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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 25 de novembro de 2023

O terror da serra elétrica / Pieces / Mil gritos tiene la noche (1982)

 


Uma co-produção entre os Estados Unidos e Espanha, Pieces foi mais um slasher seguindo a onda de sangue deixada pelos veteranos Jason Voorhees, Michael Myers e Leatherface, só que mais ousado, liberal aproximando-se de um giallo italiano devido seu grau de violência.

Queridinho dos drive-in, o longa segue um assassino misterioso no campus que além de matar belas jovens, ainda rouba parte de seus corpos para um fim completamente inacreditável resultado de um passado traumático.

A identidade do assassino é um completo mistério e movimenta a trama toda conforme os corpos vão se multiplicando e aqui como qualquer outro slasher nós temos a mocinha que é uma policial disfarçada de professora requisitada pela polícia para investigar o campus depois de alguns ataques seguidos.

A mocinha se torna alvo do assassino misterioso até o final que é tudo de mais diferente do que já se viu numa obra do subgênero slasher trazendo um plot twist impossível de se crer.

Tudo começa em Boston em 1941 na casa da família Reston formada pela mãe e por Timmy, um menino precoce que monta um quebra-cabeças de mulher pelada. A mãe não demora muito e o compara ao pai que é falecido e ordena que ele se livre do brinquedo.

Irada pela recusa do menino, ela própria trata de dar um fim do quebra-cabeças, o que faz Timmy se descontrolar e matar a mãe com golpes de machado com requintes de crueldade.

Na sequencia, Timmy serra a cabeça da mãe decapitando-a e se esconde no armário até a chegada da polícia e de uma tia para quem inventa ter sido testemunha ocular de um homicídio.

Quarenta anos depois, uma pessoa misteriosa inicia a montagem do quebra-cabeças de mulher pelada ao mesmo tempo que temos o vislumbre de uma mulher se chocando com um espelho para a morte.

Em outra ocasião, Virginia Palmer, estudante de uma universidade tenta se concentrar nos estudos com o barulho do que acredita ser o cortador de grama do zelador. Ao notar a aproximação de alguém suspeito que está na verdade portando uma serra elétrica, a jovem se desculpa por ter sido grosseira, mas é inútil pois ela é decapitada.

A direção do campus é obrigada a clamar pelos serviços do tenente Bracken e seu assistente, o sargento Holden pelo fato do assassinato de Virginia ter se espalhado como fogo na palha e para isso, o tímido professor de anatomia Arthur Brown se requisita a colaborar com as investigações.

Neste momento, temos outro vislumbre de novas peças sendo adicionadas ao quebra-cabeças pornô pela pessoa misteriosa de luvas de couro.

Mais tarde no campus, o jovem Kendall James recebe um bilhete misterioso convidando-o para ir á piscina, quem o faz é uma das alunas ao cair da noite. Um tempo na piscina, a moça tira a roupa quase toda e se joga na água para se refrescar.

Sem se dar conta que está sendo observada, a jovem é figada por uma rede de limpeza e puxada até a borda onde ela é deitada e decapitada com a serra elétrica.

O assassino cuidadosamente esconde o corpo aos pedaços.

Não demora muito e a polícia arma uma emboscada para o zelador Willard (que me lembrou de cara o saudoso Bud Spencer) que é o maior suspeito dos atentados e depois de dar uma beça coça nos oficiais o grandalhão é finalmente conduzido á delegacia.

Os peritos analisam os restos da vítima mais recente notando que seu torso está faltando e o tenente Bracken interroga o professor Brown como suspeito já que ele inspecionou o corpo ainda na piscina além de colher informações com dois alunos: Kendall James e Alister Schwartz.

Os jovens dão sua versão dos fatos que precederam o assassinato e o bilhete misterioso convidando Kendall para ir a piscina vem à tona.

Enquanto isso, o assassino segue perseguindo jovens bonitas mas perde a chance de fazer uma nova vítima já que outra garota aparece no vestiário da academia de ginastica que era onde o crime deveria acontecer.

Paralelamente, Bracken requisita ajuda á policial Mary Riggs para que ela se disfarce de instrutora de tênis no campus para investigar outros suspeitos e a apresenta á Kendall para que eles se entrosem já que trabalharão juntos.

Logo mais tarde, a jornalista Sylvia Costa aparece na delegacia interessada em conseguir informações sobre a onda de assassinatos no campus, mas Bracken não cede se quer uma única nota.

Em outro momento, após uma partida de tênis, Bracken descobre por intermédio de Mary que o zelador Willard foi liberado por falta de provas.

Temos então outro vislumbre do quebra-cabeças de mulher pelada recebendo novas peças.

Na academia, uma das alunas de Mary começa a ensaiar alguns passos de dança rítmica e ao terminar pressente alguém por perto e evade o local ás pressas tão logo se inicia uma perseguição.

Ao tomar o elevador, a jovem dá de cara com o assassino reconhecendo-o. O maníaco a ataca chamando a atenção de Kendall e Bracken que estão por perto e juntos de um policial vão até a cabine.

Chegando até o elevador, o trio encontra o corpo da jvem sem os braços.

O médico do campus, o doutor Jennings diz á Bracken que a jovem ainda está viva mas que muito provavelmente morrerá devido a hemorragia.

Mais tarde, Kendall se entretém transando com uma garota, porém depois do ato ele vê um vulto do lado de fora.

Do outro lado, Mary é atacada por um aluno oriental metido a Bruce Lee (já já eu falo mais sobre ele), mas a policial disfarçada o nocauteia até que Kendall chega e identifica o sujeito como sendo Chao, seu professor de kung fu.

A dupla deixa o local ao mesmo tempo que aparece Sylvia querendo um furo de reportagem.

O assassino segue a jornalista até o salão de jogos onde a encurrala e a mata com uma facada em um colchão d'água onde seu sangue dilui na água numa cena icônica.

O corpo de Sylvia prontamente é arrastado do local do crime.

Depois de deixar Mary em seu dormitório, Kendall leva um susto de Alister que debocha de seu amigo por ele ser o maior pegador.

Temos mais um vislumbre do quebra-cabeças de mulher pelada perto de ser completado.

No dia seguinte, o assassino espreita e persegue outra aluna, Suzie Biling  depois desta sair do banho e a mesma reconhece o stalker fugindo até o banheiro onde tenta em vão se esconder.

O assassino serra o corpo da jovem ao meio e abafa seus gritos com uma música alta de parada militar no alto falante, que incomoda Kendall e Mary que tiram satisfações com Willard.

Depois que o zelador desliga as caixas de som, Mary dá por falta de Kendall que sai do banheiro pasmo ao descobrir o corpo mutilado de Suzie.

Irado, Bracken resolve passar por cima de qualquer protocolo do regulamento policial para capturar o assassino, pois desta vez o problema é pessoal.

Mary vê o professor Brown de saída do campus e os dois acabam divergindo sobre suas opiniões a respeito do assassino das jovens.

Enquanto isso, Kendall ajuda o sargento Holden a analisar alguns relatórios.

Paralelo a isso, Mary procura pelo reitor em seu apartamento para lhe fazer algumas perguntas e o mesmo oferece café a professora pingando algumas gotas em sua xícara.

Mary fala ao reitor sobre suas suspeitas quanto ao professor Brown e informa que a polícia irá interrogar todo o campus.

De volta a Holden, ele recebe informações de que o reitor mudou de nome há quarenta anos atrás e foi viver com uma tia depois que sua mãe foi brutalmente morta e decapitada, o que significa que ele é o menino Timmy e também o assassino do quebra-cabeças.

Mary começa a se sentir paralisada depois de tomar o café ao mesmo tempo que Bracken toma conhecimento da descoberta da identidade do assassino do campus.

A polícia sem perda do tempo, junto de Kendall vão ao apartamento do reitor. Este por sua vez, se esconde com a chegada da polícia que encontra Mary totalmente paralisada.

Ao tentar levar Mary para a viatura, Kendall é atacado pelo reitor de posse de uma faca e Bracken aparece na mesma hora desferindo um tiro certeiro e mortal na cabeça do assassino.

Investigando o quebra-cabeças do reitor, Kendall e Holden descobrem o maior segredo do assassino: um corpo em decomposição formado pelas partes roubadas das garotas mortas, ou seja, um quebra-cabeças humano!

O corpo cai por cima de Kendall que leva o maior susto. Depois de todo aquele pesadelo, Holden cobre o corpo com um lençol e chama o jovem ajudante para ir embora, mas quando este ia pegar seu casaco inesperadamente o quebra-cabeças humano adquire vida erguendo seu braço cuja mão agarra o saco de Kendall, o esmaga e o castra fazendo-o gritar de dor.

A trama se destaca não só pela sua violência desmedida mas também pelo fato de que apenas mulheres são vítimas de um serial o que de certa forma o torna previsível, mas que não estraga a experiência.

Agora a decepção (pelo menos para mim) ficou por conta da revelação do assassino no final que me soou meio preguiçoso já que o tempo todo tínhamos um elenco ativo e pelo menos dois suspeitos. No fim, o roteirismo optou por destacar um personagem que não tem qualquer relevância no enredo para ser o personagem principal. Não foi uma escolha tão genial como parece, mas eu respeito opiniões diferentes sobre. 

Voltando aos detalhes que eu prometi logo acima sobre o figurante oriental que ataca Mary usando dos mesmos trejeitos e até a mesma aparência da lenda Bruce Lee, ele é conhecido como Bruce Le, nome artístico adotado por Wong Kin-Lung a partir dos anos 1970 depois do falecimento de Lee dando de certa forma continuidade ao seu legado ainda que em filmes B de artes marciais naquilo que ficou mais conhecido como Brucesplotation, um explotation de filmes da lenda dos filmes de artes marciais.

Voltando a trama, ela ganha muito com a violência e a trilha sonora imersiva, as atuações são até ok e o roteiro diferenciado que tentou a todo custo fugir do óbvio trazendo um novo fôlego para o subgênero slasher que apesar de estar ascendendo padecia da mesmice de sempre.


Trailer:


sábado, 18 de novembro de 2023

A Mosca da cabeça branca / The Fly (1958)

 


No auge dos anos 1950, o ato de misturar terror com ficção científica era tão comum como respirar e basicamente tudo que fosse estranho, grotesco e perturbador fazia sucesso dando margem para cópias e inspirações cada vez mais loucas.

Em 1958, foi a vez da adaptação do conto de George Lagelaan do ano anterior virar filme trazendo um enredo improvável onde um cientista testa um dispositivo de teletransporte de matéria criado por ele mesmo trazendo consequências irreversíveis quando uma mosca entra em uma das câmaras e seu DNA se funde ao do protagonista gerando duas formas de vidas mutantes híbridas.

 A partir daí se inicia uma corrida para livrar um inocente de uma vida curta e para evitar a prisão de outro inocente por um crime não cometido.

Tudo começa durante a ronda noturna do zelador Gaston no depósito da montadora Delambre após dar de comer ao seu gato de estimação (estranhamente chamado de Satã) ouve o barulho da prensa se ligar sozinha e ao averiguar o maquinário encontra um cadáver esmagado e ao longe uma mulher que foge.

A mulher em questão é nada menos que Helene Delambre, esposa do dono da montadora e esta telefona para seu cunhado Françoise para informar que ela matou André, seu marido.

Na sequencia, é Gaston que liga para Fraçoise relatando o ocorrido na prensa e o milionário aciona o inspetor Charas que em questão de tempo reúne seus homens na montadora.

Lá, a prensa é religada para a identificação do corpo que é de André e Françoise confirma através de uma cicatriz na perna que aquele é o seu irmão.

Françoise se põe confuso pois nunca notou nenhuma alteração na relação do irmão com a cunhada que poderia levar a um crime de homicídio.

Na volta para casa, Françoise encontra o médico de Helene que também desdem da atitude de sua paciente, mas ela na presença do inspetor Charas admite ter matado André e confirma conhecer o funcionamento da prensa porém não revela a motivação para ter cometido o crime.

Durante o interrogatório, Helene se distrai com uma mosca e um tempo depois, Charas vai até o laboratório de André para que Françoise mostre em que o irmão estava trabalhando recentemente que nada mais é do que um experimento para o ministério da aeronáutica.

Charas diz á Françoise que Helene pode ser declarada em juízo como mentalmente insana e que apesar da hipótese vaga de que André poderia ter tirado a própria vida a viúva poderá ser condenada.

Helene fica em repouso por ordem médica aos cuidados da enfermeira Anderson e entra em estado de choque quando sua cuidadora se desfaz de uma mosca incômoda pondo-se a chorar.

No escritório, Françoise defende a inocência da cunhada com unhas e dentes deixando claro perante Charas sua paixão não correspondida por ela.

O inspetor anuncia que um mandato de prisão será expedido e o julgamento de Helene será em breve.

Mais tarde, Philippe filho de Helene e André faz ao tio perguntas estranhas sobre o pai e diz ter visto uma estranha mosca de cabeça branca de quem a mãe está a procura.

Françoise vai até a casa de Helene falar pessoalmente com a viúva que pergunta a ele sobre o tempo de vida de uma mosca e o homem diz saber sobre a tal mosca de cabeça e pede a ela que conte o que de fato aconteceu com André ou ele entregará a mosca ao inspetor Charas.

Helene então revela estar se passando por louca para evitar a forca e o sofrimento do filho.

Na presença de Charas, Helene começa a contar o que aconteceu desde algumas semanas atrás...

André trabalhava num novo projeto que consistia em teletransportar matéria de uma câmara para outra através da desintegração e reintegração dos átomos.

Helene desdem de imediato mas depois de uma boa explicação e de se dar conta que o carimbo de procedência de um prato raro foi reintegrado ao contrário durante um experimento de teletransporte o que significa que a máquina funciona mas necessita de ajustes.

Depois de uma nova experiência, desta vez bem sucedida com um jornal, André resolve testar Dandy, a gata de estimação de Philippe que ao ser desintegrada fica vagando pelo espaço podendo se ouvir seu miado ecoando e sua reintegração acaba não acontecendo pelo fato de que seus átomos passam dos milhões o que impossibilita que cada um deles se encontre e se reintegrem na câmara secundária.

Mais tarde, Andre leva Helene para um concerto de balé no teatro onde o cientista se concentra apenas em seus cálculos para a reintegração de matéria perfeita, mas a esposa o impede de continuar com o seu trabalho.

Na volta para a casa, André propõe um brinde com uma garrafa de champanhe que ele coloca na câmara que desintegra e volta perfeita na outra câmara.

Depois, André resolve testar as câmaras com um camundongo que passa perfeitamente pelo processo mas fica em observação para uma eventual alteração.

André revela á Helene seu fracasso com Dandy e a mulher exige ao cientista que ele não use mais animais como cobaia em seus experimentos pois está assustada com o progresso de sua invenção que caminha em ritmo cavalar.

O tempo passa e André tira uma tarde ensolarada para descansar e ao descobrir que Françoise fara uma visita á família, ele pede á Helene para convidar o irmão para conhecer o laboratório.

Mais tarde, com a chegada de Françoise, Helene descobre que Philippe encontrou uma mosca de cabeça branca, e ela pede ao filho que solte o inseto.

Trade da noite, Helene encontra um bilhete de André no laboratório dizendo que ele sofreu um acidente e que cada segundo é crucial.

Além disso, André através outro bilhete pede leite e rum e que depois a mulher encontre uma mosca de cabeça branca, o que a faz lembrar do que Philippe disse mais cedo.

Ao entrar no centro de operações do laboratório, Helene encontra André com seu rosto oculto por um pano e a mulher não desconfia de nada até ver uma pata peluda de inseto no lugar de uma das mãos do marido o que a deixa momentaneamente em choque.

André escreve um bilhete dizendo que explicará tudo pela manhã por que naquele momento ele prefere descansar.

Ao amanhecer, Helene leva o café da manhã para André no laboratório e este deixa-lhe um bilhete explicando que ele se usou como cobaia em seu experimento e que durante a desintegração uma mosca entrou na câmara e quando seus átomos se reintegraram eles se fundiram aos do inseto. Andre segue explicando através do bilhete que ele precisa reaver a mosca da cabeça branca para que ele volte ao normal ou ele terá que ser destruído.

Helene ordena á Philippe procure pela mosca no jardim enquanto ela procura dentro de casa com a ajuda de sua criada Emma.

A mosca entra na casa e Helene tenta atrai-la com açúcar, mas o inseto foge pelo buraco de uma janela.

Desconsolada, Helene leva comida para o marido que deixa um bilhete dizendo que agora já não há mais esperança de voltar ao normal e que seu próximo passo é destruir as câmaras de teletransporte e depois tirar a própria vida.

Helene pede ao marido que reconsidere e em outro bilhete ele explica que aos poucos a mutação está fazendo com que ele vá perdendo o raciocínio e que cedo ou tarde se tornará uma mosca mutante sem controle algum.

A pedido de Helene, André tenta passar novamente pelo teletransportador para tentar reintegrar seus átomos e separar os da mosca mas o resultado é o mesmo e nisso a moça tira o pano que cobre o rosto do marido revelando uma cabeça de mosca fazendo-a gritar de pânico até desmaiar.

André a deita e tenta acalentá-la mas seu instinto de mosca quase o faz atacá-la e nisso ele surta e começa a depredar seu laboratório. Depois, ele junta suas anotações e as queima e volta a esconder seu rosto.

Por fim, André deixa com muito custo uma mensagem no quadro negro exigindo á Helene que mate a mosca.

Depois de um tempo, o casal chega a montadora Delambre onde André deixa claro que quer morrer se colocando na prensa ligada para ser esmagado como um inseto. Helene tenta impedi-lo, mas a máquina esmaga a cabeça do marido e consternada, a mulher suspende a prensa e a faz cair novamente para dar fim aos trabalhos.

Voltamos ao presente e depois da confissão de Helene, Françoise acompanha Charas até a porta e o inspetor se mostra cético com toda aquela história e confirma ao irmão de André que o mandato de prisão está saindo e que Helene será declarada insanamente incapaz a menos que ele veja a tal mosca com seus próprios olhos.

Horas depois da partida de Charas, Françoise pergunta á Emma como era a mosca foragida e depois ele vai ao jardim para procura-la sozinho. Ao sentar sobre um banco, Françoise ouve um pedido de socorro bem baixo mas não vê nada suspeito.

Nisso, Charas chega com os agentes de uma instituição psiquiátrica e o mandato de prisão e Françoise tenta impedir até que Philippe aparece dizendo ter encontrado a mosca da cabeça branca em uma teia de aranha no jardim.

Rapidamente, Françoise pede á Charas para acompanhá-lo e ao encontrar a teia se deparam com uma mutação meio mosca meio humana: a contraparte de André que aterrorizada pede por socorro prestes a se tornar comida de aranha, o dono do pedido de socorro anteriormente.

Charas acaba com o sofrimento da mutação com uma pedrada e Françoise o acusa de assassinato e barganha a liberdade de Helene e a suspensão de sua internação compulsória em troca de não contar a ninguém que o inspetor matou um homem, o que poderia faze-lo perder o cargo e ainda ser preso.

O caso acaba sendo encerrado dando como suicídio a morte de André e a família Delambre vive feliz depois de ter revelado á Philippe seu último segredo: a morte do pai cuja ausência até então fora justificada com uma viagem, agora explicado que André seu foi por conta de seu trabalho exaustivo.

Os Delambre saem para um passeio ao ar livre e fim. Será?

O sucesso do filme gerou em 1986 um reboot pelas mãos de David Cronenberg que incrivelmente superou o original com seus efeitos práticos e um enredo ainda mais agressivo e perturbador.

Já o original ainda gerou mais duas sequências que não tiveram o mesmo apelo, assim como a versão oitentista que recebeu uma continuação direta que sofreu com as críticas por ser imensamente inferior.

O clássico de 1958 contou com a participação super especial da lenda Vincent Price no auge de sua carreira como peça obrigatória nos filmes de terror da época dando vida á Françoise Delambre de forma impecável como sempre.

Os efeitos visuais e a maquiagem desta versão espetaculares gerando momentos épicos como o da revelação da face de mosca de André e a reação de Christine e ainda a cena da aberração meio mosca e meio humana do mesmo pedindo socorro preso a uma teia de aranha.


Trailer:


sábado, 11 de novembro de 2023

O Gato Preto / Black Cat / Kuroneko (1968)

 


Já faz algum tempo que eu venho querendo trazer uma resenha desta obra de mais de meio século que traz um conteúdo que flerta com a fantasia do folclore nipônico trazendo espíritos vingativos (onryõs no original) como antagonistas no meio da guerra civil da era feudal.

Juntando tudo que havia de melhor na época como samurais sanguinários, lutas épicas e muito drama.

A coisa toda acontece quando um grupo de samurais vindos do campo de batalha saqueiam a casa de uma humilde camponesa e sua nora e depois as estupram e as matam. No dia seguinte para ocultar as evidências, o grupo queima a cabana das mulheres, porém ambas acabam fazendo um pacto com uma entidade do mundo sobrenatural voltando a vida como espíritos para se vingarem.

Para fazer frente a esta ameaça que afeta um vilarejo em ascensão, um samurai sobrevivente de um massacre é requisitado para caçar as fantasmas depois que estas já fizeram algumas vítimas.

O filme começa com um bando de samurais exaustos depois de uma batalha sangrenta entrando em uma cabana as margens do bosque onde residem Yone e Shige, respectivamente sogra e nora, que tem sua comida saqueada e como se a desgraça fosse pouca, ambas ainda são violentadas coletivamente.

Depois de satisfeitos, os saqueadores matam as duas e largam seus corpos ao léu retornando no dia seguinte para se livrar dos cadáveres sendo necessário queimar a cabana. No entanto, de dentro dos escombros, os corpos são resgatados por um gato preto sobrenatural que lambe suas feridas.

Alguns anos depois, somos levados aos portões do palácio de Rajomon, onde um samurai que fazia a ronda encontra uma bela jovem de pele pálida e quimono branco com um véu ao qual ele acredita ser uma miragem ou algum tipo de alucinação devido a sua fadiga noturna, porém ao se constatar ser de fato uma donzela solitária no breu, o homem estranha a sua presença no bosque sozinha e tão tarde da noite.

A donzela, pede ao valente samurai que a escolte até o portão de sua casa que é logo próximo já que ela tem medo de andar sozinha e assim ele o faz. 

Ao chegar no portão de entrada, a jovem convida o samurai para entrar e se servir de saquê como forma de agradecer pela boa ação, e lá, a mãe da moça é hospitaleira e agradável. O homem sente conhecer as duas de algum lugar e pasmem... aquelas são Yone e Shige!

O homem se apresenta como sendo um fazendeiro seguidor de Raiko Minamoto, o líder dos samurais que trouxe a glória e várias vitórias em campo de batalha durante a guerra.

Na sequencia, o seguidor de Raiko alucina com os braços da jovem cobertos por pelos pretos e estranha a forma como ela bebe o saque já que ela o faz como se fosse um gato tomando leite no pires.

Depois da bebedeira, Shige seduz o samurai enquanto sua mãe dança.

A dupla acaba se entregando aos desejos carnais e no meio do coito, a jovem ataca o pescoço do homem destroçando sua vida e larga seu corpo ao léu.

Shige segue por dias e noites repetindo o ato com outros samurais seguindo o mesmo modus operandi e numa de suas tentativas, a vítima, desta vez um homem astuto percebe que a jovem donzela é encrenca e saca sua espada dando inicio a uma tentativa desenfreada de despachar o espírito vingativo da jovem, mas tudo acaba do mesmo jeito: com a morte do samurai.

A partir daí, o povo de Rajomon entra em pânico com a onda de assassinatos dando início a um rumor de que onryõs estão por trás das mortes, o que faz o imperador ordenar à Raiko, o líder dos mais fortes samurais do império que convoque seus melhores homens para caçar os espíritos.

Enquanto isso, nos campos de trigo, o jovem samurai Gintoki é o único sobrevivente de uma batalha entre duas províncias. Depois de vislumbrar os incontáveis corpos jogados ao trigal, Gintoki cavalga de volta para Rajomon, onde apresenta a Raiko a cabeça do líder de seus inimigos.

Depois de narrar suas aventuras, Gintoki recebe tratamento especial sendo banhado pelas servas de Raiko além de se deliciar com um banquete.

Como sua missão na guerra foi cumprida, Gintoki recebe permissão para voltar para seu vilarejo natal onde descobre através de um vizinho que no último verão Yone e Shige morreram queimadas e ambas são nada menos que a mãe e a esposa do jovem samurai.

Depois de ver os escombros de sua antiga cabana, Gintoki volta para Rajomon onde Raiko oferece a ele uma de suas mulheres e mais um banquete de honra.

A noite, Gintoki cavalga pelo bosque e encontra o fantasma de Shige que o atrai para a armadilha de sempre e chegando até a casa, ela apresenta sua mãe que é hospitaleira como de praxe e percebendo a semelhança de ambas com sua esposa e mãe, o homem as interrogam e as mulheres negam ser quem ele pensa.

Convencido de que as duas são os onryõs que o povoado fala, Gintoki exige que as mulheres se revelem e elas desparecem restando apenas o gato preto que observa o samurai surtar.

Depois de se acalmar, Gintoki monta em seu cavalo e procura pelas fantasmas nas redondezas de Rajomon e estas se escondem e se lamentam por não poderem contar a verdade para o samurai já que sua sina não permite.

Gintoki e as mulheres se reencontram um tempo depois e elas lhe servem saquê. Decidido, Gintoki insiste em obrigar a dupla a admitir que elas são Yone e Shige e a senhora oferece um aposento privativo para os jovens e os deixam logo em seguida.

Conversa vai, conversa vem e Gintoki percebe que há um gato preto por perto e Shige diz que aquele é um gato de rua o que faz o samurai se lembrar que sua família tinha um gato preto de estimação.

Depois da conversa, o casal se entrega a paixão iniciando um coito e na sequencia os dois dormem.

A fantasma de Yone desperta o casal e diz á Gintoki que está para amanhecer e portanto ele precisa ir andando.

Gintoki parte pouco depois chegando ao palácio imperial de Rajomon onde reporta para Raiko seu fracasso na busca pelas onryõs.

O tempo passa e o casal segue se encontrando as escondidas até se passarem sete dias e ao procurar por Shige novamente, Gintoki descobre através da fantasma da mãe que a jovem abriu mão de sua vida ao romper seu pacto revertendo sua eternidade a míseros sete dias (referente as sete vidas de um gato).

Yone revela que ela e a jovem enquanto agonizavam ofereceram suas almas aos deuses do mal para poderem se vingar mantendo sua identidade em segredo como condição e como Shige rompeu o pacto poupando seu marido, suas sete vidas foram tiradas uma depois da outra.

A senhora ainda diz que o objetivo de sua vingança é beber o sangue de todos os samurais até extingui-los, porém o ciclo foi quebrado uma vez que Shige se recusou a matar Gintoki e beber seu sangue.

Gintoki exige que a mãe revele quem as matou mas ela se nega e o samurai volta ao palácio imperial reportando o ocorrido á Raiko e o confronta depois que ele dá a entender que seu bando abusa dos pobres para saciar sua fome em todos os sentidos. O samurai exige que seu mestre o substitua por outro em sua missão, mas Raiko se nega.

Yone segue deixando um rastro de destruição e mortes pelo vilarejo.

Mais tarde, Gintoki encontra sua mãe e diz que ele precisa matá-la para recuperar sua honra ou ele será morto. Yone pede ao filho que ele vá até sua casa e recite um sutra para que ela possa descansar em paz e os dois cruzam o bosque juntos.

No caminho, Gintoki vê no reflexo de sua mãe em uma poça, sua real face: Bakeneko, um gato preto yokai (entidade sobrenatural) que pode assumir a forma humana e nisso, ele saca sua espada e arranca um braço dela  que se transforma num braço tomado por pelos pretos como uma pata de gato.

Gintoki entrega o braço de Bakeneko á Raiko que exige que o samurai fique recluso em um altar por sete dias para poder rezar e assim alcançar a purificação de sua alma e neste mesmo altar o braço do yokai fica exposto.

Dias depois, enquanto reza, Gintoki ouve uma vós dizendo "me devolva" e percebe que se trata de Bakeneko que quer seu braço. Gintoki pergunta se ela por acaso não é o yokai gato preto e exige que sua mãe descanse em paz.

Bakeneko exige que o samurai devolva seu braço alegando que aquela é sua arma e que sem ele não será possível beber o sangue dos samurais e a alma de Yone ficará vagando por toda a eternidade.

Gintoki segue rezando até se acabarem os sete dias de reclusão e exige sair para caçar o yokai, mas os guardas de Raiko não permitem.

Nisso, Bakeneko aparece e exige que Gintoki a deixe ver seu braço de perto por que ela não pode tocar no altar já que aquele foi erguido em respeito ao Deus que ela não segue explicando que sua crença são os preceitos do Yin-Yang (os princípios fundamentais do universo segundo a cultura chinesa).

Bakeneko assume sua forma verdadeira e recupera seu braço forçando Gintoki a sacar sua espada. Os dois iniciam um embate que termina com a fuga do espírito de Yone agora livre da influencia do yokai e este sobe aos céus finalmente encerrando sua missão.

Gintoki enlouquece com a partida da mãe e tem um infarto fulminante jazendo na neve do inverno que cai enquanto que das entranhas do bosque ouve-se o miado do gato preto...

Distribuído pela Toho (a mesma do clássico Godzilla de 1954), Kuroneko tem uma montagem e uma figuração impecável, a ambientação é bastante imersiva e as atuações são dignas do teatro.

A direção das cenas de ação é bastante competente usando e abusando das técnicas de chunori do teatro Kabuki que consistem em passar uma percepção de levitação, o que comumente o Japão sempre usou em seus longa metragens ambientados na era feudal.

Kuroneko faz referência a um conto japonês famoso chamado Yabu no Naka (conhecido por aqui como Dentro de um bosque) de Ryunosuke Akutagawa e também a obra Às portas do inferno (no original Hashomon) de Akira Kurosawa, diretor de clássicos do cinema nipônico como Yojimbo - O guarda costas e Os sete samurais.

Figuras das lendas milenares japonesas foram retratadas no filme como por exemplo: Minamoto no Raiko (944-1021), servo dos regentes do clã Fujiwara e Gintoki que possivelmente foi inspirado na figura de Kintoki, um dos seguidores de Raiko.

Uma obra indispensável para quem curte mistério e o folclore japonês. O enredo não é muito frenético então é preciso paciência para digerir as quase uma hora e quarenta da direção, mas isso não estraga a experiência já que o filme é recheado de cenas muito bem trabalhadas e dirigidas sob a batuta de Kaneto Shindo que também fez o roteiro além da cinematografia irretocável de Kiyomi Kuroda que garantiram a obra dois prêmios sendo um deles justamente o de cinematografia e o de melhor atriz pela atuação de Nobuko Otowa no papel da mãe Yone e do yokai Bakeneko.


Trailer:


terça-feira, 7 de novembro de 2023

The Bad Seed (1985)

 


Dias atrás eu fiz uma resenha da versão mais recente da obra de William March e acabei mencionando o obscuro remake de 1985 produzido diretamente para a televisão indo ao ar no canal ABC. A intenção era deixar para trazer uma dissecação deste telefilme bem futuramente, mas acabei ficando curioso para ver pela primeira vez e me empenhei na procura pelo bom e velho Google e o encontrei numa espécie de nuvem de algum usuário latino, já que as legendas estavam em espanhol.

Pois bem, lá fui eu assistir com toda calma do mundo e me surpreendi com uma montagem impecável mantendo o enredo de 1956 o mais próximo possível mudando coisas triviais como por exemplo: o pai da protagonista mirim que aqui se chama Rachel tirou a própria vida a pouco mais de um ano e que por conta disso ela se mudou com a mãe de Chicago para o litoral e com a ajuda do pai ela conseguiu uma casa em um condomínio residencial onde fez amizade com o casal Breedlove.

O resto é o mesmo, claro que enxugando aproximadamente vinte minutos pela falta do pai no enredo e que por isso, o final teve que ser readaptado e antecipado sem estragar a surpresa, é claro.

A história todo mundo já sabe mas vai lá: tudo gira em volta de uma menina de apenas oito anos que esconde uma personalidade sociopata e manipuladora debaixo de um rosto angelical e um sorriso fofo, mas não é só isso que ela esconde, mas um assassinato no cais por conta de uma medalha de caligrafia dada pela escola em um piquenique comemorativo da qual ela desejava mais que tudo.

Daí para frente temos uma sessão de diálogos regados a histórias criminais e muita psicologia e um conflito de crenças entre a ficção e a realidade sobre como pode ser possível que uma criança possa herdar os genes assassinos de um antepassado.

Tudo começa no exterior da residência da bondosa senhora Post, uma velhinha criadora de gatos no momento em que ela chama seus bichanos para comer do alto da escadaria, até que alguém que não conseguimos ver a fecha por trás e a empurra para a morte certa.

Passado a introdução, somos levados tempos depois a outra cidade onde Mônica Breedlove faz uma visita a sua amiga e inquilina Christine Penmarck e a filha dela, a pequena e adorável Rachel. Quem também as visita é Richard Bravo, pai de Christine que está de partida a trabalho.

É mencionado por Christine, que Rachel está chateada por não ter ganho a medalha de caligrafia da escola da senhorita Fern que ela tanto se esforçou para ganhar.

Depois de acompanhar o avô até o táxi, Rachel tem outra de suas continuas rixas com o zelador Leroy Jessup que a vive importunando com comentários maldosos.

Na volta para dentro de casa, Rachel encontra Mônica e ganha dela um colar de ouro com um pingente fino como forma de consolação pela perda da medalha da escola.

De saída com a mãe para o piquenique da escola, Rachel tem outra desavença com Leroy que molha seus sapatos causando a quebra de um vaso. A menina astuta ameaça dedurar o servente para Mônica certa de que vai levar a melhor.

Logo depois, Rachel toma o ônibus da escola chegando em pouco tempo a praia onde ela fita o menino Mark Daigler, ganhador da medalha. Afastado de todos, Rachel leva Mark até a orla e ordena que ele dê a medalha para ela e ele se nega pondo-se a corre até o cais ultrapassando um bloqueio de perigo de desabamento onde sua algos o segue calmamente.

No corte seguinte, Mark é dado por desaparecido dando início a uma busca em massa que termina cedo quando o corpo sem vida do menino é encontrado na beira do mar com indícios de afogamento. Rachel observa satisfeita uma tentativa infrutífera de ressuscitação cardiopulmonar.

De volta a casa, Christine conversa com Mônica e seu marido Emory sobre o ocorrido com Mark e menciona o ocorrido em Chicago com a velha senhora Post que assim como a senhora Breedlove era uma adoradora de Rachel.

Brevemente, Christine fala com Rachel sobre seus sentimentos quanto a morte de Mark e ela leva tudo na maior frieza e naturalidade indo patinar logo em seguida.

Na saída, Rachel é aborrecida por Leroy que estranha que a menina esteja se divertindo enquanto o cadáver do filho dos Daigler ainda está frio no caixão.

Emory que é romancista policial fala sobre casos de grandes psicopatas históricos que serviram de inspiração para suas obras e ao mencionar o nome de Bessie Denker acaba chamando a atenção de Chrsitine que o acha familiar. O escritor revela que Richard que trabalhou para a policia no passado conheceu Denker e acobertou seu caso.

A noite, enquanto conta uma história para Rachel dormir, Chrstine pergunta a filha se ela não andou tendo nenhum pesadelo a respeito da morte de Mark e tranquilamente a menina diz que não e dorme como um anjinho.

Enquanto dorme, Christine tem um de seus constantes sonhos enigmáticos com uma mulher a perseguindo fazendo-a acordar.

Na manhã seguinte, Christine recebe um telefonema da escola de Rachel onde a direção requisita a sua presença e logo depois ela pergunta a filha se ela fez algo de errado que não tenha contado, mas Rachel nega e com a saída da mãe ela martela o piano apreensivamente.

Na escola, Chrstine ouve da diretora que Rachel não poderá se matricular no ano que vem por sua fria conduta quanto ao caso Mark Daigler e ainda diz que duas meninas que estavam na orla contaram ter visto Rachel junto com Mark brigando momentos antes do acidente.

Rachel que lá está, dá uma versão distorcida dos fatos para não se denunciar e na sequencia, a diretora menciona uma onda de furtos de dinheiro atribuída a menina dos Penmarck e que só não a denunciará ás autoridades para manter a reputação da escola e que por conta disso, a pequena não será mais bem vinda no ano letivo que vem.

Chegando em casa, mãe e filha são recebidos pelo casal Daigler, Rita e seu marido cujo nome não é mencionado, os pais de Mark. Rita menciona que a medalha do filho desapareceu e como Rachel estava com ele antes do acidente ela tem que ter visto algo ou alguém que saiba do paradeiro da condecoração que ela queria que o filho levasse para o túmulo.

Rita insiste que a medalha foi arrancada de Mark pois ela mesmo a prendeu na lapela do menino o que descarta a hipótese de Christine de que o mar a teria tragado.

O senhor Daigler leva sua mulher abalada e pede desculpas ás Penmarck alegando que Rita andou tomando uns tragos para se acalmar.

Rachel vê escondida os Daigler irem embora e Leroy a incomoda dizendo que sabe que a menina andou aprontando e que ela tem muito a ver com o afogamento de Mark.

Pouco depois, Christine revista o porta-jóias de Rachel e encontra muito dinheiro escondido além da medalha de caligrafia de Mark e a esconde.

Depois de se despedir de Mônica que veio fazer uma rápida visita, Christine interroga Rachel sobre a medalha e ela diz te-la negociado com Mark por alguns centavos e depois se vitimiza dizendo sentir falta do pai e ter medo de todos e também diz ter medo que a mãe morra como Mark.

No dia seguinte, Christine menciona aos Breedlove que ela pretende escrever um romance policial e Emory empresta a ela um livro de crônicas policiais onde o caso Bessie Denker está ilustrado.

No jardim, Leroy atormenta Rachel dizendo saber que a menina matou Mark e que usou um pedaço de pau para acerta-lo antecedendo o afogamento. Depois diz que o pedaço de pau esconde as digitais da menina além do sangue do menino dos Daigler e que mesmo que o objeto contundente seja lavado a polícia pode encontrar os indícios que a denunciariam.

Ambos trocam acusações de pequenos delitos e Rachel se gaba com a certeza de que suas palavras irão valer mais do que as do zelador já que ela tem todos no bico.

De volta a Christine, ela debate com Emory a possibilidade da sociopatia ser hereditária o que o marido de Mônica contesta, indo embora logo depois.

Pouco depois, Christine pede a Rachel para dizer como realmente morreu a senhora Post e a menina se isenta dizendo que a velha sofreu um acidente.

Na hora de dormir, Christine tem o mesmo sonho de sempre e desta vez a vemos com poucos anos de idade correndo pelas fileiras de um milharal fugindo de uma mulher com uma faca na mão que a chama de Christine... Denker!

Acordada, Christine liga para o pai e fala sobre Bessie Denker que assassinou toda a família com exceção da filha menor décadas atrás.

Os dois combinam de se verem pela manhã e chegado o momento, Christine busca o pai e volta a falar em seu sonho que definitivamente é uma lembrança reprimida, levantando a hipótese de que a mulher que a persegue é Bessie Denker e que ela é sua verdadeira mãe.

Richard confirma a relação de Bessie e Christine e confessa que ele a adotou depois que Denker num momento breve de remorso a entregou e que a motivação para ela matar toda a família era o título de sua propriedade que estava avaliada em alguns milhares de dólares que ela queria apenas para si.

Na volta da escola, Rachel é incomodada por Leroy que diz que cães farejadores podem encontrar o pau usado para matar Mark e que através de um pó luminoso a polícia pode encontrar as manchas de sangue do menino e as digitais da menina. Rachel diz não ter usado um pedaço de pau caindo na armadilha do zelador que menciona um par de sapatos com solado de metal que a menina usava no dia do crime e que seriam os verdadeiros objetos contundentes.

Leroy ainda tortura a menina dizendo que ela irá para a cadeira elétrica pelo assassinato.

Do lado de dentro da casa, Richard descarta a hipótese da sociopatia hereditária e a conduta dócil e o sorriso doce o fazem ter certeza de que uma criança jamais poderia cometer um crime mediante a sua linhagem sanguínea.

Depois que Richard vai embora, Christine pega Rachel saindo escondida com os sapatos arrebentados nas mãos e a menina confessa te-los usado para bater em Mark no dia do piquenique e que o solado de metal provocou os hematomas e sua morte. Rachel se vitimiza dizendo que ia se livrar dos sapatos para que a polícia não a prenda e a mãe cai em seu teatro.

Christine deduz que Rachel matou a senhora Post e a menina confirma te-lo feito por interesse a uma joia que a senhorinha tinha prometido dar a ela depois que ela morresse.

Mais tarde, depois de refletir, Christine vai até o cais e joga a medalha de Mark no mar.

Na manhã seguinte, Leroy estranha que Rachel não esteja mais usando o sapato de solado de metal e a menina diz te-los jogado fora. O zelador diz estar com os calçados pois os encontrou em um armário graças a sua chave mestra e ameaça entregar as provas do crime á polícia.

Rachel o ameaça a devolver os sapatos e ele diz ter mentido sobre te-los pego, porém o fato dela ter levado muito a sério a brincadeira faz o serviçal acreditar que a coisa agora é séria enquanto a menina pega o ônibus da escola.

Na sequencia, os Breedlove fazem uma rápida visita e pegam Christine abatida fumando.

Fazendo a limpeza do incinerador, Leroy encontra os sapatos de Rachel. Horas mais tarde, chegando da escola Rachel observa Leroy enterrando algo no canteiro.

Dentro de casa, Rachel pega alguns palitos de fósforo escondido enquanto Christine descansa e vai até o depósito de ferramentas que também é o barraco onde Leroy dorme e se embebeda enquanto foleia suas revistas adultas.

Enquanto isso, Mônica retorna a casa dos Penmarck e dá á Christine alguns nomes de psiquiatras para a auxiliarem com o problema dos pesadelos.

Neste mesmo momento, a dupla ouve os gritos de socorro de Leroy que está preso no depósito em chamas. As duas correm até o lado de fora da casa mas o barraco já está totalmente tomado e Christine em choque prevê que Rachel é a autora do crime.

Depois que o corpo sem vida do zelador é levado, Christine interroga Rachel que se vitimiza novamente falando que Leroy a assustou com a história da cadeira elétrica.

Christine ampara a menina e horas mais tarde, na hora de dormir, troca os comprimidos de dormir de Rachel e depois de contar uma história para a filha dormir, ela faz a menina tomar o remédio com água o que a faz apagar rapidamente.

Aos prantos, Christine pede perdão a filha pelo que fez pois não podia deixar que a machucassem e em seguida vai ao escritório onde saca uma arma e conforme a câmera troca de plano, ouvimos um tiro.

Dias depois, Richard e os Breedlove debatem sobre o estranho suicídio de Christine mencionando que ela não deixou nenhuma carta de despedida revelando o motivo.

Depois que o casal explica como eles encontraram Rachel e Christine, a menina aparece viva e abraça Mônica fitando um colar fino em seu pescoço e ao mesmo tempo pergunta ao avô se eles podem vir visitar os Breedlove qualquer dia tendo uma afirmativa como resposta.

Depois de ir ao quarto buscar algo que ficou para trás, Rachel diz ao avô que está pronta para ir viver com ele...

O filme não mudou muita coisa comparado ao original de 1956, mantendo a violência subjetiva mas ao mesmo tempo dá detalhes novinhos sobre alguns acontecimentos como por exemplo como começou toda confusão com Mark Daigler e clareia também a história da relação entre Christine e Bessie Denker desta vez com imagens.

Aliás, as coisas aqui são esclarecidas em cena e não com extensos diálogos como foi o caso da versão original. No entanto a atuação aqui é mais contida e sem todo aquele dramalhão Shakespeariano, afinal são outros tempos (mas fizeram falta).

Constantemente, Rachel toca Bagatelle in A minor de Beethoven ao piano em momentos pontuais, fora que esta é a única trilha sonora o filme todo, dando um ar europeu a obra, o que de certa forma é um atrativo diferenciado a obra e uma bela referência ao original, já que Rhoda também tocava piano.

No mais, o filme é leve e desembaraçado e bem mais fácil de se digerir do que o original, mas é claro que não chega aos pés, mas pelo menos ao contrário da versão de 2018, esta pelo menos manteve toda a essência intacta e ainda melhorou o final da pequena assassina.


Trailer:


sábado, 4 de novembro de 2023

Tara Maldita / Semente Ruim / The Bad Seed (2018)

 


Depois de mais de meio século somos brindados com a terceira adaptação para as telas do romance de William March e Maxwell Anderson (que chegou por aqui com o título de Menina má e que eu um dia pretendo obtê-lo). Terceira adaptação? Sim, em 1985 foi produzido o primeiro remake do cult clássico de 1956 mantendo o título original, a essência e a história, tendo como protagonista Carrie Wells, porém esta versão pelo que parece virou quase um santo graal tendo disponível apenas fragmentos; quem sabe a obra tenha sobrevivido no bom e velho Torrent? Talvez, mas isso é um assunto para ser abordado em outro momento.

Aqui a vez é da adaptação livre e modernizada que usou e abusou da liberdade criativa para dar uma nova roupagem para a história que originalmente se passa no período da guerra dentro de uma dinâmica de dia a dia mais conservadora. Ao contrário da versão original, tudo se passa nos dias de hoje e apesar de manter a essência da narrativa alguns elementos foram alterados mas sem deixar qualquer estranheza ao telespectador. Começando por exemplo pelos nomes que foram alterados e o alicerce da protagonista mirim e alvo de suas manipulações e bajulações agora é o pai que é viúvo e o seu desafeto desta vez é a babá mal caráter e não o zelador, porém a babá mantém a essência do velho Lerroy com a sua conduta ríspida e suas constantes torturas psicológicas.

Para dar vida a nova mini psicopata, foi escalada a queridinha do terror moderno Mackenna Grace e aqui ela se chama Emma Grossman e assim como a Rhoda Penmarck, ela é interesseira, manipuladora, fria e vive do preceito de que "os fins justificam os meios" passando por cima de todos para conseguir o que quer e aqui igualmente a versão clássica é uma medalha escolar presenteada a um coleguinha de classe e que a menina desdem de seu merecimento achando que ela é quem o devia te-lo ganho.

Claro que a narrativa vai tomando um caminho parecido com versão de 1956, mas no decorrer da trama a coisa toda chega a um desfecho totalmente inédito que já já vem a tona; aguenta a mão um pouco aí.

Tudo começa em mais um dia comum na vida de Emma, filha de David Grossman, que está empolgada para receber uma medalha escolar de cidadania para juntá-la aos outros prêmios que ela acumulou ao longo de sua vida devido ao seu empenho acadêmico perfeito.

Na escola, Emma nos dá uma aula de frieza e controle ao botar para fora da sala de aula uma abelha que entrou sem permissão, o que é estranho visto que praticamente 99% das crianças incluindo a própria professora, a senhorita Ellis.

Paralelo a isso, David entrevista a jovem e bela Chloe para o cargo de babá, uma vez que Emma necessita de uma referência feminina constante já que ela não chegou a conhecer sua mãe, pois esta morreu após o parto.

Ainda na escola, Emma arranja problemas ao derrubar uma coleguinha propositalmente para tirar dela um pertence e a menina faz tudo parecer um acidente.

Na manhã seguinte, Emma não consegue conter sua ansiedade pela entrega da medalha em uma espécie de piquenique anual perto do lago. Para a infelicidade da menina, o momento tão esperado se torna um momento de frustração pois o merecedor da honraria é o menino Milo Curtis.

Durante a comemoração, David recebe elogios da senhorita Ellis em relação a Emma, mas esta também diz que a menina carece de calor humano, se portando sempre com frieza e indiferença.

Não muito depois, Emma demonstra claramente seu descontentamento pela derrota e distante de todos ela atrai Milo até o penhasco adjacente ao lago onde o ameaça e a partir daí, tudo acontece de forma subjetiva lembrando o clássico de 1956 e a cena corta rapidamente com Emma voltando para o pai enquanto as outras crianças se agitam ao encontrar Milo sem vida jogado no lago (precisa dizer o que aconteceu?).

David consola Maggie Curtis, mãe de Milo e no dia seguinte conversa com Emma a respeito de seus sentimentos pela morte do coleguinha e a menina demonstra total indiferença pelo ocorrido tal como a senhorita Ellis mencionou.

Chloe chega para o seu primeiro dia de trabalho e inicialmente Emma se mostra receptiva a novidade, mas no fundo ela desgosta da mudança por se achar madura para ter uma babá.

Enquanto assiste ao curta metragem War Babies (1932) de Shirley Temple (aquele regado a uma grande polêmica na carreira da atriz mirim queridinha da América por apresentar crianças de aproximadamente quatro anos - incluindo a própria Temple - atuando como adultos num prostíbulo tendo a personagem da estrelinha como sendo a vadia preferida de um militar da marinha e ilustra de forma humilhante uma cena em que o mini militar abraça sua amante e se gaba enquanto outro menino aparece por trás e beija a menina na boca para valer - sim, um beijo na boca de verdade, o primeiro beijo em cena de Shirley - entre outras bizarrices que essa época permitia), Chloe pergunta á Emma o que ela sente com relação a morte de Milo e a menina desconversa dizendo ter visto a babá furtar alguns cigarros do pai.

No dia seguinte, ocorre o sepultamento de Milo e Maggie menciona á David que a medalha que o menino ganhou não foi encontrada e o jovem viúvo supõe que o lago tragou o prêmio.

Mais tarde, a senhorita Ellis visita David para alerta-lo sobre as discrepâncias das investigações do caso Milo Curtis e Emma escondida ouve o investigador Mark Wiggins mencionar que as crianças viram Emma e Milo perto do lago dando a entender que ela foi a última pessoa que viu o menino com vida e antes que a coisa complicasse, a filha de David simula um acidente para interromper o interrogatório.

Depois, Emma se vitimiza quando David pergunta se ela sabe algo que possa ajudar nas investigações.

Chloe começa a se aproximar intimamente de David que não percebe suas reais intenções.

Depois da investida, Chloe diz á Emma que sabe que ela é uma encrenqueira e que sabe que ela está metida na morte de Milo. A babá ainda tortura a menina dizendo que a polícia prende crianças malvadas e as mandam para a cadeira elétrica, mas Emma desdém.

Emma vê a senhorita Ellis entrando da casa de Maggie e apreensiva a menina dá chá de sumiço.

Neste tempo, Ellis está de saída quando percebe uma vespa dentro do carro e não se dá conta de que o vespeiro todo está dentro do veículo (claro que foi a Emma).

Mais tarde, Emma faz o maior malabarismo para esconder de David a medalha de Milo que está em seu poder, mas o viúvo encontra o prêmio e interroga a menina que é salva por Chloe que diz ter encontrado a medalha debaixo da cama da menina.

Emma justifica estar de posse do prêmio dizendo te-lo ganho de Milo brincando de pique-esconde no penhasco e que depois da brincadeira ela se despediu do menino e foi embora. A menina ainda trata como sendo uma bobagem o fato de que Maggie queria enterrar o filho com a medalha.

A caminho do trabalho, David liga para sua irmã Angela pedindo para ela recomendar uma psiquiatra infantil. Mais tarde, David tem um pesadelo com Milo e um outro corpo numa fonte.

Na manhã seguinte, David leva Emma até a casa de Maggie e inventa uma história sobre a medalha para encobrir a filha e evitar mais problemas. Maggie acaba mencionando que a senhorita Ellis capotou o carro e morreu no processo e que o mais estranho e que inclusive o noticiário local enfatizou é que havia um vespeiro dentro do veículo.

Emma finge tristeza e simula um mal estar para tirar David da casa dos Curtis antes que a conversa acabasse tomando um rumo perigoso para ela.

Encucado, David pesquisa sobre psicopatia infantil e logo depois, leva Emma para ver a doutora March (Patty McCormack, a Rhoda da versão original), a psiquiatra indicada por Angela. A sós, David diz á terapeuta que Emma é mentirosa e que sua credibilidade nela é zero, e a psiquiatra tranquiliza o viúvo reforçando sua crença na ciência, pois ela não acredita em sementes ruins (referências).

Na sequencia, March interroga Emma que a manipula dizendo ter ficado triste e chorando por dias a morte de Milo. A doutora se encanta com a inteligência fora do normal de sua paciente e diz que ela fazia o mesmo quando tinha a idade dela e á David, March diz Emma a faz lembrar dela mesma (uma baita sacada de roteiro referenciando a personagem emblemática de McCormack de 1956).

Mais tarde, Chloe volta a atormentar Emma com a história da cadeia e ainda deixa claro sua intenção de seduzir David e tornar-se madrasta dela.

Depois, Emma pergunta ao pai se ele sente algo por Chloe e que ela não quer uma nova mãe, porém David que tem planos com alguém desconversa para ocultar um encontro.

Não muito depois, Chloe dá por falta de Emma e a procura pela casa toda até ficar trancada em um dos cômodos onde um incêndio toma conta do local e posteriormente da própria babá que se torna uma bola de fogo morrendo em poucos instantes.

Horas depois, David chega em casa e a polícia anuncia a morte de Chloe e um dos policiais ainda diz que Emma mencionou que a babá tinha o costume de fumar escondida, o que provavelmente ocasionou o incêndio.

Na hora de dormir, David exige que Emma confesse que ela machucou Milo e ela finalmente admite e ainda dá detalhes de como o menino foi agredido ate finalmente cair do penhasco para a morte. Emma ainda admite ter matado sua antiga babá a empurrando das escadas por que esta apertava seu braço.

David exige que Emma admita a autoria das mortes de Ellis e Chloe e a menina surta e chora acusando a babá de ter roubado os cigarros do pai e que ela a ficava torturando com a história da cadeira elétrica. Farto, David tenta contactar a doutora March, mas esta está em férias.

Na sequencia, David recebe uma ligação do xerife Peterson que exige falar com Emma e nisso, o pai da menina ordena que ela faça as malas e sem perda de tempo os dois se dirigem para uma cabana junto a um lago isolado da cidade pertencente a Brian, um amigo do viúvo para poder ganhar algum tempo.

Chegando ao local, pai e filha se instalam e perto de anoitecer, David recebe um telefonema da polícia que revela que o incêndio que matou Chloe foi premeditado.

No dia seguinte, David recebe um SMS do xerife Peterson e Emma o flagra e o coloca na parede sobre sua culpabilidade.

Mais tarde, enquanto David dorme, Emma liga o gás da cozinha e sai da cabana para ganhar tempo no lago dando uma voltinha, porém o pai da menina acorda com o cheiro forte e desliga rapidamente todo o fornecimento de gás.

Emma reaparece pouco depois e David ciente de que a filha tentou provocar sua morte a confronta e ela sem o menor pudor diz não ter problema algum em perdê-lo.

Depois de muita reflexão, David prepara uma overdose de comprimidos e coloca em uma caneca de leite. Para Emma não suspeitar, ele compartilha o leite em outra caneca e toma junto com a menina. Hipócrita, a menina pergunta qual será o seu destino e ele diz que os dois irão para um lugar onde eles ficarão em paz.

Quando Emma dorme, David liga para Angela para se despedir e vai para cama. Emma acorda e coloca uma arma na mão de David porém erra o tiro derradeiro. A menina ainda diz aos pais que se deu conta de seu plano e que por isso deu um jeito de trocar as canecas de leite. Depois, a menina simula uma denúncia á polícia alegando que David quer matá-la.

David persegue a filha até o banheiro onde ela se tranca e ao arrombar a porta Brian chega entendendo tudo errado e ameaça David dando um tiro em seguida. Cambaleando, David cai morto enquanto Emma finge uma crise de choro.

A polícia chega junto com Angela que garante á sobrinha que tudo ficará bem. Emma pergunta á tia se ela pode tomar um sorvete quando elas forem para casa e recebe uma afirmativa. Malignamente, Emma sorri diretamente para a câmera...

A adaptação modernizada do clássico de 1956 foi muito aguardado tendo estreado diretamente na tevê pelo canal pago Lifetime do grupo Sony com trabalho de marketing empolgante em seus trailers dando destaque total para a até então pequena Mckenna Grace que desde pequena vinha colecionando séries e filmes em seu catálogo especializando-se no terror depois de seu ótimo trabalho agregando ao seu currículo longas como por exemplo: Annabelle 3: De volta para casa, A maldição da residência Hill, Amityville: O despertar e Maligno.

O filme tentou agradar gregos e troianos mesclando cenas de terror subjetivo com outras explicitas e de certa forma foi um acerto apesar de que não haviam motivos para maquiar as mortes das vítimas da Emma tal como foi feito com as de Rhoda, visto que estamos em uma época diferente de 1956 onde um simples furo no dedo já era motivo para os sensores de regulamentação de mídia banirem o conteúdo.

A tentativa de reviver este cult lendário surtiu efeito gerando em 2022 uma sequencia novamente nas telas da Lifetime sobre o título original de The bad seed returns, narrando a vida de Emma agora uma adolescente loura vivendo com familiares porém mantendo velhos hábitos. A continuação no entanto foi fraca e mal divulgada, mas que algum dia eu trago para complementar a franquia.

No mais, o filme acertou muito mantendo o cuidado em não manchar a essência de sua versão original e ainda por cima nos presenteou com a participação de Patty MacCormack, a única alma viva da versão clássica mostrando todo seu carisma e dando um banho de referências valorizando muito o roteiro.

Outro grande acerto foi mudar o final do filme para algo mais palpável para os dias de hoje, visto que uma narrativa mais contida e uma punição leve para a protagonista já não cabia mais para hoje em dia e deixa-la viva no desfecho sem dúvida que foi uma estratégia para traze-la novamente em uma futura sequencia, o que de fato aconteceu.

O que não falta neste filme são surpresas e de fato me surpreendeu positivamente apesar da obra não ser tão grandiosa assim. Dá para classificar como mediano bem próximo do excelente.


Trailer: