A Profecia 3: O Conflito Final / Omen III: The Final Conflict (1981)

 

A bíblia cristã guarda páginas sombrias da história no livro do Apocalipse. Narra sobre o desfecho da humanidade que a cada geração que se passa se afunda cada vez mais na mundanidade, na corrupção e na entrega total ao mal. Liderados fanaticamente pelo demônio encarnado na forma de um homem poderoso e influente vindo ao mundo mortal para espalhar o mal e aguardar seu embate decisivo contra o filho do criador, em outras palavras, o anti-Cristo. 

Dá medo só de imaginar o que nos aguarda se não houver uma conversão total e a renúncia aos caminhos do satanismo e seus dogmas ilusórios que prometem até o impossível em troca praticamente de nossa alma. Mas como lutar contra o mal que é tão forte que pode enganar, iludir e manipular até o mais puro dos seres? Difícil dizer.

Ok, chega deste papo de crenças, por que não é sobre isso que esta sessão se trata, mas é necessário uma reflexão prévia antes de analisar esta que é uma das melhores e mais sombrias sequencias de um filme de terror tão emblemático, com uma temática cheia de polêmicas e conflitos.

Tudo começa anos depois da conclusão do capítulo anterior quando Damien Thorn despertou seus poderes e descobriu sua herança demoníaca e escapou mais uma vez da destruição pelos sete punhais de Meggido, o único instrumento que pode matá-lo, que acabaram se perdendo em um desabamento.

Os punhais por sua vez são resgatados durante uma escavação arqueológica e postos em leilão sendo arrematados pelo representante de um monastério em Subiaco na Itália

Enquanto isso na América, Damien que agora é um homem de 32 anos agora é herdeiro total de todos os negócios da dinastia Thorn, e não bastasse isso ainda está interessado no cargo de embaixador dos EUA na Grã Bretanha com a ajuda do presidente que é praticamente seu braço direito.

Para garantir seu mais alto cargo no governo, Damien envia seu cachorro do demônio para a Grã Bretanha onde tem um rápido encontro com o atual embaixador. O canino lança um olhar hipnótico no político que zumbificado vai até seu gabinete e arma o gatilho de um revolver preso a rolos de tinta de uma máquina de escrever e as maçanetas da porta de sua sala.

Logo, a secretária anuncia que um grupo de reportagem da BBC o aguarda para uma entrevista e tão logo ele ordena a entrada dos profissionais, os mesmos acabam acionando a gambiarra que faz com que a arma que estava apontada para o embaixador dispare a queima roupa matando-o com um tiro no rosto fazendo espalhar sangue e miolos pela parede.

De volta a Itália, os estudiosos de um observatório após analisarem a constelação de Cassiopeia descobrem a previsão da chegada de um corpo celeste que é classificado como uma nova estrela de Belém, a mesma estrela que em eras bíblicas anunciou a chegada do menino Jesus a Terra e que ao que tudo indica trará uma nova encarnação do nosso salvador para travar a tão esperada peleja contra o anti-Cristo, Damien.

Sabendo disso, o mais alto cardeal do monastério de Subiaco escolhe sete sacerdotes e entrega a cada um deles um punhal de Meggido e instruções para a destruição de Damien antes da data limite para a conclusão da profecia do livro do Apocalipse.

Com o suicídio do até embaixador, Damien é eleito pelo presidente com o cargo tão cobiçado e durante a recepção para a posse, o anti-Cristo conhece seu novo secretário Harvey Dean, e a repórter Kate Reynolds. Damien não perde tempo e convida Kate que é mãe solteira para um programa e esta aceita levando seu filho Peter junto.

Depois de uma rápida passagem pelo parque, Damien, Kate e Peter passam pelo centro da cidade, onde um pregador religioso revela ao povo que o messias está voltando e todo aquele papo de fim do mundo e conversão, deixando o anti-Cristo ciente que seu maior inimigo está voltando.

Sem tempo a perder, os irmãos do monastério, liderados pelo padre De Carlo planejam um ataque durante uma entrevista em um estúdio de tevê. Um dos irmãos se infiltra nos bastidores e sobe até uma plataforma suspensa junto de holofotes e cabos de energia elétrica para atacar Damien de surpresa, mas o filho do demônio é alertado por Dean que viu o sacerdote. Esquivando-se, Damien usa de seus poderes para enrolar um cabo na perna do irmão que fica pendurado e preso a telas de plástico que pegam foto matando-o carbonizado.

Damien aproveita a confusão e recolhe o punhal de Meggido escondendo-o.

Como previsto, um corpo celeste luminoso colide com a Terra: nosso salvador nasceu! Damien pressente a chegada do Nazareno e confidencia a Dean que a essa altura já é seu seguidor sobre o ocorrido dizendo ainda que sente seu poder se enfraquecendo.

Através de uma investigação, Damien descobre o paradeiro dos outros seis punhais. Desses seis, três vão parar nas mãos de Damien depois que seu cachorro assassina três irmãos de Subiaco que tentavam outro atentado.

No dia seguinte, durante uma expedição a um clube de caça à raposa no qual Peter, filho de Kate faz parte, Damien se separa do grupo e é emboscado por dois outros sacerdotes que são facilmente eliminados e seus punhais tomados.

A noite, ao relento, Damien reúne centenas de seguidores fiéis e alerta a eles sobre o nascimento de um novo Cristo pedindo a eles assim como fez Erodes em eras bíblicas, que encontrem todos os nascidos nas primeiras horas do dia 24 de março, dia do nascimento de Jesus e os matem para vencer a guerra contra o filho de Deus de uma vez por todas.

Dean espalha agentes por todo canto para matar os bebês britânicos sem perda de tempo.

Sabendo do envolvimento de Kate com Damien, padre De Carlo recorre a repórter para fazer frente ao anti-Cristo depois de te-la visto debater na tevê sobre a alta taxa de mortalidade de recém nascidos que se alastrou no país sendo que ela foi a única a achar o ocorrido estranho e que possivelmente poderia se tratar de uma série de assassinatos.

Nem mesmo apresentando provas sobre a identidade de Damien, De Carlo não consegue convencer Kate visto que ela como profissional trabalha com fatos e não com crenças. De Carlo como último trunfo diz a Kate que Damien tem a tatuagem da besta, o número 666 na cabeça que é a prova incontestável de sua real identidade.

Peter, que se tornara adorador fervoroso de Damien, acaba ouvindo a conversa e repassa tudo a ele.

Durante um passeio, Damien atira Kate no rio e depois a resgata e a seduz levando-a para a cama. Ainda na mesma noite, Kate encontra Damien dormindo nu em outro cômodo e ao acariciar seu cabelo descobre o 666 em seu couro cabeludo.

No dia seguinte, Damien descobre por intermédio de Peter, que De Carlo visitou Bárbara, mulher de Dean que pariu recentemente, fazendo o anti-Cristo acreditar que seu secretário adulterou a data de nascimento de seu filho para poupá-lo da morte.

Enquanto isso, o cachorro de Damien hipnotiza Bárbara que passava roupa tentando fazê-la matar seu bebê. Dean chega na hora tentando fugir com sua mulher e seu filho, porém é tarde por que a criança já está morta e Bárbara o ataca com o ferro de passar.

De Carlo volta a procurar Kate dizendo que Damien está com Peter e que o menino é seu seguidor. Kate vai até Damien dizendo que o levará até o menino Jesus contanto que ele devolva Peter.

Chegando a uma grande construção abandonada, Damien é atacado por De Carlo, porém Peter se coloca como escudo sendo apunhalado em seu lugar. Logo depois, o sacerdote leva a sua parte.

Sem demora, Damien percorre todo o local invocando o nazareno até que Kate aparece de surpresa fincando o punhal no filho do demônio que cambaleia agonizando até uma luz com a silhueta de Jesus e diz a ele que ele não conseguiu nada morrendo em seguida.

Jesus, que assim como a bíblia previu voltou não como um bebê, mas como o rei dos reis, toma Peter em seus braços e o leva a Kate dando a entender que a ele foi dado o perdão e uma segunda oportunidade para a vida.

O reinado de Damien terminou, mas a franquia ainda tem mais uma sequencia que saiu diretamente para a televisão e que infelizmente não emplacou. Calma, que mais tarde eu falo sobre esse filme também para fechar a franquia com chave de ouro.

A franquia conseguiu apresentar uma evolução bacana e em sua até então última parte conseguiu mostrar um conteúdo muito forte, nos apresentou a um elenco pouco conhecido porém carismático e bem dirigido.

Outro grande trunfo é a trilha sonora mais uma vez assinada por Jerry Goldsmith que nos brindou com mais uma obra prima orquestrada e com um coro maravilhoso que conseguiu passar mais uma vez uma sensação obscuridade, desesperança, medo e tristeza... simplesmente amo.

No mais, o enredo é bem fluído, palpável e como sempre recheado de passagens bíblicas que coincidem com maestria com o que acontece em cada ato, simplesmente genial.

Trailer: 

A vingança de Cropsy / Chamas da Morte / The Burning (1981)

 

É inegável que a franquia Sexta-Feira 13 se tornou uma referência absoluta no mundo do terror, influenciando muitas crias que beberam tanto de sua fonte que poderiam ser consideradas clones exatos devido aos detalhes copiados em grandes, médias e pequenas produções.

Muitas delas souberam utilizar muito bem das característica e clichês da série do serial killer mascarado de Crystal Lake que se tornaram um clássico cult entre os devoradores de filmes de terror. Uma delas é The Burning de 1981 que por aqui recebeu os nomes de Chamas da morte e A vingança de Cropsy e narra a luta pela sobrevivência de um grupo de jovens que se veem as voltas com a perseguição implacável de um stalker que está em busca de vingança por conta de uma peça da qual ele foi vítima no passado e que lhe custou profundas cicatrizes na alma...e no corpo principalmente.

Tudo começa no acampamento Black Foot justamente no fatídico dia em que um grupo de adolescentes de pouco cérebro, resolve por fim as perversidades do zelador Cropsy, um sujeito solitário e de poucas palavras, lhe passando um trote do qual ele ia se lembrar para o resto de sua vida.

Os garotos colocam sobre um móvel, um crânio falso cheio de minhocas e acendem velas ao redor da cama de Cropsy, que estava dormindo profundamente e que só acorda com o som de pancadas na janela executadas pelos seus carrascos.

O susto faz com que Cropsy derrube o crânio e as velas dando início a um incêndio e se não bastasse isso, as chamas acabam consumindo-o fazendo dele uma tocha humana e no desespero ele se joga no rio bem diante dos olhos daqueles moleques imbecis que percebem que seu trote passou da conta, porém nenhum deles move um dedo para salvar Cropsy.

Uma semana depois, um par de médicos avaliam o estado de Cropsy e ficam surpresos por ele ter sobrevivido depois de ter sofrido tamanho estrago.

Cinco anos se passam e depois de muitas cirurgias (e provavelmente de tentativas de aplicações de enxertos) e muita terapia, Cropsy recebe alta médica e agora está por conta própria iniciando uma nova vida para se reencaixar na sociedade, agora com uma deformação no rosto da qual ele terá que conviver para o resto de sua vida.

Crospy resolve tentar socializar com o mundo lá fora se aventurando com uma prostituta ocultando seu rosto. Porém na hora do vamos ver, o zelador não tem outra opção se não mostrar sua face assustando a aquela mulher da vida que se recusa a ter relações com aquela monstruosidade em forma de gente.

Furioso, Cropsy a ataca com a primeira coisa que ele encontra no caminho: uma tesoura e com esta mesma ferramenta ele mata a prostituta.

Na manhã seguinte, o acampamento Stone Water abre suas portas para mais uma geração de adolescentes idiotas cheia de hormônios que iniciam suas férias numa jogatina de beisebol.

Mais tarde, Michelle, uma das monitoras do acampamento faz uma ronda rotineira e aproveita para se inteirar sobres os crushs de cada garota, suas crises existenciais e seus conflitos internos, aquela velha desculpa que os filmes slasher dão para apresentar o elenco e distribuir seus subtramas repetitivos.

Um dos principais elementos desta nova safra de adolescentes é Alfred, um rapaz retraído e considerado o estranho da turma, comumente perturbado por Glazer, namorado de Sally por quem o rapaz tem uma queda e protegido de Tod, o parceiro de Michelle.

Depois de levar uma prensa de Tod por mexer com Alfred, Glazer resolve se vingar do garoto jogando-o no rio sem saber que ele não sabe nadar.

Os outros garotos tiram Alfred da água e resolvem dar um troco em Glazer atirando chumbinhos na bunda dele para mostrar que o esquisitão não está mais só.

Anoitecendo, alguém resolve espreitar o dormitório dos garotos e Alfred vê um vulto e corre avisar geral, mas ninguém da bola e todos vão ao refeitório jantar.

Lá, Glazer resolve convidar Sally para um passeio de canoa e acaba arranjando encrenca com Alfred para variar.

Logo depois, Tod fala sobre a noitada que vai ocorrer na Stone Water e passa aos acampantes algumas instruções e regras.

A manhã seguinte transcorre tudo bem com passeios de canoa e muita diversão e é a noite que as coisas ficam mais agitadas quando Fred, outro monitor junta a turma envolta de uma fogueira e começa a contar a história do acampamento concorrente, o Black Foot e o que aconteceu com Crospy, que segundo ele, era um bêbado e antipático que infernizava geral.

Fred ainda fala sobre uma fixação que Cropsy tinha por tesouras e no final geral leva o maior susto.

Mais tarde, enquanto passeiam pela florestam Eddy e Karen, um dos casais de adolescentes debatem sobre a peça que lhes foram pregada mais cedo durante a história de Cropsy. Eddy convida a namorada para nadar no lago.

Os dois ficam no maior love sem perceber que estão sendo vigiados.

Eddy tenta avançar o sinal muito rápido e Karen que é mais tranquila interrompe uma tentativa de coito deixando o crush sozinho no lago.

Ao sair da água, Karen percebe que suas roupas sumiram e ela acaba encontrando cada peça pendurada em uma árvore diferente. Emboscada, Karen acaba sendo atacada por alguém misterioso que a mata a sangue frio com uma tesoura (dou um doce para quem acertar quem é esta pessoa misteriosa).

Na manhã seguinte, Tod e Michelle encontram Eddy dormindo ao relento e o interrogam sobre o desaparecimento de Karen.

Percebendo que o negócio pode ser muito sério, os monitores espalham a notícia do desaparecimento e os jovens resolvem montar um grupo de buscas. Glazer por sua vez não perde a oportunidade e joga toda a culpa em Alfred.

Espalhados buscando a amiga, Glazer e Sally resolvem transar sem perceber que Alfred os stalkeava de longe.

Enquanto isso, o grupo de Eddy improvisa uma jangada e ao se lançar no lago, encontram a canoa de Karen boiando.

Ao se aproximarem, todos são atacados e mortos por um estranho forte e de posse de uma tesoura de jardinagem.

Super responsáveis e totalmente concentrados nas buscas, Tod e Michelle iniciam uma transa (ironia, tá?).

Do outro lado, Glazer e Sally terminavam uma transa rápida e o rapaz resolve que é hora de voltar as buscas, mas sua garota quer ficar por lá mais tempo. Glazer diz então que vai ao acampamento pegar fósforos para fazer uma fogueira e dane-se a Karen.

Sozinha, Sally é atacada pelo maníaco da tesoura. Não muito depois, Glazer retorna e vê a amada totalmente coberta. Ao descobri-la também é atacado e Alfred vê tudo se pondo a correr até encontrar Tod para quem conta em pânico que viu um cara deformado que ele acredita ser Cropsy matando Glazer com uma tesoura.

Mesmo desdenhando da história de Alfred, Tod vai até onde os corpos estão e é atacado. Com medo, Alfred corre novamente para se salvar.

Do outro lado, os adolescentes que restaram encontram a jangada do grupo de Eddy e Michelle pula na água para averiguar.

Tod, que havia sobrevivido chega até o outro lado do lago onde Michelle e os outros estão e atônito não consegue proferir uma só palavra.

Michelle encontra os corpos picotados na jangada e Tod ordena aos jovens que voltem ao acampamento e fiquem lá muito bem protegidos de qualquer ataque.

Tod mais uma vez se separa do grupo para procurar Alfred que não estava entre eles. Enquanto isso, Michelle que já estava de volta ao acampamento avisa a Fred sobre a chacina que recaiu sobre a Stone Water e depois de alertar a polícia, a dupla freta um barco a motor e se jogam na água para buscar o assassino a solto.

Do outro lado, Cropsy finalmente pega Alfred que grita por socorro sendo ouvido por Tod. Alfred é levado para uma mina em ruínas onde seu algos o prende com tesouras nas mãos em uma parede.

 Tod entra no local escuro armado com um machado e quase é acertado em cheio por um vagão.

Pelo caminho, Tod encontra cadáveres e tem uma lembrança reveladora: ele é um dos responsáveis pela pegadinha que destruiu a vida de Cropsy há cinco anos.

Logo depois, Tod ouve os gritos e socorro de Alfred e chega até ele onde encontra também Cropsy, que finalmente revela seu rosto terrivelmente desfigurado.

Para devolver na mesma moeda, Cropsy ataca Tod com um maçarico até ser acertado por Alfred que aproveitou a confusão para se soltar.

Alfred perfura Cropsy com sua própria tesoura, mas é pego por ele ao tentar sair da mina.

Tod ataca o maníaco com o machado e Alfred fecha com chave de ouro ao atacar Cropsy com o maçarico matando-o de uma vez.

Tudo termina com um monitor de acampamento contando o desfecho desta história a noite envolta de uma fogueira como se fosse uma daquelas lendas urbanas de acampamento.

Um desfecho um tanto quanto interessante e criativo para um filme que apesar dos clichês e a influência notória das histórias de Jason Voorhees se saiu muito bem conseguindo sua própria identidade e sua fama mais do que merecida no meio.

A atmosfera de perseguição é predominante em quase todo o filme ainda que não seja completamente necessária já que desde o início nós sabemos que o assassino da Stone Water era o Cropsy, mas por outro lado ficou super bem acertado mostrar o rosto do maníaco da tesoura só no último ato deixando as expectativas lá no alto.

A tesoura por sua vez virou a marca registrada do Cropsy tornando a identidade e a busca pelo filme facilitada para aqueles que não sabem ou não se lembram de nenhum dos títulos, basta se referirem ao filme como ''aquele do assassino com tesoura de jardineiro'' e pronto, qualquer um que conheça vai saber identificar na hora. Não sei se essa foi realmente a ideia dos produtores ou se foi pura casualidade, o que importa é que foi uma jogada sensacional. 

O enredo como eu já disse é cheio de clichês, mas tem uma premissa bastante criativa e atrativa. Os efeitos práticos e a maquiagem não são a oitava maravilha do mundo, mas funcionam bem e não envelheceram tanto, então dá para curtir de boa com a certeza de que o filme ainda funciona nos dias de hoje com maestria.

Trailer:

As Crianças / The Children (1980)

 

O subgênero de filmes de zumbis começou a virar uma zona depois do fenômeno A noite dos mortos-vivos de 1968 trazendo muita tranqueira de baixíssimo orçamento e forrado de clichês que mais atrapalhavam do que ajudavam no desenvolvimento da trama e da produção.

Premissas como desastres nucleares, consequências da ambição humana entre outros, transformavam os filmes de zumbis seguintes ao clássico de George Romero em verdadeiras piadas e muitas dessas produções se tornaram obscuras e outras cult pelo mesmíssimo motivo: o fato de serem tão ruins e maus executados que acabam sendo bacanas para se ver uma, no máximo duas vezes para nunca mais, assim só para conhecer e matar a curiosidade.

Eu tive a grande sorte (estou sendo irônico, antes de mais nada) de ter topado do nada com uma dessas bombas oitentistas que mesclam o subgênero zumbi com outro nicho que eu amo de paixão: crianças assassinas. Ingenuamente eu acreditei que iria ver um clássico da década em que eu nasci, mas o que eu encontrei foi um longa com uma premissa clichê, atuações medianas, maquiagens piores que os dos monstros do trem fantasma do parque de diversões mais pé de chinelo que vocês possam imaginar, e muitas outras bizarrices que eu vou deixar para as considerações finais lá na parte da crítica.

Bora sofrer um pouco com o enredo 👀 que nos leva a cidade interiorana de Ravensback, Nova Inglaterra onde uma dupla de operários de uma usina nuclear fecham mais um dia de trabalho duro deixando para traz uma tubulação vazando uma substância altamente corrosiva que gera uma fumaça espessa que se espalha. 

A fumaça acaba virando uma densa neblina que começa a cobrir os arredores e acaba tragando um ônibus escolar com algumas poucas crianças do primário que estavam em passeio no bosque.

Na cidade, somos apresentado ao xerife Billy Hart terminando de tomar seu café da manhã numa lanchonete padrão e ao pagar aproveita para jogar gracejos para cima da garçonete local, Sally marcando um encontro com ela.

De volta a ronda corriqueira, Billy passa pelo seu parceiro Harry Timmons que aproveita a calmaria da cidade para namorar sua garota, Suzie Mackenzie.

Depois de rodar alguns quilômetros, Billy encontra o ônibus escolar parado no meio do bosque e ao descer da viatura para verificar percebe que o veículo está abandonado.

Perto de lá, na residência dos Button, Billy resolve requisitar a ajuda da jovem e despreocupada Leslie com o caso do ônibus já que seu irmão caçula Tommy está entre as crianças que desapareceram do veículo.

Depois de vestir roupas decentes, afinal estava tomando banho de sol, Leslie se junta a Billy e ao investigar os assentos do ônibus percebem que os pertences das crianças permanecem lá.

Billy contacta Harry e reporta o ocorrido deduzindo que eles estão no meio de um caso de sequestro.

Depois disso, Leslie se separa de Billy e começa a caminhar em um cemitério próximo onde tropeça e cai em um corpo. Quando ela se levanta percebe que o rosto do defunto está completamente desfigurado a base de queimadura.

Antes que pudesse examinar mais a fundo o cadáver, Leslie dá de cara com seu irmãozinho Tommy, que estava entre as crianças do ônibus, que estranhamente está pálido, tem as unhas pretas e um sorriso amedrontador na face. O garoto estica os braços querendo abraçar a irmã até que consegue e seu contato físico faz com que Leslie queime até a morte.

Enquanto isso, Billy vai até a mercearia de sua amiga Molly para contar o recente ocorrido com as crianças e aproveita recrutar civis para montar uma barricada na saída do bosque e para ficar por um tempo guardando o local para evitar que qualquer suspeito deixe a cidade ou que entre nela.

Logo depois, Billy começa a visitar as casas das crianças desaparecidas para deixar seus pais a par do ocorrido e alguns instantes depois de sair da casa de uma das famílias acaba encontrando Jhon Frimmont, um dos populares que se propôs a ajudar, que relata ao xerife que o carburador de seu carro quebrou bem no meio do bosque.

Billy oferece carona ao amigo e ao deixarem o local, percebemos que uma menina os observava.

A menina, que se chama Ellen, chega rapidamente a sua casa onde sua mãe a recebe com um abraço e igualmente a Leslie morre queimada. Logo em seguida chega o pai da menina que também é atacado.

Do outro lado, Harry pede a Suzie que o deixe trabalhar na vigilância da barricada e ela que tem uma entrega para fazer monta em sua bicicleta até a residência dos Peterson e ao chegar lá, ela percebe que a casa está vazia aparentemente.

Ao sair para a varanda, Suzie acaba encontrando o menino Paul Peterson igualmente a Tommy e Ellen e ele a mata com um abraço.

De volta a casa, Jhon encontra seu filho Clark, a única criança que não foi ao passeio de ônibus já que precisava cuidar da mãe que está em seus últimos momentos de gravidez. Logo depois ele encontra sua mulher Cathy e Billy se junta a eles deixando a família do amigo a par de tudo.

De volta a Harry, ele resolve deixar a barricada com seus ajudantes debochados e acaba encontrando três das crianças desaparecidas que o esperam sorridentes e de braços abertos. Harry contacta Molly que contacta Billy para reportar sobre o aparecimento de três crianças.

Jhon resolve ir junto e ao encontrarem o carro de Harry também encontram o corpo dele desfigurado.

Temendo por Leslie que há tempos não dá notícias, Billy resolve ir a casa da garota e lá encontra os corpos também desfigurados da mãe e do cachorro dela.

Rapidamente, a dupla vai até a mercearia atualizar Molly e tentar usar sem sucesso o telefone para pedir reforços. Jhon, em pânico aproveita para comprar um rifle e munição e pede a Billy que o leve para casa.

No caminho, Billy e Jhon acabam encontrando a menina Janet, uma das desaparecidas vagando e a colocam no carro.

Ao chegar na casa da família da menina, Billy pede a Jhon que vá buscar a mãe de Janet que acabou adormecendo no banco de trás. Jhon obedece e ao percorrer toda a casa só encontra corpos na mesma situação que Harry.

Billy escapa por pouco do abraço de Janet e se desfaz dela desconfiado. Jhon volta para o carro e os dois voltam a pegar estrada.

Enquanto isso, Molly recebe a aparição das crianças desaparecidas e contacta Billy sendo atacada em seguida.

Paralelo a isso, Cathy era vigiada do lado de fora até que Billy e seu marido chegam. Logo na sequência, Cathy exige explicações para todo aquele alarde que se instalou em seu lar e quando Billy ia começar a explicar logo acaba tendo sua atenção voltada para o noticiário local que além de atualizar o público sobre as crianças desaparecidas acaba noticiando sobre o vazamento da usina nuclear de Ravensback e a neblina que cobriu os arredores e se espalhou pelas cidades vizinhas. 

Neste meio tempo, Cathy se sente vigiada novamente e sua stalker se apresenta: é sua filha mais velha Jennifer que estava no ônibus com as outras crianças e só apareceu agora. A menina tenta abraçar a mãe e Billy agora alerta afugenta Jennifer que corre até o porão.

Lá, Jhon quase cede a um abraço da filha que só consegue queimar a mão do pai. Outra criança aparece e Billy a alveja com tiros, porém a criança não sofre nada. 

Sem opções, a dupla volta para dentro de casa enquanto as crianças se juntam e cercam o local.

Billy começa a atirar da janela e sem entender nada, Cathy golpeia o xerife com um vaso. Jhon explica a esposa que foram as crianças que feriram sua mão e que elas já não são mais as mesmas. Logo depois, Jhon pede a Cathy que vá ver Clark.

Enquanto isso, o menino Paul escala o telhado até chegar na janela do quarto de Clark chamando sua atenção. Clark, que estava dormindo acaba acordando e inocentemente abre a janela para o amiguinho convidando-o para entrar.

Jhon e Cathy sobem as escadas dando de cara com Paul descendo as mesmas. Billy confronta o menino e decepa suas mãos, fazendo-o soltar um estranho grunhido e morrer logo em seguida.

Ao chegar no quarto de Clark, o casal Frimmont desaba ao encontrar seu até então caçula morto.

Billy diz ao amigo que a única forma de acabar com as crianças malditas é pegando uma de cada vez e decepando suas mãos pois elas tem algo que mata quando em contato com outra pessoa.

Jennifer reaparece tentando pegar o pai novamente e Billy decepa uma de suas mãos matando-a.

A dupla sai para procurar as crianças que estão escondidas no celeiro. Billy entra em combate e mata as crianças com muito esforço.

Exausto, Billy vai até a viatura tentar contato pelo rádio, até que Ellen, a última das crianças remanescentes o ataca de surpresa matando-o queimado.

Irado, Jhon ataca a menina esquartejando-a e a exaustão o faz cair sobre o corpo destroçado de Ellen acordando com o nascer do sol e os gritos de Cathy.

Jhon vai até a mulher e percebe que ela está tendo as contrações. Enquanto temos um vislumbre dos corpos das crianças e de alguns adultos, Cathy entrava em trabalho de parto até que o bebê finalmente nasce.

Ao ver seu filho dando a primeira mamada (sem maldade, por favor), Jhon percebe que ele tem unhas pretas iguais as das crianças malditas. Que plot, senhores!

E finalmente se dá fim um filme vagabundinho, porém interessante de premissa criativa, porém regada a muitos clichês e como já dito, um orçamento que mal pagava um pastel de queijo e um copo de garapa e isso é visto na maquiagem capenga dos rostos deformados que mais parecia pedaços de meia velha surrada com trigo e leite batido a mão. 

Fora isso, praticamente não tem sangue e toda cena de morte é a mesma merda do abraço que queima. O que os produtores do filme pensaram? Que o público ia pegar trauma de contato corporal de ver esse asco? 

O desenvolvimento pelo menos é bem fluído, nada massante porém não exploram muito o caso do vazamento, apenas vazou e pronto. Fora que o enredo entrega tudo de forma fácil, tipo, simplesmente deu no noticiário sobre o vazamento da usina nuclear, os protagonistas juntam tudo e deduzem que as crianças cheiraram aquele gás tóxico e todo mundo ficou loucão, ninguém contesta e nem tenta encontrar uma resposta mais aceitável. Simplesmente é isso e pronto.

Querem saber? Prá mim deu, eu tive que ver o filme duas vezes para pegar o enredo bem mastigadinho e mesmo assim não me convenceu, mas cá entre nós... o que eu esperava de um filme classe B que não tem um nome conhecido se quer? Assistam por conta própria.

Trailer:  

Magia negra / Passe de mágica / Magic (1978)

 

O medo da fama, a forma como não conseguimos lhe dar com o estrelato meteórico... isso tudo somado a um temperamento explosivo pode gerar uma série de ataques psicóticos e o desenvolvimento de uma crise de dupla personalidade onde já não se sabe mais quem é quem.

Esse é o plano de fundo de Magia negra, ou passe de mágica como também ficou conhecido por aqui, um filme de 1978 com Anthony Ropkins, o eterno Hannibal Lecter, no papel central.

Tudo começa depois que o tímido Corkey Withers, um mágico iniciante de boteco perde o controle durante um apresentação que não estava indo muito bem terminando com um surto.

Corkey, abatido pelo ocorrido relata tudo a Merlin, seu pai e tutor no ramo da magia, um mágico aposentado e adoentado que passa o tempo todo acamado.

No dia seguinte, Corkey tenta um número diferente mesclando truque com cartas e ventriloquismo, com seu novo parceiro de palco o boneco Fats. A apresentação dá certo agradando o público e chama atenção de dois olheiros: Todson e Ben Green que é empresário. Este último vê um futuro promissor para Corkey e Fats e se oferece para cuidar da carreira dos dois.

A relação entre artista e empresário começa com o pé esquerdo, pois Ben conhece o gênio forte de Corkey e isso faz com que ele peça ao cliente para ir ver um bom psiquiatra se quiser que os dois continuem trabalhando juntos.

Corkey resolve espairecer e paga um táxi para levá-lo para visitar alguns pontos de uma cidade nas montanhas onde ele passou parte de sua juventude e percebe que nada mudou.

No trajeto, Corkey resolve parar e negociar o aluguel de um quarto de pensão perto do lago onde ele pretende ter um pouco de paz e também para se aproximar de Peggy Ann Snow, dona do imóvel e sua paixão do passado.

Peggy é casada com Duke, porém é infeliz já que o marido é ausente e frio com ela.

Corkey começa a desenvolver uma relação afetiva com Fats como se ele fosse uma pessoa de verdade.

O reencontro com Peggy começa bem, mas Corkey começa a explodir durante um treino para um número de cartas que não dá muito certo pois ela lhe tira a concentração.

Depois de finalmente conseguir executar o número com perfeição,o casal se entrega a paixão e os dois transam aos olhos de Fats que parecia de fato observar tudo.

Um tempo depois, Corkey tem uma discussão com Fats pois o boneco sente falta de Manhattam até que Ben que descobriu o esconderijo de seu cliente, chega cobrando a visita ao psiquiatra como combinado.

Ben dá um ultimato para que Corkey se decida ou irá deixar de fazer parte do show biss e para piorar, Fats dá inicio a outra crise de nervos em seu parceiro.

Antes de deixar a pensão, Ben é atacado por Corkey com a cabeça de Fats que no final de tudo acaba precisando de... curativos?

Fats aconselha o amigo a colocar pedras nos bolsos de Ben para depois despejá-lo no lago sem correr o perigo do corpo boiar e assim é feito logo depois de retirarem todos os documentos do velhaco.

No meio do processo, Ben que ainda estava vivo acorda e entra em luta corporal com Corkey que o afoga de uma vez.

Na manhã seguinte, Duke volta ao lar e Corkey o entretém com a ajuda de Fats.

Mais tarde, no meio de um toró, Duke encontra o carro de Ben largado na pista. Corkey revela que ele está fugindo de seu empresário e pede ao marido de Peggy para ajudá-lo a manejar o carro para longe.

Depois de ter uma discussão com Peggy por desconfiar de Corkey, Duke resolve convidar o amigo para pescar de canoa no lago.

No meio do caminho, Duke confronta Corkey sobre a pulada de cerca de Peggy e logo depois, o cornoaldo acaba fisgando algo grande e pesado com sua vara deixando Corkey tenso, mas no fim era apenas um galho velho.

Logo depois, o maior temor de Corkey acontece: o corpo de Ben aparece na margem do lago e Duke pede ao amigo que vá para a pensão e telefone para o 911 suspeitando que o corpo do desconhecido ainda tenha vida.

Mudando de planos ao descobrir que Ben está de fato morto, Duke vai pessoalmente a pensão e ao revirar as coisas de Corkey descobre a carteira com os documentos do defunto. Duke logo desconfia que o assassinato de Ben foi obra de Corkey, porém quando ia tirar satisfações ele é apunhalado pelo amante de Peggy sobre a influência de Fats que mais uma vez ordena ao parceiro que se livre do corpo até que Peggy que estava remando chega.

As coisas não poderiam estar dando mais certo para Corkey, já que Peggy anuncia que irá deixar Duke.

A noite, antes de deixar a pensão, Peggy precisa falar com o futuro ex-marido e Corkey explode com ela dizendo coisas que não devia fazendo-a ir embora chateada.

Corkey perde a paciência com Fats e discute com ele como nunca tinha feito antes.

Depois de se acalmar, Corkey procura Peggy em seu quarto para matá-la com uma faca mas não consegue.

Corkey volta para seu quarto dizendo a Fats ter apunhalado seu próprio peito e abraçado ao boneco ele agoniza até morrer.

Logo em seguida, Peggy reaparece dizendo que mudou de ideia e quer ir embora com o amante. Segurando algo na mão, Peggy emula a vos de Fats e seu tom sínico.

Será que Fats era uma entidade alto consciente que tomava conta de Corkey e agora mudou de hospedeiro? Ou será que Peggy se contagiou com o gênio difícil de Corkey criando sua própria personalidade alternativa?

E com essa enorme interrogação termina essa história de enredo forte e acalorado que nos brindou com a ótima atuação de Hopkins que convenceu do inicio ao fim com seus surtos e suas caras e bocas.

Não é nada alem disso, mas o filme entrega muito mesmo tendo investido pouco. As cenas de violência são poucas porém o suficiente para mostrar a que veio.

Trailer: 

Sinais / Signs (2002)

 

Invasões extraterrestres são uma constante preocupação para os que creem na existência de vida inteligente fora da Terra e um meio e obter muito lucro para quem explora o nicho de todas as formas possíveis.

Um dos casos mais antigos e mais clássicos é o caso Roswell que aconteceu em 1947 no Novo México, EUA quando moradores locais afirmaram terem encontrado restos de um possível disco voador, fato que o exército descartou alegando que o objeto não identificado era um balão meteorológico, porém toda essa repercussão ganhou o mundo e as dúvidas sobre a veracidade das alegações das forças armadas acabaram ascendendo um sinal de alerta e muitas teorias foram levantadas acerca do caso. Estaríamos mesmo sozinhos no mundo?

Bom, isso não é um documentário do Discovery Channel, e tão pouco um levantamento sobre um debate de crenças, o que importa aqui é que todo esse mistério a respeito do universo despertou em M. Night Shyamalan a vontade de levar as telas um filme repleto de suspense trazendo a tona a possibilidade de uma real invasão de alienígenas no interior dos EUA.

O elenco é recheado de feras como Mel Gibson, Joaquin Phoenix (o eterno Coringa do filme homônimo), a até então atriz mirim Abigail Breslin (estrela de clássicos como A pequena Miss Sunshine e Uma prova de amor) e ainda o iniciante e irmão caçula de Macaulay Culkin, Rory Culkin, fora o próprio Shyamalan que resolveu dar um de Stan Lee participando de sua própria cria em duas ou três breves porém necessárias cenas.

Tudo começa na comunidade rural do condado de Bucks na Pensilvânia quando a plantação do ex-pastor Grahan Hess amanhece com estranhos sinais de ponta a ponta. Grahan, que por conta de um passado traumático que logo mais falaremos, já estava com sua crença abalada o que o fez deixar o sacerdócio e os cultos dominicais da igreja de Bucks.

Apesar de não terem levado nada, Grahan aciona a polícia representada pela oficial Paski, uma velha conhecida da família Hess para averiguar a situação e diz que não acredita que todo aquele milho jogado no chão tenha sido debulhado com uma talhadeira ou qualquer maquinário próprio para a colheita já que todas as espigas estão intactas, o que deixa tudo ainda mais intrigante.

Logo ali perto, ambos dão de cara com o cachorro da família sem vida jogado no chão, e Morgan, o filho mais velho de Grahan alega que o animal surtou do nada e feriu sua irmãzinha Bo, a princesinha da casa, que tem uma pitoresca mania de espalhar copos inacabados de água por toda a casa.

Mais tarde, Grahan resolve fazer uma ronda na plantação com seu irmão Merrill afim de pegar no pulo um possível ladrãozinho pé de chinelo e assim por fim no mistério dos sinais, mas nada acontece.

No dia seguinte, durante uma passagem da oficial Paski pela fazenda, acaba-se descobrindo por intermédio do noticiário que marcas iguais as da fazenda dos Hess foram vistas ao redor do mundo como na Índia e na Inglaterra e seguem se espalhando.

Todo esse alvoroço da imprensa faz Morgan ficar obcecado com a hipótese de que a Terra esteja na mira de uma invasão alienígena, porém Grahan é cético, já não acredita em nada e resolve acabar com um possível trote de algum engraçadinho se embrenhando na plantação mais uma vez. Sozinho, no breu e no silêncio do campo, Grahan acaba sentindo uma movimentação estranha e acuado ele corre de volta para dentro de casa.

Na manhã seguinte, Merrill havia varado a noite assistindo um extenso documentário enquanto Morgan e Bo liam um livro sobre Ufologia e observavam o céu através de um telescópio.

Enquanto resolvia suas pendências, Grahan encontra seu vizinho Ray Reddy, responsável pelo acidente de carro que tirou a vida da mulher do ex-pastor e causador e sua renuncia a Cristo e a religião, alegando estar de mudança por medo dessa história dos sinais misteriosos. Ele diz estar se mudando para perto do lago, pois ele desenvolveu uma teoria de que quem quer que tenha feito aqueles sinais na plantação tem fobia a água já que nenhum dos sinais foram feitos próximos a onde tem água.

Neste mesmo momento, Merrill vê pela tevê uma matéria chocante de um flagrante real de um alienígena próximo a uma festa de aniversário infantil... aqui no Brasil, gente!!! A descoberta é tão estarrecedora que faz Merrill pular da cadeira em pânico numa cena épica regada a uma música tensa que deixaria até o mais macho dos machos alfa com o fiofó na mão.

De volta a casa, Grahan vê um vulto passar por baixo da porta da dispensa e intimida o invasor que não esboça nenhuma palavra. Logo depois, com o auxílio de uma faca, ele tenta captar através do reflexo do talher a identidade do estranho e depois de muito insistir, é atacado por uma mão pálida com dedos magros, enrugados e largos.

Em pânico, Grahan corta fora dois dedos do invasor de solta um grunhido estranho e foge sem ser identificado.

Depois de contar o acontecido a família, Grahan resolve que eles devem evacuar a fazenda imediatamente, porém a democracia fala mais alto (como sempre) e o ex-pastor perde por 3 a 1 em uma votação sendo obrigado a ficar lá mesmo.

Grahan resolve então botar trancas em todas as portas e janelas, pega a única televisão da casa para se manter informado e leva Merrill e as crianças para um abrigo anti bomba até que a poeira abaixe.

Um tempo depois, Grahan conduz um almoço com os suprimentos do abrigo, porém a pressão e o medo faz com que a família que não tinha a menor fome tenha uma tórrida discussão que termina com o laço familiar fortalecido e os Hess resolvem resistir até o fim contra a ameaça não identificada.

Depois que a babá eletrônica de Bo capta um sinal estranho vindo de dentro da casa, Merrill corre para pregar as portas do abrigo, sua última barreira contra o perigo.

Ruídos estranhos são ouvidos e se espalham pela casa e os Hess tentam identificar os invasores com as luzes de suas lanternas quando de repente, um grande susto faz Morgan ter uma crise de asma e para sua infelicidade, na correria para evacuar a casa, Grahan esqueceu de pegar o remédio e a bombinha do menino. Grahan abraça o filho bem forte e o faz se acalmar até que a crise cessa.

Com tudo normalizado, todos resolvem dormir e Grahan sonha com o dia que sua mulher sofreu um acidente fatal de carro. Ela ficou presa nas ferragens com seu corpo serrado ao meio e ainda vivo graças as próprias ferragens.

Grahan que chegou rapidamente ao local do acidente foi alertado pela oficial Paski que sua mulher, Colleen tinha pouco tempo para uma despedida, pois removendo o veículo ela partiria inevitavelmente.

Amanhece e está tudo calmo. A família deixa o abrigo para averiguar a casa e acabam encontrando um verdadeiro alienígena com Morgan nos braços ainda adormecido. Grahan percebe que faltam dois dedos na sua mão do alienígena, ou seja, era ele o invasor captado pelo reflexo da faca no dia anterior.

Tendo um flashback com seu passado traumático, Grahan percebe que tudo aquilo de que seu ceticismo o cegou e que tudo aquilo que ele se negava a acreditar estava acontecendo bem diante de seus olhos e tudo o que restava era recuperar sua fé e tomar uma iniciativa para acabar com aquele pesadelo que se instalou em Bucks.

Grahan ordena a Merrill que relembre seus tempos como jogador na liga amadora de beisebol do qual ele havia se aposentado há anos e acerte a tacada mais forte que ele pudesse no alienígena.

Merrill acerta um golpe certeiro fazendo a criatura esbarrar num copo de água daqueles que Bo vive espalhando pela casa, fazendo sua vítima sofrer uma espécie de corrosão na pele comprovando a teoria da fobia de água que Ray Reddy levantou antes de ir embora.

Do lado de fora, Morgan que antes estava com os pulmões fechados, agora respira normalmente; de alguma forma o alienígena estava curando o menino.

Com a família a salva e com a invasão alienígena de Bucks contida, Grahan faz as pazes com Deus depois de reavivar sua fé e volta ao sacerdócio agradecido ao nosso senhor por lhe devolver a paz de espírito e a segurança de sua casa.

Um verdadeiro suspense cheio de momentos assustadores e cenas épicas com uma trilha sonora a altura, uma ambientação muito bem aproveitada e uma fotografia bem bacana.

A direção de Shyamalan foi pontual, os cortes de câmera foram muito bem executados nos premiando com ótimos foques em cenas de fuga, perseguição e as dos sustos então nem se fala... tudo muito bem coreografado. Um prato cheio para quem curte um bom filme de ficção científica e para quem adora cagar nas calças com um bom suspense. 

Trailer: