E desta vez vamos com um filme de terror tailandês que abalou as estruturas do cinema ao redor do mundo trazendo um novo filme com teor sobrenatural fazendo uma referência clara ao karma e como não se pode fugir dele, através de um espírito obsessivo que passa a perseguir o protagonista.
O que inicialmente se presume ser uma assombração clássica movida pela vingança, uma vez que o protagonista atropelou e matou a vítima anteriormente acidentalmente acaba se tornando algo mais complexo conforme segredos vem a tona ligando o passado de vítima e atropelador.
O que se segue é uma sucessão de suicídios entre os envolvidos no passado da fantasma e a perseguição implacável ao principal personagem que tem um segredo muito bem guardado à sete chaves que irá condena-lo pelo resto de sua vida e quem sabe até mesmo depois disso.
Tudo começa num brinde entre amigos onde conhecemos Tun, seu melhor amigo Tonn, a mulher dele e outros dois amigos que estão em um restaurante brindando.
Na saída, Jane, a mulher de Tun dirige o carro para o marido que consumiu um copinho e num momento de distração, o casal acaba infortunadamente atropelando uma jovem que se interpõe em seu caminho como se fosse uma aparição no meio do breu.
Assustado, Tun resolve ignorar o acidente e pede à mulher para acelerar e é o que acontece.
Dias depois, Tun que é fotógrafo, trabalha em sua antiga escola cobrindo a formatura de um grupo de colegiais até que ele nota brevemente uma presença estranha em meio aos formandos.
A relação entre Tun e Jane deu uma esfriada por conta do acidente: Jane não acredita até agora na omissão do marido e como ele vem vivendo normalmente como se nada tivesse acontecido enquanto ela está há dias sem pregar os olhos.
Mais tarde, ao buscar as fotos da formatura no estúdio, Tun percebe que todas as suas capturas saíram com uma estranha sombra branca em volta, mas os negativos ao contrário estão intactos.
Enquanto isso, no apartamento onde vive com Tun, Jane encontra o quarto vermelho onde o marido revela suas fotos com a luz acesa e ao se aproximar a porta mexe sozinha de forma estranha. Jane adentra ao local que funciona sozinho já que a água da pia por onde as fotos passam está jorrando. Nisso, o espírito da colegial atropelada sai de dentro da pia aos poucos até se manifestar completamente fazendo a mulher de Tun tentar sair do quarto cuja porta se tranca sozinha.
Ao se virar e dar de cara com o espírito, Jane grita de pânico e acorda: ela estava sonhando o tempo todo.
Pouco tempo depois, Tun mostra para Jane as fotos defeituosas da formatura e a mulher reconhece entre os formandos a jovem que eles atropelaram. Mas como?
Um tempo depois, o casal vê um mural com fotos de acidentes fatais de trânsito e numa delas a mesma sombra branca das fotos de Tun. Os dois vão até o local onde aconteceu o tal acidente e um operário informa que ocorreu por lá um acidente onde uma pessoa bateu o carro em um poste.
Na volta, Tun e Jane discutem pois aparentemente não foi registrado nenhum B.O sobre o acidente que eles causaram o que faz com que eles coloquem em dúvida se a jovem morreu de fato.
Mais tarde, Tun revela novamente as fotos da formatura desta vez por conta própria e acaba vendo a jovem morta entre os formandos e esta o encara de frente.
Na manhã seguinte, Tun conversa com o amigo do estúdio fotográfico que descarta a presença de espíritos em fotos reveladas.
Em paralelo, Jane que faz faculdade de fotografia passa numa banca depois da aula onde compra uma revista que fala sobre espíritos.
No quarto vermelho, Tun vê de relance alguém chegando que ele pensa ser Jane, porém esta telefona para o marido para informar que ela irá chegar tarde, fazendo o rapaz acender seu pisca-alerta sobre.
Um tempo depois, Tun menciona á Jane estar sentindo dor na nuca desde o dia do atropelamento enquanto o casal se dirige até um centro de estudos de fotografias paranormais.
O diretor do centro diz que a maior parte das fotos que chegaram até ele com a fama de terem espíritos interpostos são adulterações feitas com fins lucrativos as custas dos trouxas, enquanto uma parte muito pequena são de fato verídicas. O exemplo, é uma foto que o próprio diretor possui e que foi tirado quando ele era criança pouco tempo depois da morte de sua mãe e que captou o espírito da mesma. O homem diz que as pessoas que morrem ficam ao lado de seus entes queridos como forma de transmitir uma mensagem.
Tun segue trabalhando normalmente fotografando um casal vestido de noivos e depois da sessão de fotos, as luzes do estúdio se apagam e se vê apenas alguns flashs de câmeras e dentre os clarões pode-se ver as pernas da fantasma que prega um susto em Tun.
Com o passar dos dias, as dores de Tun aumentam, o que o faz procurar ajuda médica, que não capta nada de estranho em seus exames, além do fato dele estar muito cansado e de que o seu peso aumentou muito repentinamente.
Ao levar a receita dos remédios que o médico lhe receitou até o balcão da enfermaria, Tun ouve uma voz feminina o chamando de desgraçado duas vezes e que ele pensa vir da recepcionista, o que o faz ir embora às pressas.
Mais tarde, depois de ver um documentário sobre a reprodução das abelhas, Tun vai até a faculdade buscar Jane e encontra a fantasma da atropelada sentada em uma das carteiras botando os bofes para fora junto de muito sangue e aquilo era só um sonho de Tun que dormia.
Ao acordar, Tun se sente vigiado e encontra seu amigo Tonn que transtornado diz estar morrendo e pede "as fotos" ao amigo sem dizer nada mais. Tun inicia um telefonema para a mulher do amigo que simplesmente vai embora.
Um tempo depois, Jane analisa as fotos sobressalentes da formatura e percebe que as sombras persistem.
Nisso, Jane pega uma Polaroide e vai até a faculdade onde fotografa as janelas das salas de aula por fora e depois visita o laboratório de ciências onde fotografa parede por parede até encontrar a fantasma numa das fotos.
Ao ouvir um grito, Jane tenta evadir do local, mas se detém ao encontram um porta-retrato com o vidro rachado e na foto a jovem que ela atropelou.
Paralelamente, Tun encontra seu apartamento revirado, um espelho revirado e a televisão ligada num canal não sintonizado e procura por Jane.
Jane procura por informações da jovem no anuário escolar e descobre que ela se chamava Natre Shangri.
De volta com Tun, ele encontra Tonn em seu apartamento e este caminha até a janela de onde salta para a morte.
Horas depois de chamar o resgate, Tun descobre por intermédio da mulher de Tonn, que algo atormentava o marido e que posteriormente ao seu suicídio, outros dois amigos, os mesmos que participaram do brinde no restaurante também tiraram a própria vida.
Jane coloca Tun sobre a parede perguntando se ele conhecia Natre e ele confirma que sim e que eles já foram namorados no passado, quando estudavam juntos.
A jovem segundo Tun, era solitária e estranha e que ela se apaixonou perdidamente por ele. Os dois sempre andavam juntos, porém sempre em segredo e em uma das cenas a jovem aparece sendo carregada nas costas do fotógrafo (guardem esta cena) e posteriormente ela presenteia ao amado com uma câmera.
Natre estava tão apaixonada que se tornou mulher nos braços de Tun, porém Tonn e os outros amigos começaram a se aproximar da jovem com más intenções e depois de um tempo, o rapaz terminou com ela o que a faz surtar e ameaçar cortar os pulsos. Depois de tudo, Natre simplesmente desapareceu e Tun acredita que o espírito dela vai mata-lo brevemente como fez com os outros.
Em um outro momento, Tun entra em um banheiro comunitário e até perceber uma sombra passar sobre ele pela fresta da porta. Ao pedir papel higiênico á pessoa da privada ao lado, Tun percebe que há alguém suspeito e ao sair para averiguar, ele mete uma bicuda na porta revelando um travecão cagando que simplesmente pede ao rapaz que feche a porta (eu ri demais dessa).
Ao voltar para o carro com Jane, Tun vê o fantasma de Natre sangrando ao longe o que o faz acelerar. Posteriormente, o fantasma aparece do lado de fora na janela onde Jane está, o que faz Tun frear bruscamente.
Na manhã seguinte, Tun e Jane procuram pela casa da família de Natre, passando por um informante. Nisso, um pequeno monge budista olha para Tun como se pudesse enxergar algo fora do normal e se distancia dele.
Um pouco depois, o casal finalmente chega a casa da mãe de Natre que os convida para entrar quando eles se identificam como amigos da garota. A casa nitidamente está mal cuidada, com um odor desagradável e moscas sobrevoando. A mãe de Natre diz que a filha está dormindo e que ela está cozinhando seu prato preferido.
Tun adentra o quarto da jovem e encontra o corpo dela sobre a cama em estado de putrefação avançado. Logo depois, o casal mostra as fotos da formatura para a mãe de Natre e diz que o espírito da filha deve estar perturbado por que ela não foi sepultada e que ela precisa disso para poder descansar em paz.
Acontece então uma cerimônia budista de sepultamento, onde um dos responsáveis fala sobre o karma e a ligação de alguns espíritos com os vivos.
Enquanto dedica uma oração ao espírito de Natre, Tun percebe a presença do espírito da jovem e sente sua mão sobre seu ombro.
Chegando a noite, Tun rola na cama sem conseguir dormir o que faz Jane perder o sono e ela interroga o marido sobre seus sentimentos quanto à Natre. Ele diz que tentou ama-la na época em que namoravam, mas ele só enganou a si mesmo e feriu os sentimentos da garota quando terminou com ela. Tun volta a dizer que sua morte se aproxima.
Quando começa a pegar no sono, Tun sente sua coberta ser puxada e vê o fantasma de Natre subir pela cama, porém era só mais um sonho. Ao olhar embaixo da cama não encontra nada, mas ao se virar, vê a morta na frente de seus olhos, o que o faz correr para fora do apartamento tentando pegar um elevador e encontra Natre andando pelo teto.
Sem perda de tempo, Tun foge pelas escadas por onde tropeça e rola, mas se recompõe e encontra Jane. No entanto, aquela é a fantasma usando a imagem de Jane com as mãos ensanguentadas acusando o fotógrafo de te-la deixado.
Tun desce pela escada de incêndio no meio de um toró e Natre o persegue fazendo-o ficar pendurado até cair.
Horas depois, Tun acorda no hospital todo fodido ao lado de Jane que diz que Natre será cremada naquele mesmo dia, o que significa que seu espírito irá descansar em paz e o marido ficará livre de sua vingança.
Depois de receber alta, Tun participa da cerimônia de cremação de Natre com Jane e fica nostálgico tendo flashs de seus dias com a jovem.
Dias depois, Jane volta de umas férias na praia e vai até o estúdio buscar suas fotos, mas ao ve-las, percebe que só tem fotos do interior do apartamento e em cada uma delas está o fantasma de Natre próximo à Tun. Ao organizar as fotos, Jane percebe que cada frame forma uma animação perfeita dos movimentos do fantasma de Natre próximo a cabeceira da cama de Tun.
Com o susto, Jane encontra um velho envelope escondido com alguns negativos dentro e ao revela-los, descobre fotos de Natre sendo abusada por Tonn e os outros rapazes na época da faculdade.
Temos um flashback com Natre sendo violentada por Tonn em conluio com os amigos e nisso, chega Tun que revela á Jane que ele foi convencido pelo amigo a fotografar os abusos e esconder os negativos, dando início a uma discussão e uma separação iminente.
Sozinho, Tun queima as fotos de Natre e invoca seu espírito a confrontando. Depois, ele tira várias fotos com a Polaroide de todo o apartamento, mas nenhum sinal da jovem. Ao jogar a câmera para longe num acesso de raiva, o aparelho dispara uma foto sozinha e ao ver a foto, temos um flashback dos exames de coluna de Tun, somado ao resultado de seus exames que constaram um ganho absurdo de peso, mais a cena em que um pequeno monge budista tirou o seu da reta ao ver Tun e finalmente o discurso no sepultamento de Natre sobre o karma.
Por fim, vemos o fantasma de Natre agarrada as costas de Tun o que explica tudo: ela virou um encosto em sua vida. Assustado, Tun se joga da janela.
Tempos depois, Jane caminha pelos corredores de um hospital até encontrar em uma cela, Tun tudo curvado por conta do encosto e inerte em seu mundo... ele ficou louco e aquele não é um hospital qualquer, mas um hospício e terá que carregar o espírito de Natre pelo resto de sua vida, pois apesar da dor, a jovem permanece mesmo após a morte apaixonado pelo fotógrafo e o que ela queria com ele no fim das contas não era mata-lo, mas sim perturba-lo para que ele pagasse pela sua omissão e por fim ficar com ele só para ela, para sempre, por isso que ele não morreu em nenhuma das ocasiões, por que ela não deixou...
O filme comigo só coleciona pontos positivos: os efeitos práticos apesar de baratos são competentes, as cenas de jumpscare são muito boas e o enredo é bem ágil e segura a surpresa muito bem até o ato final mudando um possível caso de espírito vingativo para um caso de um espírito apaixonado que só queria seu amor de volta.
A obra foi tão bem conduzida e produzida que gerou algumas versões pelo oriente que são obscuras por aqui, mas também existe um remake Hollywoodiano produzido em 2008 com o nome original de Shutter que foi massacrado pelos fãs da obra original pela sua mudança brusca na trama e a falta de carisma que a nova versão apresenta.
Sem dúvida nenhuma é um prato cheio para quem curte espiritismo e acredita em karma, e a história consegue prender do início ao fim e mesmo reduzido a dois personagens ativos e uma fantasma, o filme se sustenta com o argumento do sobrenatural de forma convincente e nos premia com grandes cenas de susto muito pontuais, além da violência gráfica que apesar de pouca é muito eficaz.
No mais, o filme é uma peça essencial para os amantes de filmes orientais e dá um baile em muito filme japonês inclusive. Eu recomendo fortemente.
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