Bem-vindos!

Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

quarta-feira, 12 de março de 2025

Corra! / Get Out (2017)

 


Uma das grandes surpresas de 2017 com certeza foi a obra que projetou Jordan Peele para o mundo do terror depois de uma sucessão de pequenos trabalhos não muito relevantes.

Com a sua abordagem cheia de críticas sociais, o filme Corra! traz uma história que nos leva a um casal inter racial: um jovem fotografo negro e sua namorada branca que num dado momento quer convidar o rapaz para convidar a família dando por certo que eles não tem nenhum tipo de preconceito, porém ao chegar na residência dos sogros, o protagonista começa a descobrir podres e se vê preso em uma teia de mentiras e um segredo profundo que poderá mudar tudo.

O filme abre em uma noite comum quando um jovem negro anda pela rua silenciosa ao telefone procurando um endereço. Do nada, um carro branco começa a stalkea-lo até que uma pessoa misteriosa usando couro e um capacete o nocauteia e o arrasta para dentro do veículo.

Depois da intro, conhecemos Chris Washington, um jovem fotógrafo negro se preparando para se encontrar com sua namorada branca Rose Armitage que está a caminho do apartamento do rapaz.

O casal está de viagem para fora da cidade para que Chris conheça os pais da namorada, o que o deixa tenso pois ele não sabe como os sogros irão reagir a cor de sua pele ainda que Rose o tenha tranquilizado dizendo que seus velhos não são racistas.

No meio do caminho, Chris telefona para seu amigo Rod Willians que é policial cheio de carisma pedindo para ele que cuide de seu cachorro pelo tempo que ficar fora da cidade.

Depois de desligarem na cara de Rod, o casal bate o carro em algo que quebra um dos retrovisores. Chris sai para averiguar no meio da floresta e encontra um cervo desfalecendo deixando claro que ele o atropelou e aciona a polícia que procede de forma racista com ocorrido, mas Rose ajeita as coisas.

Um tempo depois de voltar à viagem, o casal chega até a residência dos Armitage sendo recebidos pelos pais de Rose: Dean que é um neurocirurgião e Missy que é terapeuta e eles recebem o genro calorosamente.

Enquanto Rose se acomoda, Dean apresenta a casa e a criada Georgina que é negra para Chris e também Walter, o caseiro que é igualmente de cor, o que faz o rapaz indagar ao sogro o por que da escolha de cor.

Um tempo depois, percebendo a ansiedade de Chris em querer fumar, Jean sugere ao jovem que passe por uma sessão de terapia de hipnose com Missy mas ele se recusa prontamente.

Os Armitage mencionam à Chris uma reunião de família que se avizinha e do nada, enquanto serve chá para o convidado, Georgina tem algum tipo de apagão mental e se retira toda sem graça.

Na sequencia, chega Jeremy, irmão de Rose que na cena posterior se junta à família para um jantar bem humorado.

No meio da noite, depois de um coito, Chris perde o sono e perambula pela casa até sair pela varanda onde vê Walter o caseiro correr em sua direção desviando bem a tempo a sua rota desaparecendo misteriosamente.

Depois, Chris vê Georgina pela janela se olhando pela mesma como se fosse um espelho sem se dar conta que aquele vidro é dupla face e que apenas Chris pode enxerga-la por fora.

Ao voltar para dentro, Chris encontra Missy acordada e ela oferece para ele uma amostra de sua terapia. A terapeuta o faz relaxar ao som da chuva que Chris visualiza em sua mente fazendo-o ficar cansado ao mesmo tempo que ela gira uma colher na xícara de seu chá provocando rangidos repetitivos que provocam paralisia e medo no rapaz.

Ao comando de voz de Missy, a mente de Chris se fecha e uma personificação de si mesmo dentro de seu subconsciente começa a cair no limbo observando o que acontece por fora de seu campo de visão perdendo o controle dos movimentos de seu corpo.

Ao recuperar a consciência, Chris acorda na cama de Rose ao lado dela como se tivesse tido um pesadelo e depois de se recompor ele tira fotos da natureza.

No caminho de volta para a casa dos Armitage, Chris vê Georgina se olhando no espelho com o mesmo olhar robótico e distante da noite passada e quase é flagrado pela criada.

Depois, Chris tenta um papo com Walter que joga uma conversa estranha rasgando elogios à Rose.

Chris diz para Rose que Missy deve te-lo hipnotizado pois ele não sente mais vontade de fumar e ainda diz que Walter deu a entender que gosta de verdade dela.

É chegado o dia da reunião de família e amigos dos Armitage e os convidados, todos brancos são estranhamente cordiais com Chris.

Chris se separa de Rose para tirar fotos e encontra um rapaz negro com quem ele puxa conversa e percebemos que ele é nada menos que o rapaz negro sequestrado no início do filme pelo misterioso carro branco e este atende por Logan, acompanhante de uma amiga dos Armitage chamada Philomena King.

Um pouco depois, Chris conhece Jim Hudson, um senhor cego dono de uma galeria de arte que se diz fã das fotos que o rapaz tira, explicando que uma pessoa narra os detalhes de cada foto para que ele visualize em sua mente.

Na sequencia, Chris volta para o quarto e percebeu que seu celular não pegou carga apesar dele te-lo deixado carregando e ele diz à Rose que desconfia que Georgina o sabotou por que ela tem demonstrado não ir com a cara dele.

Alguns minutos depois de pegar alguma carga no celular, Chris telefona para Rod que sabendo da terapia de Missy alerta o amigo que há algo de errado com os negros da casa e que eles podem estar sendo vitimas de hipnose coletiva e por isso se comportam tão estranhamente.

Georgina entra logo depois para se desculpar pela mancada com o celular alegando que ao limpar o armário de cabeceira onde o aparelho estava acidentalmente ela deixou o cabo do carregador desconectar sem ela perceber. Do nada, ela deixa derramar uma lágrima de nervoso em meio a um sorriso forçado.

De volta ao jardim, Chris volta a ser o centro das atenções entre os brancos e de supetão tira uma foto de Logan utilizando flash, o que faz o companheiro de Philomena ter um sangramento nasal, suas pupilas expandirem e ele entra em surto gritando para Chris cair fora naquele mesmo momento repetidamente precisando ser contido.

Depois da confusão, Logan volta ao normal e pede desculpas aos presentes que voltam aos festejos.

Chris sai para respirar com Rose e diz não confiar na explicação de que Logan teve uma convulsão por causa do flash e ainda menciona que já viu o rapaz em algum lugar.

Em paralelo, Dean segue com um suposto bingo silencioso que na verdade parece mais um leilão valendo Chris já que uma foto do mesmo em tamanho grande é exibida para os convidados que dão lances por sinais e quem arremata o prêmio é Jim Hudson.

De volta para Chris, ele conta à Rose sobre a perda traumática de sua mãe e revela emocionado que a namorada é tudo o que ele tem e que não irá deixa-la nunca.

Ao voltarem para casa na calada da noite, Chris e Rose são observados pelos Armitage e os criados muito estranhamente.

Um tempo depois, Chris recebe uma ligação de Rod que diz ter investigado Logan e descobriu que ele na verdade se chama André e que ele está desaparecido há um bom tempo.

Sem perda de tempo, Chris faz as malas e diz para Rose que eles irão embora imediatamente. Enquanto a garota sai para procurar as chaves do carro, Chris revira algumas fotos dela com seus ex-namorados e todos eram negros e não bastando entre eles estão Walter e também Georgina!

Rose regressa ainda sem as chaves o forçando a sair da casa por conta, mas no caminho, os Armitage colocam o rapaz contra a parede. Chris então se toca que Rose o levou para uma armadilha e antes que ele pudesse atacar Jeremy que o provoca, Chris é hipnotizado pelo método xícara de chá voltando a afundar no limbo.

Neste meio tempo, Rod dá pela falta de Chris por conta do não retorno de suas chamadas no celular. Ele faz uma rápida pesquisa sobre Andre que é músico de jazz confirmando que ele ainda está desaparecido.

Chris acorda preso a uma poltrona de frente para uma televisão retrô onde ele vê uma propaganda narrada por Roman Armitage, pai de Dean que diz que o jovem foi escolhido para passar por um procedimento chamado Coagula.

Enquanto isso, Rod vai até as autoridades para denunciar o desaparecimento de Chris e André explicando sua teoria da hipnose e o controle dos negros com fins escravocratas mas é ridicularizado.

Rod então resolve investigar por conta própria e recebe uma ligação de Rose dizendo que Chris pegou um táxi depois de ficar estranho com ela e sumiu há dias, porém o policial sem papas na língua joga na cara da jovem que já sabe do esquema do controle mental e a xinga depois que a vagabunda se oferece para ele, ainda que no fundo Rod quisesse.

Enquanto isso, Chris recebe outra imagem da televisão, agora de Jim Hudson num leito de hospital que detalha os procedimentos da Coagula: a maior parte do cérebro do jovem será transplantada para o cego que controlará as funções motoras de Chris que terá uma parcela muito pequena de consciência ativa vivendo como uma marionete tal como André, Georgina e Walter! O intuito, é que Jim quer voltar a enxergar ainda que seja pelos olhos de seu escravo.

Realizando tudo, Chris arranha a poltrona onde está preso e consegue tirar algodão do forro ficando pensativo.

Enquanto isso, Jim é preparado em uma sala de cirurgia nas entranhas da residência Armitage ficando nas mãos de Dean.

Em paralelo, Jeremy se prepara para levar Chris desacordado em uma cadeira de rodas para a cirurgia, mas o jovem que se fingia nocauteia o cunhado com uma bola.

Dando pela demora do filho, Dean resolve procura-lo mas Chris o pega de surpresa o empalando com uma cabeça de cervo empalhada matando-o.

Depois, Chris encontra Missy que o ataca, mas ele consegue nocauteá-la. Antes que pudesse fugir, Chris é surpreendido por Jeremy que ainda está vivo e tenta apaga-lo com um mata-leão, mas o fotógrafo o perfura e o pisoteia conseguindo pegar as chaves do carro do agora finado e o utiliza para fugir.

Ao mesmo tempo que dá a partida no carro, Chris tenta telefonar para a polícia até que repentinamente, Georgina se joga na frente do veículo sendo atropelada. Chris a leva para dentro do veículo, mas a criada acorda e o ataca provocando uma batida onde a mulher morre.

Rose percebe o reboliço na casa e se arma indo atrás de Chris que é surpreendido por Walter que o derruba tentando mata-lo. Chris aciona o flash de sua câmera fazendo Walter voltar a si e ele aproveita disso para enganar Rose que chega bem a tempo oferecendo sua arma para que o caseiro acabe com o fugitivo, porém o homem a baleia e depois tira a própria vida com um tiro.

Agonizando, Rose pede perdão para Chris e diz ama-lo, mas ele tenta esgana-la mas não consegue.

Uma viatura chega bem no momento e para a surpresa de geral é Rod que leva Chris consigo enquanto Rose desfalece aos poucos...

Existe um final alternativo da obra onde no momento em que a viatura chega e no lugar de Rod, é um policial que interpreta a cena como um homicídio levando Chris preso. Então, na cena seguinte, Chris conversa com Rod pelo telefone da prisão descobrindo que não foi encontrado nenhuma prova dos crimes dos Armitage e o fotógrafo se conforma com seu destino. A câmera então foca no rosto de Chris bem de perfil o enquadrando com as outras cabines isoladas mostrando que os outros presos são todos jovens negros...

Não sobram palavras para elogiar este filme. Ele tem tensão e mistério na medida certa, tem um show de atuação de Daniel Kaluuya no papel de Chris que rouba a cena tendo se tornado a revelação do ano.

O filme ainda consegue esconder algumas pequenas lacunas que se bem assistido da primeira ou numa segunda vez revelam ainda mais coisas que estavam na cara e a gente simplesmente não via: a primeira, é o carro de Jeremy que Chris usou para fugir no final que é o mesmo carro usado no sequestro de Logan / André, ou seja, o sequestrador era Jeremy e é visível o prazer que ele sente em fazer mal aos negros. O segundo, é que num dado momento é falado sobre um maratonista negro que há décadas atrás venceu o pai de Dean em uma corrida nas olimpíadas e este nada mais é que Walter e com isso fica claro que quem passou pela Coagula para controlá-lo foi o próprio Roman, aliás isso fica ainda mais claro em uma cena em que Rose sussurra para si mesma "pegue ele, vovô" focando sua visão em Walter.

Já no caso de Georgina eu não entendi muito bem, mas o mais óbvio é que quem a controla é Missy, isso não fica muito bem explícito mas é o que parece. Aliás, tanto ela quanto Walter mesmo escravizados se mostram ainda interessados por Rose, assim como Chris no final tenta mas não consegue matar a amada por que ainda sente algo por ela apesar de tudo, o que faz da jovem uma hábil sedutora.

O artifício do flash no despertar dos manipulados foi uma mecânica bastante criativa e válida e proporcionou um momento icônico e que dá nome ao filme ainda que em sua dublagem essa referência se perdeu e eu falo do despertar de André que grita "cai fora", que deveria ter sido "corra!", já que no original ele diz "get out" que é o título original do filme e que faz mais sentido dando uma carga a mais para a cena.

No mais, o filme todo tem uma estrutura tensa bacana, você se sente preso querendo descobrir que caralho está acontecendo com aquela família hipócrita e qual o problema dos criados que são um show a parte conseguindo transportar em suas atuações a imersão perfeita de um personagem afundado em um transe hipnótico. É simplesmente bizarro e consegue perturbar. Para quem reclama que não existe filmes de terror bons na segunda metade dos anos 2010, ai está uma obra que quebra qualquer argumento.  


Trailer:



sábado, 8 de março de 2025

O Parque Macabro / Carnival of Souls (1962)

 


Voltando um pouco no tempo, eu encontrei só agora depois de muita recomendação, este clássico dos anos 1960 que mescla o terror psicológico com o sobrenatural de forma singular.

Com uma trama bem simples, o filme originalmente chamado de Carnival of souls trás como protagonista uma jovem organista que sobrevive a um acidente ocasionado por um racha. Para superar seu trauma, ela respira novos ares indo para uma cidade próxima onde ela se sente atraída por um parque de diversões abandonado e constantemente ela é stalkeada pelas aparições de um homem misterioso de feição empalidecida que esconde um grande segredo.

Conforme a trama vai se desenrolando, a mocinha se descobre transitando em um universo paralelo e distorcido onde sua existência parece ser ignorada. Mas porque isso?

Tudo começa com um racha entre dois carros em plena luz do dia desde a cidade até os limites de uma área rural e cruzando por fim uma ponte que dá em uma praia onde um dos veículos cai na água direto para a morte.

Depois da intro, as autoridades procuram pelo carro e seus ocupantes junto a um lamaçal na margem. Por um milagre, uma das caronas chamada Mary Henry emerge sã e salva porém com perda de memória recente.

O tempo se passa e Mary tenta refazer sua vida como organista em uma grande oficina, sua grande paixão e talento notório.

Mary está de viagem marcada para Utah tendo que passar pela ponte que ocasionou seu trauma desde o acidente do racha, porém a jovem consegue e chega à cidade em questão de poucas horas.

Com o fim do entardecer, Mary chega a um trecho da estrada onde nenhuma emissora de rádio é captada e por um breve momento, a jovem vê o busto de um homem pálido e descabelado surgir na janela do banco do carona fazendo-a frear bruscamente quase ocasionando um acidente.

Chegando finalmente ao seu destino, Mary para em um posto de gasolina para abastecer e pede para um frentista informações sobre alguma pensão onde ela possa se hospedar pelo tempo que vai ficar.

Depois de encontrar seu nova moradia na pensão da senhora Thomas, Mary vê no local mais uma vez a figura do homem pálido pela janela do quarto por um breve instante.

No dia seguinte, Mary procura a igreja onde passará a trabalhar como organista para o ministro da paróquia, onde por entre paredes espreita o misterioso homem pálido.

Mais tarde, Mary e o ministro vão até os limites de uma estrutura por onde a jovem passou na entrada da cidade que o frentista do dia anterior mencionou ter sido uma casa de banhos no passado se tornando logo depois uma danceteria e por fim um parque de diversões que ficou abandonado e que por algum motivo atrai a jovem que por hora deixa a exploração para uma próxima oportunidade.

Na volta para a pensão, Mary prepara um bom banho enquanto a senhora Thomas lhe prepara um lanchinho. No meio do relaxamento na banheira, Mary acaba recebendo a visita de seu vizinho inconveniente John Linden que mal intencionado a convida para jantar sendo rejeitado.

Depois de dispensar John, Mary acaba vendo o homem misterioso no andar térreo através de um jogo de escadas e corre se trancar em seu quarto até a chegada da senhora Thomas.

Mary pergunta se a pensionista já viu o homem misterioso, porém a senhora diz que só há ela e John hospedados e com a insistência da jovem na pergunta, a senhora Thomas desconversa dizendo que a inquilina está vendo coisas.

Mesmo apreensiva, Mary dorme e acorda de manhã com outra visita de John que lhe trás café. Os dois se conhecem melhor papeando por alguns breves minutos.

Mais tarde Mary vai até uma loja de roupas no centro para comprar um vestido novo e ao prova-lo, sente-se vigiada a forçando a deixar o provador.

Ao voltar a perambular pela loja, Mary percebe que estranhamente ninguém a enxerga ou a ouve e ela evade do local sentindo como se o seu senso de percepção do universo estivesse diferente e distorcido.

Parando na praça para beber água, Mary vê alguém se aproximar dela e ela corre esbarrando em um senhor. Pálida, ela diz ter visto o homem misterioso, mas na verdade era só um transeunte aleatório.

O senhor que a acode se chama Samuels e é um médico que a convida para ser examinada em seu consultório notando seu visível estado de choque.

Lá, Mary fala sobre o homem misterioso que a segue desde que ela chegou na cidade e Samuels diz que o tal pode representar alguma culpa que a moça carrega, o que ela nega acreditando ser fruto de sua imaginação por que ela é pouco sociável e termina dizendo que pode resolver seu problema sozinha.

Mais tarde, Mary visita o misterioso parque de diversões abandonado e faz um tour pelas dependências até terminar próxima à praia onde ela joga uma pedra na água antes de ir embora sem reparar que no fundo do mar repousa o cadáver do homem misterioso.

Na volta à pensão, Mary é convidada insistentemente por John para um programa à dois e depois vai até a igreja ensaiar.

Mary toca completamente avoada e tem uma visão com o homem misterioso deixando o mar onde repousa ao cair da noite e o parque se enche de pessoas que dançam. Em paralelo, o ministro interrompe Mary dizendo que sua melodia é profana e a demite.

Na saída, John pega Mary e a leva até uma danceteria onde ela demonstra total desinteresse na interação social.

Na volta para a pensão, John tenta flertar com Mary mas a moça é evasiva e vê no rapaz por um instante a figura do homem misterioso que a faz surtar e o rapaz se desinteressar por ela a taxando de louca.

Na manhã seguinte, o doutor Samuels examina Mary e na saída, diz à senhora Thomas que a paciente pretende deixar a cidade o quanto antes.

É justamente o que ela faz passando por uma oficina para revisar o carro que é suspenso com ela dentro. A jovem tenta dar um cochilo, até que ela ouve alguém se aproximando que a faz saltar do carro e correr pela cidade até a rodoviária onde mais uma vez seu senso de percepção do universo se distorce e ninguém pode vê-la ou ouvi-la.

Ao entrar em um dos ônibus, Mary percebe que todos os passageiros são parecidos com o homem misterioso de suas visões e acaba recuando em pânico.

Um tempo depois de andar, Mary sente que não pode ouvir nada a sua volta e tenta pedir ajuda para todos que passam por ela, mas ninguém a vê ou ouve.

Como último recurso, Mary recorre ao doutor Samuels, mas quando ele se vira para atende-la percebemos que aquele é o homem misterioso que a faz gritar e acordar na oficina revelando que os últimos momentos foram apenas um sonho. A moça dá o pinote em seu carro logo depois.

Mary vai até o parque abandonado e vaga pelas dependências vendo ao longe, na orla o homem misteriosos e outras pessoas que emergem do mar revelando-se fantasmas presos à aquela construção e geral dança sob uma melodia agoniante perante os olhos incrédulos de Mary que vê o homem misterioso tirar para dançar uma versão morta-viva dela mesma que a faz gritar.

Os fantasmas perseguem Mary pela praia no meio do breu até conseguirem pega-la.

Na manhã seguinte, a polícia acompanhada do doutor Samuels e do ministro seguem as pegadas de Mary que somem na areia e seu carro é encontrado no fundo da água com o corpo dela e de outras duas pessoas, as mesmas com quem ela estava no momento do racha no início do filme...

O final do filme deixa esclarecido o que depois de um certo momento já era perceptível: que Mary era um espírito vagante transitando entre o mundo dos mortos e o dos vivos sem saber que estava morta e sua forte atração com o parque é motivada pelo simples fato de que a praia que corta a cidade foi o local de sua morte, portanto seu espírito estava de certa forma preso à aquele lugar precisando estar lá para que seu corpo pudesse ser encontrado e ela enfim descansar em paz.

A figura do homem misterioso pode ser interpretado como uma alma penada escolhida a dedo para fazer a protagonista ascender à sua nova realidade. Aliás, com a reta final do filme fica claro que o parque de diversões da praia foi abandonado por ser mal assombrado pelas almas que lá dançam toda noite como se estivessem se divertindo quando eram vivos.

O filme tem uma atmosfera densa e tensa a todo momento coroado pela filmagem em preto e branco que deu um ar ainda mais assustador para a obra prendendo o espectador do início ao fim. É uma delícia seguir o filme por que ele é bem curtinho e bastante ágil, além deter um antagonista marcante, no caso o homem misterioso que mesmo não tendo falas é assustador e muito bem caracterizado.

Em 1998 foi produzido um remake porém com a história bem diferente da original mantendo apenas a essência, o que fez com que os fãs do clássico sessentista torcessem o nariz para a nova versão que foi de certa forma um fiasco e uma das piores adaptações de filmes de terror já existente.

No mais, o clássico de 1962 é uma obra agradável, com uma carga tensa muito forte, atuações bacanas e apesar da trama estar datada já que se passa na época em que foi produzida, ela tem seu charme e não peca em nada por ter se tornado uma história com ares retro muito bem montada. Super recomendo.   


Trailer:



quarta-feira, 5 de março de 2025

Caso 39 / Case 39 (2009)

 


Depois de muito tempo adiando eu finalmente trago esta resenha de um dos meus subgêneros preferidos do terror: o de crianças do mal. E não é qualquer criança, neste longa metragem de 2009 a antagonista da vez é um verdadeiro demônio que se esconde na pele de uma menina meiguinha.

Tudo gira em volta de uma assistente social que recebe o caso de uma menina que está sofrendo supostos maus tratos por parte dos pais.

O que a protagonista não sabe, é que a menina como eu já disse, é a personificação do demônio e que ela é uma hábil manipuladora que fará da vida de sua nova tutora um verdadeiro inferno. 

Tudo começa quando a super atarefada assistente social Emily Jenkins recebe mais um caso de seu superior Wayne para resolver totalizando 39 dos 38 que ela já havia acumulado. E o caso em especial é o de uma linda garotinha chamada Lilith Sulivan, filha do casal Edward e Margareth.

Um dia depois de uma boa noitada na boate com seu namorado Doug que é psicologo infantil, Emily finalmente vai até a residência da família Sulivan onde é muito mal atendida por Margareth.

Emily conhece a tímida Lilith e exige a presença de Edward na entrevista e depois de muita insistência o chefe da família resolve dar a cara à tapa dando início as perguntas seguindo uma denúncia de negligência infantil ao qual o casal responde.

Mais tarde, Emily reporta pra Wayne suas suspeitas de que os Sulivan escondem algo, mas seu superior a aconselha a não procurar pelo em ovo e que siga com suas obrigações.

No dia seguinte, os Sulivan vão até a vara da infância para uma outra entrevista e Emily se aproveita para se aproximar de Lilith para faze-la confessar o que está acontecendo em sua casa. Aos prantos, a menina revela que seus pais conspiram contra ela pelas costas e que querem manda-la para o inferno.

Depois, Lilith passa por uma sessão com Wayne porém se cala.

Emily recorre ao seu amigo Mike que é detetive para que ele investigue Edward e Margareth, porém sem a apresentação de alguma prova contundente ele se nega a abrir uma investigação.

Mais tarde, Emily espera Lilith na saída da escola e deixa seu cartão com o número de seu telefone para que a menina ligue se algo acontecer.

À noite, enquanto zapeia os canais de tevê, Emily recebe uma ligação de Lilith que diz estar com medo pois os pais estão esperando ela dormir para elimina-la. Sem perda de tempo, Emily convoca Mike e os dois se dirige até a casa dos Sulivan.

Neste instante, Lilith acaba caindo no sono e os pais a arrastam até a cozinha e a prendem dentro do forno. A pobre tenta gritar por socorro mas é amordaçada com silver tape e trancada com o gás torando.

Com certo esforço, Lilith consegue torar a mordaça e gritar novamente e desta vez, ela dá sorte pois Mike e Emily já estão do lado de fora da casa esperando por um sinal de vida e ao sinal de alerta, a dupla entra em ação dando voz de prisão aos Sulivan.

Mike invade a casa e Emily tira Lilith de dentro do forno que já estava superaquecido. Edward tenta impedir o detetive mas é espancado até ter sua mandíbula deslocada e Margareth é rendida.

O casal passa por um pré julgamento onde é ordenado que eles passem por uma avaliação psiquiátrica.

Revoltada com a decisão do juiz, Emily visita Lilith no juizado depois de topar com Doug que cuida das questões psicológicas da menina.

Lilith recebe alta médica e é redirecionada para um lar de custódia e Emily resolve lutar pela guarda temporária da menina balançada pelo caso. Emily diz à Wayne que ela quer dar suporte total à Lilith e depois de um tempo a visita para informar que o conselho tutelar deu aceitou o pedido de guarda temporário, o que significa que a menina já pode ir morar com sua agora tutora.

Lilith finalmente é acomodada na singela residência de Emily e no dia seguinte, a assistente social vai até a abandonada casa dos Sulivan para pegar as coisas de sua protegida. Lá, ela encontra o lugar muito nefasto com uma cova aberta no porão e uma barricada no quarto do casal.

Logo depois, Emily volta até o juizado onde Doug conduz uma terapia em grupo com Lilith no meio de outras crianças.

Depois de falar rapidamente com Doug e dizer o que viu no porão dos Sulivan, Emily descobre através de Wayne que um menino que ela assessora chamado Diego Ramires assassinou seus pais a sangue frio e ela vai até um centro de reclusão de menores para visitar o garoto.

Mais tarde, Emily caminha com Lilith na praia e fala um pouco sobre sua infância traumática com sua mãe e sua orfandade precoce.

De volta à casa, Lilith encontra uma foto da mãe de Emily e esta revela que a senhora morreu num acidente de carro quando ela era menina até por fim pedir para sua protegida não mexer mais em suas coisas particulares.

Horas depois, Mike convida Emily para tomar um café e lá informa que o advogado dos Sulivan vai conseguir um par de certificados de sanidade mental e ainda revela que pouco antes do menino Diego matar seus pais, ele recebeu uma ligação vinda da casa da assistente social.

Lilith é interrogada a respeito e nega ter telefonado para Diego mas confirma que ele faz parte de seu grupo de terapia.

Mike confidencia à Emily que Lilith está mentindo e para tirar a dúvida irá ao centro de reclusão infantil para perguntar ao próprio Diego. Ao finalmente faze-lo, 

Mike testemunha um ataque convulsivo seguido de uma gorfada monstra de Diego.

Depois de internado, Diego confirma que alguém da casa de Emily telefonou para ele mas que era um homem.

Doug revisa a última avaliação por escrito de Lilith e estranha que ela não tenha assinalado no teste psicológico um medo que ela poderia ter como qualquer outra criança normal. O terapeuta fala com Lilith em pessoa e divide seu medo com ela que é o de vespas em troca dela contar só para ele do que ela tem medo e ela responde que é de si mesma.

Depois, a menina diz que acha Doug medíocre e faz uma avaliação cirúrgica de seu psique deixando-o atônito com tamanha precisão e maturidade além de se sentir intimidado.

Mais tarde durante o jantar, Lilith tira Emily do sério e tenta descobrir o que foi que ela falou com Doug a seu respeito mas a tutora se nega a responder por ética.

Doug recebe um telefonema enquanto lê sobre transtorno de personalidade mas ao atender só ouve um chiado em sua mente. Logo depois, ele sente uma pontada em seu ouvido. Ao cutucar o ouvido com um cotonete, Doug encontra dentro dele uma vespa que ele joga na privada.

Várias outras vespas começam a sair e o terapeuta as mata em pânico. As vespas no entanto, brotam às milhares nas costas de Doug que tira seu terno e o joga no box. mesmo assim, os insetos saem das órbitas de seus olhos, nas narinas e pela boca formando um gigantesco enxame que atacam o terapeuta fazendo-o escorregar e cair de cabeça no porcelanato da privada morrendo.

Na manhã seguinte, após o sepultamento de Doug, Lilith se vitimiza às investidas de Emily que esfria com a menina.

Emily mais tarde, debate com Mike sobre o homem que telefonou para Diego e teme que era Doug.

Logo depois, Emily recebe uma fita com a gravação de um depoimento de Margareth que revela ter tido três abortos antes de Lily nascer e que ela queria matar a menina por ordem divina.

Emily resolve ir até a prisão para ver Edward e Margareth mas descobre que a mãe de Lilith perdeu a razão e está isolada em uma ala psiquiátrica sobrando apenas recorrer ao pai da menina que diz que Lilith irá acabar com sua tutora por que ela é boa e a menina se nutre de bondade até secar sua vítima como fez com ele e Margareth.

Ele ainda diz que a menina já nasceu com o demônio no corpo e agora quer saber qual é a ideia que a assistente social tem sobre o inferno.

Chegando em casa totalmente desconfiada, Emily se arma com uma faca e no mesmo instante, Lilith chega da escola fazendo a tutora esconder sua arma no sofá. Lilith faz várias perguntas à tutora e nota que o telefone sumiu, o que a moça justifica que o aparelho quebrou e foi para o conserto.

Mais tarde, depois de receber as condolências de uma menina chamada Nancy pela morte de Doug que era seu terapeuta e de receber dela um conselho para se esforçar com Lility, Emily busca sua protegida na terapia e a vê cochichar algo no ouvido de Nancy.

Fula, Emily leva Lilith à força da terapia e sofre com uma tortura psicológica muito irritante da menina. Depois, Emily tem uma alucinação com o elevador que ela toma caindo.

Mais tarde, Emily confronta Mike que insiste que Lilith é apenas uma criança mentirosa e manipuladora mas não um demônio como a jovem pensa além de minimizar o caso de Diego alegando que ele apenas fez o que fez por que vivia em um lar tóxico e que quis se vingar pelas agressões.

Na hora de dormir, paranoica, Emily coloca três trancas na porta de seu quarto e Lilith a flagra devolvendo um parafuso que caiu.

No dia seguinte enquanto trabalha, Emily surta com uma cliente ao telefone e Wayne a aconselha a ir para casa para descansar até que ela recebe uma ligação de Lilith que está sozinha em casa cobrando atenção.

Ao desligar, Emily se vê sozinha e ao chegar em casa ignora Lilith que diz que Margareth fazia o mesmo com ela.

Durante um toró, Lilith bate à porta do quarto de Emily pedindo para entrar e como a tutora não responde, a menina espanca a porta insistentemente até que tudo silencia.

Depois, Emily alucina que uma pessoa deformada e de camisola a persegue e ela corre para fora de casa até se deparar com um ônibus estacionado. Ela implora ao motorista que a deixe entrar alegando estar sendo perseguida, porém o homem rebate dizendo não ter ninguém do lado de fora.

Emily caminha até seu carro onde ao entrar, percebe Lilith metida lá dentro e a menina diz que não quer ser abandonada e que a tutora tem que fazer o que ela mandar.

No dia seguinte, uma colega de Emily diz ter encontrado uma família adotiva para Lilith. A assistente social vai até a prisão para falar com Edward e ele diz que se a filha for adotada vai acontecer toda a desgraça de novo e que a única forma de deter a menina é quando ela dorme, coisa que muito raramente faz.

Ao chegar em casa, Emily flagra Lilith assistindo aos vídeos dos depoimentos de seus pais e revela saber o que as pessoas pensam, como seus pais.

Na prisão feminina, Margareth tem um surto acreditando que ela está cheia de cortes e que ainda está pegando fogo.

Na prisão masculina, Edward tem uma alucinação fazendo-o entrar num embate corporal contra os outros presos até tirar a própria vida.

Mike leva para Emily uma gravação que prova que Lilith ligou para Doug na noite em que Diego matou os pais e a assistente social surta dizendo que precisa matar a menina.

Mais tarde, Emily encontra várias fotos espalhadas no chão, entre eles as de Diego, Doug e Mike.

Neste exato momento, Mike é intimidado por um cachorro raivoso em seu carro e dispara contra o animal que o ataca; então, só vemos o vidro traseiro do veículo ensopado de sangue dando a entender que o detetive perdeu a vida.

Como previsto, Emily recebe uma mensagem de voz na secretária desmascarando totalmente Lilith que é expulsa de casa. A menina emula uma voz demoníaca e ordena que Emily não grite com ela fazendo a moça em pânico se tracar em seu quarto. Lilith afina sua voz novamente e vai até Emly pedindo-lhe desculpas terminando por arrebentar a porta do quarto no murro.

Conseguindo entrar, Lilith pega a faca que estava no chão e intimida Emily com voz de capeta voltando ao tom de voz fofo logo em seguida. Ela dá três segundos para que Emily dê para ela o que sua mãe lhe negou: amor. A menina ordena que Emily a cubra na cama e que faça um chá para ela, o que acontece minutos mais tarde.

Lilith acaba dormindo ao ser dopada e Emily sem perda de tempo trava a porta principal da casa e a cerca com gasolina. Ela ateia fogo no mesmo instante e calmamente espera sentada até o fogo chegar na sala. Assim que as chamas se alastram, Emily vai para fora da casa e só espera pela ação dos bombeiros.

Horas depois, quando o fogo é controlado, Emily apenas assiste calmamente e inesperadamente, Lilith aparece do lado dela ilesa dizendo que o que a assistente social fez foi maldade. Na sequencia, as duas pegam estrada e no meio do caminho, Lilith usa de psicologia atacando Emily com seu passado traumático fazendo-a alucinar com o momento do acidente de sua mãe.

Emily no entanto, volta ao controle e dirige até o mar se jogando com carro e tudo. Lilith tenta impedir que Emily fuja do veículo dando início a uma luta e depois de conseguir dobrar a menina, ela finalmente sai do carro mas é agarrada pela perna. Com sorte, Emily consegue dar uma bicuda na menina demônio que está presa ao cinto de segurança perdendo a vida.

Finalmente em terra firme, Emily observa o último suspiro da menina enquanto um novo dia cheio de esperança nasce...

Existe um final alternativo onde Lilith é resgatada por um personagem aleatório que pulou no mar enquanto Emily que está presa ao cinto de segurança surta até desmaiar. Em terra as duas são levadas

pela ambulância e o caso acaba repercutindo no noticiário e nisso, temos um vislumbre de Maargareth vendo a tevê neste exato momento. Emily acaba sendo presa por tentativa de infanticídio e surta com o delegado.

Lilith então é adotada por um casal com filhos, o que poderia ter gerado uma sequencia, mas enfim...

Ainda existe um corte preliminar onde o plot seria diferente do corte final. Nele, Lilith seria vítima de um demônio que a possuiu e a luta seria para salva-la, mas a ideia acabou sendo descartada.

O filme tem uma premissa interessante apesar de manjada e tem uma atmosfera legal. Só pelo fato da antagonista ser uma criança do mal o filme já me ganhou e mesmo a obra sendo bem simples e de ter os efeitos especiais um tanto quanto fracos para hoje em dia, ainda dá para digerir a trama numa boa.

No filme os únicos rostos conhecidos pelo menos para mim são os de Reneé Zellweger famosa pela franquia Bridget Jones e Jerry Maguire: a grande virada no papel de Emily, que cá entre nós não vingou, a atuação é muito enjoadinha e não passa convencimento, pelo menos não para mim. Também temos no papel de Lilith, Jodelle Ferland que fez o papel das personagens Alessa e Sharo na adaptação cinematográfica Terror em Silent Hill, além de o também terrorífico O segredo da cabana e outros trabalhos menores.

Por fim, temos o veterano Bradley Cooper no papel de Doug tendo como trabalhos mais expressivos a versão de 2018 de Nasce uma estrela, Guardiões da galáxia, Thor: amor e trovão, Vingadores: o ultimato e entre outros. Uma das poucas atuações prestáveis, aliás.

O orçamento do filme foi de 26 milhões de dólares tendo arrecadado apenas 27, ou seja, lucro de apenas um milhão se tornando um fracasso de bilheteria, porém apesar desse aspecto e de ter críticas negativas, Caso 39 conseguiu uma legião de entusiastas com seu terror leve, porém perturbador.


Trailer:



sábado, 1 de março de 2025

A Cidade dos Mortos-Vivos / Os Mortos-Vivos / Dead & Buried (1981)

 


Os anos 1980 simplesmente foram uma saturação para o nicho de filmes de mortos-vivos que já não sabiam para onde caminhar com tanta tranqueira, porém grandes estúdios com uma produção impecável e uma direção competente sempre conseguem inovar e trazer grandes clássicos eternos.

E foi o caso de A cidade dos mortos-vivos que trouxe uma trama cheia de mistério e uma pitada de ocultismo, uma mistura que deu super certo, conseguindo sair do generiquismo e cativar uma multidão de fãs que aclamam o filme até hoje.

A trama gira em volta de um xerife de uma cidade litorânea que investiga uma recente onda de assassinatos de turistas sem saber que as vítimas de alguma forma estão voltando a vida e assumindo novas identidades se misturando aos populares que escondem um terrível segredo à sete chaves...

Tudo começa na praia da pacata cidade de Potter's Bluff com um jovem vindo de Saint Louis na Florida fotografando a vida marinha local até dar de cara com uma jovem que atende pelo nome de Linda com quem rapidamente se conecta e ganha o apelido de Freddy.

Depois de fazer várias perguntas ao forasteiro, Linda é fotografada e sem pudor algum se oferece ao rapaz, porém como alegria de pobre dura pouco, se descobre que a bela era apenas uma isca para que um grupo de populares apareça, espanquem Freddie e o prendam em uma rede de pesca.

Um dos agressores cobre o rapaz de gasolina e uma outra ateia fogo enquanto o resto tira várias fotos do sofrimento do forasteiro.

Na cena seguinte, conhecemos Dan Gills, xerife da polícia que cobre um caso de capotamento de um carro cuja vítima ficou irreconhecível.

Um tempo depois, Dan vai até a lanchonete da cidade para papear com os amigos sobre o recente ocorrido.

Ao anoitecer, nas docas, um pescador bêbado perambula por um barco ancorado até ser atacado pelos populares de antes até acabar morrendo e ser fotografado por... Freddie?

Horas depois, Dan vai até a funerária do amigo Willian G. Dobbs para ter uma prosa com ele sobre a perícia realizada no rapaz encontrado desfigurado na cena do capotamento, suspeitando que ele tenha sido queimado primeiramente e posto no carro para parecer um acidente.

Depois, Dan vai até o hotel local para checar com o gerente o cadastro de hóspedes mais recentes para descobrir quem era a vítima do capotamento e encontra seus pertences ainda no quarto em que se hospedara. Ao vistoriar as coisas do rapaz se descobre apenas que ele era fotógrafo e que Janet, a esposa do xerife que é professora da escola primária veio ver o forasteiro há alguns dias para um trabalho.

Ao chegar em casa, Dan pergunta à Janet o que ela foi ver no hotel e ela logo identifica o investigado como George Lemoine e diz que ele foi vender material fotográfico para a escola.

Enquanto isso no hospital da cidade, cuidam de Freddie que agora sabemos que se chama George e um dos médicos diz para Dan que o rapaz acabou de sair de um coma e que devido aos estragos feitos em sua face não há esperança de uma cirurgia reconstrutiva, fora que ele perdeu um dos olhos e seus lábios o impedindo de se comunicar.

Depois de ser deixado sozinho com uma enfermeira, George é torturado psicologicamente por ela e ainda tem seu único olho perfurado com a agulha de uma seringa matando-o numa cena antológica e perturbadora.

Na manhã seguinte, o fotógrafo é enterrado e Dan tem uma discussão com Dobbs sobre as mortes misteriosas que vem ocorrendo na cidade.

À noite, Dan tem um papo com Janet que mal chega da escola e já tem que sair para honrar outro compromisso sem dar oportunidade para o marido desabafar sobre suas frustrações no trabalho.

Em paralelo, um forasteiro chamado Ron com sua mulher e filho chegam à lanchonete perguntando sobre a localização de um posto de gasolina e a garçonete sugere que um frentista chamado Freddie que é idêntico à George Lemoine que ajude a família de recém chegados.

Um tempo depois, finalmente de volta a pista, Ron se descontrola e bate o carro superficialmente. A mulher dele vê uma luz no final da estrada que se apaga e Ron pega o filho e sai com ele e a mulher do veículo se dirigindo até uma casa próxima pedindo ajuda.

Eles entram sem cerimônia e encontram o local deserto e escuro iniciando um breve desentendimento entre o casal. Ron deixa a família para averiguar um ruído vindo do piso inferior se guiando com a luz de um fósforo.

Quando os três se reencontram no andar de cima, são cercados pelos agressores de Potter's Bluff dando início a uma fuga pela janela. A família chega até o carro porém ele não liga dando tempo para os agressores chegarem até que o veículo finalmente arranca.

Do outro lado, Dan está dirigindo até que alguém se joga no capô. Quando ele sai para averiguar, é agredido por um grupo de pessoas que se escondem no breu e logo fogem.

Dan os persegue até chegar em uma estrada que dá acesso à entrada de uma fazenda. Ele entra numa casa próxima que aparenta estar abandonada e leva o maior susto.

No dia seguinte, enquanto procura por balas em uma gaveta, Dan encontra uma adaga sinistra que Janet diz ser instrumento para uma aula sobre bruxaria.

Horas depois, Dan recebe uma ligação de Dobbs confirmando que George foi queimado intencionalmente antes do suposto capotamento. Subsequente, Dan recebe um chamado de seu parceiro da polícia, Harris que diz ter encontrado um veículo submerso no porto.

No mesmo instante, um popular chamado Ben aparece na delegacia para dizer à Dan que viu alguém parecido com George no posto de gasolina mas é desdenhado.

Mais tarde, Dan vai até a escola primária e vê escondido Janet dando uma aula sobre bruxaria aos alunos como disse que faria.

Quando leva Janet do trabalho para casa, Dan passa pelo posto de gasolina onde o sósia de George, Freddie está trabalhando.

Dentre os limites da cidade, uma jovem andarilha descola carona com um estranho que faz uma parada para pegar um câmera. Ela acaba se tornando mais uma vítima dos agressores da cidade e entre eles está Harris, o parceiro de Dan que fotografa a jovem tendo sua cabeça esmagada por uma pedra.

Dobbs recebe o corpo da andarilha pela manhã do dia seguinte reconstituindo seu rosto passo a passo indo embora da funerária logo depois. No mesmo instante, uma pessoa misteriosa acaricia o rosto restaurado da jovem que desperta.

Paralelamente, Dan recebe as fotos da vítima que ele atropelou e o forense diz que a carne da pessoa já estava morta há meses segundo o laudo da perícia.

Assim que analisa uma amostra da pele da vítima no microscópio, o forense percebe algo que chama a sua atenção e logo ele liga para Dan e no mesmo segundo, os agressores o atacam.

A enfermeira que está entre eles injeta um fluido corrosivo nas narinas do forense o matando enquanto geral o fotografa.

Enquanto isso, Dobbs vai até a delegacia denunciar o roubo do corpo da jovem andarilha e proíbe o xerife de ir ao hospital para não por em risco o seu trabalho e ainda diz que Janet o anda procurando muito por acreditar que ele tem conhecimento sobre magia negra.

Os dois entram num assunto sobre os mortos voltarem à vida até que Dan recebe uma ligação de sua secretária o informando sobre a chegada de um relatório.

Depois, Dan volta à funerária para procurar Dobbs, mas ele sumiu e estranhamente encontra um tubo de creme facial muito suspeito.

Dan vai até o cemitério e ordena ao coveiro Sam que abra a cova em que George está enterrado. Um instante depois, Dan volta a procurar Dobbs que estava escondido em uma das gavetas do necrotério. O xerife retorna à cova e retira do caixão apenas um coração enrolado em um tecido.

Rapidamente, Dan passa pelo posto e tira uma foto de Freddie de surpresa e ao chegar a delegacia, telefona para o departamento de polícia de Saint para pedir uma ficha completa sobre Dobbs.

Posteriormente, Dan vai até o médico da cidade e pergunta se existe alguma forma de reanimar um corpo sem vida afirmando que as vítimas que supostamente morreram nos últimos dias voltaram à vida.

Neste momento, chega a ficha de Dobbs que se descobre ser original de Road Island e que foi banido de suas atividades por praticar experiências ilícitas com mortos.

Rapidamente, Dan volta para sua casa procurando por Janet e encontra um velho rolo de filme que ele executa em um projetor descobrindo uma gravação caseira de um casal transando. Os agressores invadem o ninho de amor e matam o homem que estava nos braços de Janet e Dobbs observa tudo satisfeito enquanto o xerife grita desesperado com a revelação.

Sem perda de tempo, Dan vai até a funerária tirar satisfações com Dobbs que exibe alguns vídeos de uma vítima desfigurada da qual ele restaurou seu rosto revelando que entre suas obras está Janet que ele trouxe de volta dos mortos depois dela ter se afogado.

Dobbs confirma ser praticante de magia negra e que ele deu Janet de presente ao amigo xerife por gostar muito dele. Sem temor, Dobbs dá a face para que Dan atire e nisso, chega Janet falando feito uma matraca como se fosse um fantoche e o agente funerário diz ter dado memórias falsas para a mulher do xerife.

Dan atira em Janet que não sente nada e continua falando sem parar totalmente fora da realidade e recebendo outros disparos em vão. Janet então reage e pede ao marido que a enterre fugindo logo depois.

Dobbs aproveita para agarrar Dan por trás mas é baleado. Dan sai e procura por Janet enquanto Dobbs se levanta. Dan encontra Janet chorando sobre a cova de George onde ela volta a pedir que a enterre. O agente funerário se arrasta até a vitrola e põe um disco para tocar enquanto Janet se despede de Dan sendo por fim sepultada.

Em paralelo, Dobbs usa de seu dom para restaurar seu ferimento.

Os populares que são mortos-vivos aparecem e desejam que Janet descanse em paz revelando as falhas de suas peles, resultado de um procedimento de Dobbs que não atingiu a perfeição e que eles escondem com aquele creme que Dan encontrou anteriormente. Eles arrastam Dan que se livra e volta até a funerária onde Dobbs mostra à ele o resto da gravação do homem assassinado nos braços de Janet que era nada menos que o próprio Dan! Ele é um morto revivido e consta esta realidade ao ver seus dedos deformados em decomposição depois que o efeito do creme passou.

Dobbs chama o amigo para que ele conserte seus dedos...

Não tem como não exaltar o filme. Ele tem ótimos efeitos de maquiagem, uma cenografia muito bem construída e conta com a direção competente de Gary Sherman de Poltergeist III - O capítulo final, que conseguiu trazer mais um filme de mortos-vivos em meio a muita produção que tentava encontrar seu lugar ao sol depois do arrasa quarteirão A noite dos mortos-vivos de 1968 e conseguiu com muito sucesso se destacar se tornando um clássico nos dias de hoje.

O filme tem um ritmo gostoso, a violência gráfica é muito boa e rende cenas inesquecíveis, além das sequencias de reviravoltas no ato final que pegam o espectador de jeito.

Entre o elenco nós temos a breve participação de Robert Englund, o eterno Freddy Krugger fazendo o papel do parceiro Harris. Infelizmente o destaque dele é quase nulo porém perceptível. Uma pena.

Já o protagonismo ficou a cargo de James Farentino que entre suas obras mais expressivas está Jesus de Nazaré, Licença para matar entre outras produções menores. Não fez por menos, atuou muito bem e conseguiu conquistar o carisma do público. 

No mais, o filme é um ótimo entretenimento e envelheceu até que bem se tornando uma obrigação para quem curte um bom filme oitentista de terror. 


Trailer:


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Filme Caseiro / Home Movie (2008)

 


Há um bom tempo que eu vinha querendo trazer a resenha deste filme polêmico independente, porém os anos se passaram e eu acabei me esquecendo total. Recentemente eu me lembrei e resolvi por fim conhecer a tão falada obra que mescla found footage com terror psicológico e foca no subgênero que eu gosto deveras: o de crianças do mal.

Escrito e dirigido por Christopher Denham, o filme se passa em uma casa isolada na floresta onde acompanhamos a família Poe que vive registrando boa parte de seu dia a dia, sobretudo nas datas festivas com o claro propósito de acompanhar o crescimento dos filhos, um casal de gêmeos entre dez e onze anos que são introspectivos e pouco participativos.

A coisa parece caminhar de forma normal, até os filhos dos protagonistas começarem a exibir um comportamento inicialmente de má criação, mas aos poucos os anjinhos se revelam notórios psicopatas e torturadores de insetos e a animais de médio porte até por fim passarem para uma criança pouco menor que elas.

A medida que o tempo passa, o casal principal se divide entre a fé e a religião para tentar decifrar o que está acontecendo com os filhos que a cada passagem do vídeo caseiro que é exibido aos poucos, que só vão piorando trazendo um verdadeiro inferno na vida dos pais.

A montagem do filme é meramente dividida em frações de vídeos documentados hora pelo pai e hora pela mãe, por isso a narrativa está sempre mudando de tempo em tempo, só para contextualizar o formato desta produção.

O filme abre com uma tela de televisão com chuviscos que vai gradativamente se auto sintonizando até focar em uma nuvem de moscas sobrevoando o corpo de um cachorro ao relento.

A gravação em vídeo da família Poe começa na noite de Halloween e conhecemos o casal principal David e Clare e seus filhos Jack e Emily primeiramente festejando a data como se fosse um aniversário com direito a bolo e cantiga de parabéns. Posteriormente, a família se junta no meio do breu para filmar um tipo de masmorra.

No segmento seguinte, David treina beisebol com Jack no quintal até que o menino lança a bola muito longe forçando Clare a ir até a entrada da floresta para ir busca-la e no caminho se depara com Emily brincando no clubinho que ela e o irmão montaram e que é proibido aos pais. Depois, Clare a leva em um vagãozinho até o quintal para ver o treino.

Seguindo, temos um catálogo de David observando Jack rastelando as folhas do quintal até o menino encontrar um besouro enorme morto.

Na cena que se segue, David está filmando a preparação de um jantar especial de aniversário de casamento para Clare levando tudo numa bandeja até o banheiro onde Clare leva um susto enquanto se banha. Após um papo bem humorado, Clare pede ao marido para tirar a roupa para os dois transarem no box.

Depois, o casal vai até o quarto dos gêmeos que apesar de grandinhos ainda dormem juntos na mesma cama. A câmera vira-se para o lado por um segundo e quando volta para a cama, as crianças em questão de um piscar de olhos já estão em pé sobre o leito como pura magia.

Pouco depois, Jack conta uma história imprópria sobre um dragão para as crianças dormirem.

No vídeo seguinte, Clare que é psicóloga infantil, grava um diário sobre um paciente de onze anos chamado Billy.

Na cena seguinte, David grava um vídeo para o dia de ação de graças onde os filhos estão vestidos de peregrinos e visivelmente constrangidos e nada participativos. Posteriormente, Jack tira um sanduíche de um saco e ao abri-lo percebemos que o recheio são os dois peixes dourados de estimação das crianças.

Seguindo, David destrincha o peru e em seguida vai até o quarto das crianças que veem televisão e quando ele desliga o aparelho e se vira, percebe que as crianças num segundo já deram o vazante como puro encanto.

Já de volta à mesa, David que é pastor luterano, dá as graças pela comida e pela família até ser interrompido por Jack que joga um talher no chão seguido por Emily que faz o mesmo. 

Aborrecido, David dá um murro na mesa e a cena corta por conta da edição, voltando ao jantar e Jack joga seu prato no chão seguindo de Emily que atira seu copo pelas costas. Nisso, a fita rebobina até alguns instantes atrás onde a última travessura das crianças se repete.

Na filmagem posterior, David ensina os filhos a arrombarem um cadeado e depois, na garagem, ele ensina Jack a dar nós difíceis de serem desfeitos e nisso, Emily mostra um sapinho inofensivo que ela encontrou. David se vira por um minuto para ver se Jack aprendeu direitinho a dar o nó e quando volta para Emily, flagra o sapinho esmagado em uma morsa.

O filme corta e temos uma nova filmagem de David em primeira pessoa levando duas casquinhas até as crianças que se preparam para ir à escola.

No vídeo seguinte, é semana de natal e a família faz uma viagem através da floresta coberta de neve enquanto as crianças desenham no banco de trás do carro.

Seguindo, David grava sozinho uma pregação sobre Caim e o natal visivelmente chateado com a data festiva.

Finalmente é noite de natal e David vestido de Papai Noel acompanha Jack e Emily na abertura dos presentes.

Depois de uma breve briga, Jack aponta sua arma de soft ball para a mãe suando feito uma panela de pressão e nisso, David corre até o andar superior da casa onde encontra o gato da família crucificado.

Na cena seguinte, Clare grava outro diário desta vez passando os dados pessoais de seus filhos enquanto os monitora tentando entender o que eles tem para estarem agindo tão estranhamente.

No vídeo seguinte, é noite de virada de ano e David comemora vendo a queima de fogos pela televisão enquanto Clare se prepara para sair com ele, embora ela não demonstre interesse em ir. O casal conversa sobre o problema de David com álcool e ele diz que esta resolvendo parar como uma pendência de ano novo.

Seguindo, Clare grava de dentro de um depósito de ferramenta de jardinagem e fala sobre sua resolução de ano novo que é seu vício em cigarros. Ela desabafa que esperava ter formado uma família perfeita, mas sente que seu marido e os filhos são estranhos para ela.

Num corte, Clare volta para dentro de casa e ao ouvir um pedido de ajuda das crianças vai até o quarto onde elas estão deitadas com o pai e percebe que os pequenos tem sinais de mordidas pelo corpo todo e desconfia de David apesar das crianças inventarem uma história sem pé nem cabeça sobre um homem que estaria no armário.

No vídeo que se segue, Clare grava um diário relatando o ocorrido na última noite e suas suspeitas de que as crianças foram vítimas de abuso por parte do pai.

O próximo vídeo se passa no dia dos namorados e Clare chega em casa furiosa tendo uma discussão com David que diz que há algo de errado com a casa como justificativa para o comportamento dos filhos. Clare ameaça levar as crianças para a casa de sua mãe enquanto David se esquiva das acusações de abuso reiterando a alegação das crianças de que tem um homem no armário que para ele representa o sobrenatural.

Clare grava um novo diário relatando que Jack e Emily abduziram um colega de escola um ano mais novo que eles chamado Christian MacNamara até o banheiro masculino e o agrediram com mordidas o que ocasionou a expulsão de ambos da instituição; fora que os próprios irmãos chegaram a morder um ao outro.

No outro vídeo, David vai até o sótão onde monitora Emily que está de castigo sentada em uma cadeira e cobra dela uma explicação para a agressão sofrida pelo menino Christian. Como a menina se cala, David mostra para ela um desenho com o plano premeditado do ataque e tenta fazer a menina falar sobre o misterioso homem do armário, porém bem na hora Clare chega acabando com o castigo.

Na cena seguinte, Clare faz Jack passar pelo teste de Rorscharch que consiste em identificar figuras em manchas abstratas, mas o menino está pouco participativo. Quando Clare tenta reaver as imagens, Jack segura sua mão com força com um reflexo digno de um ninja.

Na próxima gravação, David fala com a câmera sobre a prática do exorcismo e ressalta que o luteranismo não lida com o processo.

A cena corta e Clare repassa os horários dos remédios que ela própria receitou para os filhos poderem controlar seu sono e adverte para que eles não tomem mais do que um comprimido por vez ou sofrerão um coma enquanto que em paralelo, David narra sobre os assassinatos de John Wayne Gacey e reitera acreditar que há algo de errado com a casa a benzendo.

Na cena seguinte, David amarra as crianças na cama e inicia uma tentativa de exorcizá-los até que Clare chega em prantos pedindo ao marido para parar e diz que tudo se acabou.

No vídeo seguinte, é manhã de páscoa e Clare narra que desde o exorcismo, a conduta anti-social das crianças cessou e elas foram readmitidas na escola além de terem se tornado amigos de Christian, a ponto de convida-lo para a caça aos ovos de páscoa.

David sobe até o quarto onde encontra os filhos e Christian vendo televisão e eles estão super carinhosos.

Depois de um breve papo amoroso, o casal anuncia o início da caça aos ovos, porém quando David vai até o quarto das crianças descobre que elas fugiram pela janela. David avisa sobre a fuga para Clare e corre pela floresta. No meio do caminho, ele encontra a cabeça do cachorro da família empala num pedaço de pau e passa mal. Depois, David entra no clubinho das crianças onde encontra insetos torturados e mortos e um desenho macabro pendurado.

Ao se virar, ele vê Christian amarrado e embalado num saco de lixo esperneando enquanto Jack e Emily conduzem a tortura.

A cena corta e David e Clare estão de frente para a câmera desconsertados e dizem que o conselho tutelar está tirando-lhes a guarda das crianças e que elas serão detidas por tentativa de homicídio. David resolve que as gravações devem ser divulgadas, mas Clare o aconselha a não faze-lo e o pastor desaba.

Mais um corte e percebemos que Jack e Emily estavam assistindo aos vídeos. Eles assumem a câmera pela primeira vez e quebram a quarta parede desafiando o espectador num jogo de tente não piscar.

Na cena seguinte, Emily está juntando alguns insetos mortos num frasco no clubinho e os despeja na floresta à noite. Depois, ela corta as luzes da casa enquanto Jack corta o fio do telefone. A menina apronta uma panela com comida cheia de remédios enquanto Jack invade o quarto dos pais que dormem, os amarram e os acordam na base da paulada.

Depois, o menino arrasta David pelas escadas sem o menor cuidado e leva os pais até a mesa de jantar onde Emily serve a comida infectada.

Clare tenta se desamarrar e cai no processo se soltando. As crianças fogem no mesmo instante e David pede para Clare que as procure. Ela os procura embaixo da escada onde por um breve segundo vemos os capetinhas a observando usando máscaras demoníacas. No segundo seguinte, eles brotam na frente da mãe e a esfaqueiam chamando a atenção de David que grita por ela.

Mesmo ferida, Clare corre e David confronta as crianças que o ignoram e partem em busca da mãe que os surpreende por trás dando um tapão na câmera que desliga.

Na cena seguinte, Jack e Emily estão amarrados à mesa em meio ao breu e Clare os ameaça dizendo que a duplinha sairá de sua casa os renegando como filhos. Um instante depois, Clare ouve um baque e ao correr para verificar encontra David inconsciente. Nisso, se ouve um alarme e Clare corre até o andar de baixo onde se sente sonolenta descobrindo que as crianças a doparam com seus remédios.

Em pânico, Clare tenta fugir porém desaba. Jack se solta, pega a câmera e corre atrás da mãe a agredindo. A perseguição se estende até o amanhecer no meio da floresta onde Clare tenta sinalizar para um caminhão de sorvete que passa reto.

Completamente inconsciente pelo efeito dos remédios, Clare é levada por Jack no vagãozinho de Emily e num corte, a vemos junto de David amarrados e embalados em um saco de lixo sendo torturados pelos filhos que escondem seus rostos com sacos de papel.

A imagem chuvisca indicando o fim da fita e os créditos sobem ao som de uma música de caminhão de sorvetes...

O filme é extremamente experimentalista, de orçamento notoriamente baixo, porém é competente e bem dirigido apesar deste ser o primeiro trabalho de Christopher Denham. Os enquadramentos tortos e super movimentados são muito bem executados cumprindo muito bem a proposta de uma gravação caseira comum feito por um casal de cinegrafistas amadores, proporcionando assim uma imersão mais realista.

Já sobre o enredo, ele é lento no início, é silencioso se tratando de trilha sonora e vai mudando da água para o vinho gradativamente dando amostras à conta gotas do terror gráfico que o longa apresenta. Mesmo com um orçamento modesto a produção conseguiu arquitetar efeitos práticos muito bem feitos e chocantes como a cena inicial do cachorro morto e também a cabeça do cachorro empalada. Agora, o gato crucificado ficou muito claro que era uma pelúcia, mas não vamos tirar o mérito, afinal não tem como fazer um filme perfeito com pouca verba.

As atuações estão muito boas, sobretudo das crianças que conseguem passar um ar de antipatia com suas facetas fechadas e seu silêncio perturbador. E na hora da ação, as crianças não se poupam e dão o seu melhor.

Aliás, se tratando do elenco, o único rosto conhecido é o de Adrian Pasdar que dá vida à David e entre seus trabalhos mais expressivos estão as séries Heroes e Agentes da S.H.I.E.L.D., além do clássico Top Gun - Ases indomáveis.

Como um filme experimental e com um orçamento curto ele é bacana e eu acredito que se fosse uma produção Hollywoodiana de milhões perderia muito do charme e da simplicidade, então ponto para o orçamento de uma coxinha e uma garrafa pet de Tubaína.

Não existe proposta ou um desfecho mirabolante para a história e nem precisa, a trama por si só já é previsível, mas não estraga a experiência, muito pelo contrário, o filme termina onde tem que terminar, tem um tempo de duração legal para não ficar massante, o elenco é limitado e isso também ajuda a não deixar a trama morrer e ficar enjoativa.

Mas não se enganem apesar dos elogios que eu dei, o filme não é fácil de se assistir já que seu conteúdo gráfico é cru e muito forte, não é a toa, Home Movie está nos mais diversos hall de filmes perturbadores, proibidos e banidos e motivos para isso não faltam, a obra apesar da simplicidade é realista e assusta mesmo; nos deixa com o coração na mão com o final incerto dos pais que são figuras hilárias e mostram uma evolução bacana durante a trama passando de pombinhos felizes e cheio de fogo até um casal de estranhos, desconfiados e depressivos.

No mais é isso, a obra é forte, mas essa força vem aos poucos, então dedique toda sua paciência para degustar por que vai valer a pena. 

  Trailer:


sábado, 22 de fevereiro de 2025

O Bebê Maldito / The Unborn (1991)

 


Uma das primeiras surpresas do ano pra mim surgiu de uma sugestão do Youtube e posteriormente em um vídeo de unboxing de um canal de colecionismo de DVD que eu sigo e então pela pura curiosidade e uma breve olhadela na sinopse me vi na obrigação de tirar uma hora e meia da minha tarde para assistir a uma obra do início dos anos 1990 que mescla terror e ficção científica.

Trata-se de O bebê maldito, no original de Unborn que passou pela barreira do politicamente correto para mostrar de forma horrenda as desgraças de uma gestação defeituosa oriunda de um programa científico secreto de um médico megalomaníaco.

O filme basicamente narra a luta de um casal tipicamente americano para engravidar a ponto de arriscar um tratamento experimental de fertilização, porém os meses de espera para a futura mãe se tornam um pesadelo e conforme o filme se desenrola um grande segredo que pode custar o futuro do planeta vem a tona, mas daí esperar o mundo acreditar e fazer algo pra mudar as coisas é algo difícil de se alcançar devido a ignorância humana, então segue o baile...

Tudo começa com a abertura dos créditos nos mostrando o vislumbre do interior de um útero onde vemos um feto em formação.

Quando o filme se inicia de fato conhecemos Janet Robinson que está atacando a geladeira à noite por conta de sua gravidez até que seu marido Mark a flagra e a leva de volta para a cama onde ela tem contrações terríveis seguido de uma implosão uterina e o choro de um bebê que surpreende de forma negativa o novo pai.

Passado a introdução, somos presentados ao casal protagonista Brad Marshall que é advogado e Virginia que é escritora em um centro médico especializado em fertilização onde eles buscam tratamento com o médico Richard Meyerling.

Enquanto Brad retira cemem para analise, Virginia passa ao doutor seu histórico que conta com dois aborto por conta de uma má formação no útero.

Na cena seguinte, os Marshall jantam com o casal de amigos Jeff e Cindy Dewitt que passaram por um tratamento nas mãos do doutor Meyerling depositando toda sua confiança na eficácia dos métodos do médico garantindo que em pouco tempo a cegonha vai bater na porta dos amigos.

Mais tarde, enquanto se arrumam para dormir, Virginia e Brad debocham da chateza dos Dewitt e se perguntam se eles vão conseguir ter um bebê perfeito como o caçula dos amigos.

Logo depois, eles iniciam as preliminares até por fim transarem, o o que para mim parecia mais um empurra-empurra de tão mal interpretado.

Um tempo depois de uma conversa sobre o tratamento do doutor Meyerling, os Marshall se convencem em passar pelo processo e na manhã seguinte, Virginia passa por uma fertilização intra uterina deixando-a esperançosa.

Com a gravidez dada como certa, os Marshall preparam o quarto, montam o berço e todo o resto para a chegada do bebê.

Meses depois, Virginia frequenta um grupo de mães gravidas em um centro chamado a vida funciona gerenciado pelo casal lésbico Connie Chicago e Gloria Starchild além de Beth Sanders e outras figurantes que se preparam para a reta final de suas gestações aprendendo o método lamaze.

Na manhã seguinte, Virginia recebe pelo correio um kit de tricô e um livro que ensina a tricotar para que a jovem mamãe aprenda a fazer o primeiro sapatinho do bebê.

Mais tarde, Virginia vai ao consultório do doutor Meyerling para uma consulta e revela ser dependente de um anti-depressivo há três anos por conta dos abortos e pela perda de seu pai. Logo depois, ela vai até seu agente que rasga elogios à filha caçula dos Dewitt a taxando como uma criança linda e um verdadeiro gênio apesar de sua pouca idade.

Paralelamente, Jeff e Cindy chegam em casa estranhando as luzes apagadas e chamam pela sua babá Isabel e pelos filhos Bobby e Alicia. A babá aparece logo depois desesperada tentando dizer que aconteceu algo com a ''bebê" e ao checarem o banheiro encontram Bobby afogado na banheira e a pequena Alicia que aparenta ter uns três ou quatro anos que os observa com um riso sapeca e igualmente angelical.

Na manhã seguinte, durante o sepultamento de Bobby, a pequena Alicia se aproxima de Virginia e acaricia seu ventre sorrindo de satisfação e causando estranheza.

No dia seguinte, Virginia se sente mais sensível e durante o sexo, o casal simplesmente não consegue concluir o ato.

Durante o café, Brad se prepara para uma viagem de negócios à Nova York por alguns dias.

Mais tarde, Virginia recebe uma ligação de Beth Sanders que pergunta se ela também teve uma espécie de erupção no pescoço tal como ela e Gloria e ainda menciona Cindy Dewitt e Janet Robinson (do início do filme) como sendo todas pacientes do doutor Meyerling e convida a amiga para encontra-la no café com urgência sobre o assunto.

Virginia diz estar cansada por conta de uns comprimidos que o médico receitou e Beth diz para a amiga não toma-los revelando que Meyerling é um pesquisador geneticista que faz parte de um estudo sobre o genoma humano. Ela completa dizendo ter contraido uma infecção no âmnio por conta da erupção, o que faz Virginia se interessar em encontra-la.

Na sequencia, Beth recebe um telefonema falando sobre a alteração nos cromossomos da gestante deixando-a em pânico a ponto de tirar sua vida e a do bebê com várias facadas na barriga.

Na manhã seguinte, Virginia vai até escritório do A vida funciona onde o secretário diz que Beth não veio. Ao ficar sozinha por um instante, Virginia se depara com a cópia de algumas matérias de jornal referentes aos experimentos do doutor Meyerling e as crianças geniais oriundas de seu tratamento.

Nisso, o secretário volta ao escritório dizendo ter recebido um telefona acerca de Beth anunciando que ela está no hospital em coma.

Ao voltar para casa, os nervos fazem Virginia se tentar a beber porém ela resolve relaxar ouvindo música.

No meio do relaxamento, Virginia percebe que há vozes gravadas na fita k-7 passando uma estranha mensagem subliminar e quando ela diminui a rotação percebe palavras desconexas sendo proferidas.

Pelo resto da noite, a sensibilidade de Virginia fica atacada a ponto de arrombar o vidro do carro assim que este dispara o alarme só para detê-lo rompendo os fios. Depois, ela relaxa acariciando seu gato de estimação totalmente anestesiada e só volta a si depois de perceber que ela estourou a cabeça do bichano.

Neurótica, ela revira as gavetas até encontrar um revólver e entra em surto quando o telefone toca sem parar. Por fim ela se acalma.

Depois, ela desenha figuras geométricas em uma folha de papel enquanto sente o bebê fazendo movimentos em sua barriga prevendo as formas que ela desenha na folha.

Na manhã seguinte, chega Martha Wellington, mãe de Virginia que tenta entender o que houve com a filha e com a casa que está um caos por ponta do surto da noite passada.

Virginia se lembra que tem uma apresentação num programa de tevê e corre até o estúdio garantindo sua presença no talk show de Sally St. Clair. Virginia ao ser entrevistada, se descontrola e alerta à todas as gravidas que fizeram tratamento com o doutor Meyerling que há algo muito errado acontecendo com os bebês. Nisso, ela tem um sangramento ao vivo precisando ser internada às pressas.

À noite, Virginia foge de seu quarto e vai até o quarto onde Beth está internada e sente seu corpo superaquecer, provocando muito suor e logo ela percebe que o útero da amiga super inflou e ficou deformado e pulsando.

Em pânico, Virginia foge do hospital e telefona de uma cabine para Connie Chicago, mas ela não atende pois está sendo espancada por Gloria que tem uma erupção no pescoço e está surtada pela gravidez.

Connie retira o esparadrapo do pescoço de Gloria revelando um tumor pulsante e se arrastando até o telefone ela consegue pedir socorro para Virginia que a ouve sendo morta à marteladas.

Virginia chega ao A vida funciona logo depois e vê Gloria sendo levada presa pela polícia prevendo o pior. Instantes depois ela chega em casa escoltada pela polícia e em pânico fuma e bebe além de dizer para a mãe que Meyerling fez algo com o corpo dela e que ela precisa matar o bebê. As duas vão até o hospital exigir do doutor que a gravidez seja interrompida mas a secretária nega passa-la pelo procedimento.

Na saída, Virginia encontra um estranho que diz poder ajuda-la com o bebê por uma quantia irrisória de dinheiro e leva mãe e filha para uma clínica clandestina atrás de um beco decadente. Lá, Virginia é anestesiada ao mesmo tempo que Brad volta de viagem e vê uma gravação da mulher no programa de Sally St. Clair surtando e esta chega logo depois dizendo ter abortado.

Desconfiada, Virginia obriga Brad a contar se ele está mancomunado com o doutor Meyerling e ele diz que o médico modificou seu esperma para torna-lo suscetível a uma fecundação. Brad vai embora de casa decepcionado com a esposa enquanto ela se recupera da erupção no pescoço mas entra numa crise de choro e acaba ouvindo o choro de bebê vindo de algum lugar bem distante.

Ao sair pela porta da frente, ela entra em seu carro e dirige até o depósito de lixo da cidade adjacente à clínica de aborto. Ao abrir uma caçamba ela encontra algo se mexendo por entre os jornais emitindo um ruído estridente.

Brad volta para casa horas depois onde encontra Virginia de costas sobre uma cadeira de balanço e ao se virar para a frente dela a vê dando de mamar a um bebê mutante e ela pede ajuda.

Ao ouvir o pai dizer que ele é horrível, o bebê agarra uma agulha de tricô e a empala em um dos olhos de Brad o matando.

Virginia perde o bebê de vista e se arma colidindo com a mãe com quem corre até o carro com destino até Meyerling. Chegando lá, Virginia rende o médico que revela estar criando uma super raça mutante de seres humanos mais fortes, rápidos e inteligentes para substituir os humanos comuns e completa dizendo que ele já não precisa mais das mães para gerar os bebês. Ele mostra uma sala repleta de bebês mutantes dentro de úteros artificiais e Virginia surta tentando destruir os fetos, mas Meyerling tenta detê-la recebendo um disparo fatal.

Sem perda de tempo, Virginia atira em um por um dos úteros causando um curto circuíto sucedido por uma explosão.

Finalmente de volta ao carro com a mãe, Virginia diz para ela que não poderá fazer nada contra as crianças mutantes já nascida e muito menos com as futuras gerações que irão se espalhar dominando o mundo. Marta diz para a filha que não poderão prende-la se ela alegar insanidade mental e nisso, ambas ouvem um choro: é o bebê de Virginia escondido junto aos pedais do veículo. O pequeno morde o pé de Martha que se descontrola causando um capotamento.

Virginia se arrasta para fora dos destroços do carro e ao ver seu bebê sobre duas pedras ela vai até lá e o acaricia dizendo que está tudo bem...

Orçamentado em pouco mais de um milhão de dólares, o filme mescla ficção científica com terror psicológico de uma forma convincente e bastante simples graças a atuação ímpar de Brooke Adams (que entre seus trabalhos mais relevantes está A hora da zona morta de 1983) no papel sofrido de Virginia, que mesmo com todas as generiquices conseguiu trazer um resultado final deveras satisfatório.

O pouco que eu tenho a negativar a obra está nas personagens jogadas à esmo de qualquer forma tendo tido uma apresentação bem breve, além de que outras nem se quer reaparecem mais. Fora que certas situações não se explicam plausivelmente como por exemplo o por que da menina Alicia ter matado o irmão. Se havia alguma falha no experimento dos bebê mutantes o doutor Meyerling poderia ter esclarecido ou incluído na explicação que suas pesquisas andam buscando uma forma de aperfeiçoar os embriões para que eles não se descontrolem e se passem por crianças comuns.

Uma coisa que para mim ficou sim bem resolvida foi a aparição do bebê satânico só na reta final do filme para fazer quele suspense. Aliás, a equipe de efeitos práticos mandou muito bem na confecção do animatronic do pequeno bebê mal nascido que apesar da movimentação robótica roubou a cena com sua cara horrenda e seus gritos estridentes.

Em 1994 foi realizado uma sequencia de O bebê maldito, que eu ainda não vi, mas que pela sinopse parece ser bastante fumado, então não pretendo perder minha sanidade e nem meu tempo tão cedo, mas o primeiro episódio desta duologia eu recomendo fortemente, este vale a pena pela curiosidade pelo menos. 


 Trailer:



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

A Bruxa / The Witch (2015)

 


Finalmente chegamos a um longa metragem polêmico que mudou a rotina dos filmes de terror como nós conhecíamos até então. Mais uma distribuição da A24 e dirigido por Robert Eggers.

A Bruxa é um folk horror que se passa na época em que os EUA ainda era uma colônia da Inglaterra focando em uma família pobre e cristã que é banida da comunidade em que vive tendo que procurar outras terras para viver. O problema, é que eles escolhem logo o território onde vive uma bruxa tornando suas vidas um inferno sem fim desde a sua chegada.

A personagem principal é a filha mais velha desta família que vive às turras com o pai autoritário tendo que carregar toda a responsabilidade de cuidar dos irmãos caçula que tem um apreço por um bode negro muito estranho que esconde um segredo sombrio...

Tudo começa durante o julgamento de Willian, o patriarca da família central que é condenado junto à mulher e os filhos ao banimento por motivações religiosas.

A família é composta por Willian, sua mulher Katherine, seus filhos mais velhos Thomasin e Caleb e o casal gêmeo de caçulas Mercy e Jonas e o bebê Samuel, junto de seus bodes, entre eles um chamado pelos mais novos de Black Phillip, um cavalo e um cachorro de caça chamado Fowlet.

Willian leva tudo que sua carroça pode carregar e cavalgam até chegar em uma floresta nefasta onde resolvem firmar seu novo lar.

Depois de rezar a Deus pedindo perdão por ter negligenciado às suas obrigações religiosas, Thomasin é incumbida de tomar conta do pequeno Samuel levando-o para perto de uma moita onde ela brinca com ele de "cadê o bebê" e numa das vezes em que ela descobre seus olhos, percebe que o pequeno desapareceu, tendo este sido abduzido por uma figura misteriosa.

A figura que vemos em um corte é envelhecida, decadente e sem roupa. Ela nina Samuel e posteriormente espalha uma substância pegajosa sobre o seu corpo.

Enquanto isso, perturbada pela perda do bebê que foi declarado morto, Thomasin tem problemas para dormir sendo cuidada por Caleb que logo depois vai até a floresta com o pai para garantir alguma comida enquanto a plantação não gera nada.

Pouco depois, Thomasin vai buscar água no rio enquanto o pai e o irmão armam uma armadilha de urso e Caleb menciona o irmãozinho indagando se ele foi para o inferno.

Um instante depois, os rapazes veem uma lebre negra parada em sua frente e ao atirar, Willian tem um dos olhos acertado pela faísca da culatra.

Em sua nova casa, Mercy e Jonas brincam com o Black Phillip que desembestou do nada e neste mesmo minuto, Willian chega conseguindo colocar o bode de volta no cercado.

Caleb vai buscar água no mesmo rio onde Thomasin lava a roupa e a menina percebendo que o irmão não está bem o afaga, faz cécegas nele até que ambos ouvem um barulho que nada mais é que Mercy que brinca de ser a bruxa da floresta que ela diz ter levado Samuel embora.

Thomasin assusta a menina dizendo ser a verdadeira bruxa com tal realismo que a pequena entra em pânico.

Ao anoitecer, Willian faz as preces de agradecimento à Deus pela comida e Katherine anuncia o sumiço de sua taça de prata que é uma herança do pai dela e ela culpa Thomasin por conta de sua irresponsabilidade com Samuel.

Thomasin é incumbida de colocar Black Phillip de volta ao cercado e a chegar até o local, ela vê a lebre negra a observando.

Enquanto isso, Willian e Katherine se questionam se a morte de Samuel não teria sido uma provação de Deus pela sua fé ou uma punição divino pela falta da mesma. Depois, Katherine se lamuria pela escassez de alimentos e o fato que Samuel ainda não havia sido batizado, além de ponderarem a possibilidade de venderem Thomasin para alguma família com boa situação como empregada agora que ela atingiu a puberdade.

Logo nos primeiros raios de sol, Caleb sai para caçar e Thomasin a obriga a leva-la junto.

Ao chegarem na floresta, os dois ouvem um barulho estranho que chama a atenção de Fowlet fazendo Caleb o seguir.

Thomasin tenta impedi-lo mas cai do cavalo ficando inconsciente.

Com as horas se passando e o tempo fechando, a família se divide para procurar as crianças enquanto Caleb procura por Thomasin. O garoto tropeça perto da carcaça de um bode ao mesmo tempo que Thomasin acorda em outra parte e corre se guiando pelos gritos do pai.

Depois de se recompor, Caleb segue a lebre negra enquanto Thomasin encontra o pai. Caleb chega até uma gruta onde encontra uma jovem de capa vermelha que o seduz com um beijo e nisso, percebemos que um de seus braços super envelhece deixando claro que aquela é a bruxa da floresta.

Katherine tenta fazer Thomasin confessar o que ela e Caleb foram fazer na floresta a acusando de seduzir o irmão e nisso, Willian revela ter vendido a taça de prata e que ele levou o filho à floresta anteriormente.

Thomasin se encarrega de guardar os bodes no cercado e encontra Caleb nu e sem forças desmaiando em seus braços.

Enquanto as mulheres cuidam de Caleb, Willian corta lenha puto da vida.

Na manhã seguinte, Thomasin discute com Jonas e Mercy por conta daquilo que ela disse sobre ser uma bruxa e nisso, ela percebe que o balde de ordenha está cheio de sangue.

Willian e Katherine brigam novamente sobre sua falta de provisões e o plano do patriarca de vender os bodes além do pouco milho que sobrou.

Mais tarde, enquanto as mulheres ficam sozinhas em casa, Caleb do nada começa a ter alucinações e a sangrar pela boca expelindo uma maçã podre.

Em pânico, Mercy diz par a mãe que Thomasin se revelou ser uma bruxa e Willian que já estava de volta obriga a filha mais velha a afirmar sua devoção à Deus e ordena que ela reze por Caleb. Os gêmeos dizem não se lembrar das orações e começam a sentir dores fortes enquanto Caleb delira com a bruxa e nisso, os pequenos desmaiam.

A família que ainda está de pé, faz um círculo de oração em volta de Caleb que desperta totalmente fora de si até voltar a perder os sentidos e morrer.

Katherine em prantos rejeita Thomasin enquanto Willian a consola contando o que ele planeja para o futuro com prosperidade e fartura para a família, mas ainda sim, ele desconfia que a jovem fez um pacto com o diabo.

Thomasin revela ter ouvido os planos do pai de vende-la e joga na cara dele sua submissão à esposa e seu orgulho como cristão que foi o que os condenou, além de dizer que os gêmeos falam com Black Phillip a quem ela suspeita ser o próprio diabo, pois ele pode se personificar daquilo que ele quiser.

Willian arrasta Thomasin até Katherine para dizer que os gêmeos fizeram um pacto com o diabo confundindo ainda mais a família.

Descontrolado, Willian ameaça sacrificar Jonas para Deus e o tranca com Mercy e Thomasin em uma cela de castigo.

As crianças se indagam sobre qual deles é o bruxo ou a bruxa de verdade enquanto os pais enterram Caleb.

À noite, Willian chora para Deus se dizendo orgulhoso e mentiroso além de pedir a salvação de seus filhos.

Katherine acorda no meio da noite e vê o fantasma de Caleb carregando o bebê Sam os abraçando.

Enquanto isso, os gêmeos se acordam assustados com um barulho vindo do lado de fora da cela. Ao se aproximarem, eles veem através da penumbra a figura da bruxa que os assustam com ao mesmo tempo que Katherine ri insanamente com um corvo em seu ombro.

Na manhã seguinte, Willian acorda e vê as tábuas da cela de castigo rompidas além de dois bodes brancos trucidados. De surpresa, Black Phillip taca Willian o perfurando no peito com seus chifres assustando Thomasin. Willian tenta se defender com seu machado mas é chifrado e jogado contra a pilha de lenha.

Thomasin se aproxima para checar o corpo do pai, mas Katherine aparece, a puxa pelo cabelo e a acusa de seduzir Caleb e Willian. Enquanto é estapeada, Thomasin alcança uma faca e a usa para desferir vários golpes contra a mãe matando-a sem muito esforço.

Depois de se acalmar, Thomasin vai para casa, tira seu vestido e se joga contra a mesa onde dorme por algumas horas exausta. Ela acorda ao anoitecer e vai até o cercado tentando falar com Black Phillip que inacreditavelmente a responde oferecendo luxos em troca dela assinar a página de um livro. Ela fica completamente pelada e os dois caminham pelo breu da noite até chegar em um acampamento de adoradores do diabo que fazem uma espécie de ritual em volta de uma fogueira ao qual Thomasin se junta e assim como eles, ela flutua ensandecida e satisfeita...

Em poucas palavras, a explicação deste final é obvia: Thomasin assinou a página de um livro de pactos com o diabo e se tornou uma bruxa de verdade passando pela iniciação.

O filme está cheio de simbolismos que para quem está mais acostumado com o ocultismo percebe de cara, como por exemplo o próprio Black Phillip, um bode negro que simboliza claramente assim como Thomasin disse anteriormente uma das personificações do diabo, mas propriamente dito, ao Baphomet, figura esta que vimos em um dos grandes clássicos do terror ocultista Incubus de 1966.

Outros simbolismos acontecem com as aparições da lebre que é uma premonição a alguma desgraça que está para acontecer, assim eu creio. Temos também aquele corvo no ombro de Katherine que para os mais crentes simboliza a morte que se avizinha à aquela pessoa, o que é confirmada poucos minutos depois quando Thomasin a mata.

Ainda temos os dois bodinhos brancos mortos na cela de castigo e obviamente que eles são uma representação de Jonas e Mercy, pois ambos eram filhotes que representa a inocência e eram brancos o que representa a pureza.

Outra coisa, que é bem obvia apesar de ter acontecido off screem, é que a bruxa não só sugou a energia vital de Caleb, mas também o violentou com o objetivo claro de corrompe-lo e envenena-lo, pois se vocês bem se lembram, lá no início do filme ela cobriu seu corpo com uma meleca estranha que pode ter sido uma toxina que entrou em contato com os órgão genital do garoto, ou alguma espécie de feromônio que o atraiu e acabou causando as alucinações (minha visão).

Agora vamos à resenha básica e tudo que eu posso dizer é que o filme é uma pérola de uma década que não foi muito feliz para o terror visto que nada mais emplacava como antes, não tinha nenhum subgênero emergente como os teen slashers e os clássicos remakes de obras japonesas que alagaram as locadoras e os canais pagos / abertos nessa época, tornando-se assim uma grata surpresa.

O filme tem tudo ao seu favor: a ambientação, o figurino, as atuações, o clima sombrio da floresta, os mistérios e a atmosfera silenciosa pela falta de trilha sonora que consegue causar arrepios com cada cena somado ao fator imprevisibilidade. É simplesmente uma obra muito bem escrita que te agarra do início ao fim sempre trazendo surpresas.

A cena final é simplesmente um dos clímax mais absurdos de impressionantes dos filmes de terror e suspense já criados, uma reviravolta jamais imaginada que fecha a trama com chave de ouro premiado pela atuação ímpar de Anya Taylor-Joy no papel de Thomasin e esta lhe custou ótimas oportunidades como os clássicos Fragmentado, sua sequencia Vidro e Noite passada em Soho, uma verdadeira ícone do terror moderno.

O filme foi orçamentado em três milhões e meio de dólares e arrecadou mais de quarenta milhões tendo sido filmado parcialmente no Canadá e permanece no hall dos clássicos até hoje.      


Trailer:


sábado, 15 de fevereiro de 2025

A Ilha das Almas Selvagens / Island of Lost Souls (1932) / A Ilha do Dr. Moreau / The Island of Dr. Moreau (1977-1996)

 


Hoje é um daqueles raros casos em que eu faço um contra ponto entre duas ou mais versões de um clássico do cinema do terror e desta vez eu escolhi uma adaptação de uma pérola da literatura assinada por H. G. Wells produzida em três ocasiões diferentes com alterações entre uma narrativa e outra.

A obra original conta a história de um naufrago que vai parar em uma ilha nos mares do sul onde vive um geneticista ambicioso que cria espécies híbridas de humanos com genes animais. O que se estende é um tour pela ilha que esconde segredos e muita loucura que a humanidade duvida.

A primeira versão do conto literário ocorreu em 1932 produzido pela Paramount Pictures e dirigida por Erle C. Kenton que entre seus trabalhos mais conhecidos estão sequencias B de Frankenstein como O fantasma de Frankenstein e A casa de Frankenstein, além de alguns longa metragens da dupla Abbott e Costello.

Tudo começa com o resgate de um náufrago que é posto à bordo do SS Covena mental e fisicamente debilitado.

O jovem que atende por Edward Parker pede ao seu benfeitor Montgomery para mandar uma mensagem para sua mulher Ruth Thomas que está no litoral de Apia, capital da Samoa aguardando notícias de sua chegada.

Dias depois no porto de Apia, é divulgada a lista de desaparecidos do navio onde Edward estava e neste mesmo instante, Ruth recebe a mensagem do marido bem a tempo. 

Enquanto isso, Edward dá uma volta no convés do Covena com Montgomery onde descobre uma carga de animais enjaulados que estão sendo transportados para a ilha particular de um tal doutor Moreau ao sul. Lá, Edward também conhece o desagradável capitão Davis que espanca sem razão aparente um dos criados que é bem estranho, mas ele também leva a sua sendo nocauteado pelo náufrago que ao socorrer o criado percebe que ele tem orelhas pontudas e estranhamente peludas.

Com a chegada do barco enviado por Moreau, Edward é jogado por Davis para fora do Covena como vingança não e tendo alternativa o jovem segue com Montgomery e seus criados estranhos e peludos.

Em questão de horas, o barco chega até o cais da ilha de Moreau e o próprio pede discrição ao forasteiro acerca de tudo que ele verá em sua propriedade.

Ao chegar até a mansão de Moreau, Edward percebe que os nativos também são muito estranhos e de hábitos selvagens.

Depois de uma breve jogatina, Moreau e Montgomery deixam Edward em uma sala enquanto balbuciam sobre apresentar ao hóspede uma mulher da Polinésia chamada Lota que é a única mulher da ilha.

O intuito de Moreau é testar se Lota consegue seduzir Edward e ele deixa o casal a sós mas fica de olho neles. Neste mesmo instante, Montgomery que usa um jaleco e máscara cirúrgica aparece solicitando com urgência a atenção do doutor.

Edward e Lota ouvem gritos de dor e ao tentar verificar de onde vem eles são proibidos por Moreau de prosseguir escondendo um experimento desumano com um dos nativos.

Em pânico, Edward toma Lota e corre com ela pela ilha chegando até uma colônia de homens híbridos com feição de animais e Moreau chega no mesmo instante.

O doutor, pede ao líder dos mutantes que ele recite as leis que o próprio cientista estabeleceu que são: não andar sobre quatro patas, não derramar sangue e não se alimentar com carne e dispersa geral para ter uma particular com Edward que tira satisfações. 

O cientista explica que há anos ele faz experimentos de alteração mutagênica fundindo DNA tendo começado com orquídeas quando ele vivia na Inglaterra. Seus experimentos no entanto, passaram dos limites que a ética científica permitia que foi quando ele resolveu estudar o genoma humano e isso fez com que ele fosse perseguido e cassado, precisando fugir da Europa com Montgomery.

Em suma, os estudos de Moreau focavam na mutação humana com genes animais, por isso que todos seus criados tem aparências estranhas e explica também a colônia de homens feras, todos são resultados fracassados das experiências.

Na manhã seguinte, quando se prepara para tomar um barco para Apia, Edward percebe que a embarcação está destruída.

Enquanto isso em Apia, Ruth vai ao porto à espera do amado e ao descobrir que Edward não está à bordo do SS Covena ela denuncia o capitão com a ajuda do cônsul e este convoca a ajuda do capitão Donahue para pegar o primeiro barco em busca do náufrago.

Na ilha, Edward lê um livro para se distrair e diz à Lota que a leitura o leva para fora daquele inferno e a nativa toma o livro da mão do jovem e o joga numa fonte.

Edward se empolga e acaba a beijando e ao abraça-la percebe que suas unhas são garras afiadas e animalescas e tira satisfação com Moreau que revela que a jovem é uma de suas mutações. Fulo, Edward exige que o cientista o tire da ilha o quanto antes ou sofrerá as consequências.

Moreau tira satisfações com Lota descobrindo que sua mutação está se revertendo, ou seja, ela está se tornando fera, o que o faz se auto motivar a trabalhar para torna-la completamente humana.

Horas depois de uma longa viagem ao mar, Ruth e o capitão Donahue chegam à ilha de Moreau através de um gruta despertando a atenção dos mutantes que os flagram.

Moreau toma conhecimento da chegada dos viajantes e os convida muito cordialmente para entrar em sua residência oferecendo-lhes bebida e insiste aos convidados que fiquem para o jantar e que partam ao amanhecer apesar da pressa de Edwarde em voltar para a civilização.

Depois do jantar geral é instalado em seus quartos e enquanto todos dormes, Ouran, um dos mutantes tenta romper as grades da janela do quarto de Ruth, mas a moça acorda e seus gritos chamam a atenção de Edward que dispara em direção ao invasor que corre.

Geral se mobiliza para fugir e Moreau ordena á Ouran que siga Donahue que partiu na frente para recolher a âncora de seu barco e ele acaba matando o capitão enquanto Montgomery farto de ser pau mandado muda de lado para sair da ilha junto ao casal.

Ouran leva o corpo de Donahue até a colônia onde o líder e seus irmãos o acusam de ter violado a lei de não derramar sangue e o mutante é linchado.

Os mutantes subjugam Moreau por ter dado a ordem à Ouran e iniciam uma revolta invadindo as terras do cientista que sem medo vai até sua criações e os obriga a recitar a lei, porém o líder diz que já não há mais lei pois ela foi violada iniciando um ataque.

Moreau tenta conter suas crias com um chicote mas recua conforma a invasão se intensifica.

Do outro lado, Ouran tenta impedir a fuga de Edward, Ruth e Montgomery, mas Lota o segura e luta contra ele. O grito da jovem é ouvido de longe pelo trio de fugitivos que retornam encontrando Ouran morto e Lota agonizando e esta pede à Edward que volte para o mar morrendo.

Enquanto isso, os mutantes em fúria encurralam Moreau no laboratório iniciando um incêndio que destrói tudo e leva a vida do cientista juntamente. Ao longe, o trio avista a residência em chamas e Montgomery diz ao casal para não olhar para trás...

O filme é simples obviamente se tratando de uma obra dos anos 1930 quando o cinema da era de ouro estava decolando mas assim mesmo o conteúdo é forte o suficiente para surpreender por todo conjunto da obra: as atuações que estão dignas, a maquiagem que está ok para a época, a ambientação que está razoável e a direção competente.

No elenco, o único nome de destaque da época é Béla Lugosi que interpretou o líder dos mutantes e pregador das leis de Moreau, conhecido por dar via a versão mais icônica do conde Drácula e também Charles Laughton, interprete do doutor Moreau que em 1939 emocionou ao dar vida a uma das encarnações mais dramáticas de Quasímodo na obra máxima de Victor Hugo, O corcunda de Notre Dame. Todos os dois mandaram bem na obra de 1932 trazendo o mais puro terror que a obra poderia trazer na época.

Temos também a não menos especial Leila Hyams que no mesmo ano interpretou a personagem Vênus em Freaks - Monstros. Do mesmo filme, está creditada a participação da um dos astros dos circos de aberrações Schlitzie, uma criatura com microcefalia e deficiência cognitiva que muito provavelmente interpretou um dos mutantes.

No mais, o filme é uma obrigação para quem quer conhecer uma das melhores versões da obra de H. G. Wells se equiparando a de 1977 que eu já vou resenhar, então senta que a viagem continua...

E agora partimos para a versão de 1977 dirigido pelo premiado cineasta Don Taylor que colecionou em seu currículo obras como Damien: A Profecia II, Fuga do planeta dos macacos e Inferno número 17, uma excelente escolha para uma adaptação complicada de se levar para às telonas e telinhas.

Quarenta e cinco anos depois da primeira adaptação realmente relevante, agora sim com mais recursos foi produzida uma obra que captou o jeito H. G. Wells de mesclar terror com ficção científica e é considerada por muitos como a melhor versão cinematográfica do autor, incluindo este que vos fala.

Com mais liberdade criativa, produção elevou o drama e deu mais relevância ao mocinho sem deixar de lado o antagonismo do cientista que dá nome ao filme que segue sendo vil e completamente sem coração, além de perturbar o espectador com o drama dos mutantes animalescos que agora tem uma personalidade mais cativante e expressiva.

Mas vamos ao que importa, o início de tudo...

O filme começa no meio do oceano com um trio de náufragos em um bote exaustos por ficaram à deriva sabe-se lá por quanto tempo. O calor, o cansaço e a falta de recursos faz com que o trio se torne apenas uma dupla com o falecimento de um dos náufragos que é jogado ao mar.

Os dois que restam que atendem por Johnny e Andrew Braddock encontram uma ilha próxima ao chegar em terra firme. Andrew que está mais disposto procura por algum sinal de vida sozinho enquanto o amigo descansa tempo apenas para ser abduzido por uma criatura misteriosa.

Depois de andar alguns metros, Andrew encontra uma enorme colônia onde desmaia acordando algumas horas depois aos cuidados de um homem chamado Montgomery que diz estar às ordens de um homem chamado doutor Moreau que é o dono da propriedade há vários anos.

Restabelecido, Andrew se vê livre para explorar o enorme complexo e acaba conhecendo pelo caminho a jovem Maria, protegida de Moreau que a cuida como se a levasse dentro de um potinho para todo lado.

Andrew se interessa emocionalmente por Maria que é evasiva às suas perguntas assim como Montgomery que não deixa o recém chegado se aprofundar sobre a vida animal da ilha.

À noite, depois de uma investida em Maria, Andrew ouve o grunhido insistente de um animal mas ignora e vai ao escritório do doutor Moreau para buscar informações sobre ele e o mesmo aparece no mesmo momento dando uma amostra de sua formação acadêmica como cientista.

Moreau mostra frascos com embriões de animais e um de humano conservados que são objetos de sua pesquisa não dando maiores detalhes sobre do que se trata.

Na manhã seguinte, Andrew avalia os estragos de seu bote quando vê Maria dando uma volta com um filhote de leopardo que se desgarra fazendo a bela jovem correr atrás do animalzinho. Andrew vai atrás da moça e acaba chegando à beira de um riacho onde vê M'Ling, um dos criados de Moreau bebendo água direto da fonte e logo depois reencontra Maria com o filhote.

No início da noite, Andrew vai até a cabana de Montgomery para perguntar por que M'Ling bebia água do riacho feito um animal e o criado diz ser um costume local.

No dia seguinte, Andrew acorda com Moreau e Montgomery trazendo M'Ling acorrentado, porém agora o criado havia passado por algum tipo de mutação que o tornou um híbrido de homem com animal. Moreau diz ao hospede que M'Ling é uma espécie humana especial que ele está tentando ajudar.

Mais tarde, Andrew vai até a praia para trazer seu bote para terra onde o amarra em uma árvore e ao retornar para a colônia, ele ouve um grunhido próximo fazendo-o correr. Andrew se sente cercado por três criaturas animalescas e no meio da correria encontra Moreau que pede ao rapaz que volte para sua casa enquanto ele vê o que está acontecendo pela floresta.

Ao voltar para a propriedade de Moreau, Andrew entra numa cabana secreta onde tem várias jaulas com animais selvagens presos como felinos, um urso e até mesmo uma hiena. Mais além, ele encontra um laboratório onde tem um homem com garras animalescas inerte debaixo de um pano. Ao descobri-lo descobre a feição meio homem meio urso do falecido ao mesmo tempo que Moreau chega.

O cientista revela ter desenvolvido um soro à base de DNA animal, neste caso um urso no qual ele faz experimentos mutagênicos em pessoas que ele acolhe tornando-os híbridos com a finalidade de trazer à tona uma nova e perfeita espécie.

Aturdido, Andrew vai embora para sua cabana onde encontra Maria que o seduz até que os dois fazem amor sendo vigiados do lado de fora por Moreau.

Na manhã seguinte, Andrew encontra novas criadas de Moreau que também foram expostas ao soro e se tornaram híbridas. Revoltado, o rapaz vai até Moreau tirar satisfações e o cientista lhe mostra outro homem fera que interage com um urso de forma irracional levando chicotadas por sua falha, pois ele não recobrou sua consciência humana depois da exposição ao soro.

Andrew sai de lá, pega um rifle e caminha até chegar a uma caverna onde encontra um grupo de mutantes: um homem javali, um homem leão, um homem tigre, um homem touro, um homem hiena além do líder deles que é conhecido como o pregador das leis, leis estas que o próprio Moreau decretou.

Moreau aparece no mesmo instante fazendo o Pregador recitar as leis de obediência que inferiorizam os mutantes, sua forma de viver e até mesmo sua forma de caminhar além do castigo para quem viola-las.

De volta à colônia, Andrew tenta fazer Moreau reconsiderar suas atitudes desumanas e o cientistas diz não considerar os direitos dos mutantes pois eles já não são mais humanos e sim criaturas renascidas a partir da mutagênese.

Pouco depois, Moreau e Montgomery levam o mais novo mutante até a caverna para que passe pela iniciação que consiste em ser aceito pelos outros ou ser devorado por eles.

Mais tarde, Andrew faz reparos em seu bote e convida Maria para ir com ele viver na civilização, porém a jovem é arredia alegando que tudo aquilo que seus pés tocam é o que ela conhece do mundo pois ela vive lá desde sempre.

Longe dali, o Homem touro sai da caverna e é atacado por um tigre chamando a atenção de geral que vai ao seu auxílio e ao chegarem ao local do ataque encontram o animal morto a beira de um lago.

Moreau vai até a caverna horas depois para fazer o Pregador recitar as leis e diz que seu povo violou aquela que proíbe o derramamento de sangue se referindo ao tigre. Descoberto, o Homem tigre é perseguido por seus irmãos do lado de fora.

Andrew que estava junto e o Homem hiena encurralam o fugitivo que implora para ser morto de uma só vez sendo executado com um tiro.

À noite, os mutantes sepultam o amigo o atirando em chamas ao mar.

Farto de tudo, Andrew tenta ir embora da colônia na surdina porém é surpreendido por Moreau que o ceda e o prende em sua mesa de cirurgia. O objetivo do cientista, é fazer de Andrew sua nova cobaia e prontamente injeta uma dose de soro nele.

Em questão de horas, Andrew começa a passar pelo primeiro estágio da mutação entrando em pânico sendo sedado novamente.

Montgomery se volta contra Moreau acreditando ser a próxima cobaia se o experimento falhar com Andrew e o obriga sobre a mira de sua arma a dar a chaves de seu quarto, porém ao dar as costas é baleado e preso em uma jaula.

Horas depois que tudo se acalma, M'Ling tira Montgomery da jaula e em conluio com os outros mutantes o arrastam até os limites da colônia dando-o para uma das feras humanas.

Enquanto Moreau estuda a evolução de Andrew, o corpo de Montgomery chega ao Pregador que expõe a violação da lei de não matar iniciando uma revolta.

De volta ao laboratório, Moreau tenta fazer Andrew despertar seus instintos animais o obrigando a comer um rato mas o jovem resiste dizendo se lembrar de quem ele é e de sua vida humana na civilização.

Os mutantes invadem a colônia e ao se dar conta do sumiço do corpo de Montgomery, Moreau se arma.

Maria alerta Andrew sobre a morte de Montgomery, a revolta dos mutantes e ele pede à amada que o ajude a se soltar.

Moreau vai até os mutantes e exige o corpo de Montgomery, mas o Pregador diz que o mestre violou a lei de não matar e que portanto tem que ser castigado gerando um ataque e uma perseguição. O cientista é atacado e dilacerado.

Nisso, o Pregador realiza que ele e seus homens violaram a lei de não derramamento de sangue e que eles precisam arcar com as consequências pois são homens.

Andrew tenta conter os mutantes que não o aceitam como um deles apesar de ter sido exposto ao soro e vão embora. 

Em seu último suspiro, Moreau diz à Andrew que ele é um animal. O rapaz então, gritam para os mutantes que eles não mataram Moreau e expõe o cientista amarrado numa tentativa de engana-los.

Na sequencia, Andrew foge com Maria e M'Ling enquanto o Pregador descobre que Moreau está de verdade morto gerando uma revolta geral e a destruição do laboratório que é sucedida por um incêndio que força os mutantes a libertar os animais das jaulas.

Mutantes e animais se estranham e entram num confronto em meio ao caos terminando com várias baixas como a do Pregador que morre.

Durante a fuga,M'Ling é atacado e morto por um dos animais e com a perda do aliado, Andrew leva Maria até seu bote se pondo ao mar. No entanto, o Homem urso o agarra tentando afoga-lo mas Maria o acerta com um dos remos o fazendo cair. Atento, Andrew espera pelo bote do inimigo e no momento propício o empala no olho com o cabo do remo.

A cabana de Moreau desaba em chamas assim como seu corpo suspenso.

Um tempo depois de se lançar ao mar, Andrew acorda de um cochilo e percebe que sua mutação foi revertida já que estava apenas no início do processo ao mesmo tempo que aparecem dois barcos ao longe para a alegria do jovem que tenta sinalizar para as embarcações.

Esta versão contou com o protagonismo do saudoso Burt Lancaster, consagrado por obras como O rochedo de Gibraltar, A um passo da eternidade, Julgamento em Nuremberg, Campo dos sonhos e muito mais.

A maquiagem desta obra está muito bem feita e a ambientação é divina, tudo na maior simplicidade e muito bem dirigido.

A carga de terror e de drama são equivalentes trazendo o puro suco dos anos 1970, porém a obra está um bocado esquecida talvez por conta da caótica versão a seguir, a de 1996 que acabou meio que amaldiçoando a reputação de um dos maiores trunfos de H. G. Wells, o que é uma pena pois a história é muito boa, criativa e merecia uma nova chance nos cinemas com toda pompa e circunstância.

Finalmente chegamos a versão definitiva da adaptação mais emblemática de H. G Wells, a caótica versão de 1996 que jamais deveria ter existido e foi alvo de diversas críticas além dos bastidores cheios de problemas que mais tarde já vamos falar sobre.

O filme foi orçamentado em 40 milhões de dólares e só captou 49 sendo distribuído pela gabaritada New Line Cinema e dirigido por John Frankenheimer que apesar do vasto currículo não tem muitos trabalhos realmente expressivos sendo o mais conhecido Ronin de 1998, além do próprio A ilha do dr Moreau.

O filme em questão contou com nomes grandes de Hollywood mas não alcançou nem de longe a grandeza da obra original, que nos leva ao náufrago que chega a uma ilha onde tem um cientista mal intencionado que brinca de ser Deus usando seres humanos como cobaias em um experimento de fusão de genes acabando por criar seres mutantes meio homens e meio animais.

Mas vamos ao que importa primeiramente que é o resumo e eu garanto que esta adaptação difere muito da de 1977 e choca mas não pelos motivos que deveria, então só aguardem...

Tudo com três homens à deriva no oceano em um minúsculo bote inflável num embate mortal até sobrar vivo apenas um que atende pelo nome de Edward Douglas que vaga exausto até ser resgatado por um navio por um sujeito chamado Montgomery.

Perto de chegar em uma ilha, Montigomery convida o exausto viajante para embarcar com ele para que possa usar o rádio comunicador para pedir ajuda.

Em terra, a dupla se dirige até uma vasta colônia pertencente a um homem chamado doutor Moreau que é um geneticista ganhador de um prêmio Nobel e foi dado como desaparecido da civilização há vários anos.

Ao chegar ao grande casarão principal onde vive o dono da ilha, o tal doutor, Edward faz um tour pelo local até conhecer a exótica Aissa que vive na ilha desde pequena tendo como tutor ninguém menos que Moreau.

Montgomery regressa de sua cabana e diz para Edward que Moreau vive na ilha há dezessete anos e que desde então se dedica obsessivamente aos estudos da vida animal e que por conta de suas pesquisas incompreendidas acabou sendo perseguido e cassado pelo conselho de ética e por isso fugiu e se isolou.

Depois de guiar Edward até os aposentos onde ele vai ficar, Montgomery o tranca temporariamente alegando ser pela segurança do rapaz e a noite ele é liberado para poder continuar explorando a colônia e depois de andar por um tempo chega à um laboratório com animais selvagens enjaulados e onde o hóspede presencia o parto de uma mulher com feições bestiais que faz correr sendo flagrado por outra dupla de mutantes meio animais.

No meio da fuga, Edward topa com Aissa que oferece a saída da ilha em troca que o rapaz não diga nada do que viu para ninguém. Durante a fuga pela selva, a dupla encontra outro ser meio homem e meio fera chamado Lo-Mai bebendo água do rio de quatro e ao voltar a correr, a dupla encontra um outro mutante que lhes oferecem abrigo em sua própria colônia de mutantes liderados pelo Pregador das leis que é uma fera meio cabra que é cego.

Neste momento, chega a colônia dos homens feras o tal doutor Moreau que é um homem de sobrepeso, careca e sensível ao sol o obrigando a usar uma camada enorme de creme pelo corpo, um par de óculos escuros e um véu envolta da cabeça escoltado por Montigomery.

Moreau faz o Pregador recitar as principais leis que ele mesmo estabeleceu para a convivência dos mutantes: não andar em quatro patas, não derramar sangue e não comer carne e alega que uma desta leis foram violadas por um dos mutantes selvagens, coisa que o líder desdém humildemente.

As feras se agitam e Moreau oferece uma arma para que Edward afaste os mutantes enfurecidos porém ele se nega e volta para a colônia do cientista.

Horas depois, Moreau apresenta para Edward seus filhos de consideração, homens feras domesticados que atendem por: M'Ling, Azazello e Waggdi, além de um sujeitinho minúsculo que se veste igual ao cientista tamanha a devoção que tem por ele, que não fala e se chama Majali.

O cientista reconhece sem nenhuma cerimônia que aqueles são o resultado de anos de pesquisa de combinação de genes humanos com os de animais cujo objetivo é atingir o equilíbrio perfeito, o híbrido superior separando a maldade da raça humana e sobrepujando com a pureza dos animais.

Mais tarde, Edward bisbilhota o barco de Montgomery e encontra um macaquinho em fúria enjaulado e é atacado por ratos que o arremessam para fora da embarcação.

Na manhã seguinte, Moreau vai à colônia dos mutantes e comunica que a lei de não derramar sangue foi violada pois chegou a ele uma carcaça de um coelho desaparecido do laboratório totalmente destroçado jogando sangue fresco no riacho. A culpa é atribuída à Lo-Mai que tenta atacar o cientista, porém é detido por algo que o faz se retorcer como se estivesse sendo eletrocutado (um chip implantado nele e nas outras feras como medida de obediência e segurança que é acionada através de uma espécie de colar com várias contas cada qual para um dos mutantes).

Sem poder se defender, Lo-Mai é executado com um tiro por Waggadi e incinerado um tempo depois levantando a ira de Edward e a dor da hiena Swine ao ver os restos do crânio do amigo. Swine percebe que há um mecanismo conectado ao forro do crânio: é o implante do chip da obediência. 

Compreendendo o que o faz sentir dor e aos seus irmãos, Swine com muito esforço retira o seu implante.

Mais tarde, Edward acompanha Montgomery em uma sessão de injeção de endorfina e outros hormônios nos mutantes. No meio da sessão, Montgomery encontra a resistência de Swine e ao perceber que o mutante retirou seu implante resolve se armar por precaução.

Em outro momento, Montgomery flagra M'Ling ajudando Edward com o comunicador já que ele aprendeu a lidar com o instrumento e leva o hóspede para uma particular para dizer que Aissa é diferente, percebendo seu interesse na moça e completa dizendo que ela jamais sairá da ilha.

Aissa vai até Moreau para dizer que ela está sofrendo uma mutação e mostra-lhe seus dentes que se tornaram presas afiadas.

Enquanto isso, Swine e alguns de seus aliados invadem a sala do piano de Moreau e o cientista tenta acalma-los com música enquanto Majali procura pelo colar de contas. A hiena questiona Moreau o por que dele ser diferente do humano que ele e os outros tem como um pai.

De posse do colar, Moreau tenta conter os mutantes que não sentem mais os efeitos do choque ficando claro que eles retiraram seus implantes. Swine dita as novas leis favorecendo seu povo e o cientista tenta contra atacar batendo em Swine com um crânio de enfeite o que faz com que geral se revolte e o ataque sem piedade o dilacerando cruelmente.

Edward aparece no mesmo momento fazendo as feras dispersarem com disparos.

Mais tarde, os restos de Moreau são incinerados sobre forte comoção e enquanto Montgomery toma posse do escritório do cientista, Azazello e os outros questionam o Pregador sobre qual lei seguir e o líder insiste naquela que Moreau os ensinou, pois trouxe paz e ordem até o momento.

Do outro lado, Edward descobre que Assai é uma mutante ao se dar conta que ela está passando pelo processo de mutação e a moça pede ajuda para reverter sua condição.

Sem perda de tempo, Edward vai até o escritório de Moreau para procurar alguma pista sobre a mutação e acaba ouvindo Montgomery pelo auto-falante enlouquecido e vestido como Moreau. Edward o cobre de tapas para faze-lo reagir e pede o soro de reversão da mutação que lhe é negado.

No porto, Swine e os outros espalham gasolina por toda ponte de acesso ao barco e o grupo é flagrado por Waggadi que barganha armas em troca da remoção de seu implante. Em seguida, os mutantes ateiam fogo à ponte dando início a uma explosão.

Em paralelo, Edward descobre algumas amostras de sangue dos homens feras e entre elas uma amostra sua e um estudo completo sobre a sua genética.

Enquanto isso, Montgomery toma posse do abrigo do Pregador completamente louco e é executado por Waggadi com um tiro e Swine inicia uma matança geral tomando a liderança de uma vez por todas.

De volta com Edward, ele diz à Assai que o doutor Moreau pretendia usar os genes dele para deter a mutação dela e a jovem desaba dos braços do amado.

Ao se dar conta que os rebeldes de Swine se aproximam, Edward e Assai libertam os animais enjaulados enquanto as feras arrombam o lugar com um veículo dando início a uma fuga enquanto o local pega fogo.

Swine destrói todo o estudo de Moreau com tiros enquanto os pombinhos chegam ao abrigo destruído do Pregador. Do nada, Waggadi surge do elevador e ordena um ataque à Edward e Assai que o ataca com seus instintos despertos dando início a um embate.

O Pregador e Edward são feitos reféns e o braço direito de Swine executa Waggadi com vários tiros.

Os mutantes que ainda tem implante são eletrocutados por Edward e Swine os executa sem piedade. Na sequencia, Swine tenta obrigar Edward a reconhece-lo como o senhor da ilha, mas o homem joga em sua cara que ele é uma fera e que ele violou as lei de não derramamento de sangue.

Um tiro teio se inicia com direito à granadas e nisso, Edward rende Swine com uma arma e os poucos seguidores do Pregador ainda vivos o lincham a ao seu único aliado. Acuado, Swine entra na casa em chamas de Moreau e morre queimado.

Na manhã seguinte com tudo calmo, Edward prepara uma jangada para voltar para a civilização e promete voltar com cientistas que possam desenvolver um soro de reversão, mas o Pregador se recusa dizendo que não quer mais cientistas na ilha e que ele e seus seguidores serão o que devem ser e que eles viverão livres.

Segue uma narração  de Edward dizendo ter guardado sua experiência em anotações incluindo as coordenadas da ilha do doutor Moreau para quem quiser ver a verdade. Ele encerra dizendo que não há diferença entre os rebeldes de Swine e os seres humanos menos evoluídos, que ambos usam a violência para obter o poder e que isso lhe causa medo...

Como eu havia dito lá em cima, os bastidores da produção do filme foram catastróficas e estressantes. O elenco teve que lidar com a temperatura elevada, as péssimas condições de gravação com o comportamento tóxico de Val Kilmer (motivado por um divórcio recente), que deu vida à Montgomery numa atuação vergonhosa e totalmente porca. 

Não bastasse isso, Marlon Brando, consagradíssimo ator da era de prata de Hollywood ainda teve que abandonar as gravações antes do esperado antecipando a morte de seu personagem menos emblemático e extremamente excêntrico, o doutor Moreau, por conta do falecimento de sua filha além do fato que ele teve diversas divergências com Val Kilmer com quem não batia de frente e com os outros membros do elenco em especial com os figurantes que sofreram com a caracterização pesadas de homens feras em meio ao calor tropical.

O filme recebeu diversas Framboesas de ouro e escrachou a fase de decadência na carreira de dois dos mais gabaritados atores de Hollywood na época, sequelas essas das quais nenhum dos dois jamais se livraram, um levando o desgosto para o túmulo, no caso Brando enquanto Kilmer passa sua vida reclusa há anos sem pisar num set de filmagem descente.

Não menos conhecido, temos a presença também de David Thewlis, o lendário Remulus Lupin da franquia Harry Potter e o Ares do universo de filmes da DC, no papel de Edward e este foi o que menos se destacou mas também não se meteu em encrenca direta com ninguém.

Temos também, Ron Perlman, o clássico Hellboy no papel do Pregador das leis, Marc Dacascos no tímido papel de Lo-Mai e o protagonista do filme B de terror italiano O rato humano Nelson de la Rosa no papel do simpático e esquisito Majai.

Agora sobre a parte técnica, o filme dá uma escorregada; os efeitos especiais são um nojo e já estão deveras datados, vide a cena do ataque dos ratos no barco de Montgomery, ratos esses feitos de CGI bem do sem vergonha. Por outro lado, a caracterização dos mutantes está bem ok e a ambientação exuberante da floresta tropical de Carns na Austrália é de encher os olhos, mas apenas para quem assiste o filme por que para quem participou ativamente foi um inferno escaldante.

No mais, o filme foi bem fraquinho e mal aproveitado para o orçamento que teve e em diversos momentos parecia mais um filme de guerra na pegada de Rambo ou Braddock do que terror e ficção científica propriamente dito, mas ao menos a trama foi frenética e não cansa em nenhum momento, só chateia mesmo.

Em 2004 ainda foi produzido um longa metragem deveras desconhecido com o nome de Dr. Moreau's house of pain do qual se tem quase nada de informação e que eu se quer consegui encontrar para baixar ou assistir diretamente, mas o pouco que eu vi pelo trailer que eu encontrei percebe-se que é uma produção de baixíssimo orçamento e que nada tem a ver com as adaptações até agora dissertadas, ou seja, é outra história totalmente diferente apenas com o nome da obra de H. G. Wells como chamariz.


Trailer (Versão de 1932):   



Trailer (Versão de 1977):



Trailer (Versão de 1996):