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sábado, 22 de julho de 2023

Ninho do Mal / Hatching / Pahanhautoja / Ego (2022)

 


Uma das maiores surpresas de 2022 e que eu só vim a ver há poucos meses foi o finlandês Ninho do mal, um body horror com elementos de terror psicológico que trás uma crítica social metafórica sobre as consequências de se viver de faxada, a negligência aos cuidados e aos sentimentos humanos.

A trama gira em torno de uma família cuja mãe (que não tem nome assim como o pai) é uma influencer digital focada em passar ao mundo uma imagem de família perfeita quando na verdade, tudo o que acontece lá dentro é um desastre: a relação com o marido praticamente não existe mais e este aceita sua realidade de maneira totalmente passiva, a filha mais velha é uma ginasta da qual a mãe exige muito nos treinos e o filho caçula é a raspa do tacho, a sobra, aquele que pede muito e não recebe nada.

Esta realidade acaba levando Tinja (lê-se Tínia), a filha ginasta a se afogar numa tristeza profunda e ao encontrar um ovo de corvo órfão, ela se compromete então a cuidar do inocente que estranhamente se alimenta dos sentimentos negativos da garota fazendo seu tamanho aumentar descomunalmente até eclodir e sair de lá uma criatura que aos poucos vai ganhando traços humanos e a carência por falta de carinho por parte da mãe e a consciência pesada por ter deixado o filhote sozinho, faz Tinja proteger a filhote que ela batiza como Alli com unhas e dentes. A filhote no entanto vai trazer mais problemas do que alegrias a vida de sua nova mãe...

Tudo começa na casa da família protagonista em mais um dia de falsa felicidade retratada na câmera da mãe que capta absolutamente tudo do dia a dia da família.

Repentinamente, um corvo entra na casa e começa a voar pela sala de estar derrubando tudo a sua volta iniciando uma caçada onde toda família se dispõe a capturar o invasor.

Tinja é quem consegue pegar a ave com cuidado enrolando-a em um tecido. A mãe então, recolhe o bicho dos braços da filha e a sangue frio torce o pescoço do corvo, lado esse que Tinja nunca havia visto e que a deixa profundamente afetada emocionalmente.

Como se não bastasse, a mãe ainda obriga Tinja a jogar o animal morto no lixo o que machuca ainda mais seu coração de apenas doze anos de idade.

Depois, Tinja acaba conhecendo sua nova vizinha de mesma idade que a sua, Reeta e sua cachorrinha Roosa, porém a menina não tem muito tempo para aprofundar seus laços com a nova amiga, pois logo após dar uma outra olhada no corpo do corvo no lixo, a jovem ginasta ouve um grasnado (ou seja lá qual for o ruído que um corvo emite) vindo da floresta perto de casa.

Ao chegar até a ave, Tinja percebe que ela está moribunda, e com dor em seu coração pré adolescente, a menina acaba com o sofrimento do corvo ao matá-lo com fortes pedradas. Depois, Tinja percebe que a ave deixou um ovo em seu ninho e tomada pela compaixão, a menina acolhe o pequeno órfão e o leva para casa mantendo-o aquecido entro de seu urso de pelúcia.

Na manhã seguinte, Tinja se desconcentra em seu treinamento de ginástica e na volta para a casa, pega sua mãe aos beijos com um amante chamado Tero e quando mãe e filha ficam a sós, a mulher explica para a filha que não tem nada de ruim em expressar seus sentimentos mais íntimos para outras pessoas e pede a menina discrição sobre o que ela viu e ainda a suborna com um uniforme de ginástica novo.

Depois, Tinja checa seu ovo e ao colocar seu ouvido sobre o mesmo, acaba ouvindo batimentos cardíacos vindo de lá de dentro.

No dia seguinte, a mãe acompanha Tinja no treino, onde a menina disputa uma vaga para uma cobiçada competição e a influencer acaba exigindo o máximo do máximo da menina fazendo-a executar o salto em barra repetidas vezes até a coitada ficar com as mãos literalmente em carne viva.

A noite, Tinja percebe que seu ovo aumentou de tamanho e que o mesmo exala uma aura energética avermelhada misteriosa.

Mais tarde, a mãe confidencia á Tinja estar apaixonada por Tero e que irá se ausentar por alguns dias á trabalho. A tristeza da menina faz o ovo crescer de forma assustadora até finalmente eclodir e de lá de dentro sai uma espécie de corvo de tamanho humano e grandes olhos azulados que metem o maior medo em Tinja.

O pai ouve o barulho vindo do quarto da filha e ao interrogá-la acaba sendo enrolado com uma história de que outro pássaro entrou na casa pelo quarto dela. No mesmo instante, percebe-se que o filhote de corvo se jogou da janela para não ser visto.

Um tempo depois, o corvo reaparece no quarto de Tinja com uma lasca de vidro da janela varando seu braço. Tinja tira a lasca com cuidado, fazendo o filhote emitir um grito que assusta a menina e esta cobre seu rosto com as mãos e o corvo faz igual.

Mais calma e compadecida pelo filhote que se mostra dócil, Tinja dá um banho em sua nova cria que ela batiza como Alli, personagem de uma canção de ninar que a mãe sempre canta para ela. Nisso, Mathias, o irmão de Tinja aparece querendo tirar água do joelho, mas a menina se nega a deixá-lo entrar.

Na hora de dormir, Tinja esconde o filhote debaixo da cama canta a canção de ninar de sua mãe para Alli. Enquanto dorme, Tinja tem uma visão aérea em primeira pessoa de algo ou alguém que sobrevoa até o quintal de Reeta onde sua cachorra Roosa é atacada.

Ao acordar, Tinja encontra a mesmíssima Roosa brutalmente morta em sua cama junto de Alli e aquela cena enoja a menina a ponto dela vomitar. Sem perda de tempo, Tinja pega o corpo e o enterra em seu quintal.

Depois, o pai vai ao quarto de Tinja para dar uma bronca na menina por que Mathias acabou molhando a cama graças a negligência da menina ao uso do banheiro na noite anterior, mas ao ver as manchas de sangue sobre a cama da filha, o pai acredita que ela teve sua primeira regrinha e a poupa de um sermão.

Em outro momento, Tinja escolhe uma marca de alpiste para Alli e acaba encontrando Reeta na loja que diz que Roosa sumiu e que ela precisa de ajuda para pendurar cartazes com a foto da cadelinha pela cidade e obviamente a menina se dispõe a acompanhar a vizinha.

Mais tarde, Mathias encontra o corpo de Roosa no quintal e o leva para a família numa tentativa de se vingar de Tinja, porém os pais acreditam que aquilo foi travessura do menino punindo-o.

Enquanto vai para seu quarto, Mathias sente uma presença vindo do quarto de Tinja e ao segui-lo dá de cara com Alli na penumbra. Alli acaba ficando em pânico pondo-se a se agitar e Tinja sente a agitação da filhote e começa a convulsionar repentinamente diante dos pais.

Depois, a mãe sente um cheio ruim vindo do quarto de Tinja e encontra sua roupa de ginástica nova destruída. A menina tenta se explicar inventando uma desculpa.

Horas depois, Alli chora de fome e Tinja tenta dar alpiste para a filhote, mas como ela é muito pequena para mastigar, a menina soca vários grãos em sua boca e os mastiga. Depois, regurgita uma goma de alpiste fazendo Alli comer por fim. Na sequencia, Tinja canta a canção de ninar para Alli e percebe que uma mecha de cabelo claro igual o seu começou a crescer na filhote.

Depois, percebendo que Alli está com frio, Tinja dá a filhote um de seus vestidos e a ave se sente livre para perambular pela casa. Alli invade o quarto da mãe e a toca nas mãos e nisso, Tinja sente o mesmo.

A mãe se acorda, se levanta e anda pela casa armada com uma faca até dar de cara com Mathias que a abraça assustado e diz que Tinja é um monstro (ele se refere á Alli por conta de seu encontro com ela mais cedo).

O tempo passa e Alli ganha longos cabelos louros como os de Tinja que anda tendo ótimo rendimento nos treinos. Ao terminar o treino, Tinja se despede de Reeta que volta para casa sozinha e a pé no meio do breu.

No carro com a mãe, Tinja tem um mau pressentimento e pede a mãe para voltar mas esta se nega e paralelamente, Alli que está desenvolvendo feições humanas ataca Reeta brutalmente.

A mãe convida Tinja para passar o final de semana com ela na casa de Tero com sua filhinha bebê, fruto da relação anterior do rapaz cuja mãe da pequena morreu no parto.

Na manhã seguinte, Tinja chega na casa de Tero e percebe que Alli a seguiu e as duas dormem juntas na cama.

No café da manhã do dia seguinte, Tero faz Tinja se sentir em casa enquanto a mãe recebe uma ligação: ela é noticiada de que Reeta foi encontrada na estrada com sinais claros de agressão.

Sem perda de tempo, Tinja vai ao hospital visitar a amiga, mas Reeta a reconhece e tem um ataque de pânico fazendo a menina evadir imediatamente.

Chegando em casa, sabendo que o ataque a Reeta foi obra de Alli, Tinja enche seu próprio rosto de tapas e nisso, a filhote a impede, a abraça e a afaga até ela dormir.

Ao acordar, Tinja percebe que Alli está quase transformada a sua imagem e semelhança.

Na mesma manhã, Tinja mostra alguns movimentos de ginástica para Tero e ela acaba exigindo muito de si mesma como consequência do trauma deixado por sua mãe.

Mais tarde, Tero ouve um ruído de engasgo vindo do quarto de Tinja dando a entender que ela está alimentando Alli.

Depois, Tero acaba encontrando Alli que ele confunde com Tinja tamanha semelhança e a filhote o agride.

Com tudo acalmado, Tinja se responsabiliza e se dispõe a ir embora da casa do padrasto o quanto antes, porém o rapaz é compreensivo e também cai naquela neura de passagem pela puberdade e a mudança de temperamento e perdoa a menina.

Naquela mesma tarde, a mãe exige muito de Tinja no treino enquanto que ao mesmo tempo ela é todo paparico com a bebê que ela já ama como se fosse sua e isso deixa a menina incomodada.

Mais tarde, Tinja e a mãe vão para a academia de ginástica e Alli acaba ficando para trás o que deixa a menina de coração apertado, porém a filhote está muito próxima da bebê de Tero.

Em outro momento, durante um treino, Tinja cai das barras paralelas e a queda é sentida por Alli que deixa cair de sua mão, um machado com o qual ela pretendia acabar com a bebê. Ela tenta fugir logo depois, mas Tero flagra a filhote na janela.

Na volta para a casa de Tero, a mãe é desprezada e leva um pé na bunda, pois o amante acusa Tinja de ter problemas emocionais e que ela é um perigo para ele e a bebê.

Depois de um longo tempo tentando dialogar com Tero, a mãe volta para o carro e tem um surto batendo seu rosto repetidamente no volante até se lambuzar de sangue das narinas.

Chegando em casa, a mãe mete o foda-se e finge que nada aconteceu tascando um beijo no marido e logo depois vai para seu estúdio tentar gravar um vídeo para seus seguidores, mas obviamente que seu emocional não deixa.

Tinja vai até seu quarto e percebe que Alli a seguiu de volta. Sabendo que a filhote aprontou de novo, a menina tenta obrigá-la a ir embora de casa e acaba derrubando-a da janela que fica no andar superior.

A queda faz Alli soltar um grito que chama a atenção do pai, que flagra a filhote e acredita que ela é a filha, porem seu passivismo o faz recuar mais uma vez.

Tinja acaba tendo uma discussão de relação com a mãe enquanto Alli volta para dentro de casa e se esconde no quarto.

Mais tarde, enquanto Tinja está no banho, a mãe encontra Alli e acreditando ser sua filha, começa a pentear os cabelos da filhote e no processo acaba arrancando um pedaço do couro cabeludo.

Furiosa, Alli ataca a mãe, mas Tinja aparece e exige que a filhote vá embora. Alli rasga seu lábio de ponta a ponta e solta um grito fugindo em seguida.

Tinja revela a mãe quem é Alli e que ela é a responsável pelos ataques recentes. Agora compreendendo o inferno que a filha andou passando a mãe a abraça e dá a ela o amor que antes ela negava.

Depois, as duas se armam com facas para procurar Alli pela casa e acabam encontrando Mathias e o pai explicando tudo rapidamente o que é digerido pelos dois com naturalidade.

Na sequencia, a mãe encontra Alli no guarda roupas e é atacada indo ao chão. Não se dando por vencida a mãe desfere uma facada em Alli, porém Tinja sente.

Tinja se compadece da dor de sua filhote se negando a dar um fim a ela e quando a mãe prepara outro golpe, a menina se interpõe na frente de Alli recebendo uma facada mortal. Tinja cai sobre os braços Alli sem vinda e expele sangue de sua boca direto em sua filhote que para por uma mutação tornando-se um clone exato da ginasta.

Alli se levanta e profere sua primeira palavra: "mamãe"!

Depois deste show de bizarrices é mais do que justo que o filme encerre por aí. Foi um longa metragem como há tempos não se via e passaria facilmente por algum conto de Jordan Peele (de Corra!, Nós e Não, não olhe), por que fora da caixinha é elogio perto do que representa Hatching.

A violência gráfica está de parabéns e dificilmente um remake Hollywoodiano conseguiria se igualar ao nível de qualidade de encher os olhos, ainda que as cenas dos ataques aconteçam quase sempre de forma subjetiva, em off mas que deixam claro o que está acontecendo.

As atuações também são um brinde sobretudo a jovem Siiri Solalinna que deu vida á Tinja e também á Alli a partir do momento que ela começa a passar pela mutação nos livrando do inicial efeito de CGI do rosto e dos olhos da criatura que apesar do artifício ficou ótimo o resultado final.

A crítica ao estilo de vida de aparências que é o segundo plano do filme também é perfeita nos levando a crer que a representação de Alli na trama seria metaforicamente uma personalidade alternativa assumida por Tinja como consequência da vida puxada que ela leva e das feridas de seu coração pela falta do carinho da mãe, da compreensão do pai que optou por viver como um fantoche e a frustração de não conseguir manter nenhuma amizade, sendo a de Reeta a primeira e que terminou de forma nada feliz.

Cada ataque representaria um momento de estado de espírito de Tinja, por exemplo: a bebê por conta do ciúme, Reeta por conta de sua competitividade, uma vez que a vizinha também estava de olho na vaga para a competição que só podia ser de uma das duas, o ataque que Tero quase sofreu foi por raiva dele estar se entrometendo e destruindo a família da menina e por fim a mãe por ela ser superficial autoritária extremista e por fazer o marido de trouxa.

Mas é claro, esse lado mais realista da coisa é como eu enxergo que as coisas tenham acontecido dentro da caixinha, não é uma teoria comprovada e nem a verdade absoluta, porém não tem como não dizer que não é plausível.


Trailer:


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