Não demorou muito e eu já trago mais um filme inspirado em eventos reais, desta vez dramatizando os crimes de um dos mais notórios psicopatas da história dos Estados Unidos: Ed Gein, o ladrão de túmulos de Wisconsin e fonte de inspiração para personagens como Norman Bates da franquia Psicose e Leatherface da franquia Massacre da serra elétrica.
De longe a retratação mais crua e perturbadora da vida conturbada de Gein desde o falecimento da mãe que foi quando ele despertou sua veia assassina destruindo os sonhos de várias mulheres e não bastando isso, usando suas peles, ossos e partes do corpo como parte da decoração da casa.
Neste longa metragem, o nome de Gein foi trocado como comumente é feito em dramatizações, vide A ira de um anjo por exemplo. Mas isso é o que menos importa já que de resto, temos uma boa noção da injustificável motivação e os resultados de cada crime de forma direta e sangrenta com um show de atuação do protagonista.
Mas vamos ao que importa que é a trama que se inicia em um inverno rigoroso do lado de fora da fazenda dos Cobb com a narração na forma de quebra da quarta parede de um colunista que atende por Tom Simms que anuncia que nos próximos minutos iremos testemunhar a história macabra do mais notório serial killer de uma comunidade rural de Wisconsin chamado Ezra Cobb, filho de Amanda, também conhecida como Ma, ambos se dedicando um ao outro desde os dez anos de idade do homem que aparenta estar na casa dos quarenta anos, Ezra quando ocorreu a morte do senhor Cobb, o que deixou mãe e filho sozinhos e dependentes.
Começa então a história em uma época em que Amanda está em seus últimos dias, acometida por uma doença cardíaca que a limitou a viver de cama sob os cuidados de Ezra que como um filho devoto, leva comida para a mãe.
Prevendo sua curta durabilidade, Ma pede ao filho que procure por uma amiga dela chamada Maureen Selby quando ela morrer para que o filho tenha a quem cuidar dele. Depois que a velha discursa sobre mulheres mundanas e a tentação da carne pela qual o filho irá passar um dia, Ezra praticamente enfia colheradas de sopa goela abaixo da mãe que sufoca e verte sangue pela boca sem parar morrendo asfixiada.
Na cena seguinte, Ezra sepulta a mãe na igreja local, visto que ela era muito religiosa numa cerimônia com poucas pessoas.
Tom Simms volta a narrar desta vez falando sobre os meses de negação pela morte da mãe pelos quais Ezra vem passando e a dor da solidão que o faz alucinar a ponto de emular a voz da falecida em uma conversa consigo mesmo, tal como vimos Norman Bates fazer em Psicose.
Não suportando mais a solidão, Ezra se dirige no meio da noite até o cemitério e ao chegar lá simplesmente viola o túmulo da mãe a imaginando viva, porém ao voltar a realidade, vemos o corpo apodrecido da velha que em sua putrefação solta um dos braços. Sem perda de tempo, Ezra leva o cadáver apodrecido consigo como se fosse levar a mãe de volta para casa depois da missa.
No meio do caminho de volta, Ezra é abordado pelo xerife por conta do excesso de velocidade e pelo odor forte na caçamba da caminhonete que o desequilibrado diz ter matado.
Ao chegar em casa, Ezra acomoda o corpo da mãe em sua cama como se ela apenas estivesse dormindo.
Tom narra que Ezra se dedicou a aprender tudo sobre embalsamamento para preservar o corpo da mãe sem que o odor de podre chame a atenção de ninguém, coisa que ele conseguiu por muito tempo.
Na cena seguinte, Ezra participa de um almoço cordial na casa de seus vizinhos os Kootz, formado pelo casal Harlon e Jenny e seus filhos Bob e Brad (este último só aparece mais para a reta final).
Ezra toma conhecimento do obituário do jornal e se interessa em ficar a par dos falecimentos dos populares da comunidade, como uma tal senhora Johnson que faleceu recentemente e teve sua morte divulgada naquele mesmo jornal.
Tramando trazer uma companhia para a mãe, Ezra rouba o corpo da tal recém falecida e usa parte de sua pele para fazer uma máscara e outra parte para restaurar o rosto da mãe na maior naturalidade.
Dias depois, o casal Kootz tem um papo sério com Ezra o aconselhando a se casar por conta de sua solidão e ele menciona a tal Maureen que sua mãe mencionou antes de morrer que ele a considera apesar de seu sobrepeso.
Certo dia, Ezra vai a casa de Maureen que vive sozinha e os dois se conhecem formalmente trocando confidencias sobre suas intimidades e rotina. Quando Ezra diz que sua rotina é cuidar da mãe, Maureen simplesmente não estranha e diz conversar com o espírito de seu falecido marido Herbert e o aconselha a passar por uma sessão espírita para falar com a mãe.
Na cena seguinte, Ezra conversa com o cadáver da mãe sobre Maureen a taxando de louca, mas em pouco tempo ele vai até a casa da viúva novamente para a sessão espírita a qual a própria comanda.
No meio da sessão, Maureen sumona Herbert e diz ''encarnando ele'' que sente falta de fazer sexo com a mulher e este pede para que Ezra a satisfaça na cama. Ingênuo, Ezra cai na armação e vai para a cama com a obesa, porém na hora H ele vê o fantasma de sua mãe o alertando para o pecado da carne e as DST's. O maluco então saca uma arma e atira na aproveitadora usando um travesseiro como silenciador.
Depois disso, Ezra continua vivendo como se nada tivesse acontecido e passa a procurar por companhia feminina desta vez, indo até uma taberna onde conhece Mary Ranson de 34 anos, uma garçonete do local.
Na primeira investida, Ezra toma sua primeira bebedeira incentivado por Mary e fica na taberna até a hora de fechar. Mary o ajuda a sair do estabelecimento e até dá uma bitoca para se livrar do bêbado que fica de butuca do lado de fora esperando a garçonete sair depois de furar os pneus de seu carro.
Assim que Mary sai e descobre o carro vandalizado, Ezra sai da penumbra e oferece uma carona para a jovem mas faz um desvio no caminho dizendo que só irá até sua casa buscar alguns pneus.
Chegando em casa, Ezra desce sozinho e fica um bom tempo por lá fazendo com que Mary salte da caminhonete e entre na casa procurando o bom samaritano se guiando com a luz de uma lamparina. Na sequencia, ela entra no quarto de Ma e encontra vários cadáveres apodrecidos fazendo companhia para a mãe de Ezra que está disfarçado com uma máscara de pele, uma peruca com cabelo de verdade e um xale nas costas se revelando.
Mary corre em pânico sendo perseguida por Ezra até o carro sendo nocauteada. A jovem acorda amarrada e trancada no closet com Ezra a chamando e dizendo que fará dela sua esposa.
Ezra a desamarra e a livra do closet levando-a por seguinte até a mesa de jantar onde ele acomodou os cadáveres como se fosse uma grande família feliz. O louco apresenta as amigas da mãe e oferece comida para Mary que tenta manipula-lo para não irrita-lo enquanto ele apalpa seus seios e faz juras. Inocente, Ezra solta uma das mãos de Mary que ao avistar uma garrafa bem próxima, a agarra e a acerta em Ezra.
Depois, ela corre e o ameaça com o cadáver da mãe em sua posse jogando-a no chão. Fulo, Ezra e persegue e a encontra mesmo ela tentando se esconder e a mata com vários golpes com um fêmur.
Não demora muito e a polícia decreta o desaparecimento de Mary e Ezra inconscientemente diz para Harlon ter conhecido a jovem e a apresentado para Ma, o que o vizinho toma como uma brincadeira de muito mau gosto.
Na sequencia, aparece Brad apresentando para Ezra sua namorada Sally a qual o psicopata se mostra interessado. Ezra então, stalkeia a jovem até a loja de ferragens onde ela trabalha como caixa e onde Harlon compra uma rifle de mira automática para caçar com Brad.
Depois que Ezra fica sozinho na loja com Sally, ele a stalkeia e se apossa de um rifle igual ao de Harlon o carregando na surdina.
Ezra mira diretamente na jovem que o flagra e é baleada sem pestanejar, porém só de raspão fazendo-a desmaiar. A jovem acorda escondida na caçamba da caminhonete do louco e dá o pinote com o veículo em movimento rumo a gélida floresta. Ezra dispara novamente.
Do outro lado da floresta, Harlon e Brad armam uma armadilha de urso.
Sally corre desembestada rumo a armadilha que prende o seu pé dando brecha para Ezra a alcançar. No entanto, Sally se arrasta e se esconde entre os arbustos, mas Ezra avista a corrente da armadilha e arrasta mirando o rifle para ela.
Enquanto Harlon e Brad saem do carro em que chegaram, ouve-se um disparo ao longe.
Instantes depois, Brad e o pai chegam até a loja de ferragens onde encontram o cenário do crime revirado chamando o xerife ao mesmo tempo que Ezra leva Sally para sua casa. Brad desconfia que Ezra fez algo com Sally pois desconfia de seu jeito meio louco.
Neste momento, Ezra eleva o corpo de Sally nua amarrada pelas pernas como se fosse uma peça de mortadela no armazém e desfia sua vagina com uma faca da ponta até a barriga. Paralelamente, Ezra tem uma alucinação com a mãe que diz que a punição para o seu pecado é a morte e nisso, ao longe ouvimos os gritos do louco.
Harlon, Brad e o xerife chegam ao celeiro dos Cobb onde encontram o corpo barbarizado de Sally enquanto ouvimos Ezra cantar tranquilamente uma cantiga de louvor.
Os rapazes invadem a casa de Ezra e o encontram à mesa com os cadáveres rindo de nervoso e de loucura.
A última narração de Tom diz que os populares se disfarçaram uma noite depois dos crimes de Ezra virem à tona e ele ser preso e incendiaram toda a fazenda dos Cobb...
O filme me surpreendeu pela sua qualidade técnica para uma produção dos anos setenta com o orçamento nitidamente baixo. Os efeitos práticos, os cadáveres e a violência gráfica são muito bem produzidos trazendo uma carga pesada para às telas.
A artimanha na narração quebrando a quarta parede a todo momento foi simplesmente genial e deixou a produção com um aspecto documental simplificando o entendimento dos pormenores sem precisar esticar o tempo do filme com informações irrelevantes.
O personagem de Ezra Cobb caiu como uma luva para Roberts Blosson, que tem em seu currículo filmes como: Christine - O carro assassino, Esqueceram de mim, Alcatraz: Fuga impossível entre outros. Além da ótima caracterização que o deixa bem parecido com Ed Gein, a atuação do saudoso ator é fenomenal passando um convencimento de sua insanidade como poucos conseguiram fazer.
No mais o filme cumpre bem a proposta, ele é forte, violento, tem uma narrativa desenrolada e direta ao ponto emulando com detalhes a mente e as atrocidades de um psicopata. Vale muito a pena ver nem que seja uma única vez.
Trailer:
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