Cerimônia dos Mortos / Ceremony - Resurrection of Evil (1994)

 

Para fechar o ano, resolvi resenhar um filme que me foi deveras complicado de trazer para cá por diversos fatores, um deles é a raridade de se encontrar visto que ele não consta em nenhuma plataforma de streaming oficial (se tem em alguma plataforma paralela eu desconheço e não é por falta de uma boa pesquisa). Segundo por que o único lugar onde eu encontrei este filme depois de mais de 20 anos, foi no Youtube, primeiramente com o áudio entre aspas em russo e posteriormente encontrei finalmente com legendas e o áudio original perfeito.

Esta obra é tão obscura que ela tem apenas uma breve página com sinopse e escalação de elenco bem vaga no IMDB. Nenhum site especializado tipo o Boca do inferno ou canal de resenha de filmes no Youtube tem qualquer informação detalhada sobre o filme então tentarei fazer o meu melhor baseado no que deu para eu entender vendo o filme, a sinopse e a vaga lembrança que eu tinha deste filme de quando eu aluguei em VHS.

O filme começa no plano divino onde uma figura feminina em vestes clérigas que era até então uma serva de Deus na forma de um anjo, é banida do reino dos céus para o mundo humano segundo a narração por enciumar-se da aproximação de Jesus com Deus. 

Por seguinte, a tal serva é encontrada por um beduíno seguindo seus gemidos de lamentação e quando este constata que a estranha é uma figura divina caída do céu, ele corre pelo vasto nada em busca de ajuda. Poucos minutos depois, a serva tem um encontro direto com o próprio satanás que se aproveita de sua fragilidade e de sua descrença para possuí-la.

Logo depois, a anja corrompida encontra-se com o beduíno e um outro semelhante e que percebe que ela não é normal pois possui um olhar perolado e de imediato, um deles tem sua alma absorvida e jogada numa espécie de dimensão obscura desconectada a nossa existência pelo simples fato de que este tem sua fé em Deus fragilizada. Assim o anjo caído seguiu destruindo tanto aqueles que tinham fé quanto os descrentes seguindo o mesmo modus operandi.

Mil e quatrocentos anos depois, somos apresentados a Antônio Brindisi e sua única filha Sylvia que se encontram numa dimensão obscura tal qual aquela onde o nômade do deserto foi mandado lá atrás.

Os Brindisi estão incumbidos de chegar até um artefato dourado com uma engrenagem em forma de ponteiro no núcleo onde eles pretendem selar a anja corrompida uma vez que sua destruição é inviável, afinal estamos falando do cramunhão, uma força incontrolável até o momento.

Antes que Antonio pudesse chegar até o artefato, a força monstruosa do demônio explode a cabeça do pai de Sylvia em litros de sangue.

Numa transição, vemos Sylvia e seu pai acamado em um hospital por conta de um derrame e aquelas imagens anteriores eram apenas um pesadelo como os muitos que a filha de Antônio vem tendo.

Horas depois na escola, durante a aula de teologia do doutor Davidson, Sylvia toma a palavra e convida os colegas para ir á sua casa para presenciar algo que provará incontestavelmente a existência de Deus. Alguns poucos se comprometem por pura curiosidade a ir até a casa de Sylvia como sua melhor amiga Claire, Laura e seu marido Joe, Alexandra e o próprio doutor Davidson.

Sylvia que mora em uma espécie de igreja, recebe alguns entregadores que lhe trazem de longe o mesmíssimo artefato milenar com o demônio selado que segundo os antigos, diz que o coisa ruim irá voltar ao mundo humano naquela noite ao badalar da meia-noite.

Após um tempo, Sylvia recebe seus convidados depois de ter uma discussão com sua governanta Gloria que conhece o segredo da família e reprova categoricamente o que a garota quer fazer com os inocentes que ela convidou pois ela está mexendo com uma força demoníaca muito perigosa.

O papo com os convidados é sobre aquilo que a gente já sabe do anjo caído de 1400 anos, seguido de que os ancestrais de Sylvia construíram o artefato para banir o demônio como último recurso para detê-lo, coisa que Davidson desdém sendo cético.

O intuito da reunião era testar a fé das pessoas lá presentes em Deus e formar uma frente de defesa para o caso do demônio realmente deixar o lacre, coisa que será visto, pois aquele é precisamente o dia datado para a volta do selado. 

Para isso, Sylvia já tem de antemão uma espécie de altar com velas especiais sendo que uma delas está fechada numa espécie de cubo azul escuro com uma cruz de metal que serve como barreira para conter o demônio no caso dele deixar o selo dando assim tempo suficiente para fazer uma nova cerimônia de aprisionamento.

Na sequência, ocorre a eucaristia conduzida por Sylvia onde o pão é dividido entre os convidados e na sequencia é oferecido o vinho tal qual a santa ceia.

Davidson acaba passando mal durante a cerimônia, mas se recupera rapidamente depois de expelir uma espécie de gosma preta.

O grupo coloca o artefato sobre o altar na marcação adequada, ascendem as velas e esperam a noite toda por um grande... nada.

Depois de um bom tempo, o ponteiro do artefato gira e uma tampa se abre de onde sai ninguém menos que a anja corrompida que de cara domina Davidson que alucina pensando estar em meio a natureza com uma versão vampiresca de Jesus.

Com um único toque do demônio, a alma de Davidson é sugada para o limbo e todos correm em desespero até pararem em um dos cômodos para digerir o que aconteceu até que Alex começa a ter um ataque de histeria como se tivesse possuída sendo necessário a turma amarrá-la.

Enquanto isso, o demônio domina o cachorro de Sylvia e o ordena a se aproximar do altar onde uma das velas cai e se apaga rompendo o circulo de proteção.

Paralelamente, Sylvia e os outros se espalham para procurar uma cruz para tentar proteger Alex que fica sozinha até o demônio aparecer diante dela tocando-a.

Depois de encontrarem a cruz, a turma volta até Alex deixando o objeto sobre o colo dela e novamente a deixam sozinha com o demônio que se transforma numa cobra sufocando-a.

Os amigos voltam a se dividir, porém Sylvia ao ouvir os gritos de Alex volta para vê-la ao mesmo tempo que Joe e Laura encontram Gloria trancada na capela frente a uma imagem de Jesus rezando aos prantos por proteção já ciente de que o pior aconteceu e se nega a prestar qualquer tipo de auxílio pois ela não tem responsabilidade alguma com o ocorrido.

Sylvia encontra Alex estranhamente calma e contida, e ela resolve soltar as amarras da amiga. Logo depois, elas se dividem para encontrar o resto do grupo.

Alex encontra Joe garantindo já estar bem, mas o rapaz percebe que a amiga tem o mesmo olhar perolado do anjo possuído pelo demônio.

Do nada, Joe começa a grunhir por influência do demônio e desmaia até que Laura aparece com uma cruz em mãos confrontando Alex que perde os sentidos.

Enquanto isso, a imagem de Jesus para qual Gloria reza chora sangue inesperadamente fazendo-a correr de encontro ao anjo caído que só não consegue afetá-la pois uma luz branca oriunda do altar a impede e ainda por cima a faz passar por uma transformação, se tornando uma figura demoníaca com um corpo feminino sem roupa alguma. O demônio foge do altar no mesmo instante.

Sylvia encontra Claire sem perceber que o demônio estava por perto e este agarra e arrasta a amiga até que sua alma é transportada para a dimensão obscura onde também estão Joe e Alex que andam sem rumo.

Laura reaparece e junto de Sylvia discutem o ocorrido até que a amiga dá a Sylvia um crucifixo indo de encontro ao demônio na intenção de servir de distração para o coisa ruim voltar ao altar enquanto a amiga acende as velas e dá início a cerimônia de selamento.

Enquanto Sylvia tenta ascender as velas, Laura vai até o altar, porém o demônio aparece abrindo asas de morcego e logo as agita apagando as chamas.

O demônio volta a sua forma de anjo caído e clama pela sua liberdade, porém Sylvia não está mais com paciência e imediatamente soca o crucifixo todo na boca do inimigo que é momentaneamente contido dando tempo da garota reascender as velas o mais rápido possível.

Depois de tirar o crucifixo da boca, o demônio tenta manipular Sylvia, mas para a surpresa geral, Gloria aparece, empala o coisa ruim pelas costas e profere as palavras ritualísticas dando início a cerimônia. Afetado, o demônio começa a sangrar e expele uma gosma preta pela boca. 

O demônio tenta sufocar Sylvia, porém sua mão começa a queimar por que ela tocou a proteção do círculo de velas que já estavam acesas.

Sylvia e Gloria se protegem com uma cruz enquanto o demônio é selado mais uma vez para dentro do artefato assim que o ponteiro gira até a posição propicia. 

Com exceção de Davidson, um a um os amigos de Sylvia encontram a saída do limbo, voltando para seus corpos e despertando em seguida. 

Um tempo depois Sylvia visita o pai e a última cena que temos é um vislumbre do inferno onde Davidson é cercado por vários cadáveres esqueléticos sendo observado pelo demônio que está satisfeito por ter levado pelo menos um para sua morada eterna.

O filme em si é bem criativo, é mais do que eu lembrava na época em que eu aluguei na qual eu só tive uma única oportunidade para assistir e eu fiz isto duas vezes antes de devolver o VHS, que aliás nunca mais eu vi na vida em lugar nenhum e eu só havia o encontrado em uma única locadora, mas mesmo assim eu acredito que o lançamento por aqui tenha sido oficial, apesar de eu não me lembrar qual foi a distribuidora e nem mesmo achar nenhuma informação sobre.

A maquiagem deste filme é até ok para a época, o figurino e todos os detalhes do demônio estão muito bem feitos para mim e os efeitos práticos também são atraentes e bem pontuais, porém nada excepcional, visto que o orçamento do longa não deve ter sido dos melhores.

O elenco não tem nenhum rosto conhecido para mim, mas cada um se saiu bem, sobretudo a interprete do anjo caído que roubou a cena com suas caras e bocas, o que valorizou o andamento do filme, que começa numa ambientação espetacular com uma ótima montagem, mas que depois dá uma verdadeira enrolada para apresentar os personagens e explicar tudo o que tem que ser sabido.

É uma produção mediana, porém atraente com o conteúdo que polemiza ao tematizar a religião e a fé, é herege ao personificar Jesus como uma figura vampiresca com cara de psicopata e ainda por cima escracha a figura do demônio constantemente. 

A trilha sonora é caprichada e casa perfeitamente com cada cena e é muito bem composta e executada. Sem mais.

Trailer:

Natal Sangrento / Silent Night, Deadly Night (1984)

 

Ah, o natal... nada melhor nesta época do que se vestir de Papai Noel e provocar aquela chacina tradicional, destruir infâncias e perpetuar o ódio ao longo dos anos.

É basicamente este o gatilho deste clássico natalino dos anos 80 que gerou burburinhos por conta da crítica dos espectadores da época que tentaram fazer de tudo para vetar o filme alegando que a figura do bom velhinho estava sendo denegrida e que poderia estragar a magia provocada nas crianças. 

Para a nossa felicidade, a justiça colocou a patrulha da chatice para chupar o dedo e permitiu que o natal do ano de 1984 fosse brindado com este longa onde um maníaco vestido de Papai Noel causa um verdadeiro massacre e traumatiza para o resto da vida uma criança inocente.

A coisa toda começa quando o casal Jimmy e Ellie Chapman levam os filhos Billy e o bebê Ricky na noite de natal para visitar o avô catatônico no asilo.

A catatonia do velho no entanto é uma grande farsa, visto que ele se revela para Billy quando este está sozinho com o avô, que diz ao neto coisas muito erradas sobre o Papai Noel e ainda completa alertando ao menino para que ele corra se vir o bom velhinho.

No caminho de volta para casa, Billy faz aos pais várias perguntas sobre o Papai Noel e no mesmo instante lá perto, um bandido fantasiado como o bom velhinho assalta uma loja de conveniência no posto de gasolina matando o caixa em seguida.

Depois da fuga, o falso Noel bloqueia a passagem dos Chapman anunciando um assalto. Billy consegue soltar Ricky da cadeirinha e foge com ele para longe do carro apenas com tempo de ver o pai ser brutalmente assassinado.

Na sequencia, o bandido tira Ellie do veículo e inicia uma tentativa de estupro. A mãe dos meninos tenta impedir o ato desferindo tapas no agressor que acaba por matá-la degolada.

Alguns anos se passam e os irmãos Chapman foram acolhidos pelo orfanato Saint Marry, uma instituição gerenciada por freiras e comandado a punho de ferro pela terrível e autoritária madre superiora.

Billy, mesmo depois de anos não conseguiu superar seu trauma e demonstra isso através de um desenho de natal onde o Papai Noel decapita uma rena.

A madre superiora e a bondosa irmã Margaret se divergem entre ajudar Billy psicologicamente e corrigi-lo através de uma dura disciplina, afinal aquilo que é expressado numa folha de papel reflete o interior de uma pessoa e define aquilo que ela é ou que poderá vir a se tornar um dia. 

Mais tarde, Billy anda pelos corredores da Saint Marry e acaba vendo pela fechadura de um dormitório um casal de adolescentes transando, fazendo o menino se lembrar imediatamente de quando a mãe foi violada pelo ''Papai Noel".

A madre superiora surpreende geral, enquanto Billy corre para longe, o casal cheio de hormônios é punido com cintadas e logo depois encontra Billy assustado no patio levando-o para seu quarto também castigando-o com cintadas no sentador.

Na hora de dormir, Billy fica inquieto tendo um pesadelo com a noite que seus pais foram mortos acordando assustado. Billy se põe a correr sem rumo até esbarrar com a madre superiora que o leva de volta ao seu dormitório amarrando-o na cama.

Dias depois, com a chegada do natal, Billy é obrigado pela madre a se sentar no colo de um ator vestido de Papai Noel numa tentativa de fazer o menino lutar contra o seu trauma mas só o que consegue é que ele dê um soco com toda sua força no bom velhinho.

Billy corre em choque e se festa em seu quarto atordoado.

Passam-se dez anos, e agora Billy é um homem grande e corpulento que ainda está sob a tutela das freiras e graças a influência da irmã Margaret, o rapaz consegue um trabalho na loja do senhor Sims carregando caixas durante a época de natal.

Mesmo depois de todos estes anos, Billy ainda tem sequelas pelo trauma de sua infância e deixa isso claro ao ver um homem fantasiado de Papai Noel.

Com a chegada da véspera do natal, Billy é requisitado pelo patrão para atender as crianças da loja vestido de Papai Noel, mas é claro que ele não tem o menor saco para aguentar uma remelenta sentada em seu colo (e quem teria?).

Depois do expediente, Billy bisbilhota seus colegas Andy e Pamela aos beijos ascendendo sua fagulha.

Logo mais, o casal dá uma escapadinha até um depósito onde eles iniciam uma transa e Billy novamente os observa se lembrando da mãe.

Transtornado, Billy sai da moita e estrangula Andy com um pisca-pisca matando-o. Billy se justifica dizendo a Pamela que ele a estava salvando, porém a moça se mostra descontente com o ocorrido e é morta na sequencia.

O senhor Sims ouve barulhos vindos do depósito e mesmo bêbado de champanhe vai até o local investigar e é morto por Billy com uma marretada plantada na cabeça.

Outra funcionária da loja, a senhora Randell encontra os corpos jogados e Billy a persegue até matá-la com uma flechada certeira evadindo quase no mesmo instante que a irmã Margaret aparece encontrando a cena do crime.

Perto de lá, o casal de adolescentes Tommy e Denise tentam iniciar uma transa sobre uma mesa de bilhar, mas são interrompidos duas vezes: primeiro, Cindy, a irmã caçula de Denise que pede a ela para deixa-la ficar acordada até tarde para ver o Papai Noel chegar.

A segunda, é uma distração criada por Billy que estava a espreita. O rapaz aproveita que o gato de Denise mia pedindo para entrar dentro de casa e é nesta hora que Billy aproveita para invadir a residência da garota e a agarra matando-a empalada entre os chifres de um cervo de troféu de caça na parede.

Tommy se cansa de esperar pela namorada e ao descer, dá de cara com Billy e o corpo da amada, entrando em luta corporal com o invasor que leva a melhor arremessando o namorado de Denise pela janela para a morte.

Logo depois, Cindy aparece pedindo a Billy que está vestido de Papai Noel o seu presente. Billy pergunta se ela se comportou bem durante o ano e quando a menina responde que sim, ele dá seu estilete ensanguentado para ela, saindo em seguida. 

Graças a denuncia da irmã Margaret, a polícia finalmente entra no caso e o capitão Richards alerta seus homens para ficarem espertos com suspeitos vestidos de Papai Noel.

Dois policiais veem um suspeito vestido de Papai Noel entrar em uma casa através da janela de um quarto e ao abordá-lo, descobrem que o homem é o pai da menina que estava na cama e que ele só ia manter a magia da inocência da menina viva deixando um presente enquanto ela dormia.

Na floresta, dois valentões roubam um trenó de dois moleques menores e saem para se divertir no brinquedo novo.

Billy que estava a espreita, decapita um dos garotos e o corpo deslisa até o outro que grita em pânico e logo atrás aparece a cabeça rolando em sangue.

Amanhece, e a irmã Margaret reforça suas suspeitas em Billy e junto do capitão Richards tenta em vão contactar o orfanato. O que resta é ir pessoalmente ao local colocar a madre superiora e as crianças em alerta caso Billy volte.

Enquanto isso, o oficial Barnes, que foi designado pelo capitão Richards executa um suspeito vestido de Papai Noel próximo ao orfanato.

Barnes notifica seu superior e descobre q a descrição do suspeito não bate com a de Billy e nisso a irmã Margaret diz que o suspeito abatido era o idoso padre O'Brien que foi escolhido para visitar o orfanato vestido de Papai Noel naquele ano e que ele não acatou a ordem de Barnes para parar por que o sacerdote era surdo.

Logo depois, Barnes ordena a agora cadeirante madre superiora que recolha as crianças e as outras irmãs e não permita que ninguém entre ou saia de Saint Marry para evitar uma desgraça.

Barnes começa a revistar uma espécie de adega subterrânea onde é surpreendido por Billy que o golpeia mortalmente com um machado.

Por descuido da madre superiora, uma das crianças deixa Billy entrar e a religiosa confronta o rapaz dizendo que Papai Noel não existe. Billy ergue seu machado para matar a madre, mas neste instante chegam a irmã Margaret e o capitão Richards que atira no rapaz pelas costas.

Agonizando, Billy diz as crianças que agora elas estão a salvo por que o Papai Noel se foi, morrendo em seguida aos olhos de seu irmão Ricky que olha a madre superiora com repúdio e a chama de má.

O filme é bem básico e previsível, além de muito rápido. 

O enredo introduz muitos personagens sem qualquer importância ou ligação com a trama principal apenas para morrer depois de meio minuto de tela, o que foi um total desperdício. Dá-se a impressão de que o roteirista ou roteiristas simplesmente não tinham mais o que escrever depois que o plot principal estava iniciado e só saíram socando vítimas até o longa passar de uma hora e vinte e tantos minutos de duração.

Aliás, esta introdução até o momento da trama principal foi um pouco demorado e genérico, porém eficaz já que estabelece com riqueza de detalhes o por que das coisas.

Tirando a polêmica com os críticos de cabeceira, o filme em si não surpreendeu tanto, mas gerou sequencias e a primeira delas só ganhou certo destaque por conta de um meme, mas esta é outra história que quem sabe na próxima véspera de natal eu conte com todo o prazer.

No mais, fica o meu desejo de um feliz natal a todos... tudo de bom e que o bom velhinho presenteie a todos que merecem e aos que não, que Krampus puna devidamente.

Trailer:

Quadrilha de sádicos 2 / The hills have eyes Part 2 (1984)

 

Wes Craven dedicou muito de seu tempo e seu intelecto nos anos 80 trazendo para os cinemas diversas obras de sua autoria, mas nem todas emplacaram por motivos óbvios.

Outros no entanto, se sobressaíram e se tornaram uma mina de ouro por um bom tempo.

Este não foi o caso da sequencia do clássico absoluto Quadrilha de sádicos que retoma oito anos depois dos acontecimentos do primeiro filme trazendo novos personagens e trazendo de volta velhos rostos conhecidos para mais uma exploração ao perigoso deserto.

Após os traumáticos eventos que ceifaram a vida de quase toda a família Carter, Bobby, um dos poucos sobreviventes do ataque dos canibais do deserto passa por sessões e mais sessões de terapia relembrando os momentos de tensão que passou ao lado dos pais, das irmãs, do cunhado e da até etão recém nascida sobrinha (o bom e velho recapitulando do filme anterior para ajudar o espectador a refrescar a memória ou se preparar para conhecer pelo menos brevemente o filme de origem antes de dar inicio a continuação).

Perto de lá, somos apresentados a um grupo de jovens formado por Cass, seu namorado Roy, seus amigos Hulk e Foster que posteriormente se encontram com Harry, Sue, Jane e Ruby, a caçula desgarrada dos irmãos canibais que passou a viver na cidade com os Carter e que agora atende pelo nome de Rachel.

A turma pretende levar Bobby de volta ao deserto para ajudá-lo com sua terapia e junto deles vai o velho Beast, o cachorro valente da família que ainda está vivo.

Bobby acaba desistindo da viagem por não se sentir preparado para cutucar a ferida, e vão apenas Cass, Rachel e os outros que fretam um ônibus e fazem várias paradas pelo caminho.

A última parada é num pequeno vilarejo próximo a uma mina aparentemente abandonado onde alguém vigiava os jovens forasteiros.

Enquanto a maior parte da turma se separa para explorar um galpão, Cass fica no ônibus.

Rachel é atacada por Pluto que sobreviveu e depois de conseguir se desvencilhar dele, alerta os outros do perigo, mas a galera acredita que ela está alucinando apesar dela insistir.

Roy e Harry resolvem explorar o deserto de moto e Pluto também numa moto os persegue. Os rapazes se separam e Pluto segue Harry que parte para o braço rendendo o estranho.

Roy por sua vez cai numa arapuca e é soterrado por uma enorme pedra.

Pluto é feito refém por pouco tempo, pois um dos seus companheiros canibais remanescentes o resgata e mata Harry degolado depois que este cai numa rede.

Com o cair da noite, os que restaram reúnem suas provisões e se isolam no ônibus por segurança.

Rachel e Hulk são os únicos a ficarem de fora para passear pelo deserto, até que o rapaz é covardemente atacado e acertado com um arpão no peito.

Paralelo a isso, Sue e Foster tem uma briga e se separam. Foster balançado procura por Sue para reatar mas acaba encontrando Rachel que diz ao amigo que Hulk foi morto e completa alertando que eles devem reunir os outros e sair daquele lugar imediatamente.

Acatando a Rachel, Foster volta para o ônibus, mas alguém escondido debaixo dos pneus o puxa e o arrasta para a morte.

Sue aparece logo depois sendo morta com um corte no pescoço.

Jane que é cega e está separada dos demais, investiga sozinha um barraco junto a uma mina próximo a Cass que é atacada.

Do outro lado, Rachel reencontra Pluto e os dois entram em um novo embate no qual a garota perde a vida logo depois de Beast aparecer fora de hora para tentar salvá-la e na força do ódio, o canino persegue seu velho inimigo cabeçudo.

Surpreendentemente, Roy aparece com vida e também se reencontra com Pluto que é arremessado colina a baixo por Beast (será que agora ele morreu?).

Jane acaba caindo em um dos túneis adjunto a mina onde encontra os corpos de seus amigos terminando por se juntar a eles.

Cass acaba encontrando um dos últimos canibais com quem tem um embate decisivo graças a visão prejudicada do monstrengo que perde a vida. Logo em seguida, a garota ouve de longe a vos de Roy. Os dois se reencontram e juntos dão um pinote até chegar no ônibus levando consigo um tambor de combustível.

Os dois dão de cara com o último dos canibais e a dupla resolve sacrificar o ônibus ateando fogo a ele quando o inimigo se aproxima.

O veículo explode e faz do canibal uma bola de fogo e para ajudar, o vilão cai em um túnel profundo para a morte.

Juntos de Beast, Roy e Cass se vão do deserto certo de que agora aquele é um logar seguro.

Infelizmente a sequencia do clássico de 1977 chegou um pouco tarde e coincidentemente ganhou as telas no mesmo ano que o primeiro capítulo de A hora do pesadelo também de Wes Craven que rapidamente se tornou um sucesso e que talvez por isso, levou o filme a ser ofuscado. Fora que o debute de Freddy Krueger teve um orçamento e todo um cuidado maior em todas as áreas.

O lado bom, é que o filme trouxe alguns rostos conhecidos do primeiro filme como Michael Berryman e Janus Blythe que reprisaram seus papéis respectivamente de Pluto e Ruby / Rachel, além de Robert Houston que repetiu brevemente seu personagem Bobby Carter, o que acabou que não foi uma perda de tempo afinal.

O enredo e toda a produção e direção foram satisfatórios não se prendendo na mesmice e apesar do elenco principal ser um pouco grande, cada um teve seu momento de destaque igualmente apesar de ninguém ter tido uma subtrama ou uma motivação interessante para valorizar a história. 

A franquia parou por aqui, mas em 2006 foi lançado um remake do primeiro filme chamado Viagem maldita e no ano seguinte uma sequencia com o nome de O retorno dos malditos que serviram bem ao seu propósito de revitalizar a franquia e são dignos de nota.

Trailer:

O Rato Humano / Ratman / Terror House / Quella villa in fondo ao parco (1988)

 

O cinema italiano esconde boas tranqueiras que acabam virando um cult por conta dos seus inúmeros defeitos, seja pelo baixo orçamento, ou o roteiro previsível e mesmo assim essas joias vira e mexe são lembradas com muito carinho.

O rato humano é o exemplo que mesmo com um orçamento bosta dá para se fazer uma tranqueira aceitável e memorável mesmo nos dias de hoje, e olha que o filme não envelheceu tão mal, você pode assistir agora mesmo e pelo menos visualmente não está tão tosco como parece, não muito.

O principal atrativo deste trash do final dos anos 80 é o suspense e a violência muito bem produzida apesar de discreta, sem falar na trilha sonora que é um dos maiores pontos fortes do longa casando com os momentos de tensão que aqui não faltam.

Tudo começa em um quartinho sujo onde o cientista de fundo de quintal, o doutor Olman e seu assistente Tonio vislumbram sua maior criação: uma aberração hibrida criada através do cruzamento de uma espécie de macaco e um rato aparentemente domesticada.

Olman ordena Tonio que sacrifique os ratos que serviram de cobaia para a experiência e o assistente se diz preocupado com o minusculo rato de aparência humana, pois o monstrinho tem adquirido uma força descomunal em pouco tempo, e Olman por sua vez rebate dizendo que Tonio deve se preocupar apenas com sua garra e que o siga alimentando-o. 

Pouco tempo depois, somos levados a praia de San Martin, mesma cidade onde vive Olman e somos apresentados as jovens modelos Marilyn e Peggy e o fotógrafo Marc que conduz uma sessão de fotos sem se dar conta que a aberração de Olman fugiu do depósito e os espreita.

O monstro inicia seu banho de sangue assassinando brutalmente uma jovem local e evade logo depois.

O trio acaba tendo sua atenção tomada e não demora muito até encontrarem o cadáver da jovem. As meninas e Marc acabam divergindo sobre avisar ou não as autoridades, visto que eles são turistas vindos de Nova York e seu tempo naquele vilarejo está contado.

Mais tarde, as meninas voltam para o hotel onde estão hospedadas para relaxar e contar as horas até eu retorno para a América.

Paralelo a isso, Marc, depois de dar uns pegas em sua assistente Monique, vai até um estúdio revelar as fotos do ensaio e encontra algo estranho escondido ao fundo de uma das imagens.

A noite, Peggy aproveita para se divertir na cidade antes da despedida, mas no meio do caminho o pneu de seu táxi estoura e a falta de um estepe a faz seguir a pé.

A poucos passos de uma esquina urbanizada, Peggy ouve um grunhido agudo e ao se debruçar para bisbilhotar o interior de uma casa, ela vê uma mulher desacordada ser arrastada por alguém que ela não consegue identificar por conta da escuridão.

Assustada, a modelo corre e no caminho acaba perdendo um dos sapatos que é encontrado por alguém munido de uma faca que a persegue até uma outra casa desta vez vazia onde ela se esconde.

Mesmo muito bem escondida, a aberração roedora a encontra e a mata com requintes de crueldade.

No dia seguinte, somos apresentados ao escritor Fred Willians e Terry que dividem o mesmo táxi e um mesmo interesse: uma série de ataques misteriosos, sendo que um destes vitimou a irmã de Terry, Marilyn (?) que está indo justamente ao necrotério fazer a identificação do possível corpo.

Acompanhado de Fred, Terry faz a identificação, porém o tal corpo não é de Marilyn e ela exige ao legista uma explicação. Fred se prontifica a colaborar investigando e junto de Terry ele segue até o suposto local onde a modelo foi vista pela última vez.

Enquanto a dupla discute hipóteses, eles ouvem um barulho vindo do guarda roupas e ao averiguar descobrem apenas um gato. Logo depois, ambos notam que alguém evadiu seu quarto depois de tê-los vigiado.

Fred e Terry voltam ao necrotério a pedido do inspetor de polícia Lopez para fazer o reconhecimento de um segundo corpo que mais uma vez não é o de Marilyn.

Do outro lado, Marc com o auxílio de Monique fotografa Marilyn que está muito viva, em um ponto turístico junto a uma gruta, onde a modelo sente gotículas de sangue pingando sobre ela e descobre um corpo brutalmente assassinado.

Marc tira as garotas rapidamente do local e as leva até um depósito aparentemente abandonado, onde Monique se separa e o fotógrafo sai para procurá-la.

Ao entrar no depósito, Marc encontra o lugar todo sujo, com uma boneca ensanguentada e logo tira fotos por curiosidade e segue investigando o local.

Pela demora de Marc, Marilyn sai do carro do grupo ao mesmo tempo que Monique que tentava usar um banheiro podre é morta brutalmente pela aberração de Olman. Marc e Marilyn se reencontram ao descobrirem o corpo da amiga sem vida.

Aos prantos, Marilyn implora a Marc que a tire daquele lugar.

Ao evadirem do local, a dupla encontra Olman que se dispõe a cuidar dos ferimentos que Marc adquiriu durante a investigação, e o cientista demonstra um certo interesse em Marilyn que a esta altura tomava banho.

Marilyn sente estar sendo vigiada por algo muito pequeno e só consegue ver sua silhueta. Na presença de Marc e Olman, Marilyn avisa o que viu e o cientista coloca Tonio em alerta.

A noite, Marilyn é atacada pelo rato hibrido que a espreitava e ao correr até o dormitório de Marc pedir ajuda, ela percebe que o fotógrafo está morto depois de ter sofrido também um ataque da aberração.

Olman sente a agitação e vai até o andar de cima da casa par averiguar ao mesmo tempo que o rato corta a luz do local deixando todos no breu.

Tonio recebe a ordem de ir até o depósito e lá é atacado pelo rato que arranca seus olhos matando-o.

Do lado de fora, Olman resolve revelar a verdade sobre sua criação a Marilyn dizendo a ela que o rato fugiu de seu controle e que tentar capturá-lo por métodos convencionais é inútil, fora que ele possui um veneno mortal do qual não existe antídoto.

O cientista ainda fala sobre uma lenda de uma sacerdotisa dos mares de de San Martin que em tempos antigos exigia sacrifícios de macacos para se conter como toda entidade guardiã e que seu rato hibrido tem genes de macacos, por isso ele só matava até então belas jovens, por que elas lembravam a tal da sacerdotisa.

Depois de toda a história, Olman deixa Marilyn em seu carro e volta para casa onde inevitavelmente é atacado mortalmente pela sua cria.

Como Olman não deixou as chaves na ignição do carro, Marilyn resolve voltar para casa para procurar o cientista e o encontra sem vida porém com as chaves que ela toma de imediato.

Ao voltar para o veículo, Marilyn é atacada pelo rato que a persegue até dentro da casa. Lá, ela tenta usar o telefone que não funciona e ao ser novamente atacada, ela usa a arma de Olman desferindo vários tiros na aberração mas obviamente nem o arranha.

Logo depois, a modelo foge para a cozinha onde bloqueia a porta com a geladeira, porém o rato adentra por uma toca correndo por dentro das paredes até ficar tudo em silêncio.

Paralelo a isso, Fred e Terry pegam estrada no meio da escuridão em busca de Marilyn que a essa altura caiu de sono pela exaustão acordando só na manhã seguinte.

Ao tentar tirar algo de comer de dentro da geladeira, Marilyn vê saltar de dentro dela, o rato que a ataca ferozmente ao mesmo tempo que Fred e Terry chegam a casa de Olman.

A dupla entra na casa e encontra o cadáver de Marc junto a uma toca na parede. Fred deixa Terry sozinha enquanto sobe para o próximo andar onde encontra Olman morto sem se dar conta que o rato espreita Terry.

Juntos novamente, a dupla vai até a cozinha e depois de arrombar o bloqueio, encontram Marilyn sem vida.

De volta a cidade, Fred e Terry vão até a delegacia onde o inspetor Lopez desdém do relato da dupla.

Sem ter mais o que fazer no vilarejo, a dupla vai para o aeroporto de San Martin sem desconfiar que o rato os seguiu e no mesmo momento ele mata a balconista do check in.

Preparando para embarcar, a dupla não se dá conta de que o rato se escondeu na bagagem e o filme termina com o avião decolando e gritos de horror, o que significa que a aberração iniciou uma chacina em plenos ares.

Um final meio mal pensado, diga-se de passagem. Afinal, se o ser hibrido matar até mesmo os pilotos do avião, o veículo vai cair e o baixinho vai morrer junto, a menos que ele tenha um fator de cura a la Wolverine, senão sem chances dele chegar a Nova York para espalhar o caos. Prefiro nem imaginar que esse final foi um gancho para uma continuação. Os produtores não podem ter sido tão convencidos a tal ponto, sem chance, não mesmo.

No mais, o filme cumpre um papel legal de entreter e certamente na época em que foi lançado provocava medo, enquanto hoje só provoca risos.

O grande destaque aqui fica por conta do saudoso Nelson de la Rosa que deu vida a aberração em forma de rato. De la Rosa era Dominicano, portador de um severo nanismo que o fez atingir a marca de 71 centímetros. Além do rato humano, outro papel de grande destaque em sua curta carreira foi na versão dos anos 90 de A ilha do doutor Moreau onde ele interpretou o clone defeituoso em miniatura do personagem que dá título ao filme, interpretado pelo também saudoso Marlon Brando.

Este foi o grande atrativo do filme, a interpretação quase impecável de De la Rosa que soube encarnar com maestria um ser completamente instintivo e violento. O triste disso tudo é que a figuração da aberração se limitou a dentes postiços, um pouco de pelo falso, porém nada de rabo ou orelhas de rato, nem focinho com bigodes, fora que ele usa roupas... foi tudo absurdamente simples e pouco imersivo. Baixo orçamento, fazer o que?

Por outro lado como eu disse, a trilha sonora é um ponto fortíssimo e ajudou muito nos momentos certos. Fora a ambientação que variou bastante em cenas externas desde as praias até a gruta que fez com que o filme não ficasse preso o tempo todo no depósito do doutor Olman.

Ainda sim é um filme mais ou menos, precisava de uns bons ajustes, mais orçamento e mais tempo para polir, aí sim teria sido uma produção no mínimo notável. Não espero que algum dia seja feito um remake Hollywoodiano do filme, até por que hoje não daria mais certo por falta de atores anões levando a produção apelar para o encolhimento digital, tal como fizeram com o ator que interpretou os Oompa Loompas da versão de 2005 de A fantástica fábrica de chocolate. Beleza, ficou legal na época, porém nada imersivo. Então, deixa quieto.

Trailer:

As duas vidas de Audrey Rose / Audrey Rose (1977)

 

O descarne e a reencarnação seguem sendo até hoje um grande mistério divisor de opiniões e gerador de muita polemica envolta dos crentes e dos céticos no assunto (por favor, não me perguntem de que lado eu estou 👀).

O caso é que o tema vira e mexe se converte em grana nas mãos ambiciosas dos grandes diretores de cinema que não se importam com quem acredita e quem não ou quais consequências seus atos podem gerar, o que importa é o lucro. Não que As duas vidas de Audrey Rose tenha gerado alguma treta, muito pelo contrário, não descobri nada a respeito, mas poderia ter ocorrido, né? Afinal o assunto mexe com o sobrenatural e sempre que o sobrenatural é abordado em um filme as chances de dar merda são astronômicas.

Casos como O exorcista da mesma década que abordou possessão e religião ou A profecia também dos anos 70 que abordou o satanismo e passagens bíblicas e ambas resultaram na entrada para o cube dos filmes mais amaldiçoados de todos os tempos. Audrey Rose escapou por sorte ou falta de engajamento com o público, ou os dois.

Mas, vamos deixar de lado todo esse assunto complexo antes que isso aqui vire um documentário do History Channel, por que não e esse o propósito.

O filme começa anos antes do evento principal onde um carro com a placa de Pennsylvania sofre um acidente que vitimiza fatalmente a todos os ocupantes do veículo.

Anos depois somos apresentados a família Templeton formada por Bill, Janice e a filha de onze anos do casal, Ivy tendo um agradável passeio de fim de semana no parque.

No dia seguinte, um dia de chuva, Janice espera por Ivy na escola e sente estar sendo vigiada e é de fato seguida por um estranho.

Mais tarde, enquanto Bill está fazendo sala para alguns amigos, Janice sobe até o quarto de Ivy onde a menina está inquieta na cama tendo algum tipo de pesadelo, mas logo ela se acalma.

Os dias que se seguem fazem com que Bill perceba que também está sendo seguido e vigiado pelo mesmo estranho que está na cola de Janice. Para evitar uma surpresa desagradável, Bill resolve acionar as autoridades que nada fazem já que o suspeito ainda não cometeu nenhum crime.

Janice recebe uma ligação anônima e sem dar tempo para a pessoa do outro lado da linha proferir uma única palavra, a mulher de Bill desliga na cara do estranho.

Ivy encontra uma carteira feminina e suspeita ser um presente antecipado de aniversário dos pais, porém nem Bill e nem Janice compraram o objeto e ambos suspeitam do misterioso stalker.

Bill, que havia solicitado um investigador particular, descobre através do mesmo que o homem que segue sua família atende pelo nome de Elliot Hoover.

Na mesma tarde, Janice se atrasa para buscar Ivy na escola por conta do trânsito e quando chega ao lugar onde a filha estuda o encontra vazio e nenhum sinal da menina.

Desesperada, Janice procura por Ivy e acaba avistando uma menina sumir por uma viela e acaba dando de cara finalmente com o tal Elliot que a tranquiliza.

Janice volta para casa onde encontra Ivy e dá uma dura na menina por tê-la desobedecido não a esperando na saída da escola.

Elliot telefona para os Templeton pedindo um encontro para se explicar e o casal resolve tirar toda história a limpo de uma vez comparecendo ao encontro antes de resolver denunciá-lo.

Agora mais apresentável, afinal nos primeiros encontros Elliot estava um trapo, ele agradece a presença do casal e diz que faz sete anos que ele está a procura de Ivy. Ele completa dizendo que nos mesmos onze anos atrás ele perdeu uma filha de cinco anos que atendia pelo nome de Audrey Rose num acidente de carro.

No ano seguinte a perda, Elliot conheceu uma médium que disse que Audrey Rose está viva porém reencarnada em outra menina. Pago um lanche e uma tubaína para quem adivinhar quem é a reencarnação de Audrey Rose.

Cético, Bill manda Elliot para o inferno e vai embora tão logo ele recebe uma ligação de casa informando que Ivy está inquieta novamente tendo outro pesadelo.

Chegando em casa, Bill consegue com muito esforço acalmar a menina que volta a dormir em paz.

Elliot tenta outro contato com os Templeton pelo telefone, mas Bill muito grosseiramente ordena ao estranho que deixe sua família em paz.

No dia seguinte, Bill tem uma discussão com seu advogado que o aconselha a ouvir Elliot novamente com mais calma e ele concorda organizando uma reunião privada.

Durante a reunião, Elliot revela os critérios que o levaram a crer que Ivy seja a reencarnação de sua filha com base no dia, mês e ano que ela nasceu que coincide com a data que a filha descarnou.

A reunião é interrompida pois Ivy está tendo outro pesadelo só que acordada e estranhamente suas mãos sofrem combustão espontânea além de que ela não consegue reconhecer Bill e Janice.

Elliot entra no quarto de Ivy e a chama de Audrey Rose fazendo com que ela o reconheça, o abrace e se acalme, deixando os presentes pasmos.

Com tudo calmo, Elliot dá mais detalhes sobre o acidente da filha. Ela ficou presa as ferragens e as portas do carro estavam travadas o que a impossibilitou de sair. O carro ainda acabou tendo um vazamento o que ocasionou um incêndio que queimou o corpo de Audrey Rose.

Bill surta ainda incrédulo e tenta esganar Elliot sendo impedido pelo seu advogado.

Depois da confusão, Bill diverge com Janice que está começando a acreditar na história de Elliot.

Na noite seguinte, Janice que estava sozinha, acorda com outro ataque de Ivy e sem saber o que fazer telefona para Elliot que chega as pressas acalmando a menina.

Logo depois, Elliot diz a Janice que Ivy lamentavelmente está entrando em processo de descarne, pois segundo ele descobriu através de especialistas sobre o espiritismo, sua filha não estava pronta para morrer e por isso acabou descarnando sem resolver suas pendencias e quando sua reencarnação cumprir esta pendencia sua alma poderá finalmente descansar.

Ele explica ainda que os ataques de Ivy são uma espécie de regressão que ela vem sofrendo, ela vive em seus pesadelos os momentos finais da vida de Audrey Rose e quando sua pendência chegar ao fim, ela terá o último ataque. Isso explica por que outro dia ela queimou as mãos.

Elliot então suplica a Janice para que ambos se ajudem para salvar Ivy e depois vai embora exausto deixando a mulher de Bill num dilema.

Bill chega em casa e fica a par do último acontecimento e mais uma vez diverge com a esposa que está completamente convencida da história de Elliot.

Na tarde seguinte, durante um passeio agradável com os pais, Ivy tem outra regressão. Desta vez, Elliot aparece sem ser convidado e Bill o agride até ser imobilizado.

Elliot aproveita e invade a casa dos Templeton trancando-a por dentro. Bill chama a polícia e finalmente entra na casa com a ajuda do zelador.

Ao entrar, Bill não encontra nem Elliot e tão pouco Ivy e logo é notificado que Elliot invadiu outro apartamento no andar de cima com a menina em seu poder.

Elliot é cercado e se entrega sendo preso por tentativa de sequestro.

O caso vai parar na corte e rapidamente repercute na mídia. O julgamento acaba virando um longo debate entre a fé, a vida e a pós vida. Um tipo de guru oriundo do oriente médio e depoente favorável a Elliot, reforça a tese do amigo sobre a reencarnação da filha falando sobre a crença de seus semelhantes no assunto e ai seguem cenas de uma cerimônia de passagem de vida para a pós vida no mesmo oriente médio.

Enquanto isso, Ivy está internada num colégio de freiras pra sua segurança onde é tratada pelas outras crianças como uma aberração.

A madre superiora aconselha Janice a falar a verdade para a filha sobre sua situação o que ocorre de forma tranquila.

Mais tarde, Janice flagra Ivy olhando fixamente para um espelho e repetindo diversas vezes o nome de Audrey Rose.

No dia seguinte, o julgamento retoma com o depoimento da mulher que se envolveu no acidente que vitimou tanto a filha quanto a esposa de Elliot (aquele no inicio do filme) e que acabou lhe custando os movimentos das pernas.

Paralelo a isso, no colégio, enquanto as outras crianças dançam envolta de uma fogueira, Ivy entra em transe e caminha até o fogo, porém antes que uma desgraça sem precedentes pudesse ocorrer, a menina é salva.

Com Ivy a salva, Janice volta ao julgamento e acaba favorecendo as palavras de Elliot. O juiz decreta rescisão para decidir o veredicto que será dado apenas no dia seguinte.

Janice recebe um telefonema do hospital descobrindo que Ivy passará por uma avaliação psiquiátrica com o aval de Bill e rapidamente vai ao local tentar impedir, porém a própria filha quer ser avaliada para obter respostas.

Depois de outra divergência, Janice resolve acatar a decisão de Bill.

Ivy então, passa por uma avaliação assistida e conduzida pelo doutor Lipscomb que a hipnotiza e inicia uma sessão de regressão levando-a ao exato momento em que Audrey Rose está no carro com a mãe até o veículo perder o controle e a menina surtar.

As pressas, o doutor suspende a hipnose trazendo Ivy de volta, porém a menina segue em transe dando continuidade a regressão no momento em que Audrey Rose se debate no carro assustada e sentindo o calor do fogo que tomou conta do carro.

Sentindo-se impotente, Elliot arrebenta o vidro dupla face que o separava do quarto de avaliações e tenta conter Ivy que é entubada porém é tarde, assim como Audrey Rose encontrou seu fim há onze anos atrás, a menina Ivy finalmente regrediu até o último segundo completando sua pendência e recebendo como recompensa o descanso de sua alma.

Com o aval dos Templeton, Elliot leva o corpo de Ivy para a Índia onde passará pelo ritual de passagem para que ela possa descansar em paz.

Simples e direto, Audrey Rose foi um thriller (apesar de que o filme é considerado como terror, drama e sobrenatural) pegajoso, pelo menos para mim. Eu gostei muito de como o suspense e o mistério foram bem conduzidos apesar da previsibilidade do plot principal.

O elenco contou apenas com um rosto conhecido, Anthony Ropkins no papel de Elliot que como sempre deu um show do início ao fim. Não que os outros não tenham feito bonito, mas é que realmente faltou talentos mais expressivos no elenco para fazer uma grande diferença, mas ok.

Para quem é chegado a espiritismo, reencarnação e todas essas coisas, este filme é um prato cheio, para quem não é, também vale a pena uma olhadinha a título de curiosidade.

Trailer: 

   

Sexta-Feira 13 - Parte 3 / Friday the 13th Part III (1983)

 

E a ambição pelo dinheiro não deixou Jason Voorhees descansar como era merecido por muito tempo. Já no ano seguinte a sequencia do primeiro Sexta-feira 13 já foi encomendado mais uma continuação e não bastasse a pressa para filar uma grana nos cinemas ao redor do mundo ainda resolveram elevar a potencia da mais recente produção ao famoso formato de película em terceira dimensão, ou 3D para os mais íntimos.

E não era apenas uma meia dúzia de cenas bem coreografadas e dirigidas com todo o cuidado do mundo, mas sim uma penca de cenas a todo o momento e super forçadas numa tentativa de super valorizar esta tenologia o que acabou não sendo uma escolha muito atrativa, mas agora é tarde para chorar pelo sangue derramado.

Mas o filme não foi uma perda total, afinal ele trouxe a tona a marca registrada do maníaco de Crystal Lake, ou seja, sua máscara de hoquei que o acompanhou por todas as outras sequencias que viriam pelos anos a seguir.

O enredo se desenrola logo depois de uma breve recapitulação do final do longa anterior. Um tempo depois da mais recente chacina do acampamento amaldiçoado, Jason se esconde em uma mercearia de beira de estrada onde depois de uma introdução arrastada e desnecessária envolvendo o casal de proprietários do local, que depois de algumas rusgas por motivos banais são assassinados pelo velho Jason que a essa altura estava relativamente famoso no noticiário local.

Depois deste início enrolado somos levados até um grupo de amigos formados pelo gordinho e babaca Shelly, seu interesse amoroso Vera, seus amigos o casal Debbie e Andy e os maconheiros Chuck e Chili que se dirigem até a casa de campo de sua amiga Chris nas proximidades de Crystal Lake.

A galera passa por perto da mercearia onde veem os legistas levarem os corpos das mais recentes vítimas fatais de Jason sem suspeitar o que os aguardava.

Logo mais afrente são surpreendidos por um velho morador de rua jogado no chão como se estivesse desmaiado. Ao descerem do carro para ajudar o senhorzinho a se levantar são horrorizados pois ele carrega consigo um olho humano e para manter a tradição do velho louco local, afinal o velho Ralf morreu no filme anterior, este alerta o grupo que o mal os acerca e obviamente é ignorado.

Ao chegar a casa de campo, Chris se separa do grupo para encontrar seu namorado Rick que lá estava adiantando o trabalho braçal até que ambos ouvem o grito de Shelly.

Se guiando pelo som do grito, o casal chega até um dos quartos e encontram o amigo desfalecido com uma faca na cabeça. O acontecido no entanto, é só uma brincadeira de Shelly que alem de babaca é metido a ator teatral e ele justifica a Vera ser tímido e com poucos amigos e que sua arte é uma forma dele se expressar e chamar a atenção, coisa que ele está fazendo da pior forma, rebate Vera.

Mais tarde, Shelly acaba se dispondo a ir até a cidade fazer umas compras para os amigos e Vera resolve ir junto para dar uma chance de conhecer melhor o idiota. O azar no entanto persegue Shelly através de um trio de motociclistas punks formados por Loco, Ali e Fox com quem ele sem querer acaba arranjando confusão tendo como consequência seu carro depredado.

Os punks resolvem seguir Shelly e Vera até a casa de campo onde roubam gasolina e depois resolvem procurar diversão no celeiro onde Fox desaparece depois de brincar com o puxador de feno.

Loco então, procura pela companheira e é abatido depois de encontrá-la morta. Ali aparece logo depois chamando os amigos para continuar a vingança e os encontra sem vida acreditando que aquilo foi obra de Shelly. Depois de ameaçar o babaca em alto e bom som, Ali entra para a pilha de cadáveres pelas mãos de Jason que estava escondido por lá o tempo todo.

Já a noite, os casais (ou quase isso) resolvem se divertir cada qual a sua maneira. Andy e Debbie vão para seu dormitório transar, enquanto Vera deixa Shelly na friend zone de uma vez e Chris por sua vez conversa com Rick sobre uma memória nada afetiva de um passado distante no qual ela foi perseguida por um homem com uma horrível deformidade facial, que era nada menos que Jason.

Shelly resolve pregar outra de suas peças em Vera para quebrar o gelo mas acaba ficando mal com ela. Depois disso, ele vai até o celeiro e não mais retorna.

Paralelo a isso, Vera tem um encontro com Jason usando finalmente a máscara de hoquei, que originalmente pertencia a Shelly com quem ela acaba o confundindo. Jason arremessa um arpão que perfura o olho da garota matando-a na hora.

De volta a Debbie, depois do coito ela delicia-se com um banho enquanto Andy desaparece. Depois disso, Debbie procura pelo namorado e encontra seu corpo sem vida e logo depois dá de cara com Jason que também a mata.

Sem perda de tempo, Jason provoca um curto circuito no dormitório de Chuck e Chili mandando os maconheiros para os mortos depois que eles descobrem Shelly agonizando com um corte no pescoço ignorando-o acreditando ser outra pegadinha, porém desta vez sim o babaca estava morrendo.

Chris e Rick retornam de seu passeio encontrando a casa toda bagunçada e abandonada. Rick se separa para investigar e Jason que já o esperava o abate.

Chris agora está só no meio de lugar nenhum e para piorar ainda começa a bater um vento muito forte o que impossibilita uma fuga a pé.

Jason joga o cadáver de Rick pela janela assustando Chris que corre se esconder. Jason no entanto a encontra e a encurrala, porém ela o acerta com uma faca que ela tirou de um dos corpos e a medida faz apenas com que Jason evada momentaneamente do local.

Depois de pegar o assassino de surpresa, Chris corre até até seu carro e dirige floresta adentro até que o veículo atola em uma poça forçando-a a seguir a pé.

Jason tenta outra investida, mas Chris consegue se desvencilhar correndo até o celeiro onde se reencontra com seu Nêmesis. Ambos entram em confronto até que Chris consegue enrolar a corda de puxar feno no pescoço do maníaco enforcando-o.

Isso porém não o detém por muito tempo e para a surpresa de geral, Ali estava vivo e confronta Jason diretamente, porém só o que consegue é perder um braço e em seguida a vida.

Aproveitando a brecha, Chris enfia um machado na cabeça de Jason que desaba.

Chris foge pelo lago numa canoa e vê ao longe, Jason vivo a observando. Desesperadamente, ela tenta tirar um bloqueio para fugir as pressas e acaba perdendo Jason de vista. Inesperadamente, ela é agarrada pela... senhora Voorhees morta-viva com sua cabeça no lugar que estava escondida debaixo d'água!?

Mais tarde, Chris acorda ao lado das autoridades se dando conta de que seu último susto foi apenas um devaneio e ela é tirada daquele inferno finalmente enquanto Jason permanece aparentemente morto e com o machado em sua cabeça.

Enredo simples, nada muito inovador, mas por outro lado isso não foi tão ruim. Esta sequencia é muito odiada pelos fãs, mas eu mesmo tenho um carinho especial e nostálgico, afinal foi um dos primeiros filmes da franquia que eu vi e isso tudo ainda na minha infância, o que contribuiu bastante.

Claro que eu concordo que o fator 3D estragou a parte técnica da coisa toda com sua mecânica ineficaz e forçada usada a exaustão a cada tomada. Fora que os efeitos práticos, alguns deles envelheceram bem mal ainda mais se você assistir este filme em alta definição que é onde tudo fica muito evidente e artificial, então eu recomendo ver o conteúdo ripado com qualidade analógica se possível numa tevê de tubo para valorizar a experiência.

No mais, o resto é relevante, a fórmula para um slasher básico estão todos reunidos, sem exageros e sem incoerências. O clímax é repetitivo com aquele lance do susto no lago além de sem sentido, afinal como se explicaria a volta da mãe do Jason e ainda por cima com sua cabeça restaurada? Desta vez a alucinação da final girl ficou muito escrachada e estragou o último segmento. 

E para finalizar o elenco bem diversificado, o que é muito bom, porém a grande maioria não agregou nada não possuindo qualquer conflito interno servindo apenas para se apresentar ao público e morrer. Fora isso ainda temos aquela ligação do passado mal explicada e sem sentido entre o Jason e a Chris que acabou sendo deixada de lado e não serviu para nada no fim das contas.

Trailer:

Louca Obsessão / Misery (1990)

 

Atualizando meu catálogo de filmes baseados em obras do lendário Stephen King eu fui ver só depois de velho este clássico do qual eu pouco ouvi falar na infância. Boa parte do que eu conheço eu só fui ver na vida adulta por falta de interesse ou acessibilidade ou conhecimento no passado e essa é uma das que se encaixam no grupo da falta de conhecimento.

O que eu tenho de memória passada desta obra foi um fragmento de cena exibido em algum segmento memorável de alguma cerimônia de premiação do Oscar, mas é bem vago mesmo, não tem como ser bem específico e o máximo que eu me lembro é esse fragmento de uma das cenas de tortura com a grande Kathy Bates no papel da antagonista Annie Wilkes.

O longa é bem simples, bem realista na medida do possível, narrando as consequências de um fanatismo obsessivo e psicótico e como isso afeta o ídolo em questão que é um romancista que sofre um acidente e acaba sendo acolhido e mantido em cativeiro justamente por sua maior fã no mundo. Vai vendo...

O escritor romancista Paul Sheldon comemora a finalização do mais recente capítulo de uma série de livros de romance cuja protagonista é uma mulher de caráter forte e cativante chamada Misery Chastain. A obra será publicada e distribuída pelo pais em breve, depois que Paul entregar o rascunho á editora.

Pronto exatamente para entregar sua bolsa com o rascunho, Paul se dirige para o Colorado debaixo de uma nevasca que se transforma numa tempestade fazendo-o capotar no meio do nada.

Inesperadamente, um anjo da guarda aparece no meio da nevasca e tira Paul desacordado de dentro do carro e também resgata seu rascunho precioso com muito esforço.

Paul acorda dois dias depois na residência da amável Annie Wilkes, uma ex-enfermeira que foi quem o encontrou, tratou de suas feridas e preparou um leito em sua própria casa com todos os detalhes para seu hóspede uma vez que ele não pode ser removido para um hospital devido a gravidade de suas feridas nas pernas, fora que a nevasca segundo Annie ainda persiste e isso também atrapalha para levá-lo ou para que alguma ambulância possa chegar até lá.

Com este tempo sem notícias de Paul, sua amiga pessoal e empresária Marcia Sindell comunica as autoridades o desaparecimento de seu cliente, mas o xerife Buster descarta uma investigação no momento.

Annie se revela uma grande fã das obras literárias de Paul e por sua obra de caridade ela ganha acesso antecipado ao rascunho de sua nova obra que ainda não tem um nome definido.

O xerife resolve dar uma passada no chalé onde Paul deveria estar hospedado e o gerente como era de se esperar não tem notícias do romancista.

Enquanto alimenta Paul, Annie acaba se empolgando com um assunto aleatório de seu dia a dia e tem um acesso de fúria.

Passando pela estrada, Buster e sua assistente Virginia encontram uma árvore quebrada e vestígios de um carro levantando a hipótese de um acidente e os dois regressam logo em seguida ao seu caminho.

Os dias passam e Paul descobre que Annie é mais do que uma simples fã ao conhecer sua porquinha de estimação batizada com o nome de Misery, mesmo nome da protagonista de suas obras mais famosas.

Depois de ler todo o rascunho de Paul, Annie tem outro acesso pois não está nada satisfeita em descobrir que seu ídolo matou Misery e como punição ela revela ao seu hóspede que ninguém sabe onde ele está agora e que ela jamais irá dizer.

Paul tenta fugir de seu cárcere a noite, mas devido suas fraturas não terem sarado ainda, o máximo que ele consegue é cair da cama. Annie só o encontra no dia seguinte jogado no chão e depois de devolvê-lo á cama promete dar a ele uma surpresa. 

Puxando sua churrasqueira até o quarto de Paul, Annie despeja todo o rascunho sobre a grelha e o enxarca com álcool e obriga seu hóspede a queimar tudo pois este jamais será publicado.

Com o desaparecimento de Paul completando muitos dias, Buster começa uma incessante busca pela região sobrevoando de helicóptero coincidentemente sobre a casa de Annie e dá meia volta depois de não encontrar nenhum sinal do Mustang 65 de Paul que simplesmente sumiu graças a intervenção de sua carcereira.

No dia seguinte, Annie providencia uma cadeira de rodas, uma mesa, uma máquina de escrever e exige que Paul reescreva toda sua última obra do jeito que ela quer e que desta vez Misery viva.

Depois de conseguir tirar Annie de casa fazendo-a comprar um tipo de papel especial, Paul aproveita para destrancar a porta de seu quarto com um grampo mas não consegue ir muito longe. Paul tenta usar  o telefone, porém Annie foi mais rápida e removeu todo o recheio deixando só a carcaça do aparelho.

Sem saída, Paul resolve investigar a casa e furta uma cartela de analgésicos. Logo depois, sai da cadeira de rodas e se arrasta pelo chão da cozinha onde encontra um faqueiro. Ao ouvir o carro de Annie se aproximar, Paul deixa tudo no lugar e volta para seu cárcere sem despertar suspeitas.

Seguindo as investigações, Buster encontra o carro de Paul enterrado e as autoridades encerram as buscas dando o escritor como morto, porém o xerife e Virginia desconfiam que isso não procede.

Depois de muitas rejeições por parte de Annie, o novo rascunho de Misery sai como ela queria e Paul convida sua fã para um jantar em comemoração.

Paralelo a isso, Buster adquire uma cópia de cada obra de Paul na esperança de que em algum dos livros haja alguma pista que o leve até o escritor desaparecido.

Paul tenta dopar Annie para fugir, porém ela derruba o copo com o remédio e o plano vai para os ares.

Os dias continuam passando e Annie se mostra apática e depressiva por conta da chuva. Ela mostra a Paul uma arma e diz a ele ter vontade de usá-la.

Aproveitando que Annie foi dormir, Paul aproveita e pega uma das facas da cozinha e logo depois encontra uma pasta cheia de recortes de jornal que noticiam as mortes de dois homens e várias crianças que foram pacientes de Annie quando ela ainda tinha licença de enfermagem. Na ocasião ela chegou a ir presa e até tentou se suicidar.

Na manhã seguinte, Paul acorda atordoado e amarrado a cama. Annie aparece e revela ter descoberto o grampo que dava a Paul acesso á casa e sua faca.

A sangue frio, Annie coloca um bloco de madeira entre as pernas de Paul e depois torce seus pés com uma marreta numa cena agoniante. 

Buster investiga um dossiê sobre uma ex enfermeira assassina de bebês que é nada menos que Annie e em sua declaração aos jornais sobre sua prisão ela menciona uma frase retirada de um dos capítulos de Misery. Com a pulga atrás da orelha, Buster começa a investigá-la.

Tempos depois, Annie dopa Paul e o esconde no porão quando ironicamente Buster bate sua porta perguntando se ela tem conhecimento sobre o desaparecimento do escritor.

Enquanto enrola o xerife, Annie diz que se inspirou em seu ídolo para se tornar escritora e que já tem um rascunho quase pronto para a edição, ou seja, ela quer manter Paul como seu escravo e usurpar a autoria de suas obras para lucrar sob suas costas.

Paul acorda e emite um ruído que chama a atenção de Buster que estava de saída. O xerife dá meia volta e segue o barulho até o porão onde encontra Paul, porém Annie segue Buster e o mata com um tiro certeiro.

Para evitar o pior, Paul manipula Annie para que ela o deixe terminar o livro. Enquanto Paul escreve, Annie prepara um brinde, seu revólver e leva consigo um palito de fósforo.

Paul, que havia roubado uma embalagem de álcool, enxarca o novo rascunho e pega o fósforo para queimá-lo.

Surtada, Annie atira em Paul e o ataca entrando em luta corporal. Depois de acertar Paul, Annie leva uma rasteira e bate a cabeça na máquina de escrever ficando inconsciente. Isso porém não a detém e ela logo acorda iniciando um novo ataque, porém Paul é mais rápido e arrebenta uma estátua de porco de ferro na cabeça de Annie matando-a de uma vez.

Dezoito meses depois de seu cárcere, Paul se recupera e comemora finalmente o lançamento da edição definitiva de Misery e apesar de Annie já não oferecer mais riscos, o escritor ainda carrega sequelas psicológicas de seu trauma que um dia ele há de superar.

Simples, porém bastante eficaz, o enredo soube prender e incomodar nos momentos mais torturantes que é quando o filme realmente pega. Não seja a ser extremo, mas é forte e pontual em alguns segmentos devido a direção competente.

O clima mórbido de suspense ficou na medida e as atuações colaboraram muito no resultado final que foi um thriller que apesar de caminhar lentamente é bastante detalhista e bem desenvolvido não deixando nenhuma lacuna. O enredo trabalha perfeitamente bem uma narrativa com pouco menos de três ou quatro personagens ativos sem ficar monótono e arrastado.

Eu não cheguei a ler ainda a versão impressa da obra, mas eu chuto que não deve ter muito o que diferenciar, apenas que o conteúdo cinematográfico deve ser mais compacto e direto ao ponto. Enfim, se algum dia eu adquirir o livro, formarei uma opinião mais madura sobre.

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O Duende / Leprechaun (1993)

 

São poucos os filmes que conseguem ser ridículos ao extremo, porém interessantes e bem produzidos ao mesmo tempo. Daqueles que conseguem perfeitamente se encaixar naquela velha frase que diz que não devemos julgar um livro pela capa.

Um destes é O duende de 1993 que conseguiu entregar um terror escrachado que mais dava vontade de rir, por que o antagonista não se deixa levar a sério com seus métodos questionáveis para conseguir o que quer, sua motivação para fazer o mal e seus arqui inimigos que igualmente não se deixam levar a sério e já já eu falo sobre eles.

O talento de Warwick Daves na pele do vilão irlandês caiu como uma luva. Sua entonação de vos, seus trejeitos e frases de efeitos são pontais e bastante eficazes. Daves é bastante conhecido por ter interpretado figuras marcantes em filmes de fantasia como Willow, do filme Willow - Na terra da magia, o Ewock Wicket tanto na duologia Caravana da coragem e Star Wars - Episódio VI e anos mais tarde veio a integrar o elenco da franquia Harry Potter em todos os seus filmes e brevemente retornará ao seu papel mais memorável, Willow numa série sobre o mesmo... mas isso não é assunto para agora.

O filme começa logo depois que o esperto senhor Daniel O'Grady vai a Irlanda depositar as cinzas de sua mãe. Ele acaba encontrando e roubando um pote de ouro pertencente a um duende extremamente possessivo e furioso que o segue de volta à América na bagagem.

Chegando lá, o Duende se revela a Leah, mulher de Daniel e a manda para a vala por ela não ter conhecimento do paradeiro de seu ouro.

Daniel, como todo bom irlandês, conhece bem a mística por trás dos duendes e trata de prender o pequeno encrenqueiro numa caixa e o lacra com um trevo de quatro folhas que é sua principal fraqueza, Logo depois, Daniel tenta incendiar a caixa porém tem um enfarto na hora.

Dez anos depois, J.D Redding e sua filha adolescente Tory se mudam para uma comunidade rural onde vão morar justamente na antiga e abandonada fazenda do casal O'Grade que está em ruínas e precisa de uma reforma total, o que ficará a cargo do boa pinta Nathan Murphy, seu parceiro Ozzie Jones que é um gordinho ingênuo e portador de retardo mental e seu amigo e irmão de Nathan o pequeno Alex.

Depois de começar bem a restauração da casa levando um banho de tinta, Ozzie vai até o banheiro se lavar e acaba ouvindo um barulho que o leva ao porão. Lá, ele acaba libertando sem querer o Duende que está mais furioso do que nunca e já chega logo clamando por seu ouro.

Ozzie consegue por sorte escapar ileso das investidas do Duende e quando ele vai contar ao pessoal sobre o acontecido, logicamente ele é desacreditado, porém por desencargo, Nathan vai até o porão ver o que assustou o amigo e só encontra um rato.

Obcecado com o Duende, Ozzie segue um arco-íris juntamente com Alex e no final encontram o carro sucateado do velho Daniel O'Grady onde encontram uma moeda jogada e logo depois, um saco cheio delas. Ao checar a veracidade de uma moeda, Ozzy acaba engolindo-a e Alex resolve esconder o resto que está no saco para que Tory e Nathan não tome deles.

De volta ao lar, J.D é atacado pelo duende, que está escondido na fenda de uma árvore se fazendo passar por um gatinho preso.

Do outro lado, Ozzie e Alex leva uma das moedas para um avaliador que confirma que o artefato é verdadeiro e não possui um valor estimável tamanha raridade. A duplinha deixa a moeda com o cara para ele estudar melhor e neste mesmo instante, o Duende que havia seguido Ozzie e Alex ataca o avaliador e recupera uma de suas preciosas moedas.

De volta ao caminho da casa de Tory, o Duende é abordado por um policial que o confunde com uma criança desacompanhada. Disposto a não deixar barato, o Duende persegue o policial e o atacada até matá-lo quebrando seu pescoço.

Finalmente de volta a casa, o Duende revira tudo atrás de seu ouro e acaba se distraindo engraxando os sapatos de J.D o que é uma mania comum dos duendes da classe deste, que são sapateiros, fato este que Ozzie confirma tempos depois quando a turminha chega á casa depois de ter levado J.D ao hospital e encontrarem os calçados brilhando e organizados.

Depois de desacreditar Ozzie novamente, Nathan vai até o exterior da casa investigar um possível invasor e acaba pego por uma armadilha de urso posta pelo duende que o ataca.

Os dois entram em luta corporal até que Tory e os outro finalmente descobrem o ser místico e fazem o que podem para correr o baixinho para longe.

Depois do susto, Ozzie tenta contactar a policia, porém sua reputação como espalhador de histórias sem pé e nem cabeça só consegue fazê-lo ser debochado mais uma vez, o que significa que a galera não pode contar com a ajuda das autoridades.

Geral tenta dar o pé na caminhonete de Nathan, porém o Duende sabotou o motor e o mesmo salta de dentro do tanque de gasolina e provoca um capotamento. Felizmente todos escapam ilesos.

Apavorados, a turma foge para dentro da casa e na confusão, o Duende tem uma de suas mãos decepada ao tentar entrar pela porta. Tory tenta mais uma vez ligar pela polícia que repassa a denúncia para o oficial mais próximo que é justamente aquele que o Duede matou e o pequeno emulando a vos do defunto acaba com a única chance de salvamento da galerinha.

Ozzie conclui que a única forma de acabar com a fúria do Duende é devolvendo seu ouro, revelando aos amigos ter encontrado um saco cheio de moedas e Tory por falta de opções pondera a possibilidade do amigo estar certo.

Com uma arma e o saco de ouro em mãos, Tory procura pelo Duende, mas ele é quem a encontra. Tory amedrontada dá a ele o que ele deseja e finalmente ele vai embora.

Sozinho, o Duende contabiliza cada uma das moedas e descobre que ainda falta uma que é justamente aquela que Ozzie engoliu. Furioso, o baixinho ataca Alex de surpresa pedindo seu ouro e se inicia uma perseguição pela casa.

Nathan acerta um tiro na cabeça, mas o duende debocha e volta a correr gargalhando muito.

Tory não entende o que o Duende quer desta vez sendo que eles entregaram o ouro, então Ozzie se lembra da moeda que ele engoliu e sugere que é isso que o baixinho quer. Ozzie ainda se lembra que o velho O'Grady sabia a única forma de matar o duende, mas no momento ele está num asilo onde foi internado desde que ele teve um enfarto há dez anos.

A galera resolve procurar pelo tal asilo, mas antes disso criam uma distração para o Duende atirando vários sapatos para ele engraxar, enquanto a garota foge sozinha em outro veículo.

Chegando no asilo, Tory entra escondida e perambula pelos quartos até encontrar O'Grady em uma cadeira de rosas. A garota no entanto é enganada pelo Duende que se faz passar pelo velho. Tory corre do Duende que a persegue na cadeira de rodas até que ela se esconde na cabine de um elevador.

Lá, Tory leva um grande susto, já que o velho O'Grady é arremessado de cima da cabine ficando preso pelos cabos de cabeça para baixo. Antes de morrer no entanto, ele revela que a fraqueza do Duende é o trevo de quatro folhas e que na  fazenda dele ela pode encontrar.

De volta ao bosque, Tory tenta procurar trevos em um canteiro até que o Duende a alcança, mas antes que pudesse por as mãos nela, Ozzie e Nathan aparecem na viatura do policial morto para o salvamento.

Juntos, os três procuram pelo trevo, enquanto que Alex que ficou sozinho na fazenda O'Grady prepara uma armadilha no seleiro. Lá, ele é atacado pelo Duende até que Ozzie e os outros chegam já com um trevo em mãos.

Ozzie segura o pequeno encrenqueiro enquanto Alex pega o trevo, cola em um chiclete e o arremessa com seu estilingue acertando a boca do Duende que começa a derreter. Cambaleando, ele cai em um poço, mas se segura suplicando por seu ouro.

Nathan empurra o Duende e despeja um galão de gasolina no poço e logo ateia fogo explodindo tudo.

A polícia chega com o nascer de um novo dia enquanto do poço se ouve a vos do Duende jurando voltar quando descobrir uma forma de quebrar o selo do trevo de quatro folhas.

Além de dar mais visibilidade a carreira de Warwick Daves, este filme ainda colaborou com a descoberta do talento da até então novata Jennifer Aniston que deu vida a Tory e que no ano seguinte viveria sua obra mais notável, a série Friends e anos mais tardes filmes de sucesso como Marley & Eu.

O filme por sua vez recebeu diversas continuações, mas foi só descendo a ladeira com histórias cada vez piores e mesmo Daves se mantendo na maior parte dos filmes ainda sim não foi suficiente para salvar a franquia que teve seu último longa lançado em 2018.

A obra original é o puro sarro do inicio ao fim fazendo você mais rir do que se assustar, mas ainda sim o foco é o terror que por si só até que é competente, tem cenas de mortes criativas e hilárias, ainda que tenham sido poucas.

A maquiagem do Duende e seu figurino ficaram bem feitos, seguido dos efeitos práticos que ainda dão um bom caldo levando em conta os dias de hoje. É um prato cheio para você que quer dar uma relaxada depois daquela maratona de filmes cheios de body horror, só pela zueira. Curtam lá.

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Armadilha para turistas / Tourist Trap (1979)

 

Esse slasher notável do final dos anos 1970 me chamou muito a atenção quando eu conheci há alguns anos atrás.

O filme tem uma atmosfera enlouquecedora no ato final e é muito bem desenvolvida do inicio ao fim. É simples, bem montado e ambientado e consegue se esquivar dos clichês do subgênero que estava apenas engatinhando naquela época.

A fórmula começa com o clássico passeio de um grupo de jovens que é interrompido forçando-os a ficarem presos em algum lugar contra sua vontade para depois começaram a ser mortos. Porém, o desenvolvimento é super criativo e macabro... então vai se preparando que a história já vai começar.

Um grupo de jovens dirigem-se pelo deserto em dois veículos separados. Num deles está Eileen e seu namorado Woody e do outro seus amigos Jerry, Molly e Becky. Para onde eles vão realmente não importa, até por que não fica 100% claro (pelo menos não para mim).

Depois que o carro do casal tem um pneu furado, Woody vai até um posto de gasolina conseguir ajuda, porém o lugar aparentemente deserto o prende em um cômodo e alguns manequins sinistros que lá estão começam a gargalhar e o atacam até matá-lo empalado com uma barra de ferro.

Do outro lado, o grupo de Jerry para em uma cachoeira depois de se encontrarem com Eileen para que as meninas tomem um banho enquanto ele tenta consertar seu carro que adivinhem? Enguiçou.

Molly é abordada pelo dono da propriedade, que diz que onde eles estão não é seguro e muito gentilmente os convida para ficar em sua casa enquanto ele vê o que pode fazer para consertar o carro da galera depois que Jerry retornar com um pneu novo em algum lugar da cidade.

Lá, o velho que se chama Slaucen conta que é viúvo e vive sozinho em meio a uns bonecos de cera de um museu também de sua propriedade que seu irmão gêmeo confecciona.

Contrariando as recomendações de Slaucen, Eileen sai á noite para explorar a casa de cera a procura de um telefone e quando entra, ouve vozes e é atacada por uma figura misteriosa usando máscara de cera.

Horas depois, de volta a casa de Slaucen, o mesmo conta as garotas sobre a morte de sua mulher e logo depois se dá conta de que uma de suas convidadas está ausente e resolve procurar por ela, pegando estrada até o museu de cera onde ele presume que ela esteja.

Chegando lá, Slaucen encontra Eileen transformada em boneca de cera.

Enquanto isso, Becky resolve procurar a amiga por conta própria e Molly fica sozinha na casa de seu anfitrião por medo.

Já no museu, Becky é atacada pela misteriosa figura mascarada, mas a garota consegue golpeá-lo e este desmaia. Antes de conseguir fugir, a garota é interceptada pelos bonecos que a fazem desmaiar. 

Ao recobrar os sentidos, Becky se vê presa em uma cama em um porão onde está outra refém além de Jerry que estava desaparecido há algum tempo.

A turminha assiste apreensiva Tina, a refém sendo torturada pelo mascarado e asfixiada com uma gosma feita de cera até matá-la. Indignado, Jerry se solta de sua prisão, porém é abatido.

Enquanto segue confeccionando sua nova boneca de cera, o assassino se revela como o irmão gêmeo de Slaucen e ele diz ter usado o posto de gasolina no deserto como isca para pegar turistas, abduzi-los até seu museu e transformá-los em bonecos de cera orgânicos. Ele diz ainda que sua próxima aquisição será Molly, justamente a última que sobrou.

Tempos depois, Molly que estava no bosque, é atacada por Slaucen e depois que ambos acalmam os ânimos, o anfitrião da galera leva a garota até a porta do museu e deixa uma espingarda com ela indo sozinho procurar o irmão encrenqueiro.

Pouco tempo depois, o mascarado aparece e Molly despeja toda munição em seu Nêmesis, porém se dá conta que as balas são de festim. Finalmente o perseguidor tira a máscara e se revela o próprio Slaucen, que assumiu a identidade de seu gêmeo, o velho portanto armou e executou todo o plano sozinho.

Abatida, Molly acorda logo depois ao lado de uma mulher misteriosa que cuida dela. Do outro lado, Jerry e Becky conseguem se soltar de sua prisão e perambulam pelo museu em busca de uma saída.

O barulho chama a atenção de Slaucen que persegue a dupla que acaba se dividindo. Astuto, Slaucen se aproveita do fato que Becky não conhece sua dupla identidade para atraí-la até sua casa onde a mata.

Um tempo depois, Slaucen volta e leva Molly até um quarto de bonecos de sua casa onde ele revela que a garota se parece com sua finada esposa dando indícios que ele tem um interesse particular e amoroso por ela. Ele ainda revela ter matado sua mulher e seu irmão desconfiado que ambos tinham um caso pelas suas costas.

Jerry encontra a casa de Slaucen e ordena a ele que mostre onde estão as garotas e o que parecia ser uma virada para Molly se torna uma verdadeira loucura quando o bonequeiro remove uma parte do corpo de Jerry revelando que o rapaz tornou-se um de seus bonecos.

Não suportando mais aquele hospício, Molly agarra um machado e mata Slaucen plantando a arma em seu pescoço. Logo depois, Molly recolhe seus amigos transformados em bonecos vivos, os coloca no carro e toma rumo para fora daquele inferno numa cena muito perturbadora.

Percebe-se que apesar da época, Armadilha para turistas conseguiu atingir a competência com efeitos práticos excelentes, um trabalho fenomenal com os bonecos que conseguiram ser assustadores e perturbadores que certamente roubaram a cena até mais que o assassino mascarado.

O ambiente do museu colaborou muito no fator emersão se tornando sem dúvida nenhuma um dos filmes de terror mais assustadores daquele ano.

A figura do mascarado certamente serviu de inspiração anos mais tarde para o vilão Vincent Sinclair de A casa de cera de 2005, fora que o próprio longa de 1979 bebeu muito da fonte dos filmes A casa de cera de 1953 e Mistery of the wax museum de 1933, a versão original do longa de 1953.

É uma trasheira porém como eu já disse é competente como slasher porém virou uma daquelas peças raras classe B que raramente são lembradas, o que é uma pena.

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A inocente face do terror / The Other (1972)

 

E para fechar o mês do halloween, que cá entre nós teve muitas surpresas (algumas boas e outras nem tanto) eu resolvi ir de clássico, um clássico que eu só vim a conhecer há poucos anos e que me surpreendeu com sua simplicidade para causar calafrios e te deixar com a pulga atrás da orelha de forma bem eficaz.

Para variar, é mais um filme com temática de crianças malvadas que eu simplesmente adoro e devoro com gosto não importa a época em que foi produzido, se é de alto ou baixo orçamento, tendo crianças estranhas e psicopatas com muito mistério na premissa eu topo tudo sem medo de ser feliz.

E este não é diferente, se passa em ambiente rural, na década de 1935 e está mais puxado para um thriller repleto de mistérios e elementos psicológicos. A primeira vista, para quem já acompanhou Boa noite, mamãe o plot twist fica muito evidente e previsível e cá entre nós, eu acredito firmemente que os produtores do longa austríaco de 2014 se inspiraram ainda que brevemente em The other de 1972, não há como não ver certas semelhanças entre os dois a começar pelos protagonistas que são gêmeos e o clima de mistério durante todo o longa. 

Porém não vá achando que o filme se vale da mesmice e que não vamos ter nenhum elemento novo no enredo. Vai por mim, confia que você vai se surpreender.

Mais para frente vocês vão entender melhor as vias que unem ambas as obras já citadas claramente, mas que é claro, não quer dizer que uma seja uma cópia descarada da outra, nem de longe.

Como eu já disse, tudo se passa no verão de 1935 em uma fazenda que vive especialmente do cultivo e conserva de maçãs em Connecticut onde vivem os gêmeos Niles e Holland Perry que vivem uma vida normal de traquinagens para a idade deles tendo como vítima a rabugenta senhora Howe que tem uma aversão terrível por ratos.

Os meninos vivem com os tios George e Vee, seu primo insuportável Russell, a avó Ada que é quem os cria ativamente e sua mãe, Alexandra que vive reclusa em um quartinho presa ao mundo literário por conta de um trauma muito forte que a levou a depressão e que já já vai ser explicado.

De manhãzinha, depois do café, os gêmeos discutem sobre um anel que Holland ganhou de herança de seu pai e que Niles tomou para si por inveja.

Niles tem constantes visões com o dia que encontrou seu pai morto no depósito de maçãs.

Naquela mesma manhã, Niles encontra a mãe fora de seu quarto e tenta convencê-la a se aproximar de um poço, porém ela demonstra total aversão ao local que lhe proporciona um verdadeiro pânico e uma crise de choro. Depois de uma breve conversa com Niles, Alexandra volta a se isolar.

Horas depois, Niles encontra sua avó Ada que faz o menino acreditar que ele tem poderes psíquicos e depois tenta convencê-lo a entrar na mente de um corvo para que tenha seu ponto de vista e ao fazê-lo, sente que está voando vislumbrando uma visão panorâmica da fazenda até que o pássaro cai.

Neste momento, Russell, aquele primo que sempre implica com os gêmeos resolve brincar no seleiro pulando em um amontoado de palha sem perceber que o rastelo está com as pontas viradas para cima matando-o perfurado.

Depois do enterro do garoto, os gêmeos discutem sobre as coisas que Ada disse a Niles e sobre um jogo que ele e a avó estão jogando que tem a ver com a força da mente.

Logo em seguida, descobrimos que Niles tem um dedo humano podrido escondido em uma latinha de balas de goma.

Dias depois, os gêmeos passeiam pelo circo que chegara na cidade e Holland convence o irmão a entrar na tenda das aberrações como a mulher barbada, o homem borracha, e um feto preservado no vinagre que eles vislumbram com curiosidade.

A visita não permitida dura pouco, pois os garotos são descobertos pelo homem elefante que os assustam com sua deformidade facial.

Passado o susto, os dois resolvem ver a um número de mágico de um falso chinês que consiste no velho truque da fuga da caixa misteriosa do qual Niles observa atentamente cada detalhe até pegar e se decepcionar com o segredo fajuto do truque que nada mais era que uma passagem oculta no assoalho da caixa.

A noite, Niles diz a avó ter usado seu poder da mente para desmascarar o truque do mágico que era um charlatão na realidade.

Antes de colocar as crianças para dormir, Ada convence Niles de que ele deve se desculpar com a senhora Rowe pela sua mais recente má criação.

Na manhã seguinte, Niles vai até a casa da velha vestido de mágico para oferecer um truque como pedido de desculpas. Seu truque no entanto, era nada menos que tirar um rato da cartola, que faz a senhora Rowe desmaiar de medo.

Mais tarde, Niles se encontra com Ada na igreja e conversa com ela sobre a morte.

De volta a casa, Niles e a avó encontram Alexandra fora do quartinho mais disposta e o menino lhe oferece um livro e uma flor para animá-la ainda mais.

Alexandra tenta fazê-lo falar sobre o anel de Holland, porém ele desconversa com a chegada da caminhonete do verdureiro.

Depois de evitar a mãe uma segunda vez, Niles se encontra com Holland e conversa com ele sobre a morte e sobre os anjos de quem ele quer muito encontrar quando for para o céu.

Mais tarde, Niles e Holland carregam várias raízes de uma planta que solta fragmentos tal como o dente-de-leão (perdoai, eu desconheço botânica então vou ficar devendo o nome da planta) até o depósito de maçãs onde encontram uma porta trancada com cadeado.

Ada, sabendo que o neto não cumpriu com o combinado o pega pelo braço e o leva a até a casa da senhora Rowe para que se desculpe de uma vez e acabam encontrando-a morta. Niles é incumbido de avisar a família e logo depois cruza com a mãe que não lhe dirige a palavra.

Niles percebe que a mãe pegou seu anel.

A noite, os gêmeos vêem a mãe chorando abraçada ao poço e Niles vai buscá-la para levá-la de volta ao seu quarto. Lá, Niles toma o anel da mãe que pergunta o por que está com ele e não com Holland e logo em seguida pergunta sobre o dedo decepado que estava junto.

Holland aparece ordenando a mãe que devolva o anel e a empurra das escadas.

No dia seguinte, vemos que Alexandra ficou paralítica tendo que depender de uma cadeira de rodas. Por conta disso, os gêmeos se desentendem.

Niles corre até a igreja onde Ada o encontra e ele diz ter medo de Holland e para completar o delata sobre o acontecido com a senhora Rowe.

Ada pega o menino pelo braço e o leva a força para o cemitério onde tenta obrigá-lo a olhar para uma lápide e depois faz o menino usar seus poderes para enxergar algo que o atormenta. Na sequencia ele volta os olhos para a lápide que era de... Holland! É isso mesmo, Holland morreu quando caiu acidentalmente no poço, o mesmo poço que Alexandra morre de medo e é pela perda de um dos filhos que ela se entregou a uma depressão profunda. O tempo todo, Holland era fruto da imaginação de Niles, o que significa que foi ele mesmo quem matou a senhora Rowe e foi ele quem empurrou a mãe e foi ele quem preparou a armadilha no seleiro que levou a vida de Russell.

Depois de levar o neto para casa, Ada se desculpa com ele por tê-lo feito jogar um jogo de faz de conta, persuadindo-o a ignorar a morte do irmão fingindo que ele ainda estava lá, fazendo-o viver um mundo de mentiras para poupá-lo da dor de perder seu melhor e único amigo, pois ela não imaginava que tudo aquilo sairia do controle.

Niles tem medo de precisar se afastar da avó e ela diz que isso jamais acontecerá desde que eles parem de jogar o jogo e aceitem a cruel realidade daqui pra frente.

Porém, o fantasma de Holland volta a perseguir o irmão e aí temos um flash back com o dia em que Niles foi sepultado. Como já foi dito, ele ganhou o anel do pai que antes pertenceu ao avô e como ele jamais teria herdeiros seria enterrado com a joia. Isso se Niles, persuadido pela sua imaginação que o manipulava desde aquele dia com o tormento da alma de Holland e pela inveja do irmão acabou desejando mais do que tudo o tal anel e que para conseguir tirar do dedo inchado do irmão, acabou precisando da tesoura de jardinagem do senhor Angelini, um servente da fazenda para decepar o dedo morto de Holland em seu caixão. O mesmo dedo que ele passou a esconder desde então.

De volta a realidade, Ada ouve escondida Niles falando com o irmão.

Na manhã seguinte, Niles é agraciado com a chegada de uma prima, o marido dela e sua recém nascida que vem passar uns dias com George, Vee e Ada.

Logo depois, Niles leva comida para sua mãe que está mais perturbada que nunca e incomunicável por conta da queda.

Mais tarde, Niles vai até o depósito onde encontra o senhor Angelini visivelmente transtornado tentando abrir um barril de conservas na base da porrada e o menino sai de fininho.

Começando a anoitecer, Ada encontra Niles no seleiro e pergunta a ele se ele está jogando o jogo e ele nega.

Mais tarde, Ada deixa Niles de olho na priminha recém nascida enquanto ela vai cuidar de Alexandra e o menino simplesmente a abandona.

Horas depois, quando todos estão dormindo, Niles acorda no meio de um toró com o barulho de um trovão e vai correndo até o quarto da bebê que está com suas janelas abertas e nem sinal da pequena em seu berço.

Niles corre contar o ocorrido para a família que aciona um grupo de buscas com cães farejadores que se embrenham na plantação.

Ada encontra Niles escondido no seleiro falando com Holland e o menino diz a avó que o irmão levou a bebê, e ainda o delata sobre a queda da mãe e que ele cobiçado pelo anel, tirou do irmão com dedo e tudo.

O grupo de buscas encontra Angelini bêbado com um barril de conservas e ao abrirem descobrem a bebê morta afogada lá dentro (na verdade o filme não mostra claramente a imagem, mas a ótima interpretação e os trejeitos do ator que faz o papel do tio Georgie deixa claro o que aconteceu de forma primorosa).

Ada vê tudo aquilo e vai até Niles que está no piso de baixo do depósito tentando encontrar Holland. A avó dos meninos entra no local com um galão e espalha gasolina no piso onde Niles está enquanto ele tem uma visão com um anjo da capela.

Logo em seguida, Ada se joga das escadas com uma lamparina que inicia um incêndio com ela e Niles dentro do depósito.

O incêndio é controlado ao amanhecer pelos peões que retiram os escombros e nisso vemos o cadeado da porta rompido e mais a frente, Niles vê tudo da janela. 

Viram só? Este filme tem muito de Boa noite mamãe, é incontestável que os produtores não tenham bebido da fonte para moldar a premissa do longa. Claro que o filme de 2016 apesar de tudo tem muita identidade própria, um desdobramento bem diferente e uma pegada mais paranormal.

Mais enfim, vamos as considerações deste filme de agora. Eu só tenho a elogiar o enredo, o desenvolvimento, a ambientação, as atuações. Tudo está na medida, sem sobrar nem faltar.

A atmosfera de mistério é muito enriquecida com ótimas cenas de flash back, bons enquadramentos de câmera competentes, a atuação dos gêmeos Martin e Chris Udvamoky que deram vida obviamente a Niles e Holland que é impecável, porém infelizmente os dois não seguiram com a carreira artística e este foi o único trabalho de destaque na vida de ambos.

O filme cumpre bem o seu papel como thriller psicológico, ele te prende até o final e não fica muito massante durante seus aproximados 100 minutos de duração que passam voando.

Trailer: