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quarta-feira, 30 de abril de 2025

O Exorcismo de Emily Rose / The Exorcism of Emily Rose (2005)

 


Os anos 2000 foi uma época deveras difícil para o terror com tanta mesmice envolto aos principais subgêneros que estavam sendo explorados à exaustão e no meio de tanta desgraça é desenterrado um caso de até então quase meio século que chocou a Alemanha se tornando uma das maiores polêmicas da história do pais se estendendo pelo mundo com a adaptação cinematográfica de um episódio de possessão de uma jovem cristã em acensão.

Inspirando-se nos momentos finais de vida de Anneliese Michel, mais precisamente entre 1975 e 1976, período em que ela foi exposta a um ritual de exorcismo depois de se constatar que ela estava possuída por vários espíritos malignos. Ao contrário do que é retratado no filme, foram dois padres que executaram o ritual na época que foram ao fim do julgamento condenados a um tempo razoável de prisão semi aberta.

Tirando os nomes de pessoas que foram alterados na concepção do filme, o resto é basicamente o mesmo, a mesma história, os mesmos eventos, porém o período de degradação da protagonista foi deveras diminuído e amaciado para não chocar mais do que já havia chocado.

Mas vamos ao enredo e logo mais eu dou o meu parecer...

Tudo começa na fazenda da família Rose que vive do cultivo de abóbora com a chegada de um homem chamado Ethan Thomas que examina o corpo da filha mais velha dos Rose chamada Emily.

O padre Richard Moore que lá estava é levado sob custódia pelas autoridades como responsável pelo assassinato da jovem.

O caso rapidamente toma a notoriedade da imprensa local e descobrimos que o padre Moore estava realizando uma série de tentativas de exorcismos com Emily e sua defesa acaba sendo cedida à advogada representante da arquidiocese Erin Bruner que só aceita o caso para poder receber uma promoção.

Erin vai até o presídio pra conhecer seu cliente, e o religioso inicialmente a rejeita por ela ser agnóstica mas acaba fazendo um trato com a jovem aceitando ser defendido com a condição de que todos saibam toda a verdade do que aconteceu com Emily Rose.

Na cena seguinte, Erin vai até a fazenda dos Rose para falar com Maria, mãe de Emily e mais outras duas jovens e esta conta que o sonho da finada era ser professora e que até chegou inclusive a receber uma bolsa para estudar em uma faculdade em outra cidade.

Mais tarde, Erin conversa com Ethan que agora sabemos que é promotor da justiça local e que representará os Rose no julgamento contra o padre Moore e este pede à colega que impeça o religioso de depor na primeira sessão o que é negado.

Dias depois, o julgamento acontece e Ethan abre com um discurso vitimista movido pela lógica afim de ganhar o júri.

Antes de Erin começar sua declaração, a médica da família Rose, a doutora Vogel conta seu histórico com os Rose e menciona um capítulo em que Emily teve um caso com um homem que ela conheceu no campus da faculdade na época em que ela aceitou a bolsa e se mudou.

Certa noite enquanto descansava, Emily sentiu um cheiro de queimado o que a fez andar pelos corredores e inesperadamente, um vento estranho bate a porta principal de acesso ao corredor dos dormitórios.

Depois que Emily voltou ao seu dormitório, ela pressentiu um estranho evento sobrenatural se abater sobre o local como por exemplo seu porta-lápis se mexer sozinho e o lençol da cama da jovem que é puxado por uma estranha força que a esgana e depois a contém por um tempo.

Voltando ao julgamento no presente, o médico da universidade, doutor Muller depõe alegando que Emily foi submetida a um tratamento para epilepsia e que o padre ordenou que ela suspendesse o uso de um remédio forte prescrito para controlar os ataques chamado Gambutrol.

O primeiro dia do julgamento se encerra  e na manhã seguinte, Erin vai até o presídio buscar o padre Moore que diz que há forças sinistras rondando o salão da suprema corte e adverte à advogada que tome cuidado.

Logo depois, Moore conta sobre uma internação a qual Emily fora submetida e que coincidiu com a noite que a possessão começou.

Num flashback, vemos que Emily em princípio de possessão começou a ser psicologicamente atormentada passando a ver as pessoas com um estranho olhar negro expelindo uma substância escura pelas órbitas e soltando gritos estridentes.

Emily teve um surto que a obrigou a buscar a igreja local onde Jason, o homem com quem ela tinha um caso presenciou uma manifestação maligna oriunda da possessão.

No presente, Erin procura Jason que revela ter se apaixonado por Emily e que jamais a abandonou.

À noite, perto da hora de ir dormir, Erin sente uma presença maligna em sua casa que a faz quebrar um copo e a trancar a porta principal.

Neste mesmo instante, no presídio, o padre Moore acorda no meio do seu sono ouvindo uma voz sussurrando e ao ver um vulto passar pelo corredor o religioso reza fervorosamente.

No dia seguinte, o julgamento é reiniciado com o depoimento do doutor Briggs, responsável pela necrópsia feita em Emily e revela que os resultados do laudo confirma a epilepsia e que a jovem ainda tinha sinais claros de psicopatia.

O médico reitera que por ter cessado o uso do Gambutrol à mando do padre Moore, o estado de Emily se deteriorou e ela definhou por conta de seu estado frágil acarretando em sua morte.

Emily põe os membros do júri momentaneamente em dúvida sobre o diagnóstico de Briggs porém acaba sendo refutada.

Percebendo o abatimento da advogada, Moore pergunta à Erin se ela está sendo perseguida por forças do mal mas ela é cética.

Mais tarde, Erin instrui seu parceiro Ray a procurar por uma renomada escritora que escreveu um livro sobre possessão chamada Sadira Adani para ajuda-los com seus estudos.

Enquanto um novo dia de julgamento se segue, ouvimos o depoimento de Jason que relata que Emily entrou em um período em que ela estava sensível à certos ruídos simples e baixos que para ela pareciam estrondos.

Ainda em depoimento, Jason diz que um dia, ele convidou Emily para dormir com ele em seu dormitório e que em um certo momento ele encontrou a jovem caída no chão toda retorcida, rígida e com os olhos abertos além dela ter reagido ao namorado com um rugido.

Com o ocorrido, Emily foi levada de volta para a fazenda para ficar aos cuidados dos pais onde começou um processo de degradação ao ponto da jovem perder a sanidade, arranhar as paredes fortemente e pior, a comer insetos e a arrancar os próprios cabelos durante um surto. Foi por conta desse episódio que o padre Moore foi requisitado pelos Rose.

Em um ataque de Emily, o padre Moore e Samuel Rose, pai da jovem tentam conte-la até que ela fala uma frase em latim com uma voz demoníaca replicada à voz natural da infeliz dando início a um desafio entre o diabo e o religioso.

Quem segue depondo no julgamento é Samuel que é coagido por Ethan a reconhecer que Emily estava ficando louca, mas o homem se mantém firme e o refuta.

Finalmente, a doutora Adani é localizada e depõe revelando que Emily era hiper sensitiva além de explicar que o ritual de exorcismo fracassou por conta do uso do Gambutrol que fragilizou as defesas da jovem a deixando suscetível aos ataques das forças demoníacas.

Na saída da corte, Ray diz à Erin ter encontrado uma testemunha do exorcismo de Emily, o doutor em parapsicologia Cartwhight, porém ele se recusa a ajuda-los no caso alegando querer confidencialidade.

Erin vai até Cartwright que sabendo que a advogada está perdendo o caso resolve abrir o jogo revelando que Emily não era psicótica e tão pouco tinha epilepsia. O doutor dá à Erin um rádio gravador com um K-7 confiado à ela pelo padre Moore.

A advogada vai prontamente ao presídio visitar o padre Moore que está consternado com sua condenação e que só importa agora que toda a verdade sobre Emily venha à público. O religioso ainda pergunta à Erin se ela andou sendo atacada por demônios. Ela diz que certo dia encontrou um medalhão com as iniciais dela cravados que ela vê como um tipo de sinal para ela não desistir.

À noite enquanto dorme, Erin ouve uma voz vindo do nada e ao sair do quarto, vê o rádio gravador ligado executando a fita que era da gravação do exorcismo de Emily.

No dia seguinte, Moore depõe dizendo que em uma certa madrugada onde ele acordou repentinamente sentindo o mesmo cheiro de queimado que Emily sentiu no princípio dos eventos. Além disso, ele teve o mesmo tipo de visão distorcida das pessoas e num acesso de pânico, ele saiu de dentro de sua residência paroquial no meio da chuva e ao se virar para a porta de entrada viu um vulto.

Erin logo na sequência apresenta a gravação da fita da possessão para analise e finalmente presenciamos em tempo real como tudo aconteceu.

Entre os presentes no ritual estão o padre Moore, Samuel, Jason e o doutor Cartwright que inciam uma oração fazendo a entidade que possui Emily se manifestar se pondo agitada atacando o religioso.

Emily se solta das amarras a qual foi imposta e foge no meio da chuva sendo alcançada e segurada, porém ela se livra e solta um grito que agita os animais da fazenda.

Moore segue com o ritual de exorcismo enquanto Cartwright analisa os batimentos cardíacos de Emily que o ataca até que o padre pressiona a entidade a se identificar e então descobrimos que a jovem tem uma legião de seis demônios a possuindo, entre eles Belial e Lúcifer.

Samuel acaba sendo nocauteado por Emily e as entidades se acalmam dando fim ao ritual.

Em depoimento no presente, Moore reitera seu pedido à Emily para que ela paresse de tomar Gambutrol certo de que a eficácia da droga era nula.

Ethan contra ataca o argumento da manifestação do demônio falando latim alegando que Emily estudava línguas e dominava perfeitamente bem e ainda argumenta que não é humanamente possível que Emily tenha emitido duas frequências de voz distintas simultaneamente.

Após o tribunal entrar em recesso, Ray aparece e diz para Erin que Cartwright não virá depor e a advogada encontra o doutor exigindo satisfações até que repentinamente, o homem é atropelado e sua morte confirmada horas depois.

Abatida, Erin recebe a visita de seu superior Karl Gunderson que sabendo do "circo" que sua defesa à Moore virou a aconselha a abandonar o religioso ou ela será demitida.

Erin visita Moore horas depois anunciando a sua renuncia, mas o padre se nega a desistir e deixa com ela algumas anotações que a faz ficar dividida.

No dia seguinte, o julgamento segue e o padre Moore depõe revelando uma carta dada para ele por Emily depois do primeiro exorcismo. Ao lê-la, ele revela que depois do ritual, Emily dormiu por horas e acordou ouvindo uma voz que a atraiu até um campo enevoado onde ela encontra uma projeção de si possuída.

Emily também relata ter se encontrado com a virgem Maria que a ofertou o reino dos céus se a jovem a seguisse e se ela se recusasse, acabaria tendo um sofrimento corpóreo terrível até o fim de seus dias; justamente a segunda opção foi a que Emily escolheu por estar consternada com o seu destino.

Moore menciona a aparição de stigmas nas mãos e nos pés de Emily, o que faz dela uma escolhida de Deus até que por fim ela mesmo se recusou a passar por outra sessão de exorcismo por estar como eu já disse, conformada.

Ethan mais uma vez contra argumenta dizendo que Emily num momento de loucura feriu suas mãos e pés em uma cerca de arame farpado.

Erin por sua vez, tenta ganhar o júri com seu último levantamento dos fatos e sua crença de que o bem e o mal coexistem, além de desconsiderar os diagnósticos médicos impostos à Emily e que a única verdade é que o padre Moore estava tão dedicado ao caso de Emily que passou a amá-la como a uma filha e que arriscou sua batina e sua vida pela filha dos Rose.

O veredicto acaba sendo que Moore é culpado pelo assassinato de Emily Rose, porém a representante do júri diz que o padre já pagou pelo seu crime fazendo com que a juíza Brewster reconsidere da decisão liberando o padre.

Erin bebe pela vitória e vai com o padre Moore visitar o túmulo de Emily onde o religioso diz que não poderá voltar à paróquia e que sempre será perseguido pelas trevas.

Antes de ir dormir, Erin coloca todas as evidências apresentadas no julgamento dentro de uma caixa e se deita com um gosto amargo crendo que as forças das trevas também a perseguirão pelo resto de sua vida...

Pois bem, o filme brevemente falando conseguiu chamar a atenção e se tornou uma das produções mais relembradas da década tendo ganho visibilidade em tudo quanto é sessão de cinema seja em canais abertos ou pagos tendo tido uma sobrevida interessante.

Hoje no entanto a obra está deveras esquecida e só volta a ser alvo de debate quando algum influencer traz algum vídeo sobre o filme ou mesmo sobre a história real. Aliás, o filme está bem fácil de ser encontrado hoje para ser visto e continua fazendo bem o seu papel.

É claro que os efeitos estão começando a envelhecer e muito mal, mas ainda sim a direção de Scott Derrickson é muito boa, as atuações, sobretudo a de Jennifer Carpenter no papel de Emily Rose que está assustadora até os fios de cabelo.

O filme exige paciência já que nós temos um paralelo entre os eventos originais e o julgamento, mas a dinâmica não estraga e nem tira o brilho do filme que consegue equilibrar ambas as narrativas de forma a não deixar a experiência massiva.

Vale e muito uma revisitada no filme e ainda como bônus eu recomendo Réquiem, uma produção alemã de 2006 que também adapta a história de Anneliese Michel segundo o roteiro de Hans-Christian Schmid, então dá uma chance para as aduas versões desta história aterrorizante e trace o seu próprio contra-ponto, talvez você se surpreenda.


Trailer:


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