Bem-vindos!

Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

quarta-feira, 12 de março de 2025

Corra! / Get Out (2017)

 


Uma das grandes surpresas de 2017 com certeza foi a obra que projetou Jordan Peele para o mundo do terror depois de uma sucessão de pequenos trabalhos não muito relevantes.

Com a sua abordagem cheia de críticas sociais, o filme Corra! traz uma história que nos leva a um casal inter racial: um jovem fotografo negro e sua namorada branca que num dado momento quer convidar o rapaz para convidar a família dando por certo que eles não tem nenhum tipo de preconceito, porém ao chegar na residência dos sogros, o protagonista começa a descobrir podres e se vê preso em uma teia de mentiras e um segredo profundo que poderá mudar tudo.

O filme abre em uma noite comum quando um jovem negro anda pela rua silenciosa ao telefone procurando um endereço. Do nada, um carro branco começa a stalkea-lo até que uma pessoa misteriosa usando couro e um capacete o nocauteia e o arrasta para dentro do veículo.

Depois da intro, conhecemos Chris Washington, um jovem fotógrafo negro se preparando para se encontrar com sua namorada branca Rose Armitage que está a caminho do apartamento do rapaz.

O casal está de viagem para fora da cidade para que Chris conheça os pais da namorada, o que o deixa tenso pois ele não sabe como os sogros irão reagir a cor de sua pele ainda que Rose o tenha tranquilizado dizendo que seus velhos não são racistas.

No meio do caminho, Chris telefona para seu amigo Rod Willians que é policial cheio de carisma pedindo para ele que cuide de seu cachorro pelo tempo que ficar fora da cidade.

Depois de desligarem na cara de Rod, o casal bate o carro em algo que quebra um dos retrovisores. Chris sai para averiguar no meio da floresta e encontra um cervo desfalecendo deixando claro que ele o atropelou e aciona a polícia que procede de forma racista com ocorrido, mas Rose ajeita as coisas.

Um tempo depois de voltar à viagem, o casal chega até a residência dos Armitage sendo recebidos pelos pais de Rose: Dean que é um neurocirurgião e Missy que é terapeuta e eles recebem o genro calorosamente.

Enquanto Rose se acomoda, Dean apresenta a casa e a criada Georgina que é negra para Chris e também Walter, o caseiro que é igualmente de cor, o que faz o rapaz indagar ao sogro o por que da escolha de cor.

Um tempo depois, percebendo a ansiedade de Chris em querer fumar, Jean sugere ao jovem que passe por uma sessão de terapia de hipnose com Missy mas ele se recusa prontamente.

Os Armitage mencionam à Chris uma reunião de família que se avizinha e do nada, enquanto serve chá para o convidado, Georgina tem algum tipo de apagão mental e se retira toda sem graça.

Na sequencia, chega Jeremy, irmão de Rose que na cena posterior se junta à família para um jantar bem humorado.

No meio da noite, depois de um coito, Chris perde o sono e perambula pela casa até sair pela varanda onde vê Walter o caseiro correr em sua direção desviando bem a tempo a sua rota desaparecendo misteriosamente.

Depois, Chris vê Georgina pela janela se olhando pela mesma como se fosse um espelho sem se dar conta que aquele vidro é dupla face e que apenas Chris pode enxerga-la por fora.

Ao voltar para dentro, Chris encontra Missy acordada e ela oferece para ele uma amostra de sua terapia. A terapeuta o faz relaxar ao som da chuva que Chris visualiza em sua mente fazendo-o ficar cansado ao mesmo tempo que ela gira uma colher na xícara de seu chá provocando rangidos repetitivos que provocam paralisia e medo no rapaz.

Ao comando de voz de Missy, a mente de Chris se fecha e uma personificação de si mesmo dentro de seu subconsciente começa a cair no limbo observando o que acontece por fora de seu campo de visão perdendo o controle dos movimentos de seu corpo.

Ao recuperar a consciência, Chris acorda na cama de Rose ao lado dela como se tivesse tido um pesadelo e depois de se recompor ele tira fotos da natureza.

No caminho de volta para a casa dos Armitage, Chris vê Georgina se olhando no espelho com o mesmo olhar robótico e distante da noite passada e quase é flagrado pela criada.

Depois, Chris tenta um papo com Walter que joga uma conversa estranha rasgando elogios à Rose.

Chris diz para Rose que Missy deve te-lo hipnotizado pois ele não sente mais vontade de fumar e ainda diz que Walter deu a entender que gosta de verdade dela.

É chegado o dia da reunião de família e amigos dos Armitage e os convidados, todos brancos são estranhamente cordiais com Chris.

Chris se separa de Rose para tirar fotos e encontra um rapaz negro com quem ele puxa conversa e percebemos que ele é nada menos que o rapaz negro sequestrado no início do filme pelo misterioso carro branco e este atende por Logan, acompanhante de uma amiga dos Armitage chamada Philomena King.

Um pouco depois, Chris conhece Jim Hudson, um senhor cego dono de uma galeria de arte que se diz fã das fotos que o rapaz tira, explicando que uma pessoa narra os detalhes de cada foto para que ele visualize em sua mente.

Na sequencia, Chris volta para o quarto e percebeu que seu celular não pegou carga apesar dele te-lo deixado carregando e ele diz à Rose que desconfia que Georgina o sabotou por que ela tem demonstrado não ir com a cara dele.

Alguns minutos depois de pegar alguma carga no celular, Chris telefona para Rod que sabendo da terapia de Missy alerta o amigo que há algo de errado com os negros da casa e que eles podem estar sendo vitimas de hipnose coletiva e por isso se comportam tão estranhamente.

Georgina entra logo depois para se desculpar pela mancada com o celular alegando que ao limpar o armário de cabeceira onde o aparelho estava acidentalmente ela deixou o cabo do carregador desconectar sem ela perceber. Do nada, ela deixa derramar uma lágrima de nervoso em meio a um sorriso forçado.

De volta ao jardim, Chris volta a ser o centro das atenções entre os brancos e de supetão tira uma foto de Logan utilizando flash, o que faz o companheiro de Philomena ter um sangramento nasal, suas pupilas expandirem e ele entra em surto gritando para Chris cair fora naquele mesmo momento repetidamente precisando ser contido.

Depois da confusão, Logan volta ao normal e pede desculpas aos presentes que voltam aos festejos.

Chris sai para respirar com Rose e diz não confiar na explicação de que Logan teve uma convulsão por causa do flash e ainda menciona que já viu o rapaz em algum lugar.

Em paralelo, Dean segue com um suposto bingo silencioso que na verdade parece mais um leilão valendo Chris já que uma foto do mesmo em tamanho grande é exibida para os convidados que dão lances por sinais e quem arremata o prêmio é Jim Hudson.

De volta para Chris, ele conta à Rose sobre a perda traumática de sua mãe e revela emocionado que a namorada é tudo o que ele tem e que não irá deixa-la nunca.

Ao voltarem para casa na calada da noite, Chris e Rose são observados pelos Armitage e os criados muito estranhamente.

Um tempo depois, Chris recebe uma ligação de Rod que diz ter investigado Logan e descobriu que ele na verdade se chama André e que ele está desaparecido há um bom tempo.

Sem perda de tempo, Chris faz as malas e diz para Rose que eles irão embora imediatamente. Enquanto a garota sai para procurar as chaves do carro, Chris revira algumas fotos dela com seus ex-namorados e todos eram negros e não bastando entre eles estão Walter e também Georgina!

Rose regressa ainda sem as chaves o forçando a sair da casa por conta, mas no caminho, os Armitage colocam o rapaz contra a parede. Chris então se toca que Rose o levou para uma armadilha e antes que ele pudesse atacar Jeremy que o provoca, Chris é hipnotizado pelo método xícara de chá voltando a afundar no limbo.

Neste meio tempo, Rod dá pela falta de Chris por conta do não retorno de suas chamadas no celular. Ele faz uma rápida pesquisa sobre Andre que é músico de jazz confirmando que ele ainda está desaparecido.

Chris acorda preso a uma poltrona de frente para uma televisão retrô onde ele vê uma propaganda narrada por Roman Armitage, pai de Dean que diz que o jovem foi escolhido para passar por um procedimento chamado Coagula.

Enquanto isso, Rod vai até as autoridades para denunciar o desaparecimento de Chris e André explicando sua teoria da hipnose e o controle dos negros com fins escravocratas mas é ridicularizado.

Rod então resolve investigar por conta própria e recebe uma ligação de Rose dizendo que Chris pegou um táxi depois de ficar estranho com ela e sumiu há dias, porém o policial sem papas na língua joga na cara da jovem que já sabe do esquema do controle mental e a xinga depois que a vagabunda se oferece para ele, ainda que no fundo Rod quisesse.

Enquanto isso, Chris recebe outra imagem da televisão, agora de Jim Hudson num leito de hospital que detalha os procedimentos da Coagula: a maior parte do cérebro do jovem será transplantada para o cego que controlará as funções motoras de Chris que terá uma parcela muito pequena de consciência ativa vivendo como uma marionete tal como André, Georgina e Walter! O intuito, é que Jim quer voltar a enxergar ainda que seja pelos olhos de seu escravo.

Realizando tudo, Chris arranha a poltrona onde está preso e consegue tirar algodão do forro ficando pensativo.

Enquanto isso, Jim é preparado em uma sala de cirurgia nas entranhas da residência Armitage ficando nas mãos de Dean.

Em paralelo, Jeremy se prepara para levar Chris desacordado em uma cadeira de rodas para a cirurgia, mas o jovem que se fingia nocauteia o cunhado com uma bola.

Dando pela demora do filho, Dean resolve procura-lo mas Chris o pega de surpresa o empalando com uma cabeça de cervo empalhada matando-o.

Depois, Chris encontra Missy que o ataca, mas ele consegue nocauteá-la. Antes que pudesse fugir, Chris é surpreendido por Jeremy que ainda está vivo e tenta apaga-lo com um mata-leão, mas o fotógrafo o perfura e o pisoteia conseguindo pegar as chaves do carro do agora finado e o utiliza para fugir.

Ao mesmo tempo que dá a partida no carro, Chris tenta telefonar para a polícia até que repentinamente, Georgina se joga na frente do veículo sendo atropelada. Chris a leva para dentro do veículo, mas a criada acorda e o ataca provocando uma batida onde a mulher morre.

Rose percebe o reboliço na casa e se arma indo atrás de Chris que é surpreendido por Walter que o derruba tentando mata-lo. Chris aciona o flash de sua câmera fazendo Walter voltar a si e ele aproveita disso para enganar Rose que chega bem a tempo oferecendo sua arma para que o caseiro acabe com o fugitivo, porém o homem a baleia e depois tira a própria vida com um tiro.

Agonizando, Rose pede perdão para Chris e diz ama-lo, mas ele tenta esgana-la mas não consegue.

Uma viatura chega bem no momento e para a surpresa de geral é Rod que leva Chris consigo enquanto Rose desfalece aos poucos...

Existe um final alternativo da obra onde no momento em que a viatura chega e no lugar de Rod, é um policial que interpreta a cena como um homicídio levando Chris preso. Então, na cena seguinte, Chris conversa com Rod pelo telefone da prisão descobrindo que não foi encontrado nenhuma prova dos crimes dos Armitage e o fotógrafo se conforma com seu destino. A câmera então foca no rosto de Chris bem de perfil o enquadrando com as outras cabines isoladas mostrando que os outros presos são todos jovens negros...

Não sobram palavras para elogiar este filme. Ele tem tensão e mistério na medida certa, tem um show de atuação de Daniel Kaluuya no papel de Chris que rouba a cena tendo se tornado a revelação do ano.

O filme ainda consegue esconder algumas pequenas lacunas que se bem assistido da primeira ou numa segunda vez revelam ainda mais coisas que estavam na cara e a gente simplesmente não via: a primeira, é o carro de Jeremy que Chris usou para fugir no final que é o mesmo carro usado no sequestro de Logan / André, ou seja, o sequestrador era Jeremy e é visível o prazer que ele sente em fazer mal aos negros. O segundo, é que num dado momento é falado sobre um maratonista negro que há décadas atrás venceu o pai de Dean em uma corrida nas olimpíadas e este nada mais é que Walter e com isso fica claro que quem passou pela Coagula para controlá-lo foi o próprio Roman, aliás isso fica ainda mais claro em uma cena em que Rose sussurra para si mesma "pegue ele, vovô" focando sua visão em Walter.

Já no caso de Georgina eu não entendi muito bem, mas o mais óbvio é que quem a controla é Missy, isso não fica muito bem explícito mas é o que parece. Aliás, tanto ela quanto Walter mesmo escravizados se mostram ainda interessados por Rose, assim como Chris no final tenta mas não consegue matar a amada por que ainda sente algo por ela apesar de tudo, o que faz da jovem uma hábil sedutora.

O artifício do flash no despertar dos manipulados foi uma mecânica bastante criativa e válida e proporcionou um momento icônico e que dá nome ao filme ainda que em sua dublagem essa referência se perdeu e eu falo do despertar de André que grita "cai fora", que deveria ter sido "corra!", já que no original ele diz "get out" que é o título original do filme e que faz mais sentido dando uma carga a mais para a cena.

No mais, o filme todo tem uma estrutura tensa bacana, você se sente preso querendo descobrir que caralho está acontecendo com aquela família hipócrita e qual o problema dos criados que são um show a parte conseguindo transportar em suas atuações a imersão perfeita de um personagem afundado em um transe hipnótico. É simplesmente bizarro e consegue perturbar. Para quem reclama que não existe filmes de terror bons na segunda metade dos anos 2010, ai está uma obra que quebra qualquer argumento.  


Trailer:



sábado, 8 de março de 2025

O Parque Macabro / Carnival of Souls (1962)

 


Voltando um pouco no tempo, eu encontrei só agora depois de muita recomendação, este clássico dos anos 1960 que mescla o terror psicológico com o sobrenatural de forma singular.

Com uma trama bem simples, o filme originalmente chamado de Carnival of souls trás como protagonista uma jovem organista que sobrevive a um acidente ocasionado por um racha. Para superar seu trauma, ela respira novos ares indo para uma cidade próxima onde ela se sente atraída por um parque de diversões abandonado e constantemente ela é stalkeada pelas aparições de um homem misterioso de feição empalidecida que esconde um grande segredo.

Conforme a trama vai se desenrolando, a mocinha se descobre transitando em um universo paralelo e distorcido onde sua existência parece ser ignorada. Mas porque isso?

Tudo começa com um racha entre dois carros em plena luz do dia desde a cidade até os limites de uma área rural e cruzando por fim uma ponte que dá em uma praia onde um dos veículos cai na água direto para a morte.

Depois da intro, as autoridades procuram pelo carro e seus ocupantes junto a um lamaçal na margem. Por um milagre, uma das caronas chamada Mary Henry emerge sã e salva porém com perda de memória recente.

O tempo se passa e Mary tenta refazer sua vida como organista em uma grande oficina, sua grande paixão e talento notório.

Mary está de viagem marcada para Utah tendo que passar pela ponte que ocasionou seu trauma desde o acidente do racha, porém a jovem consegue e chega à cidade em questão de poucas horas.

Com o fim do entardecer, Mary chega a um trecho da estrada onde nenhuma emissora de rádio é captada e por um breve momento, a jovem vê o busto de um homem pálido e descabelado surgir na janela do banco do carona fazendo-a frear bruscamente quase ocasionando um acidente.

Chegando finalmente ao seu destino, Mary para em um posto de gasolina para abastecer e pede para um frentista informações sobre alguma pensão onde ela possa se hospedar pelo tempo que vai ficar.

Depois de encontrar seu nova moradia na pensão da senhora Thomas, Mary vê no local mais uma vez a figura do homem pálido pela janela do quarto por um breve instante.

No dia seguinte, Mary procura a igreja onde passará a trabalhar como organista para o ministro da paróquia, onde por entre paredes espreita o misterioso homem pálido.

Mais tarde, Mary e o ministro vão até os limites de uma estrutura por onde a jovem passou na entrada da cidade que o frentista do dia anterior mencionou ter sido uma casa de banhos no passado se tornando logo depois uma danceteria e por fim um parque de diversões que ficou abandonado e que por algum motivo atrai a jovem que por hora deixa a exploração para uma próxima oportunidade.

Na volta para a pensão, Mary prepara um bom banho enquanto a senhora Thomas lhe prepara um lanchinho. No meio do relaxamento na banheira, Mary acaba recebendo a visita de seu vizinho inconveniente John Linden que mal intencionado a convida para jantar sendo rejeitado.

Depois de dispensar John, Mary acaba vendo o homem misterioso no andar térreo através de um jogo de escadas e corre se trancar em seu quarto até a chegada da senhora Thomas.

Mary pergunta se a pensionista já viu o homem misterioso, porém a senhora diz que só há ela e John hospedados e com a insistência da jovem na pergunta, a senhora Thomas desconversa dizendo que a inquilina está vendo coisas.

Mesmo apreensiva, Mary dorme e acorda de manhã com outra visita de John que lhe trás café. Os dois se conhecem melhor papeando por alguns breves minutos.

Mais tarde Mary vai até uma loja de roupas no centro para comprar um vestido novo e ao prova-lo, sente-se vigiada a forçando a deixar o provador.

Ao voltar a perambular pela loja, Mary percebe que estranhamente ninguém a enxerga ou a ouve e ela evade do local sentindo como se o seu senso de percepção do universo estivesse diferente e distorcido.

Parando na praça para beber água, Mary vê alguém se aproximar dela e ela corre esbarrando em um senhor. Pálida, ela diz ter visto o homem misterioso, mas na verdade era só um transeunte aleatório.

O senhor que a acode se chama Samuels e é um médico que a convida para ser examinada em seu consultório notando seu visível estado de choque.

Lá, Mary fala sobre o homem misterioso que a segue desde que ela chegou na cidade e Samuels diz que o tal pode representar alguma culpa que a moça carrega, o que ela nega acreditando ser fruto de sua imaginação por que ela é pouco sociável e termina dizendo que pode resolver seu problema sozinha.

Mais tarde, Mary visita o misterioso parque de diversões abandonado e faz um tour pelas dependências até terminar próxima à praia onde ela joga uma pedra na água antes de ir embora sem reparar que no fundo do mar repousa o cadáver do homem misterioso.

Na volta à pensão, Mary é convidada insistentemente por John para um programa à dois e depois vai até a igreja ensaiar.

Mary toca completamente avoada e tem uma visão com o homem misterioso deixando o mar onde repousa ao cair da noite e o parque se enche de pessoas que dançam. Em paralelo, o ministro interrompe Mary dizendo que sua melodia é profana e a demite.

Na saída, John pega Mary e a leva até uma danceteria onde ela demonstra total desinteresse na interação social.

Na volta para a pensão, John tenta flertar com Mary mas a moça é evasiva e vê no rapaz por um instante a figura do homem misterioso que a faz surtar e o rapaz se desinteressar por ela a taxando de louca.

Na manhã seguinte, o doutor Samuels examina Mary e na saída, diz à senhora Thomas que a paciente pretende deixar a cidade o quanto antes.

É justamente o que ela faz passando por uma oficina para revisar o carro que é suspenso com ela dentro. A jovem tenta dar um cochilo, até que ela ouve alguém se aproximando que a faz saltar do carro e correr pela cidade até a rodoviária onde mais uma vez seu senso de percepção do universo se distorce e ninguém pode vê-la ou ouvi-la.

Ao entrar em um dos ônibus, Mary percebe que todos os passageiros são parecidos com o homem misterioso de suas visões e acaba recuando em pânico.

Um tempo depois de andar, Mary sente que não pode ouvir nada a sua volta e tenta pedir ajuda para todos que passam por ela, mas ninguém a vê ou ouve.

Como último recurso, Mary recorre ao doutor Samuels, mas quando ele se vira para atende-la percebemos que aquele é o homem misterioso que a faz gritar e acordar na oficina revelando que os últimos momentos foram apenas um sonho. A moça dá o pinote em seu carro logo depois.

Mary vai até o parque abandonado e vaga pelas dependências vendo ao longe, na orla o homem misteriosos e outras pessoas que emergem do mar revelando-se fantasmas presos à aquela construção e geral dança sob uma melodia agoniante perante os olhos incrédulos de Mary que vê o homem misterioso tirar para dançar uma versão morta-viva dela mesma que a faz gritar.

Os fantasmas perseguem Mary pela praia no meio do breu até conseguirem pega-la.

Na manhã seguinte, a polícia acompanhada do doutor Samuels e do ministro seguem as pegadas de Mary que somem na areia e seu carro é encontrado no fundo da água com o corpo dela e de outras duas pessoas, as mesmas com quem ela estava no momento do racha no início do filme...

O final do filme deixa esclarecido o que depois de um certo momento já era perceptível: que Mary era um espírito vagante transitando entre o mundo dos mortos e o dos vivos sem saber que estava morta e sua forte atração com o parque é motivada pelo simples fato de que a praia que corta a cidade foi o local de sua morte, portanto seu espírito estava de certa forma preso à aquele lugar precisando estar lá para que seu corpo pudesse ser encontrado e ela enfim descansar em paz.

A figura do homem misterioso pode ser interpretado como uma alma penada escolhida a dedo para fazer a protagonista ascender à sua nova realidade. Aliás, com a reta final do filme fica claro que o parque de diversões da praia foi abandonado por ser mal assombrado pelas almas que lá dançam toda noite como se estivessem se divertindo quando eram vivos.

O filme tem uma atmosfera densa e tensa a todo momento coroado pela filmagem em preto e branco que deu um ar ainda mais assustador para a obra prendendo o espectador do início ao fim. É uma delícia seguir o filme por que ele é bem curtinho e bastante ágil, além deter um antagonista marcante, no caso o homem misterioso que mesmo não tendo falas é assustador e muito bem caracterizado.

Em 1998 foi produzido um remake porém com a história bem diferente da original mantendo apenas a essência, o que fez com que os fãs do clássico sessentista torcessem o nariz para a nova versão que foi de certa forma um fiasco e uma das piores adaptações de filmes de terror já existente.

No mais, o clássico de 1962 é uma obra agradável, com uma carga tensa muito forte, atuações bacanas e apesar da trama estar datada já que se passa na época em que foi produzida, ela tem seu charme e não peca em nada por ter se tornado uma história com ares retro muito bem montada. Super recomendo.   


Trailer:



quarta-feira, 5 de março de 2025

Caso 39 / Case 39 (2009)

 


Depois de muito tempo adiando eu finalmente trago esta resenha de um dos meus subgêneros preferidos do terror: o de crianças do mal. E não é qualquer criança, neste longa metragem de 2009 a antagonista da vez é um verdadeiro demônio que se esconde na pele de uma menina meiguinha.

Tudo gira em volta de uma assistente social que recebe o caso de uma menina que está sofrendo supostos maus tratos por parte dos pais.

O que a protagonista não sabe, é que a menina como eu já disse, é a personificação do demônio e que ela é uma hábil manipuladora que fará da vida de sua nova tutora um verdadeiro inferno. 

Tudo começa quando a super atarefada assistente social Emily Jenkins recebe mais um caso de seu superior Wayne para resolver totalizando 39 dos 38 que ela já havia acumulado. E o caso em especial é o de uma linda garotinha chamada Lilith Sulivan, filha do casal Edward e Margareth.

Um dia depois de uma boa noitada na boate com seu namorado Doug que é psicologo infantil, Emily finalmente vai até a residência da família Sulivan onde é muito mal atendida por Margareth.

Emily conhece a tímida Lilith e exige a presença de Edward na entrevista e depois de muita insistência o chefe da família resolve dar a cara à tapa dando início as perguntas seguindo uma denúncia de negligência infantil ao qual o casal responde.

Mais tarde, Emily reporta pra Wayne suas suspeitas de que os Sulivan escondem algo, mas seu superior a aconselha a não procurar pelo em ovo e que siga com suas obrigações.

No dia seguinte, os Sulivan vão até a vara da infância para uma outra entrevista e Emily se aproveita para se aproximar de Lilith para faze-la confessar o que está acontecendo em sua casa. Aos prantos, a menina revela que seus pais conspiram contra ela pelas costas e que querem manda-la para o inferno.

Depois, Lilith passa por uma sessão com Wayne porém se cala.

Emily recorre ao seu amigo Mike que é detetive para que ele investigue Edward e Margareth, porém sem a apresentação de alguma prova contundente ele se nega a abrir uma investigação.

Mais tarde, Emily espera Lilith na saída da escola e deixa seu cartão com o número de seu telefone para que a menina ligue se algo acontecer.

À noite, enquanto zapeia os canais de tevê, Emily recebe uma ligação de Lilith que diz estar com medo pois os pais estão esperando ela dormir para elimina-la. Sem perda de tempo, Emily convoca Mike e os dois se dirige até a casa dos Sulivan.

Neste instante, Lilith acaba caindo no sono e os pais a arrastam até a cozinha e a prendem dentro do forno. A pobre tenta gritar por socorro mas é amordaçada com silver tape e trancada com o gás torando.

Com certo esforço, Lilith consegue torar a mordaça e gritar novamente e desta vez, ela dá sorte pois Mike e Emily já estão do lado de fora da casa esperando por um sinal de vida e ao sinal de alerta, a dupla entra em ação dando voz de prisão aos Sulivan.

Mike invade a casa e Emily tira Lilith de dentro do forno que já estava superaquecido. Edward tenta impedir o detetive mas é espancado até ter sua mandíbula deslocada e Margareth é rendida.

O casal passa por um pré julgamento onde é ordenado que eles passem por uma avaliação psiquiátrica.

Revoltada com a decisão do juiz, Emily visita Lilith no juizado depois de topar com Doug que cuida das questões psicológicas da menina.

Lilith recebe alta médica e é redirecionada para um lar de custódia e Emily resolve lutar pela guarda temporária da menina balançada pelo caso. Emily diz à Wayne que ela quer dar suporte total à Lilith e depois de um tempo a visita para informar que o conselho tutelar deu aceitou o pedido de guarda temporário, o que significa que a menina já pode ir morar com sua agora tutora.

Lilith finalmente é acomodada na singela residência de Emily e no dia seguinte, a assistente social vai até a abandonada casa dos Sulivan para pegar as coisas de sua protegida. Lá, ela encontra o lugar muito nefasto com uma cova aberta no porão e uma barricada no quarto do casal.

Logo depois, Emily volta até o juizado onde Doug conduz uma terapia em grupo com Lilith no meio de outras crianças.

Depois de falar rapidamente com Doug e dizer o que viu no porão dos Sulivan, Emily descobre através de Wayne que um menino que ela assessora chamado Diego Ramires assassinou seus pais a sangue frio e ela vai até um centro de reclusão de menores para visitar o garoto.

Mais tarde, Emily caminha com Lilith na praia e fala um pouco sobre sua infância traumática com sua mãe e sua orfandade precoce.

De volta à casa, Lilith encontra uma foto da mãe de Emily e esta revela que a senhora morreu num acidente de carro quando ela era menina até por fim pedir para sua protegida não mexer mais em suas coisas particulares.

Horas depois, Mike convida Emily para tomar um café e lá informa que o advogado dos Sulivan vai conseguir um par de certificados de sanidade mental e ainda revela que pouco antes do menino Diego matar seus pais, ele recebeu uma ligação vinda da casa da assistente social.

Lilith é interrogada a respeito e nega ter telefonado para Diego mas confirma que ele faz parte de seu grupo de terapia.

Mike confidencia à Emily que Lilith está mentindo e para tirar a dúvida irá ao centro de reclusão infantil para perguntar ao próprio Diego. Ao finalmente faze-lo, 

Mike testemunha um ataque convulsivo seguido de uma gorfada monstra de Diego.

Depois de internado, Diego confirma que alguém da casa de Emily telefonou para ele mas que era um homem.

Doug revisa a última avaliação por escrito de Lilith e estranha que ela não tenha assinalado no teste psicológico um medo que ela poderia ter como qualquer outra criança normal. O terapeuta fala com Lilith em pessoa e divide seu medo com ela que é o de vespas em troca dela contar só para ele do que ela tem medo e ela responde que é de si mesma.

Depois, a menina diz que acha Doug medíocre e faz uma avaliação cirúrgica de seu psique deixando-o atônito com tamanha precisão e maturidade além de se sentir intimidado.

Mais tarde durante o jantar, Lilith tira Emily do sério e tenta descobrir o que foi que ela falou com Doug a seu respeito mas a tutora se nega a responder por ética.

Doug recebe um telefonema enquanto lê sobre transtorno de personalidade mas ao atender só ouve um chiado em sua mente. Logo depois, ele sente uma pontada em seu ouvido. Ao cutucar o ouvido com um cotonete, Doug encontra dentro dele uma vespa que ele joga na privada.

Várias outras vespas começam a sair e o terapeuta as mata em pânico. As vespas no entanto, brotam às milhares nas costas de Doug que tira seu terno e o joga no box. mesmo assim, os insetos saem das órbitas de seus olhos, nas narinas e pela boca formando um gigantesco enxame que atacam o terapeuta fazendo-o escorregar e cair de cabeça no porcelanato da privada morrendo.

Na manhã seguinte, após o sepultamento de Doug, Lilith se vitimiza às investidas de Emily que esfria com a menina.

Emily mais tarde, debate com Mike sobre o homem que telefonou para Diego e teme que era Doug.

Logo depois, Emily recebe uma fita com a gravação de um depoimento de Margareth que revela ter tido três abortos antes de Lily nascer e que ela queria matar a menina por ordem divina.

Emily resolve ir até a prisão para ver Edward e Margareth mas descobre que a mãe de Lilith perdeu a razão e está isolada em uma ala psiquiátrica sobrando apenas recorrer ao pai da menina que diz que Lilith irá acabar com sua tutora por que ela é boa e a menina se nutre de bondade até secar sua vítima como fez com ele e Margareth.

Ele ainda diz que a menina já nasceu com o demônio no corpo e agora quer saber qual é a ideia que a assistente social tem sobre o inferno.

Chegando em casa totalmente desconfiada, Emily se arma com uma faca e no mesmo instante, Lilith chega da escola fazendo a tutora esconder sua arma no sofá. Lilith faz várias perguntas à tutora e nota que o telefone sumiu, o que a moça justifica que o aparelho quebrou e foi para o conserto.

Mais tarde, depois de receber as condolências de uma menina chamada Nancy pela morte de Doug que era seu terapeuta e de receber dela um conselho para se esforçar com Lility, Emily busca sua protegida na terapia e a vê cochichar algo no ouvido de Nancy.

Fula, Emily leva Lilith à força da terapia e sofre com uma tortura psicológica muito irritante da menina. Depois, Emily tem uma alucinação com o elevador que ela toma caindo.

Mais tarde, Emily confronta Mike que insiste que Lilith é apenas uma criança mentirosa e manipuladora mas não um demônio como a jovem pensa além de minimizar o caso de Diego alegando que ele apenas fez o que fez por que vivia em um lar tóxico e que quis se vingar pelas agressões.

Na hora de dormir, paranoica, Emily coloca três trancas na porta de seu quarto e Lilith a flagra devolvendo um parafuso que caiu.

No dia seguinte enquanto trabalha, Emily surta com uma cliente ao telefone e Wayne a aconselha a ir para casa para descansar até que ela recebe uma ligação de Lilith que está sozinha em casa cobrando atenção.

Ao desligar, Emily se vê sozinha e ao chegar em casa ignora Lilith que diz que Margareth fazia o mesmo com ela.

Durante um toró, Lilith bate à porta do quarto de Emily pedindo para entrar e como a tutora não responde, a menina espanca a porta insistentemente até que tudo silencia.

Depois, Emily alucina que uma pessoa deformada e de camisola a persegue e ela corre para fora de casa até se deparar com um ônibus estacionado. Ela implora ao motorista que a deixe entrar alegando estar sendo perseguida, porém o homem rebate dizendo não ter ninguém do lado de fora.

Emily caminha até seu carro onde ao entrar, percebe Lilith metida lá dentro e a menina diz que não quer ser abandonada e que a tutora tem que fazer o que ela mandar.

No dia seguinte, uma colega de Emily diz ter encontrado uma família adotiva para Lilith. A assistente social vai até a prisão para falar com Edward e ele diz que se a filha for adotada vai acontecer toda a desgraça de novo e que a única forma de deter a menina é quando ela dorme, coisa que muito raramente faz.

Ao chegar em casa, Emily flagra Lilith assistindo aos vídeos dos depoimentos de seus pais e revela saber o que as pessoas pensam, como seus pais.

Na prisão feminina, Margareth tem um surto acreditando que ela está cheia de cortes e que ainda está pegando fogo.

Na prisão masculina, Edward tem uma alucinação fazendo-o entrar num embate corporal contra os outros presos até tirar a própria vida.

Mike leva para Emily uma gravação que prova que Lilith ligou para Doug na noite em que Diego matou os pais e a assistente social surta dizendo que precisa matar a menina.

Mais tarde, Emily encontra várias fotos espalhadas no chão, entre eles as de Diego, Doug e Mike.

Neste exato momento, Mike é intimidado por um cachorro raivoso em seu carro e dispara contra o animal que o ataca; então, só vemos o vidro traseiro do veículo ensopado de sangue dando a entender que o detetive perdeu a vida.

Como previsto, Emily recebe uma mensagem de voz na secretária desmascarando totalmente Lilith que é expulsa de casa. A menina emula uma voz demoníaca e ordena que Emily não grite com ela fazendo a moça em pânico se tracar em seu quarto. Lilith afina sua voz novamente e vai até Emly pedindo-lhe desculpas terminando por arrebentar a porta do quarto no murro.

Conseguindo entrar, Lilith pega a faca que estava no chão e intimida Emily com voz de capeta voltando ao tom de voz fofo logo em seguida. Ela dá três segundos para que Emily dê para ela o que sua mãe lhe negou: amor. A menina ordena que Emily a cubra na cama e que faça um chá para ela, o que acontece minutos mais tarde.

Lilith acaba dormindo ao ser dopada e Emily sem perda de tempo trava a porta principal da casa e a cerca com gasolina. Ela ateia fogo no mesmo instante e calmamente espera sentada até o fogo chegar na sala. Assim que as chamas se alastram, Emily vai para fora da casa e só espera pela ação dos bombeiros.

Horas depois, quando o fogo é controlado, Emily apenas assiste calmamente e inesperadamente, Lilith aparece do lado dela ilesa dizendo que o que a assistente social fez foi maldade. Na sequencia, as duas pegam estrada e no meio do caminho, Lilith usa de psicologia atacando Emily com seu passado traumático fazendo-a alucinar com o momento do acidente de sua mãe.

Emily no entanto, volta ao controle e dirige até o mar se jogando com carro e tudo. Lilith tenta impedir que Emily fuja do veículo dando início a uma luta e depois de conseguir dobrar a menina, ela finalmente sai do carro mas é agarrada pela perna. Com sorte, Emily consegue dar uma bicuda na menina demônio que está presa ao cinto de segurança perdendo a vida.

Finalmente em terra firme, Emily observa o último suspiro da menina enquanto um novo dia cheio de esperança nasce...

Existe um final alternativo onde Lilith é resgatada por um personagem aleatório que pulou no mar enquanto Emily que está presa ao cinto de segurança surta até desmaiar. Em terra as duas são levadas

pela ambulância e o caso acaba repercutindo no noticiário e nisso, temos um vislumbre de Maargareth vendo a tevê neste exato momento. Emily acaba sendo presa por tentativa de infanticídio e surta com o delegado.

Lilith então é adotada por um casal com filhos, o que poderia ter gerado uma sequencia, mas enfim...

Ainda existe um corte preliminar onde o plot seria diferente do corte final. Nele, Lilith seria vítima de um demônio que a possuiu e a luta seria para salva-la, mas a ideia acabou sendo descartada.

O filme tem uma premissa interessante apesar de manjada e tem uma atmosfera legal. Só pelo fato da antagonista ser uma criança do mal o filme já me ganhou e mesmo a obra sendo bem simples e de ter os efeitos especiais um tanto quanto fracos para hoje em dia, ainda dá para digerir a trama numa boa.

No filme os únicos rostos conhecidos pelo menos para mim são os de Reneé Zellweger famosa pela franquia Bridget Jones e Jerry Maguire: a grande virada no papel de Emily, que cá entre nós não vingou, a atuação é muito enjoadinha e não passa convencimento, pelo menos não para mim. Também temos no papel de Lilith, Jodelle Ferland que fez o papel das personagens Alessa e Sharo na adaptação cinematográfica Terror em Silent Hill, além de o também terrorífico O segredo da cabana e outros trabalhos menores.

Por fim, temos o veterano Bradley Cooper no papel de Doug tendo como trabalhos mais expressivos a versão de 2018 de Nasce uma estrela, Guardiões da galáxia, Thor: amor e trovão, Vingadores: o ultimato e entre outros. Uma das poucas atuações prestáveis, aliás.

O orçamento do filme foi de 26 milhões de dólares tendo arrecadado apenas 27, ou seja, lucro de apenas um milhão se tornando um fracasso de bilheteria, porém apesar desse aspecto e de ter críticas negativas, Caso 39 conseguiu uma legião de entusiastas com seu terror leve, porém perturbador.


Trailer:



sábado, 1 de março de 2025

A Cidade dos Mortos-Vivos / Os Mortos-Vivos / Dead & Buried (1981)

 


Os anos 1980 simplesmente foram uma saturação para o nicho de filmes de mortos-vivos que já não sabiam para onde caminhar com tanta tranqueira, porém grandes estúdios com uma produção impecável e uma direção competente sempre conseguem inovar e trazer grandes clássicos eternos.

E foi o caso de A cidade dos mortos-vivos que trouxe uma trama cheia de mistério e uma pitada de ocultismo, uma mistura que deu super certo, conseguindo sair do generiquismo e cativar uma multidão de fãs que aclamam o filme até hoje.

A trama gira em volta de um xerife de uma cidade litorânea que investiga uma recente onda de assassinatos de turistas sem saber que as vítimas de alguma forma estão voltando a vida e assumindo novas identidades se misturando aos populares que escondem um terrível segredo à sete chaves...

Tudo começa na praia da pacata cidade de Potter's Bluff com um jovem vindo de Saint Louis na Florida fotografando a vida marinha local até dar de cara com uma jovem que atende pelo nome de Linda com quem rapidamente se conecta e ganha o apelido de Freddy.

Depois de fazer várias perguntas ao forasteiro, Linda é fotografada e sem pudor algum se oferece ao rapaz, porém como alegria de pobre dura pouco, se descobre que a bela era apenas uma isca para que um grupo de populares apareça, espanquem Freddie e o prendam em uma rede de pesca.

Um dos agressores cobre o rapaz de gasolina e uma outra ateia fogo enquanto o resto tira várias fotos do sofrimento do forasteiro.

Na cena seguinte, conhecemos Dan Gills, xerife da polícia que cobre um caso de capotamento de um carro cuja vítima ficou irreconhecível.

Um tempo depois, Dan vai até a lanchonete da cidade para papear com os amigos sobre o recente ocorrido.

Ao anoitecer, nas docas, um pescador bêbado perambula por um barco ancorado até ser atacado pelos populares de antes até acabar morrendo e ser fotografado por... Freddie?

Horas depois, Dan vai até a funerária do amigo Willian G. Dobbs para ter uma prosa com ele sobre a perícia realizada no rapaz encontrado desfigurado na cena do capotamento, suspeitando que ele tenha sido queimado primeiramente e posto no carro para parecer um acidente.

Depois, Dan vai até o hotel local para checar com o gerente o cadastro de hóspedes mais recentes para descobrir quem era a vítima do capotamento e encontra seus pertences ainda no quarto em que se hospedara. Ao vistoriar as coisas do rapaz se descobre apenas que ele era fotógrafo e que Janet, a esposa do xerife que é professora da escola primária veio ver o forasteiro há alguns dias para um trabalho.

Ao chegar em casa, Dan pergunta à Janet o que ela foi ver no hotel e ela logo identifica o investigado como George Lemoine e diz que ele foi vender material fotográfico para a escola.

Enquanto isso no hospital da cidade, cuidam de Freddie que agora sabemos que se chama George e um dos médicos diz para Dan que o rapaz acabou de sair de um coma e que devido aos estragos feitos em sua face não há esperança de uma cirurgia reconstrutiva, fora que ele perdeu um dos olhos e seus lábios o impedindo de se comunicar.

Depois de ser deixado sozinho com uma enfermeira, George é torturado psicologicamente por ela e ainda tem seu único olho perfurado com a agulha de uma seringa matando-o numa cena antológica e perturbadora.

Na manhã seguinte, o fotógrafo é enterrado e Dan tem uma discussão com Dobbs sobre as mortes misteriosas que vem ocorrendo na cidade.

À noite, Dan tem um papo com Janet que mal chega da escola e já tem que sair para honrar outro compromisso sem dar oportunidade para o marido desabafar sobre suas frustrações no trabalho.

Em paralelo, um forasteiro chamado Ron com sua mulher e filho chegam à lanchonete perguntando sobre a localização de um posto de gasolina e a garçonete sugere que um frentista chamado Freddie que é idêntico à George Lemoine que ajude a família de recém chegados.

Um tempo depois, finalmente de volta a pista, Ron se descontrola e bate o carro superficialmente. A mulher dele vê uma luz no final da estrada que se apaga e Ron pega o filho e sai com ele e a mulher do veículo se dirigindo até uma casa próxima pedindo ajuda.

Eles entram sem cerimônia e encontram o local deserto e escuro iniciando um breve desentendimento entre o casal. Ron deixa a família para averiguar um ruído vindo do piso inferior se guiando com a luz de um fósforo.

Quando os três se reencontram no andar de cima, são cercados pelos agressores de Potter's Bluff dando início a uma fuga pela janela. A família chega até o carro porém ele não liga dando tempo para os agressores chegarem até que o veículo finalmente arranca.

Do outro lado, Dan está dirigindo até que alguém se joga no capô. Quando ele sai para averiguar, é agredido por um grupo de pessoas que se escondem no breu e logo fogem.

Dan os persegue até chegar em uma estrada que dá acesso à entrada de uma fazenda. Ele entra numa casa próxima que aparenta estar abandonada e leva o maior susto.

No dia seguinte, enquanto procura por balas em uma gaveta, Dan encontra uma adaga sinistra que Janet diz ser instrumento para uma aula sobre bruxaria.

Horas depois, Dan recebe uma ligação de Dobbs confirmando que George foi queimado intencionalmente antes do suposto capotamento. Subsequente, Dan recebe um chamado de seu parceiro da polícia, Harris que diz ter encontrado um veículo submerso no porto.

No mesmo instante, um popular chamado Ben aparece na delegacia para dizer à Dan que viu alguém parecido com George no posto de gasolina mas é desdenhado.

Mais tarde, Dan vai até a escola primária e vê escondido Janet dando uma aula sobre bruxaria aos alunos como disse que faria.

Quando leva Janet do trabalho para casa, Dan passa pelo posto de gasolina onde o sósia de George, Freddie está trabalhando.

Dentre os limites da cidade, uma jovem andarilha descola carona com um estranho que faz uma parada para pegar um câmera. Ela acaba se tornando mais uma vítima dos agressores da cidade e entre eles está Harris, o parceiro de Dan que fotografa a jovem tendo sua cabeça esmagada por uma pedra.

Dobbs recebe o corpo da andarilha pela manhã do dia seguinte reconstituindo seu rosto passo a passo indo embora da funerária logo depois. No mesmo instante, uma pessoa misteriosa acaricia o rosto restaurado da jovem que desperta.

Paralelamente, Dan recebe as fotos da vítima que ele atropelou e o forense diz que a carne da pessoa já estava morta há meses segundo o laudo da perícia.

Assim que analisa uma amostra da pele da vítima no microscópio, o forense percebe algo que chama a sua atenção e logo ele liga para Dan e no mesmo segundo, os agressores o atacam.

A enfermeira que está entre eles injeta um fluido corrosivo nas narinas do forense o matando enquanto geral o fotografa.

Enquanto isso, Dobbs vai até a delegacia denunciar o roubo do corpo da jovem andarilha e proíbe o xerife de ir ao hospital para não por em risco o seu trabalho e ainda diz que Janet o anda procurando muito por acreditar que ele tem conhecimento sobre magia negra.

Os dois entram num assunto sobre os mortos voltarem à vida até que Dan recebe uma ligação de sua secretária o informando sobre a chegada de um relatório.

Depois, Dan volta à funerária para procurar Dobbs, mas ele sumiu e estranhamente encontra um tubo de creme facial muito suspeito.

Dan vai até o cemitério e ordena ao coveiro Sam que abra a cova em que George está enterrado. Um instante depois, Dan volta a procurar Dobbs que estava escondido em uma das gavetas do necrotério. O xerife retorna à cova e retira do caixão apenas um coração enrolado em um tecido.

Rapidamente, Dan passa pelo posto e tira uma foto de Freddie de surpresa e ao chegar a delegacia, telefona para o departamento de polícia de Saint para pedir uma ficha completa sobre Dobbs.

Posteriormente, Dan vai até o médico da cidade e pergunta se existe alguma forma de reanimar um corpo sem vida afirmando que as vítimas que supostamente morreram nos últimos dias voltaram à vida.

Neste momento, chega a ficha de Dobbs que se descobre ser original de Road Island e que foi banido de suas atividades por praticar experiências ilícitas com mortos.

Rapidamente, Dan volta para sua casa procurando por Janet e encontra um velho rolo de filme que ele executa em um projetor descobrindo uma gravação caseira de um casal transando. Os agressores invadem o ninho de amor e matam o homem que estava nos braços de Janet e Dobbs observa tudo satisfeito enquanto o xerife grita desesperado com a revelação.

Sem perda de tempo, Dan vai até a funerária tirar satisfações com Dobbs que exibe alguns vídeos de uma vítima desfigurada da qual ele restaurou seu rosto revelando que entre suas obras está Janet que ele trouxe de volta dos mortos depois dela ter se afogado.

Dobbs confirma ser praticante de magia negra e que ele deu Janet de presente ao amigo xerife por gostar muito dele. Sem temor, Dobbs dá a face para que Dan atire e nisso, chega Janet falando feito uma matraca como se fosse um fantoche e o agente funerário diz ter dado memórias falsas para a mulher do xerife.

Dan atira em Janet que não sente nada e continua falando sem parar totalmente fora da realidade e recebendo outros disparos em vão. Janet então reage e pede ao marido que a enterre fugindo logo depois.

Dobbs aproveita para agarrar Dan por trás mas é baleado. Dan sai e procura por Janet enquanto Dobbs se levanta. Dan encontra Janet chorando sobre a cova de George onde ela volta a pedir que a enterre. O agente funerário se arrasta até a vitrola e põe um disco para tocar enquanto Janet se despede de Dan sendo por fim sepultada.

Em paralelo, Dobbs usa de seu dom para restaurar seu ferimento.

Os populares que são mortos-vivos aparecem e desejam que Janet descanse em paz revelando as falhas de suas peles, resultado de um procedimento de Dobbs que não atingiu a perfeição e que eles escondem com aquele creme que Dan encontrou anteriormente. Eles arrastam Dan que se livra e volta até a funerária onde Dobbs mostra à ele o resto da gravação do homem assassinado nos braços de Janet que era nada menos que o próprio Dan! Ele é um morto revivido e consta esta realidade ao ver seus dedos deformados em decomposição depois que o efeito do creme passou.

Dobbs chama o amigo para que ele conserte seus dedos...

Não tem como não exaltar o filme. Ele tem ótimos efeitos de maquiagem, uma cenografia muito bem construída e conta com a direção competente de Gary Sherman de Poltergeist III - O capítulo final, que conseguiu trazer mais um filme de mortos-vivos em meio a muita produção que tentava encontrar seu lugar ao sol depois do arrasa quarteirão A noite dos mortos-vivos de 1968 e conseguiu com muito sucesso se destacar se tornando um clássico nos dias de hoje.

O filme tem um ritmo gostoso, a violência gráfica é muito boa e rende cenas inesquecíveis, além das sequencias de reviravoltas no ato final que pegam o espectador de jeito.

Entre o elenco nós temos a breve participação de Robert Englund, o eterno Freddy Krugger fazendo o papel do parceiro Harris. Infelizmente o destaque dele é quase nulo porém perceptível. Uma pena.

Já o protagonismo ficou a cargo de James Farentino que entre suas obras mais expressivas está Jesus de Nazaré, Licença para matar entre outras produções menores. Não fez por menos, atuou muito bem e conseguiu conquistar o carisma do público. 

No mais, o filme é um ótimo entretenimento e envelheceu até que bem se tornando uma obrigação para quem curte um bom filme oitentista de terror. 


Trailer: