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sábado, 8 de março de 2025

O Parque Macabro / Carnival of Souls (1962)

 


Voltando um pouco no tempo, eu encontrei só agora depois de muita recomendação, este clássico dos anos 1960 que mescla o terror psicológico com o sobrenatural de forma singular.

Com uma trama bem simples, o filme originalmente chamado de Carnival of souls trás como protagonista uma jovem organista que sobrevive a um acidente ocasionado por um racha. Para superar seu trauma, ela respira novos ares indo para uma cidade próxima onde ela se sente atraída por um parque de diversões abandonado e constantemente ela é stalkeada pelas aparições de um homem misterioso de feição empalidecida que esconde um grande segredo.

Conforme a trama vai se desenrolando, a mocinha se descobre transitando em um universo paralelo e distorcido onde sua existência parece ser ignorada. Mas porque isso?

Tudo começa com um racha entre dois carros em plena luz do dia desde a cidade até os limites de uma área rural e cruzando por fim uma ponte que dá em uma praia onde um dos veículos cai na água direto para a morte.

Depois da intro, as autoridades procuram pelo carro e seus ocupantes junto a um lamaçal na margem. Por um milagre, uma das caronas chamada Mary Henry emerge sã e salva porém com perda de memória recente.

O tempo se passa e Mary tenta refazer sua vida como organista em uma grande oficina, sua grande paixão e talento notório.

Mary está de viagem marcada para Utah tendo que passar pela ponte que ocasionou seu trauma desde o acidente do racha, porém a jovem consegue e chega à cidade em questão de poucas horas.

Com o fim do entardecer, Mary chega a um trecho da estrada onde nenhuma emissora de rádio é captada e por um breve momento, a jovem vê o busto de um homem pálido e descabelado surgir na janela do banco do carona fazendo-a frear bruscamente quase ocasionando um acidente.

Chegando finalmente ao seu destino, Mary para em um posto de gasolina para abastecer e pede para um frentista informações sobre alguma pensão onde ela possa se hospedar pelo tempo que vai ficar.

Depois de encontrar seu nova moradia na pensão da senhora Thomas, Mary vê no local mais uma vez a figura do homem pálido pela janela do quarto por um breve instante.

No dia seguinte, Mary procura a igreja onde passará a trabalhar como organista para o ministro da paróquia, onde por entre paredes espreita o misterioso homem pálido.

Mais tarde, Mary e o ministro vão até os limites de uma estrutura por onde a jovem passou na entrada da cidade que o frentista do dia anterior mencionou ter sido uma casa de banhos no passado se tornando logo depois uma danceteria e por fim um parque de diversões que ficou abandonado e que por algum motivo atrai a jovem que por hora deixa a exploração para uma próxima oportunidade.

Na volta para a pensão, Mary prepara um bom banho enquanto a senhora Thomas lhe prepara um lanchinho. No meio do relaxamento na banheira, Mary acaba recebendo a visita de seu vizinho inconveniente John Linden que mal intencionado a convida para jantar sendo rejeitado.

Depois de dispensar John, Mary acaba vendo o homem misterioso no andar térreo através de um jogo de escadas e corre se trancar em seu quarto até a chegada da senhora Thomas.

Mary pergunta se a pensionista já viu o homem misterioso, porém a senhora diz que só há ela e John hospedados e com a insistência da jovem na pergunta, a senhora Thomas desconversa dizendo que a inquilina está vendo coisas.

Mesmo apreensiva, Mary dorme e acorda de manhã com outra visita de John que lhe trás café. Os dois se conhecem melhor papeando por alguns breves minutos.

Mais tarde Mary vai até uma loja de roupas no centro para comprar um vestido novo e ao prova-lo, sente-se vigiada a forçando a deixar o provador.

Ao voltar a perambular pela loja, Mary percebe que estranhamente ninguém a enxerga ou a ouve e ela evade do local sentindo como se o seu senso de percepção do universo estivesse diferente e distorcido.

Parando na praça para beber água, Mary vê alguém se aproximar dela e ela corre esbarrando em um senhor. Pálida, ela diz ter visto o homem misterioso, mas na verdade era só um transeunte aleatório.

O senhor que a acode se chama Samuels e é um médico que a convida para ser examinada em seu consultório notando seu visível estado de choque.

Lá, Mary fala sobre o homem misterioso que a segue desde que ela chegou na cidade e Samuels diz que o tal pode representar alguma culpa que a moça carrega, o que ela nega acreditando ser fruto de sua imaginação por que ela é pouco sociável e termina dizendo que pode resolver seu problema sozinha.

Mais tarde, Mary visita o misterioso parque de diversões abandonado e faz um tour pelas dependências até terminar próxima à praia onde ela joga uma pedra na água antes de ir embora sem reparar que no fundo do mar repousa o cadáver do homem misterioso.

Na volta à pensão, Mary é convidada insistentemente por John para um programa à dois e depois vai até a igreja ensaiar.

Mary toca completamente avoada e tem uma visão com o homem misterioso deixando o mar onde repousa ao cair da noite e o parque se enche de pessoas que dançam. Em paralelo, o ministro interrompe Mary dizendo que sua melodia é profana e a demite.

Na saída, John pega Mary e a leva até uma danceteria onde ela demonstra total desinteresse na interação social.

Na volta para a pensão, John tenta flertar com Mary mas a moça é evasiva e vê no rapaz por um instante a figura do homem misterioso que a faz surtar e o rapaz se desinteressar por ela a taxando de louca.

Na manhã seguinte, o doutor Samuels examina Mary e na saída, diz à senhora Thomas que a paciente pretende deixar a cidade o quanto antes.

É justamente o que ela faz passando por uma oficina para revisar o carro que é suspenso com ela dentro. A jovem tenta dar um cochilo, até que ela ouve alguém se aproximando que a faz saltar do carro e correr pela cidade até a rodoviária onde mais uma vez seu senso de percepção do universo se distorce e ninguém pode vê-la ou ouvi-la.

Ao entrar em um dos ônibus, Mary percebe que todos os passageiros são parecidos com o homem misterioso de suas visões e acaba recuando em pânico.

Um tempo depois de andar, Mary sente que não pode ouvir nada a sua volta e tenta pedir ajuda para todos que passam por ela, mas ninguém a vê ou ouve.

Como último recurso, Mary recorre ao doutor Samuels, mas quando ele se vira para atende-la percebemos que aquele é o homem misterioso que a faz gritar e acordar na oficina revelando que os últimos momentos foram apenas um sonho. A moça dá o pinote em seu carro logo depois.

Mary vai até o parque abandonado e vaga pelas dependências vendo ao longe, na orla o homem misteriosos e outras pessoas que emergem do mar revelando-se fantasmas presos à aquela construção e geral dança sob uma melodia agoniante perante os olhos incrédulos de Mary que vê o homem misterioso tirar para dançar uma versão morta-viva dela mesma que a faz gritar.

Os fantasmas perseguem Mary pela praia no meio do breu até conseguirem pega-la.

Na manhã seguinte, a polícia acompanhada do doutor Samuels e do ministro seguem as pegadas de Mary que somem na areia e seu carro é encontrado no fundo da água com o corpo dela e de outras duas pessoas, as mesmas com quem ela estava no momento do racha no início do filme...

O final do filme deixa esclarecido o que depois de um certo momento já era perceptível: que Mary era um espírito vagante transitando entre o mundo dos mortos e o dos vivos sem saber que estava morta e sua forte atração com o parque é motivada pelo simples fato de que a praia que corta a cidade foi o local de sua morte, portanto seu espírito estava de certa forma preso à aquele lugar precisando estar lá para que seu corpo pudesse ser encontrado e ela enfim descansar em paz.

A figura do homem misterioso pode ser interpretado como uma alma penada escolhida a dedo para fazer a protagonista ascender à sua nova realidade. Aliás, com a reta final do filme fica claro que o parque de diversões da praia foi abandonado por ser mal assombrado pelas almas que lá dançam toda noite como se estivessem se divertindo quando eram vivos.

O filme tem uma atmosfera densa e tensa a todo momento coroado pela filmagem em preto e branco que deu um ar ainda mais assustador para a obra prendendo o espectador do início ao fim. É uma delícia seguir o filme por que ele é bem curtinho e bastante ágil, além deter um antagonista marcante, no caso o homem misterioso que mesmo não tendo falas é assustador e muito bem caracterizado.

Em 1998 foi produzido um remake porém com a história bem diferente da original mantendo apenas a essência, o que fez com que os fãs do clássico sessentista torcessem o nariz para a nova versão que foi de certa forma um fiasco e uma das piores adaptações de filmes de terror já existente.

No mais, o clássico de 1962 é uma obra agradável, com uma carga tensa muito forte, atuações bacanas e apesar da trama estar datada já que se passa na época em que foi produzida, ela tem seu charme e não peca em nada por ter se tornado uma história com ares retro muito bem montada. Super recomendo.   


Trailer:



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