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quinta-feira, 18 de maio de 2017

O anjo Malvado / The good Son (1993)



Aí está um suspense que trouxe tudo o que havia de bom no início dos anoa 90: um roteiro amarrador e meticulosamente bem construído, um elenco de primeira com os rostos mais conhecidos da época e uma ambientação de encher os olhos.

A trama pode parecer lenta no início e bastante psicológica, cheia de jogadas e perseguições mentais dignas de um vilão hábil e completamente controlador.

O vilão em questão é uma criança de aproximadamente dez anos que esconde um segredo obscuro e um caráter psicopata genial que vem a tona a partir do momento em que seu primo afastado viaja vários quilômetros até sua cidade para poder se hospedar por algum tempo em sua casa depois que a mãe do menino faleceu por conta de uma doença.

O que parecia ser o início de uma grande amizade, se torna um jogo de gato e rato a partir do momento que o recém chegado ganha todas as atenções e todo o carinho da família.

A coisa toda começa com o menino Mark Evans disputando uma partida de futebol, até que seu pai, Jack vai até o campo buscá-lo para ver sua mãe no hospital, mãe esta que está internada e vivendo seus últimos momentos. 

Depois de um último encontro entre mãe e filho, a mulher que já estava em estágio terminal de uma doença falece e é sepultada ao ar livre em um deserto envolto a uma grande comoção de amigos e parentes.

Jack, agora viúvo e pai solo, tem a difícil escolha de fazer uma viagem a negócios de duas semanas ao Japão para garantir um futuro estável á Mark e o custo é deixar o filho esse tempo todo com seu irmão Wallace e sua família há uma dezena de estados longe de casa.

Depois de uma longa viagem de carro, Mark e Jack chegam a cidade nevada de Wallace onde ele vive com sua mulher Susan e seus filhos Henry e Connie que são super receptivos. Prova disso é que Henry dá uma máscara artesanal feita por ele mesmo igual a que ele tem ao primo e na mesma noite, troca com Mark pontapés na canela durante o jantar para selar a nova amizade (já que a família estava afastada há praticamente uma década e os meninos não se conheciam).

Na manhã seguinte á partida de Jack, Mark é convidado por Henry para conhecer sua casa na árvore e ao subir pelas escadas apodrecidas, quase cai de uma altura considerável se não fosse o atento primo segurá-lo, porém antes de puxá-lo, Henry pergunta ao primo se ele saberia voar caso ele o soltasse.

Mais tarde, os dois vão até um velho armazém onde depredam várias vidraças até serem flagrados pelo segurança que os fazem correr de lá. No meio da corrida, eles são pegos por um cachorro que os persegue até ficar impossibilitado de prosseguir.

Logo depois, os dois correm até um poço perto de um cemitério onde Henry tem uma caixa com cigarros escondidos do qual fuma um deles, enquanto Mark vê Susan parada olhando o mar do topo de uma colina adjacente a casa dos Evans e Henry diz ao primo que ela vai sempre ao local pensar em um tal Richard.

No dia seguinte, Henry convida o primo para conhecer sua cabana secreta onde mostra a ele uma parafernália que ele construiu que é semelhante a uma besta, mas que no lugar de uma flecha dispara parafusos a longa distância.

Henry dá uma amostra do funcionamento de sua arma secreta mirando um gato, porém por consideração a Mark, o garoto dá apenas um susto no animal.

Mark, mesmo a contragosto, passa por sessões de terapia com uma pediatra infantil local, a doutora Alice Davenport que tenta a todo custo fazer o jovem órfão de mãe a falar o que está guardado em seu coração.

Henry começa a perceber uma certa aproximação da família ao recém chegado e as coisas começam a ficar pesadas, quando o primo de Mark o leva novamente até sua casa na árvore para mostrar sua maior criação: um boneco em tamanho adulto feito com trapos a quem ele apelidou de Senhor Estrada.

Convencendo o primo de que eles farão algo muito legal, Henry carrega o boneco junto á Mark até o alto de um viaduto, de onde o Senhor Estrada é jogado, causando dez capotamentos simultâneos na pista escorregadia por conta do mal tempo proporcionado pelo rigoroso inverno.

Os dois rapidamente fogem sem ser vistos e o caso ganha o noticiário local sem que é claro, tenham descoberto a identidade dos responsáveis.

Mark ainda tem dúvidas sobre a índole do primo chegando a perguntar á doutora Davenport se ela credita que uma criança pode ser má, e pensando que o menino está falando de si mesmo ela rechaça esta alegação, afinal, ela é uma mulher da ciência.

A certeza de quem Henry é de verdade, vem depois que a dupla de primos vão brincar outra vez com o dispara parafuso no qual o cachorro que os perseguiu anteriormente é vitimado fatalmente.

Henry usa psicologia para manipular Mark dizendo que ninguém vai acreditar nas palavras de um garoto perturbado pelo luto, capaz de mentir e cometer atos impensáveis. Ele vai ainda mais além quando dá a entender que Connie poderia se machucar, depois que ele se dá conta que a irmãzinha está completamente encantada com a atenção e o carinho do primo, tirando de Henry seu posto de irmão.

Certa noite, Wallace e Susan saem para jantar fora e confiam a casa e Connie aos cuidados dos meninos e esta é a deixa para Henry jogar um jogo de gato e rato manipulando o primo convencendo-o de que a caçula dos Evans pode se machucar em seu próprio jogo de esconde-esconde.

Entendendo a letra, Mark corre pela casa tentando procurar Connie enquanto Henry desliga o disjuntor e sabendo onde a pequena está, chega até ela primeiro. Quando Mark finalmente chega ao esconderijo da prima, a encontra rindo muito com Henry em cima dela fazendo-lhe cócegas.

Mark põe a prima para dormir depois de contar uma história e ao conseguir é agraciado com a aparição de Henry que mais uma vez o faz acreditar que ele poderia machucar a irmã enquanto ela dorme e que a única forma de impedi-lo seria se o primo montasse guarda a noite toda no quarto da princesinha adormecida sem pregar os olhos.

O garoto acaba sedendo e quando acorda, não encontra a menina na cama e quando desce acaba descobrindo que Henry levou Connie para patinar no lago.

Mais uma vez, desperto para a nova tramoia de Henry, Mark corre e praticamente se estatela no gelo enquanto o primo roda a irmã pelo braço próximo a faixa de interdição. Depois de dar um impulso, Henry joga a menina até a área de gelo fino onde ela acaba caindo em uma cratera.

Henry, se fazendo de herói simula que vai tentar puxar a irmã pela mão, mas nem chega a tocá-la e a correnteza leva a menina até que os seguranças da pista do lago arrebentam a camada de gelo fino com machados e logo conseguem trazer Connie para a superfície desmaiada.

Connie é levada rapidamente para o hospital e felizmente se estabiliza.

Mark tenta convencer Susan que Henry tentou matar a própria irmã e leva uma bofetada da tia que alega não acreditar que seu filho é um psicopata.

A essa altura, Mark já descobriu que o tal Richard mencionado lá atrás, era o irmão caçula de Henry e Connie que morreu ainda bebê afogado num suposto acidente na banheira enquanto Susan atendia ao telefone. Morte esta da qual ela ainda não se recuperou, se culpa e se nega a desfigurar o quarto de seu bebê enquanto ela não estiver pronta.

Naquela mesma noite, Mark pega Henry assaltando a geladeira a noite e o garoto mais uma vez o manipula para faze-lo acreditar que toda a comida está envenenada para o claro propósito de matar os pais já que Mark os tomou dele.

Enlouquecido, Mark soca todos os comestíveis no triturador de lixo e Wallace o flagra acreditando que o garoto enlouqueceu com suas acusações incabíveis.

No dia seguinte, Mark e Henry tem uma nova divergência, uma vez que o psicopata mirim deixa a entender que ele quer matar Susan já que ele a desconsidera como mãe, já que o primo a tomou dele. Mark o ameaça com uma tesoura e sem medo Henry o convence a cravar até o fundo e quando Wallace os flagra, logo dá um basta trancando o menino na biblioteca e ameaça chamar a doutora Davenport.

Pouco tempo depois, Susan adentra a cabana secreta de Henry e encontra o patinho de borracha que era de Richard e que se perdeu desde o acidente. O filho mau a flagra e dá um ataque de ciúme alegando que o patinho era dele antes de ser do irmão.

Henry usa a cabeça mais uma vez e convence a mãe a dar uma volta com ele para conversar e os dois vão para perto da colina, sendo flagrados por Mark que tenta a todo custo sair de  sua prisão.

Susan é direta e interroga Henry que demonstra o maior sangue frio e admite ironicamente ter matado o bebê Richard afogado enquanto a mãe estava ocupada por puro ciúme. 

Convencida, Susan implora ao filho que se deixe ser psicologicamente ajudado e ele se nega, correndo até o pico da colina. Paralelo a isso, Mark arrebenta uma das janelas e ao tentar fugir, é pego no ato por Wallace que já está de companhia da terapeuta cética, porém o menino é mais rápido e consegue fugir.

Susan procura por Henry na encosta da colina e o garoto aparece atrás dela dizendo que ela é louca se pensa que ele iria pular para a morte. Na sequencia, o garoto a empurra e a mãe cai até ser aparada por um galho que impede seu final triste.

Henry pega uma pedra para tentar terminar o trabalho, mas Mark aparece na hora e entra em luta corporal contra o primo ao mesmo tempo que Susan escala uma coluna fina de pedra até alcançar o topo.

Assim que chega até os meninos, Susan evita o pior segurando cada um em uma mão na borda da colina. Enquanto Mark suplica por socorro, Henry atua tentando manipular a mãe para que ela o salve e deixe o outro morrer e neste momento, Susan faz a mais difícil escolha de sua vida: ela deixa seu filho biológico cair para a morte sendo tragado pelo mar.

Mark e Susan se abraçam em prantos e o filme termina com o garoto no deserto filosofando sobre a escolha de sua tia e se ela voltaria a faze-la da mesma forma caso houvesse uma segunda chance.

O anjo malvado é um grande clássico que eu via muito nos tempos do Corujão quando era criança e que sempre me surpreendeu com sua ótima ambientação / fotografia, sua trilha sonora espetacularmente adocicada além das brilhantes atuações dos até então astros mirins Elijah Wood e o queridinho dos anos 90 Macaulay Culkin, que atuou inclusive ao lado da irmã na vida real Quinn Culkin, coincidentemente no papel de sua irmã caçula na ficção, a Connie. 

Aliás, Quinn não foi a única dos Culkin a deixar sua marca neste filme. Rory Culkin, o terceiro dos irmãos apareceu na trama no formato de uma fotografia em uma cena breve e ele era justamente o bebê Richard, uma sacada mestra dos produtores.

O enredo é bastante psicológico e conta com um dos melhores antagonistas infantis dos anos 90, vivido pelo fenômeno Macaulay Culkin na época áurea de sua carreira. O personagem conseguiu ser tudo o que há de melhor dentro de seu nicho: hipócrita, mentiroso, manipulador, bem dotado psicologicamente falando e sem medo de ser feliz.

A combinação de Macaulay com Elijah Wood (muitos anos antes do ator eternizar o Hobbit Frodo), trouxe a trama um protagonista muito bem estruturado confrontando perfeitamente bem com a sua contraparte que é total oposto do garoto, um garoto frágil porém decidido a proteger a todos que ama. A química entre os dois foi a cereja do bolo.

O que certamente ficou na mente de quem assistiu o longa desde o seu lançamento sem sobra de dúvidas foi a cena clímax que trouxe toda a tensão e um clima totalmente imprevisível e criativo, eu realmente tenho este desenlace como um dos melhores de todos os filmes de suspense / thriller que já foram roteirizados até hoje.


Trailer:

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