoplar a um cortador de vidros elétrico para poder romper o bloqueio de sua porta do lado de fora do quarto.
Depois, ela rola sua cadeira de rodas pela escada por que a esteira elétrica está desligada e depois se joga. Com a queda, Chloe percebe uma leve movimentação em um dedo do pé. Motivada, ela sobe em sua cadeira e sai de casa.
Chloe foge chegando à entrada da floresta onde se esconde ao ver a aproximação da Van do carteiro Tom. Por um instante, ela fica com a roda da cadeira presa na lama, mas ao se soltar ela acaba se arremessando na frente do veículo do carteiro que freia antes de cometer uma desgraça.
Sem perda de tempo, Chloe tenta denunciar a mãe e esta chega no mesmo instante inventando para Tom que a médica da filha trocou os medicamentos da jovem e por isso que ela não está raciocinando como se deve.
Tom fica dividido e cochicha para Chloe se ela prefere ir ao hospital ou à delegacia e quando a menina opta pela denúncia, Diane ataca o carteiro com uma seringa o matando e dopa a filha sem perda de tempo levando-a de volta para casa.
Chloe acorda presa no porão onde está montado um laboratório improvisado. A jovem encontra uma correspondência da universidade que chegara há semanas a parabenizando pela vaga obtida fazendo-a surtar.
Com sua cadeira de rodas acorrentada, Chloe se arrasta até uma caixa com documentos e fotos dela com a mãe e numa delas descobre que há anos atrás quando ela tinha poucos anos ela caminhava normalmente. Ela ainda encontra um atestado de óbito em seu nome com apenas duas horas de vida seguido de um recorte de jornal noticiando o rapto de uma recém nascida no mesmo berçário onde ela nasceu que é nada menos que ela mesmo, ou seja, a filha original de Diane que nasceu prematura morreu pouco tempo depois de dar entrada na encubadora e tudo nos é revelado em flashbacks e no mesmo momento, Diane chega no porão.
Mãe e filha se confrontam e Chloe coloca em cheque suas supostas doenças que agora sabemos que são uma grande mentira e que Diane usou do artifício da fragilidade que a garota definitivamente nunca teve para mante-la sob controle.
Aos prantos, Diane suplica para que as duas esqueçam tudo e que recomecem do zero e Chloe joga na cara da mãe que tudo que ela fez foi por puro egoismo.
Diane começa a preparar uma droga com substâncias pesadas como tíner e Chloe aproveita para se arrastar e se trancar no armário onde encontra uma garrafa com produto de limpeza que ela ingere como medida desesperada para fazer a mãe tira-la da casa, coisa que ela faz levando a jovem para o hospital onde ela passa por uma lavagem estomacal.
Chloe acorda ainda tonta pela anestesia e paralisada nas mãos. Quando consegue movimentar um dedo, ela aciona a campainha e a enfermeira que cuida dela entende que a paciente quer se comunicar através da escrita. No entanto, Chloe está tão fraca que não consegue escrever uma letra se quer e para piorar, sua enfermeira precisa sair para atender à uma emergência.
Diane aproveita e rapta Chloe o que logo é percebido pela enfermeira que encontra a palavra ''mãe'' escrita no caderno da paciente.
A fuga é brevemente interrompida pelas escadas rolantes desligadas e Diane percebe que Chloe está conseguindo mexer suas pernas e a jovem diz que não precisa da mãe.
A polícia aparece no mesmo instante dando voz de prisão para Diane que resiste e é baleada caindo do alto da escada.
Na cena seguinte, passados sete anos, Chloe evolui em sua reabilitação dando seus primeiros passos e posteriormente, vai até a enfermaria do presídio feminino visitar Diane que está prostrada em seu leito sem se quer conseguir se comunicar e é cuidada com todo carinho pela jovem que ainda a considera como mãe.
Inesperadamente, Chloe cospe um pacotinho com três cápsulas de Trigoxina e diz que Diane deve toma-las para que a jovem possa ir embora logo depois...
Sendo bem breve por que não há muito o que analisar, o filme constrói uma atmosfera de desconfiança e mistério bem bacana no início e consegue revelar aos poucos parte do que está acontecendo por trás da subtrama da protagonista sem entregar tudo de uma vez. Para alguns o plot twist pode parecer previsível, mas para quem assiste despretensiosamente a reviravolta final ainda funciona muito bem.
O filme funciona bem como thriller psicológico e consegue prender o telespectador até o final sempre torcendo pela protagonista muito bem interpretada por Kiera Allen que não se destacou muito no meio artístico tendo feito uma ou outra participação em séries como The good doctor.
Também não podemos deixar de fora a performance sublime de Sarah Paulson no papel de Diane. Esta por sua vez já é uma atriz premiada e com uma carreira com participações em séries consagradas como Grey's anatomy, Desperate housewives e American Horror stories, além de filmes como Fator de risco, Vidro, 12 anos de escravidão, Do que as mulheres gostam e entre outros.
No mais, o filme super acerta na abordagem direta deixando claro que Diane esconde algo da filha, tudo muito bem montado com situações que levantaria suspeita de qualquer um e que vai muito além de uma super proteção, uma obsessão doentia movida por um segredo ainda maior.
O final a curto prazo pode parecer decepcionante, mas se analisado toda a situação a que a protagonista foi exposta desde que nasceu se torna justo o desfecho da antagonista ainda que o jogo tenha virado e a dominadora se tornou a dominada. Para mim essa sacada foi excelente e super valeu.
Trailer:
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