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sábado, 4 de maio de 2024

A noite dos mortos-vivos 3D / Night of the Living Dead 3D (2006)

 


Entrando em um novo mês e desta vez a temática será remakes. E para começar eu escolhi uma readaptação de um clássico absoluto de George Romero que nos anos 1990 já havia recebido um remake muito competente que marcou por aqui a época do saudoso Cine Trash, A noite dos mortos-vivos.

Dirigido por Jeff Broadstreet que também fez parte do roteiro apesar de não ter sido creditado, a versão de 2006 é uma produção independente de baixo orçamento que andou na contra mão do original de 1968 modernizando a trama sem alterar a essência, o que acabou fazendo com que os fãs da obra clássica torcerem o nariz além de muita coisa errada que nós vamos ver no decorrer da resenha.

A história começa como no clássico com os personagens de sempre Barbara e Jhonny indo ao cemitério visitar o túmulo de uma tia (ao contrário das outras versões que eles visitam o túmulo da mãe que aqui chega a ser mencionada) até se darem conta de que um holocausto zumbi começou nas imediações da cidade e se espalhou no decorrer da trama enquanto Barbara se abriga na casa de campo de uma família caipira e junto deles lutam para sobreviver e fugir aquele inferno que se estende pela noite.

Mas a trama de 2006 comparada as versões anteriores para por ai e se torna um filme totalmente novo dando novas funções a personagens clássicos além de modificar o caráter de cada um (e até mesmo a etnia de um dos protagonistas mais clássicos).

Além disso, a trama ainda trás novos personagens e uma subtrama inédita envolvendo o dono do cemitério e um segredo que o liga a proliferação de mortos que voltam a vida. Então antes de eu falar tudo o que está engasgado sobre esta adaptação é melhor resumir a coisa toda primeiro, então lá vai.

O filme começa com a introdução de A noite dos mortos-vivos de 1968 até percebermos que o filme em questão está passando em algum aparelho de televisão de tubo dentro de uma loja de conveniência. Daí o filme começa para valer com a câmera focando a tevê e a pista de cidade de interior idêntica a da obra de 1968 onde transita um único carro com um casal de jovens a bordo: nada menos que os irmãos Johnny e Barbara em sua costumeira briga infantil por que o irmão está tentando amedrontar a jovem dizendo que os mortos estão voltando à vida e que virão pegá-la.

Depois, vem a típica discussão por que Johnny não está nada satisfeito de dirigir por quilômetros para ir ao funeral de uma familiar que ele não gosta e que Barbara o faz por respeito e consideração, que no caso é a tia deles por parte de mãe, esta que já era falecida a muito tempo.

Ao chegarem ao cemitério se deparam com tudo vazio e o caixão com o corpo da defunta abandonado ao léu causando estranhamento. Aliás, ressalto aqui meu primeiro descontentamento com esta versão que é o Johnny que comparado a suas versões anteriores é menos brincalhão, mais engessado e só sabe dar justificativas esdruxulas para as suas atitudes infantis e egoístas.

Johnny resolve procurar por alguma alma viva naquele fim de mundo até que Barbara sente o caixão da tia se mexer e ao gritar pelo irmão, percebe que ele está sendo atacado por uma dupla muito estranha de movimentação lenta. Johnny consegue se desvencilhar dos estranhos e foge covardemente em seu carro enquanto suas versões do passado deram suas vidas defendendo as respectivas Barbaras (mais um ponto negativo para este merda).

Repentinamente, o corpo da mãe de Barbara sai do tumulo e a ataca fazendo-a correr pela estrada rural até chegar ao necrotério onde encontra um morto-vivo pelado devorando um agente funerário.

Ao entrar dentro do local, Barbara é cercada por outros mortos-vivos sendo salva por um senhorzinho chamado Gerald Tovar Jr.

O morto-vivo pelado ataca Gerald  que o segura e na maior tranquilidade pede á Barbara para fugir e é o que ela faz até que a noite cai. Exausta, Barbara tenta ligar para Johnny no celular e como não obtém retorno manda um SMS.

No breu, um par de mortos-vivos a atacam, mas um jovem aparece de moto e além de salva-la a escolta até a casa de campo de uns amigos próximos.

A casa em questão é a fazenda da família Cooper formada por Henry, Hellie e sua filha adolescente Karen e o salvador de Barbara é Ben que aqui é um rapaz... branco?

Apresentando a forasteira aos Cooper, Ben deixa a família a par do ocorrido e Henry ri e ironicamente os Cooper, Ben e Owen, o faz tudo da fazenda estão vendo a versão sessentista de A noite dos mortos-vivos pela tevê (então pode-se considerar que o clássico é uma ficção dentro do universo do remake).

Enquanto Barbara tenta convencer Henry da história dos mortos-vivos, Karen vai até seu quarto com a desculpa de ouvir música mas o que ela faz é fugir de casa pela janela.

Paralelo, Tom e Judy que também são amigos dos Cooper, são um casal de jovens maconheiros que estão no celeiro partindo das preliminares direto para o coito (que baita desestruturação para um par de personagens clássicos, já não bastasse o Ben branco amigo do patriarca dos Cooper que em outra vida era seu inimigo mortal).

Karen por sua vez, curiosa, dá a volta por fora da casa e ouve escondida a conversa dos adultos quando Henry menciona o dono do necrotério e paralelo a isso, Owen seca a bunda de Hellie.

Cooper nega à Barbara uma intervenção policial por conta do seu envolvimento no cultivo de drogas mas se oferece para levar a recém chegada até a cidade.

Na saída, um morto-vivo ataca Owen mordendo seu braço e atacando Ben até que Barbara o apunhala no peito tirando-o de ação.

Na sequencia, outro morto-vivo tenta entrar na casa e geral o impede trancando a porta de acesso e posteriormente a dos fundos enquanto uma horda de mortos se aproximam.

Enquanto isso no celeiro, o casal de drogados coitam intensamente até que Judy sente que há alguém os espreitando mas Tom ignora.

Totalmente convencido do apocalipse zumbi, Henry planeja o próximo passo para um ataque enquanto a casa já está totalmente cercada.

De volta ao celeiro, Tom e Judy dão de cara com os mortos-vivos que invadiram o local. Tom os enfrenta enquanto Judy foge peladona até o carro que é cercado chamando a atenção de Barbara, os Cooper e convidados que veem a movimentação do lado de dentro.

Tom vai até o carro para tentar salvar a namorada , mas é arrastado e devorado. Judy tenta evadir do carro mas o cerco não deixa e nisso, Ben e Henry aparecem para ajudar, mas a maconheira é atacada mortalmente.

Os rapazes dão meia volta e as mulheres sugerem chamar a polícia, porém descobrem através de Ben que a linha foi cortada além do cabo da tevê além de classificar que o ocorrido foi obra dos mortos alegando que eles não tem cérebro. Tipo, do nada Ben virou um expert em zumbi... conveniências do roteirismo.

Com a aproximação dos mortos-vivos, Henry toma duas medidas: bloquear todas as janelas e usar de todo seu arsenal. O patriarca dos Cooper ainda me manda um ''eu não sou o Scarface, sou um cidadão pacífico" ao ser perguntado sobre o armamento pesado que ele esconde e isso eu achei no mínimo hipócrita além de engraçado.

Henry e Hellie se dão conta do sumiço de Karen e iniciam uma busca até que um morto-vivo tenta entrar por uma das janelas e depois deste levar um tiro certeiro na cabeça outros semelhantes entram em seguida.

Ben diverge com Henry sobre as buscas por Karen e prioriza uma fuga de carro desarmando-o.

Hellie ajuda Barbara a trocar de roupa e revela que ela é madrasta de Karen que é uma rebelde e ainda diz que conheceu Henry pouco depois dele ter perdido sua primeira esposa com a filha ainda pequena. Também diz que o marido a ajudou a superar seu vício em drogas, ou seja, o cara fornece drogas para todo mundo, mas a família tem que ser limpa, enfim a hipocrisia.

Enquanto isso, os rapazes lavam roupa suja sobre a situação e Owen supersticioso diz que o que está acontecendo é a maldição dos mortos-vivos por eles terem visto o filme clássico de George Romero e Ben diz ao faz tudo que para variar também se droga que ele precisa de um médico, uma baita tirada que me fez rir feito um retardado... ponto para o roteiro.

Ao mesmo tempo que Barbara volta a sala de estar, Hellie encontra rastros de sangue no banheiro chamando a atenção de todos que dão de cara com Karen transfigurada em uma morta-viva (que mais parecia uma mendiga que saiu de um furacão) e esta ataca Henry.

Ben não exita e atira na garota uma bala de CGI muito vagabunda digna dos filmes de terror do início do novo milênio além de uma explosão muito mal feita e em câmera lenta seguido de uma tela preta.

Neste momento, Gerald bate a porta dos Cooper desesperado enquanto é atacado e Ben o deixa entrar.

Henry aproveita para interrogar o dono do cemitério que diz que toda a confusão com os mortos começou há duas semanas. Gerald diz que aqueles mortos que voltaram a vida deviam ter sido cremados, mas acabaram sendo armazenados e escondidos, pois na época em que ele trabalhava para o pai não tinha coragem de usar o crematório. Ainda completa que restos hospitalares reagiram com os corpos durante um vazamento e alerta que quem for mordido por eles se tornará um deles, o que explica Karen.

Nisso, geral se concentra em Owen que acorda pálido e frio e Geral constata que ele está morto. Owen perde a sanidade tento se tornado um morto-vivo e tenta atacar Ben mas Gerald o mata com uma pá e aconselha o grupo a ir até sua casa para ligar para a polícia estando ciente de que a linha dos Cooper foi cortada. Gerald é interrogado e diz que viu um poste caído nas imediações da fazenda deduzindo o óbvio.

Repentinamente, os mortos-vivos tentam forçar uma entrada pondo todos para correr para o andar de cima no quarto de Karen. Barbara, Gerald e Ben deixam o casal Cooper em casa e fogem, mas na fuga veem Judy ainda viva dentro do carro tentando se proteger (jurava que ela tinha morrido, erro do roteiro ou desatenção minha?).

Os mortos-vivos batem a porta do quarto de Karen e a cena corta dando a entender que Henry e Hellie morreram já que eles não são mais vistos.

No meio do breu, Barbara discute com Ben por ele ter se proposto a vender as drogas cultivadas por Cooper e nisso, o trio de fugitivos é cercado por uma morta-viva que nada mais é que a tia de Barbara que é derrubada com um tiro.

Depois de caminharem um pedaço, o trio chega até um carro e inesperadamente, Gerald nocauteia Ben com a pá e o tranca no porta-malas enquanto Baraba corre.

Gerald segue a jovem até um depósito onde está preservado o pai do dono do cemitério como morto-vivo amarrado e que está naquele estado por que o filho se negou a atender o pedido dele de ser cremado quando este morresse.

Barbara com o uso de um isqueiro queima a mão do morto-vivo e foge enquanto Gerald fica só olhando o corpo virar churrasquinho sem conseguir fazer nada.

Ben acorda e pede ajuda á Barbara mas ela é nocauteada por Gerald quando este a alcança.

Perto do nascer do sol, Gerald leva seus prisioneiros até sua casa e coloca e coloca Barbara no porão que também serve como uma sala de autópsias improvisada, mas antes que pudesse fazer algo, os mortos-vivos aparecem e atacam seu pai.

Amarrada pelos pulsos, Barbara corre até o carro enquanto Gerald é atacado à mordidas. Gerald corre até o carro tentando pedir ajuda, mas vira banquete, enquanto a jovem tenta dar a partida no veículo sem sucesso.

Ainda vivo, porém debilitado, Gerald tenta quebrar o vidro frontal do carro mas é abatido finalmente.

Livre, Barbara pega um revólver e sai do carro junto de Ben que se soltou e os dois trancam a garagem.

Barbara percebe que Ben teve seu abdome perfurado por uma barra de ferro e ele ordena a amiga que fuja até que ele se transforma num morto-vivo levando um tiro direto na cabeça.

Os mortos-vivos abrem a porta da garagem e preparam um ataque até que a tela paralisa com os gritos de Barbara e sobem os créditos da versão de 1968 porém com o nome da equipe de produção do filme de 2006 embalado por canções de rock'n roll dos anos 2000.

Aí está a única coisa boa em todo o filme que foi um turbilhão de absurdos: a trilha sonora. Apesar de poucas músicas elas foram muito bem escolhidas como por exemplo a minha preferida ''Control'' da banda Radford que é uma das que tocam nos créditos finais.

Agora vamos lá regurgitar tudo que este filme me fez passar ao assisti-lo a começar pelo 3D que não funciona em momento algum e não faz falta alguma já que não há uma única cena sugestiva e nem mesmo memorável que valesse o uso da mecânica.

Para prosseguir, temos a falta total de química e carisma entre os atores que interpretaram Barbara e Johnny. O entrosamento entre eles é zero o que faz o início do filme ser chato e massante.

Os mortos-vivos são muito mal caracterizados talvez por conta do baixo orçamento do qual eu se quer consegui encontrar o valor mas que é evidente visto a produção pobre e os efeitos vergonhosos, além da falta de violência gráfica e de gore, sendo que o filme se resume apenas a investigação, diálogos chatos e as investidas brochantes dos mortos-vivos.

O personagem Gerald é muito raso e inexpressivo no início do filme, mas que ao mesmo tempo deixa claro que esconde alguma coisa o que o torna previsível como sendo um futuro vilão, vilão este aliás com uma motivação tosca e um trauma do passado ridículo que faz qualquer um querer desistir do filme assim que ele se revela.

O filme tem sérios problemas com o roteiro como a tentativa ineficaz de implantar um plot twist com a entrada triunfal de Karen transformada em zumbi que acabou sendo brochante, fora a personagem Judy que em um momento é notoriamente abatida pelos mortos vivos e um tempo depois, o suficiente para ser esquecida ela reparece viva e é abandonada novamente.

Aliás, o que foi que fizeram com os personagens clássicos do filme? transformaram geral em produtor, vendedor e consumidores de drogas pesadas... Por que? Para que? Parece até que Jeff Broadstreet se esqueceu que estava recriando o maior clássico de George Romero (que cá entre nós, deve estar se revirando no túmulo até hoje) e pensou que estava dirigindo um slasher dos anos oitenta exagerando em absolutamente tudo sem motivo nenhum e um desses exageros foi introduzir Tom e Judy do nada e já fazer os dois partirem para o coito sem nem dar tempo do público criar laços com eles. Lamentável.

A direção peca muito nas cenas noturnas, pois em algumas tomadas não dá para enxergar nada.

E o que falar especificamente da Barbara desta versão? Ela é infinitamente inferior as suas outras versões, ela é chata, pouco participativa, quase uma figurante e ainda por cima tentaram criar uma relação entre tapas e beijos entre ela e Ben que não tinha como dar certo já que os dois além de não ter nada a ver também não tiveram tempo de se aprofundar, fora que eles não tem química.

Enfim, o filme envergonha os clássicos, destoa completamente o roteiro se tornando uma história nova de mortos-vivos e não diverte apesar de uma ou outra cena solta com um teor cômico bem bobo.

Em 2012 foi produzido um prologo deste filme, acreditem se quiser, chamado de A noite dos mortos-vivos Re-animação também dirigido por Broadstreet, que conta a juventude de Gerald ao lado de seu pai no necrotério e como o despertar dos mortos começou. Eu ainda não assisti ao filme e já estou com medo desta possível bomba.

Fora isso, em 2021 foi produzida outra versão de A noite dos mortos-vivos desta vez uma animação, que eu também ainda não vi, mas vi o trailer e esta animação tem um traço bem simples e readapta o clássico de 1968 de forma competente.

Vamos ver se no futuro eu trago estas obras também...


Trailer:


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