Bem-vindos!

Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 27 de agosto de 2022

A Hora do Pesadelo 2: A vingança de Freddy / A Nightmare on Elm Street 2: Freddy's Revenge (1985)

 


O sucesso de bilheteria e de crítica que o primeiro A hora do pesadelo fez foi incontestável e abriu uma brecha para mais uma nova franquia de filmes de terror do subgênero slasher, porém com toda empolgação pela receita gerada pelo estreante Freddy Krueger, uma sequência não ia demorar para sair, e foi aí que o trem desandou.

A obra mais notória do saudoso Wes Craven entrou na onda dos caça niqueis cinematográficos sem poder ganhar uns bons anos de descanso para que pudesse se elaborar uma continuação com um planejamento adequado e consequentemente a entrega de um produto final satisfatório. No lugar disso, a produção resolveu correr atrás de qualquer roteiro recusado jogado em alguma lata de lixo para jogar Freddy no meio e transformar aquela gambiarra em um novo gerador de dinheiro.

O negócio obviamente rendeu frutos, mas não tanto quanto o antecessor e as críticas que inicialmente eram favoráveis, começaram decair depois que o público digeriu aquela bomba que se tornaria uma das sequências mais desgraçadas de toda série, felizmente veio coisa pior no futuro, então aguardem pois vai vir uma chuva de merda pela frente.

Enquanto este dia não chega vamos analisar esta ideia de gerico que consistia simplesmente em fazer com que Freddy obtivesse o poder de se tornar um ser de matéria orgânica e portanto se manisfestar no mundo real através de um jovem que possuía sonambulismo para assim perpetuar sua onda de assassinatos tanto em sonho quanto na real. Se isso deu certo, vamos ver a seguir.

Bom, tudo segue na mesmíssima cidade de Springwood, lar do imortal serial dos sonhos Freddy Krueger, alguns anos depois de ter promovido uma onda de mortes entre adolescentes. Esta onda acaba voltando ceifando a vida de uma nova safra de adolescentes e entre as próximas possíveis vítimas está o introvertido Jesse Walsh que adivinhem só? Tem problemas para dormir.

Numa tarde comum, durante um treino de beisebol, Jesse acaba arranjando briga com Ron Grady, um adolescente boa pinta e bem relacionado, mas logo eles iniciam uma amizade. E por que não começar uma nova amizade falando sobre um rumor sobre uma onde de assassinatos em uma certa residencia da rua Elm, que curiosamente é a casa onde Jesse vive há algum tempo e que anos antes pertenceu a Nancy Thompson, a primeira e única sobrevivente entre as crianças de Freddy Krueger.

A noite, Jesse adormece e tem seu primeiro encontro com Freddy que vendo um potencial oculto no rapaz diz a ele que os dois tem trabalho a fazer e não o mata apesar do inevitável susto.

No dia seguinte, Jesse adormece durante a aula de biologia e tem um pesadelo com uma cobra que pertence ao laboratório da escola e ao acordar, se vê enrolado na mesma cobra que obviamente está morta e conservada no vinagre. Geral tira sarro de Jesse por pensar que ele acreditou que a cobra estava viva.

Mais tarde, já em casa, Jesse está arrumando seu quarto junto com sua vizinha e paquera Lisa Webber e acabam encontrando o antigo diário de Nancy que revela fragmentos de informações sobre Freddy Krueger e o rapaz confronta a recém descoberta com os rumores que Grady contara na manhã anterior.

Na hora de dormir, Jesse resolve dar uma passada pelo porão e encontra a luva de garras de Freddy que penetra em seu subconsciente pedindo sua ajuda novamente.

Na noite seguinte, a casa de Jesse está passando por um aumento incomum de temperatura deixando os passarinhos de estimação de sua irmã caçula, Ângela enlouquecidos a ponto de atacarem o pai e o irmão da menina até que um deles sofre de combustão espontânea até sobrarem apenas as penas, enquanto o outro simplesmente morre.

Com receio de dormir, Jesse sai de casa e vai até um bar barra pesada na tentativa de beber algo forte para mante-lo ativo, mas por infortúnio, acaba encontrando seu professor de educação física, o treinador Schneider que não perde tempo em castigá-lo por estar tarde da noite num local nada seguro e ingerindo álcool.

O treinador leva Jesse até a escola onde o obriga a dar dezenas de voltas pela quadra até suar feito panela de pressão no domingo da feijoada e depois ordena o garoto que vá para o chuveiro.

Subsequente a isso, o treinador é estranhamente rendido por uma corda, sua calça se arreia sozinha e uma sessão de chicotadas com toalha na bunda dadas por ninguém começa, deixando o professor vermelho de tanto apanhar. Logo depois, os equipamentos de educação física atacam o treinador até ele morrer.

Quando Jesse se dá por si mesmo, percebe estar com a luva de garras de Freddy na mão, suspeitando ter cometido aquele crime contra o treinador Schneider sob influência do assassino dos sonhos enquanto ele acabou caindo no sono durante o banho. Será?

Depois de passar por um episódio estranho com uma torradeira em chamas e de ter entrado em contato com a aparição de uma daquelas meninas de vestido branco que pulam corda enquanto cantam a cantiga "um, dois, o Freddy vem te pegar..." e por aí vai, Jesse é levado por Lisa até a lendária sala da caldeira. local preferido de Freddy citado no diário de Nancy.

Mais tarde, Jesse tem outro ataque e desta vez quase fere Ângela enquanto a menina dormia e para evitar ser possuído por Freddy mais uma vez, o rapaz se entope de refrigerante e muito arrebite para se manter acordado.

Na noite seguinte, os pais de Lisa permitem que a filha dê um churrasco para alguns, ou melhor, muitos amigos, incluindo Jesse que resolve elevar sua relação com a garota a outro nível e bem na hora do vamos ver, Freddy tenta possuí-lo, e para evitar uma desgraça, o rapaz evade do local as pressas e procura Grady pedindo a ele que o vigie enquanto ele dorme. Jesse quer encarar Freddy cara a cara para dar um ponto final e ter sua vida normal de volta.

Freddy porém, evita que o garoto durma e começa a se manifestar sobre ele, fazendo suas garras emergirem sobre os dedos de Jesse e o assassino no maior estilo bebê alien, de Alien o oitavo passageiro, brota de dentro do garoto tomando forma física.

Grady em pânico tenta sair do quarto que está trancado por influência de Freddy e mesmo chamando aos gritos pelos pais ele não escapa de uma morte terrível. Freddy volta para o subconsciente de Jesse que evade o local imediatamente e volta para a casa dos Webber onde pede ajuda de Lisa se culpando pelo recente acontecido com seu único amigo.

Enquanto as salsichas do churrasco pegam fogo do nada e as cervejas esguicham para todo o canto sem explicação alguma, Lisa mostra a Jesse um trecho do diário de Nancy que confirma que houve sim uma onda de assassinatos de jovens durante o sono anos atrás e que foram abafados pelos adultos. Lisa tenta encorajar Jesse a lutar contra Freddy pelo controle do seu corpo, porém o rapaz está se cagando de medo e naquele momento ele surta trazendo Freddy ao mundo real mais uma vez.

Os gritos de Lisa chamam a atenção de seus convidados que mais do que rapidamente colam na janela do quarto onde vêem a garota num embate contra Freddy no qual ela não obtém sucesso algum.

Freddy estoura a porta e desaparece no ar reaparecendo no quintal onde inicia uma chacina. O senhor Webbers, pai de Lisa tenta despachar o intruso, mas Lisa tenta impedi-lo, afinal por trás de Freddy ainda existe o Jesse a quem ela definitivamente ama.

Freddy desaparece novamente e suspeitando que ele foi para a sala da caldeira na escola, Lisa se dirige para lá na esperança de recuperar seu namorado. Chegando lá, Lisa luta contra uma série de ilusões que o cansaço lhe impõe, porém ela se mantém forte até encontrar o próprio Freddy.

Jesse e Freddy começam a lutar pelo controle de seu corpo até o lugar todo ser tomado pelas chamas que só cessam depois que o vilão é consumido desaparecendo de uma vez. Jesse está finalmente a salvo sob o amparo de Lisa que se emociona.

No dia seguinte, Jesse se despede da mãe e embarca no ônibus escolar com Lisa e outros amigos que sobreviveram ao massacre. Lá, Jesse tem um breve susto e é amparado por uma amiga até que subitamente o braço com as garras de Freddy emergem de dentro do peito da garota pondo pânico em geral enquanto o ônibus é desviado de sua rota, levando Jesse e os outros para um deserto enquanto o assassino solta uma gargalhada. Ele ainda está vivo e mais forte do que nunca, pronto para fazer mais uma safra de vítimas na rua Elm.

O próprio Wes Craven se negou categoricamente a fazer parte da produção desta sequencia por alegar que sua obra não deveria ter uma sequencia e também por não ter gostado do plot principal, aquilo do vilão manipular um jovem sonâmbulo. Para mim esta ideia foi bem criativa, mas se o mestre não botou fé, respeitemos sua opinião.

Apesar de tudo, o filme tem uns efeitos especiais bacanas, o nível de gore caiu muito comparado ao primeiro filme e o número de vítimas também deu uma quedinha, mas nada que estrague a experiencia de cada um.

A conexão com o filme anterior foi inteligente, mas ainda sim fez falta uma participação surpresa de Heather Langenkamp no papel de Nancy, até para que nós pudéssemos saber na época se a mocinha estava viva ou não, coisa que só descobrimos na terceira parte, portanto aguardem, por que vem coisa muito boa por aí.

A atuação de Robert Englund como Freddy continua primorosa, mas o personagem foi muito mal conduzido, levando-o ao patamar da galhofagem, tirando-o da área do sadismo misturada com um pouco de tira sarro para uma área quase cômica, beirando o trágico, algo completamente ridículo nada a ver com a índole do personagem. Um capítulo digno de ser esquecido. 


Trailer:



segunda-feira, 22 de agosto de 2022

A Órfã 2 : A Origem / Orphan: First Kill (2022)

 


Mais difícil do que trabalhar em uma continuação é produzir uma prequela, uma sequencia que mostra a origem de um personagem ou de uma franquia famosa. A coisa fica ainda mais difícil quando essa pré sequencia sai quase quinze anos depois do primeiro filme e a coisa fica ainda mais difícil no caso de A Órfã no qual a protagonista que sofre de uma disfunção hormonal e que foi originalmente interpretada por uma criança e agora já adulta precisa voltar ao seu papel clássico tentando convencer um novo público e quem sabe até mesmo os fãs mais antigos de que ela ainda tem a aparência e a graciosidade de uma criança.

A missão de vender um produto duvidoso, no caso a aparência da atriz Isabelle Fuhrman não foi fácil em A Órfã 2 tendo que se valer de muita maquiagem, computação gráfica, truques de câmera e também de duas dublês de corpo em algumas poucas tomadas para dar a impressão de que Fuhrman continuava baixinha. Esses truques acabaram gerando muito desconforto e críticas negativas desde a revelação dos primeiros screenshots até o trailer de lançamento. Quem mandou demorarem tanto para lançar um produto novo de uma produção de 2009?

Mas antes de aprofundar mais os detalhes técnicos faremos uma regressão a linha de tempo da história que se passa em 2007 na Estônia, no já conhecido instituto Saarne, um hospital psiquiátrico onde a terapeuta Anna Troyev faz uma visita de rotina para examinar os internos.

Sua primeira paciente é nada menos que Leena Klammer, a interna mais perigosa do lugar, que é tão temida que antes de liberá-la para uma sessão é preciso acionar um alarme do pânico para que os enfermeiros façam toda uma preparação para se assegurarem que ela não vai surtar, o que felizmente não acontece.

A sessão é breve e Leena é recolhida e levada de volta a sua cela enquanto o diretor do instituto revela depois de ser perguntado por Anna sobre a internação de uma criança no local, de que Leena é na verdade uma mulher de 31 anos que sofre de um nanismo raro e que ela tem um histórico de assassinatos violentos.

Depois de um surto de duas loucas na aula de artes, Leena volta outra vez para sua cela onde recebe e seduz Dmitri, um dos seguranças do local que tem uma atração dela e ela se vale disso para matá-lo com suas próprias mãos e sem perder tempo toma seu cartão de acesso para destrancar a porta de sua prisão iniciando uma fuga.

Com a ajuda de uma louca que adora doces, Leena consegue matar o monitor de segurança e desativa todas as câmeras de vigilância conseguindo enfim sair do complexo sem deixar rastro e por fim se enfia no carro de Anna que ao chegar em casa é ferida de surpresa.

Leena invade a casa de Anna e encontra na internet e na mesa da terapeuta fotos de crianças e entre elas a foto de uma menina de família rica na América que se parece com ela e que foi dada como desaparecida há quatro anos.

Vendo nisso a oportunidade de recomeçar, Leena pretende se fazer passar pela menina desaparecida e para isso, se veste como criança com seu típico vestido conservador, suas Maria Chiquinhas, sua prótese dentária e as fitas que escondem suas cicatrizes no pescoço e nos pulsos além de uma grossa camada de maquiagem. 

Terminado o disfarce, Leena, que a partir de agora passará a se chamar Esther (e que eu chamarei assim a partir de aqui) termina de matar Anna e vai para um parque onde espera aparecer um policial. Quando um aparece, ela enfia-lhe goela abaixo a história fiada de que está perdida e que sua família está na América.

Em pouco tempo, Esther finalmente conhece aquela que será sua nova mãe: Tricia Albright que foi até a Estônia para levá-la pessoalmente em um voo privado em seu jato particular.

Ao desembarcar na América, Esther é recebida por aquele que será seu pai Allen e seu irmão adolescente e desconfiado Gunnar.

Para começar a se adaptar a sua nova situação, Esther passa por uma sessão com a psicóloga Doutora Segar que não parece muito convencida e chama Tricia para conversar a sós.

Percebendo a desconfiança da profissional, Esther dá um jeito para conseguir ouvir a conversa das madames e para evitar que a terapeuta a comprometa, Esther faz birra para a mãe levá-la para casa até conseguir.

De volta ao lar, Esther aprende com Allen que é artista plástico nas horas vagas a usar uma espécie de tinta que só dá para ver no escuro, uma brilhante conexão com o primeiro filme.

Logo mais tarde, enquanto colocava seu corpete, Esther percebe que Tricia encontrou o diário de Leena Klammer e antes que a mãe pudesse ler o conteúdo é impedida com o uso do bom senso, afinal um diário é algo particular.

Na hora do jantar os Albright recebem a visita de um velho amigo, o detetive Donnan responsável pela procura da verdadeira Esther e a nossa Esther percebe que ele pode ser uma pedra no seu sapatinho.

Como já era de se esperar, Esther se atrai por Allen. Quando Tricia e Allen começam a se preparar para ir a uma festa de gala, os dois se excitam e iniciam uma transa rapidinha, porem o coito é interrompido por Esther que dá seu famoso jeitinho.

Depois que o casal parte para a festa, Gunnar fica responsável por Esther e resolve dar sua própria festa com alguns amigos e sua irmãzinha aparece para tirá-lo do sério dizendo palavras ofensivas.

O detetive Donnan chega neste instante e Gunnar o convida a entrar. Donnan aproveita para bisbilhotar as coisas de Esther e acaba colhendo algumas digitais. Esther logo percebe que suas coisas foram reviradas e desconfiando do detetive o segue escondida até sua casa.

Allen e Tricia chegam e a mãe de Esther descobre que a menina não está em casa e torna a bisbilhotar suas coisas até encontrar um caderninho do instituto Saarne com algumas fotos de Allen dentro.

Paralelo a isso, Donnan analisa as digitais que colheu na casa dos Albright e confronta com as da verdadeira Esther descobrido que elas não batem uma com a outra. Antes que pudesse desfrutar de sua recente descoberta, o detetive é atacado a facadas pondo-se a agonizar.

Para a surpresa de geral, Tricia aparece do nada e termina de matar Donnan com vários tiros.

Tricia se mostrando uma pessoa totalmente diferente do que aparenta ser, diz a Esther que ela já sabe quem é Leena Klammer e que não vai entregá-la contanto que siga enganando Allen. A verdade, é que Gunnar matou sua verdadeira irmã e Tricia teve que esconder o corpo para evitar que o garoto fosse para a prisão. Tricia quer manter a farsa, por que depois que Esther voltou Allen saiu da fossa e sua vida pessoal melhorou muito. Ela ainda manda um discurso hipócrita de que ela faz tudo pela proteção da família.

Depois de esconder o corpo de Donnan, as duas voltam para casa como se nada tivesse acontecido.

Um tempo depois, Esther faz uma sessão com os pais para convencer a doutora Segar de que ela já está psicologicamente bem e de que ela é a verdadeira Esther para que não reste dúvidas.

Gunnar ameaça Esther e a faz se lembrar de que ele matou a irmãzinha e que por isso não terá dificuldade nenhuma de fazer o mesmo com ela se ela não cooperar.

Depois de pintar com Allen, Esther é ameaçada por Tricia que a essa altura já sabe que a menina sente algo de verdade pelo patriarca dos Albright e em tom de deboche a mulher de Allen diz que ele jamais será de Esther e que se ela não parar de se engraçar com ele, ela não terá problema nenhum em jogar tudo para o alto e desmascará-la. Para fechar com chave de ouro, Tricia ainda diz que vai subir e foder com o marido dela!

De manhã, Esther surpreende a família com um café preparado com suas próprias mãos e faz Tricia beber uma vitamina sebosa com um rato morto dentro. Afinal, Esther é Esther.

Mais tarde, Allen leva Esther a uma exposição de arte antes de viajar a negócios e logo depois, a menina vai para a estação de trem onde encontra Tricia e Gunnar a espera do embarque de Allen.

Aproveitando que ambos estão distraídos próximos a linha, Esther tenta matá-los jogando-os na cara do trem, porém seus planos são frustados por um transeunte que se choca com ela.

Tricia percebe as intenções de Esther e depois da partida de Allen, ela se engalfinha com a falsa filha e Gunnar tenta agredi-la mas é detido com spray de pimenta. Esther aproveita e foge no carro de Tricia, mas não consegue ir muito longe pois uma policial a aborda, a apreende e a leva de volta para casa sendo recebida cinicamente por Tricia.

A sós, Tricia e Gunnar tentam dopar Esther, mas ela é mais ágil e consegue dribla-los e se esconde.

Enquanto atende Allen pelo telefone Tricia ordena a Gunnar que procure Esther e acabe com ela.

Gunnar encontra Esther no ateliê e tenta matá-la com uma espada de esgrima, mas é atacado com um tiro de besta e logo depois é morto com sua própria arma.

Tricia chega na hora e cai no fight com Esther e a luta se estende até a cozinha que pega fogo depois das duas quase se matarem. Esther consegue fugir de novo e Tricia a encurrala em seu quarto onde ameaça desmascará-la como forma de vingança.

Esther sai pela janela e escala o telhado sendo perseguida por Tricia. As duas se atracam mais uma vez e acabam penduradas até que Allen chega na hora invadindo a casa em chamas.

Allen chega até o telhado sem entender nada e Esther aproveita para fazer chantagem emocional e antes que Tricia pudesse falar a verdade ela cai para a morte.

A salva, Esther abraça Allen e deixa sua prótese dentária cair. Ela aproveita para se revelar e se declarar implorando que os dois fujam juntos, porém Allen fica atordoado com a revelação e escorrega caindo para a morte.

Com a maior serenidade, Esther volta para o quarto, retoca a maquiagem, volta a personagem e sai da mansão com seu diário livre e sorridente.

Esther fica aos cuidados da doutora Segar que pondera a possibilidade de mandar a menina para um orfanato e ela aparenta ter gostado da ideia. 

O filme em si tem lá seus problemas técnicos como a colocação imprecisa das dublês da Isabella Fuhrman que a todo momento parece que cresce e encolhe, fora as técnicas de cgi que não ajudaram muito, mas já houve casos piores, então dá para relevar.

A trama não é nada muito original, mas assim como o clássico de 2009 este também tem um plot twist, que infelizmente não foi amplamente explorado dando uma acelerada na reta final que ficou muito qualquer coisa.

No mais, Fuhrman continua impecável na atuação, merecia ter tido mais chances na telinha quando ainda era criança e pelo que parece ela estará fadada a ser lembrada por um único papel, o que é um desperdício de talento.

O filme não é ruim, mas também não é aquilo que se pode chamar de hype compensado por que realmente não foi.


Trailer:



domingo, 21 de agosto de 2022

Olhos Famintos / Jeepers Creepers (2001)

 


A chegada do novo milênio foi bem arrastada e fraca para o universo dos filmes de terror. Bem poucas obras realmente relevantes estavam saindo com o enfraquecimento das grandes franquias, a criatividade para novas tramas e personagens se acabando e o temor de lançar algo novo sem a influência dos clássicos e não dar fraco era enorme, mas o até então pouco conhecido diretor Victor Salva que tinha apenas Clownhouse como obra de terror no currículo resolveu trazer ao mundo uma nova e ousada produção assinada por ninguém menos que Francis Ford Coppola, na qual Salva além de dirigir também foi o roteirista e que foi um novo respiro para um nicho que já estava saturado depois de grandes nomes do terror como Jason Voorhees e Freddy Krueger terem entrado na aposentadoria visto que seus clássicos já não agradavam mais a medida em que cada produção ia decaindo no quesito qualidade.

Olhos famintos trouxe uma grande promessa de uma franquia rica em mistérios mas que acabou indo no caminho da decadência com sequencias sem o mesmo capricho que tentam até hoje ressuscitar aquilo que ajudou o terror a não cair no esquecimento.

Tudo começa quando os irmãos Darry e Trish Jenner resolvem voltar para casa depois das férias e ao entrar numa rodovia junto a uma comunidade rural acabam são fechados e ultrapassados por um motorista num estranho caminhão sucateado aparentemente customizado de forma artesanal.

Ao chegar a civilização os irmãos Jenner avistam um homem muito estranho desovando alguma coisa que parece ser um corpo num duto de esgoto adjacente a uma igreja abandonada. Logo, o suspeito se dá conta que Darry e Trish o pegou no flagra e ele ironicamente é o mesmo motorista do caminhão sucateado começa a persegui-los neste instante.

Depois de deixar o carro dos Jenner todo lascado com suas investidas, o esquisitão vai embora satisfeito. Darry resolve que os dois precisam voltar à velha igreja para investigar o conteúdo do pacote desovado no esgoto para decidir se é necessário acionar a polícia local, porém Trish é categoricamente contra mas ela não tem muitas opções no momento a não ser acatar ao irmão.

Ao chegar no local do suposto crime, os irmãos ouvem um ruído distante e abafado e Darry resolve verificar mais de perto e acaba caindo no fosso da tubulação impedindo-o de voltar para a superfície por conta própria.

Depois de se recompor, Derry encontra o pacote desovado e ao abri-lo percebe que de fato há uma pessoa lá, um rapaz que ainda está vivo, porém em choque. Ele tem enormes cicatrizes cirúrgicas mal feitas pelo corpo. Sem conseguir proferir uma só palavra sobre o que aconteceu com ele ou quem é o seu algos o rapaz acaba morrendo.

Derry volta até o fosso e grita para Trish correr até a polícia e que fique esperta se o cara do caminhão aparecer. Logo depois, Derry segue um caminho na tubulação que o leva até um porão onde tem uma mesa com bebida e muitas ferramentas artesanais muito rústicas.

Enquanto isso, Trish esperava algum sinal de vida na rodovia, mas nem mesmo um inofensivo esquilo carregando sua noz passa por lá naquele instante.

De volta a Derry, ele encontra os corpos do que parece ser um casal já que estão de mãos dadas colados numa parede e seus corpos tem as mesmas cicatrizes como se tivessem passado por uma cirurgia de fundo de quintal.

Trish enquanto isso, acaba avistando o caminhão do cara estranho se aproximar e ao tentar dar partida no carro não consegue e sair correndo para avisar Darry não dava tempo. Felizmente, o mesmíssimo Darry aparece depois de ter dado um jeito de escapar de sua prisão.

Os dois conseguem ligar o carro e sair sem ser vistos pelo estranho porém não muito tempo depois seu veículo fica sem combustível. Darry perplexo fala a Trish sobre tudo que viu no porão e ainda menciona sobre uma mulher que foi decapitada e que depois teve sua cabeça reimplantada que ele viu tal qual um boato que ambos discutiram mais cedo. 

Chegando a uma cantina de beira de estrada, os irmãos recebem uma ligação de uma mulher misteriosa que diz que "a criatura" não vai parar de persegui-los e ainda manda o refrão de uma música chamada Jeepers Creepers tal como o nome original do filme e que segundo ela diz, é para Darry e Trish correrem quando a ouvirem. Sem entender nada Darry desliga na cara da estranha.

O xerife chega a cantina a pedido dos irmãos Jenner e diz já estar investigando a igreja, porém ele deixa transparecer estar desconfiado de Darry.

Uma garçonete interrompe dizendo que um cara estranho invadiu o carro de Trish, cheirou suas roupas e depois deu o vazante. 

Sem perder tempo, Darry e Trish pegam estrada sob a escolta do xerife que através do comunicador descobre que a igreja está pegando fogo.

Trish começa a passar por cada estação de rádio do painel do carro até dar de cara com a canção Jeepers Creepers e bem no momento do refrão, o maluco do caminhão aparece surfando em seu veículo e de lá ele salta até a viatura onde ataca o xerife e sua parceira.

Ao parar o carro para ver o que ouve, Trish se surpreende com a cabeça decapitada da parceira do xerife rolando ao longe.

Junto de Darry, Trish vê no breu da noite, o maluco agarrar a cabeça do chão e inesperadamente ele começa a devorar a língua de sua vítima.

Sem perda de tempo, os irmãos arrancam a toda velocidade e fogem até chegar numa casa pequena ainda na comunidade rural onde os dois pensam em conseguir ajuda através de um telefone e ao chegar lá, são recepcionados por uma velhinha meio doida que cria vários gatos. 

Ao ouvirem ruídos vindo de fora, geral vai investigar e encontram um estranho não identificado na plantação bem onde deveria estar o espantalho. A velha dá um tiro de advertência fazendo o estranho que era o mesmo maluco do caminhão fugir para dentro da casa da senhorinha que o segue até lá.

Darry e Trish vão logo atrás até ouvirem dois tiros. No mesmo instante, a velha sai da casa agonizando e arrastada pelo maluco que finalmente podemos vislumbrar: ele não é humano, é uma criatura de pele escamosa, dentes afiados, uma cabeleira branca desgrenhada, veste um sobretudo e não fala.

Com o cu na mão, os irmãos voltam para o carro e sem pensar duas vezes Trish passa por cima da criatura várias vezes até estalar seus ossos. Uma estranha asa de morcego sai das costas da criatura toda envergada pelos danos sofridos pelo atropelamento e Trish passa por cima mais uma vez e foge de lá.

Não muito depois, os irmãos chegam até uma delegacia onde telefonam para a mãe para tranquiliza-la pela demora.

Logo depois, aparece uma mulher chamada Jezelle Gay Hartman que se identifica como médium: ela é a estranha que ligou para os irmãos na cantina horas atrás.

Jizelle revela que há cada 23 primaveras a criatura que os persegue sai de uma espécie de hibernação para comer. Ela se alimenta de órgãos de pessoas jovens para se manter eterno e não pode ser detido pois ele tem vários corações. Ele não é humano e também não enxerga, ele se guia pelo faro.

Neste momento, a luz da delegacia é cortada e na sequencia, a criatura que lá estava, devorava um policial enquanto outro tentava detê-lo em vão.

Na confusão, um policial se estranha com Jizelle que quase é presa por desacato se o alarme não soasse neste momento. Era um aviso de que a criatura estava a solta.

Jizelle e os irmãos aproveitam para fugir, porém estão presos na delegacia enquanto a criatura promove uma verdadeira chacina de policiais.

A galerinha sente a criatura se aproximando e Jizelle ordena aos irmãos que fujam por uma escada de emergência e na sequencia ela é atacada pela criatura.

Sem ter para onde correr, Darry e Trish resolvem tentar confundir a criatura porém ela os identifica pelo cheiro e agarra Darry bem no momento que alguns policiais remanescentes aparecem.

A criatura abre uma membrana na cabeça e libera um par de asas dando um grito ameaçador.

Trish implora para que a criatura a leve no lugar do irmão, porém Darry some com a criatura que voa até o céu.

Amanhece e Trish está na casa de Jizelle que sobreviveu ao massacre e esta diz que os pais da garota foram contatados e logo estarão chegando.

Longe de lá, numa usina escura e cheia de infiltrações ouve-se a música Jeepers Creepers tentando abafar gritos e logo temos um vislumbre do corpo de Darry que está de pé, sem roupa e sem os olhos que foram retirados por trás da cabeça deixando um par de buracos por onde os olhos famintos da criatura nos observa sedenta por uma nova vítima da qual ela irá atrás daqui 23 primaveras.

E é desta forma surpreendente e assustadora que se encerra este que foi o único capítulo bom de verdade da franquia que como eu já disse, andou por uma ladeira e parece não sair mais do declínio.

Brevemente teremos a quarta parte da franquia que sinceramente não está ativando o hype de ninguém, depois que o filme anterior deixou um gostinho de merda na boca de que quem assistiu depois de ter esperado ansiosamente nada menos que 15 anos por uma nova sequencia. Eu sei, eu sou uma dessas pessoas.

No mais, o primeiro filme saiu muito bem caprichadinho com um enredo amarrador, frenético cheio de perseguições e mortes brutais.

A maquiagem da criatura é simplesmente perfeita, você se convence cegamente de que aquilo é realmente um monstro vindo das profundezas do inferno para te pegar e infelizmente nunca mais vimos nada tão caprichado e realista nesse nível. Uma pena.


Trailer:




sábado, 13 de agosto de 2022

A maldição de Cathy / Cathy's Curse (1977)

 


A década de 1970 começou muito bem com uma das maiores pérolas do terror: O exorcista, que acabou inspirando outros filmes com temática de possessão demoníaca, com tentativas esdrúxulas de faturar sua fatia do bolo nos brindando com tranqueiras de baixo orçamento, efeitos práticos pobres e maquiagens mequetrefes.

Uma dessas obras, que bebeu claramente da mesma fonte do filme que projetou Linda Blair para a fama foi a maldição de Cathy de 1977, o mesmo ano do lançamento da sequência de O exorcista que apesar das baixas avaliações tem sim uma trama interessante e bastante simples a curto prazo, mas que... é melhor desenrolar este carretel e lá no final a gente fala melhor sobre os pós e contra desta joia perdida.

O filme começa anos antes do evento principal com um homem chegando em casa possesso da vida procurando por sua mulher de nome Joanne e acaba encontrando sua filha pequena sentada na cama, chorando agarrada a sua boneca.

Ao perguntar á pequena sobre sua mãe, o pai é surpreendido ao descobrir que sua mulher fugiu com seu outro filho, George. Irado, ele pega a menina pelo braço e jura que sua mãe vai pagar pelo abandono.

Os dois pegam estrada debaixo de um inverno nevado e no meio do caminho, tentando evitar que um coelho fosse atropelado a menina puxa o volante do carro do pai que perde o controle e derrapada sobre o acostamento. 

Desesperada, a menina chama pelo pai que está desacordado enquanto o carro é tomado pelas chamas.

Agora sim, o filme passa por um momento de transição para o tempo presente, onde o casal George (sim o filho do homem que perdeu a vida junto de sua filha no acidente de carro) e Vivian Gimble juntamente com sua filha de nove anos Catherine, carinhosamente chamada de Cathy retornam para a casa onde o rapaz foi criado e onde tudo começou para morar lá sendo ansiosamente aguardados pelos empregados da família: a governanta Mary e o faz tudo Paul, ambos de idade avançada.

A família mal havia parado o carro e um evento paranormal muito estranho acontece: Cathy que havia dormido muito bem acobertada durante a viagem pela relva coberta de neve desperta ao ser chamada e assim que retira o cobertor com a qual estava aquecida paralelamente o lençol da cama do quarto infantil que muito provavelmente será de Cathy se mexe sozinha como se um fantasma acabasse de acordar e se preparasse para deixar seu leito.

Logo depois que a família se instala, Vivian sobe para levar Cathy até a cozinha para tomar um bom copo de leite quente e neste instante somos deleitados com um vislumbre de um foco de luz muito suspeito refletido sobre a porta.

Enquanto toma um chá com a família, Vivian que não está bem dos nervos sente estar sendo observada e George resolve ir com Cathy até o quintal para investigar e logo volta para dentro de casa com três crianças pequenas que estavam passeando por perto e estes se apresentam como Geraldine, Walter e Peter que logo descobrimos ser os filhos de Margareth Burton, a amável vizinha dos Gimble que aparece em seguida para se apresentar, se desculpar pela invasão dos pequenos e logo se despede levando-os consigo.

Mais tarde, depois de ajudar a mãe a tirar o pó da escadaria, Cathy diz se sentir cansada e Vivian dá permissão para ela subir e descansar, porém a menina aproveita para explorar o sótão e entre um cacareco e outro ela se encanta com uma estranha boneca de pano com os olhos fechados.

Cathy também descobre um quadro antigo retratando uma menina de casaco vermelho parecida com ela que é nada menos que a irmã falecida de George e portanto, tia de Cathy.

Um pouco mais tarde, Vivian recebe a visita de Margareth que traz consigo sua amiga Agatha Courtney que se apresenta como médium especialista em se comunicar com objetos inanimados.

Enquanto isso no quintal, Cathy brinca com os filhos de Margareth.

Agatha dá uma amostra de sua mediunidade ao tocar uma fotografia do pai de George. Ela faz uma espécie de viagem de regressão presenciando ainda que nebulosamente o ocorrido nos últimos momentos de vida de pai e filha anos atrás.

Cathy por sua vez, brincava de acidente com um carro de brinquedo. E não era um acidente qualquer: como se fosse uma diretora de cinema, Cathy dá aos amiguinhos papeis nesta brincadeira, um de pai e um de filha e faz uma espécie de reconstituição rica em detalhes do acidente fatal de seu avô e sua jovem tia sem se quer ter tido o menor conhecimento de como ocorreu!

A encenação deixa subtendido que a tia de Cathy feriu seus olhos no acidente e garantindo a Geraldine, a quem fazia o papel da filha que seus olhos ardiam e que ela poderia sanar sua dor com um prego. Ela pretende furar os olhos de Geraldine!

Paralelo a isso, Agatha sentia as dores do fogo que consumiam pai e filha no acidente de anos atrás até ouvir-se um grito vindo do quintal: é Geraldine.

Vivian e as amigas rapidamente correm para o quintal a tempo de evitar uma desgraça, e a brincadeira de Cathy felizmente terminou apenas com um arranhão superficial no rosto de Geraldine, porém o susto ficou e Margareth logo se despede assustada indo embora com Agatha e os filhos.

Ao exigir explicações a Cathy, Vivian fica no vácuo pois a filha a ignora totalmente.

Na hora de dormir, Vivian toma a boneca de Cathy por considerá-la um trapo velho e vai para seu quarto iniciar um coito com George, porém antes que o ato pudesse ser consumado, o casal ouve os gritos abafados da filha que estava inquieta batendo sua cabeça contra o travesseiro.

Quando o casal sobe para averiguar descobrem que Cathy chora pois sente falta da boneca e então Vivian decide devolver o brinquedo a filha que consegue enfim descansar.

Na manhã seguinte, Vivian precisa ir a rua e deixa Cathy que ainda está dormindo aos cuidados de Mary ordenando a governanta que deixe a menina dormir o quanto quiser pois ela dormiu mal a noite.

Cathy acaba acordando na sequencia e ao se levantar se olha no espelho que reflete sua tia juntamente com a boneca.

Ao descer para o café, Cathy olha fixamente para uma estátua de porcelana que o pai havia acabado de restaurar e a explode com o poder da mente.

Logo depois a menina, quebra de propósito uma tigela de cereal e tem uma breve rusga com Mary que só queria agradá-la.

Mais tarde, Mary encontra a boneca maltrapilha de Cathy que ordena a serviçal com uma vós demoníaca que a devolva para sua dona e logo em seguida levita até os braços da menina.

A boneca diz a Cathy que Mary a viu e precisa ser eliminada e através de seu poder de manipulação faz a governanta pular da janela para a morte bem no momento que Vivian chega. A mãe de Cathy acaba vendo a menina na janela que se esconde.

Não muito depois, Vivian reporta tudo o que viu a George e um detetive que foi contratado para investigar a morte de Mary.

Algumas horas depois, George e Cathy fazem um lanche para Vivian que estava na cama ainda abalada com o que aconteceu.

Ao subir para levar a bandeja com o lanche para a mãe, Cathy fica imóvel sem ao menos piscar e com os olhos saltados olhando para o nada enquanto temos um vislumbre de uma ilusão onde o lanche, a maçã e o leite que estavam sobre a bandeja apodrecem gradativamente através de um efeito de stop motion até que bacana.

Ao chegar no quarto, Cathy acaricia a mãe que acorda assustada tendo um surto. George corre rapidamente e a calma.

George pede a filha que vá para a cama e num breve momento de lucidez, Cathy chora e teme pela mãe sendo observada pela boneca que estava de olhos abertos.

De manhã, Vivian tenta se desculpar com Cathy pelo susto e pelo surto da noite anterior e a menina começa se teleportar de um canto para o outro deixando a mãe confusa. Não satisfeita, a menina provoca um terremoto e o susto é o suficiente para George mandar a esposa para uma clínica de reabilitação mental.

Não tendo outra opção, George deixa Paul cuidando da filha para poder ir trabalhar.

Naquele mesmo dia, Paul tenta fazer Cathy alimentar Sneaker, a cadela de raça doberman de Paul, mas a menina diz não gostar de cachorros ainda mais por ela ser fêmea. Sneaker também não parece ir com a cara dela sabendo por puro instinto que a menina não está em seus dias normais.

Anoitecendo, Agatha aparece na residência dos Gimble procurando George e encontra Cathy embebedando Paul e rindo muito com ele.

Aproveitando que Paul não conhece a visitante, Cathy finge que também não a conhece e junto do faz tudo expulsa a médium debaixo de palavras de baixo calão.

Cathy e Paul voltam para dentro de casa e a menina continua embebedando o faz tudo. Com seu olhar penetrante, a menina paralisa Paul e o hipnotiza fazendo-o ver uma cobra, alguns ratos em seu colo e uma tarântula que passeia pelo seu pescoço sem que ele possa se defender.

Com seus movimentos parcialmente recuperados e totalmente tremulo, Paul bebe mais um trago completamente aterrorizado.

De volta a casa, George põe a filha para dormir e sem que ele se dê conta, Cathy usa seu poder mental para hipnotizar Sneaker que amanhece morta com a cabeça sangrando sobre uma pedra.

Mais tarde, Paul vê Cathy brincando com a boneca imunda e tenta tomá-la da menina debaixo de provocações, mas quando toca o brinquedo acaba rasgando a palma da mão e logo depois começa a vomitar algumas pelotas de sangue desmaiando em seguida.

Naquela mesma tarde, Agatha marca pelo telefone uma visita a casa dos Gimble e ao chegar lá, é atraída pela vós de Vivian que... não havia voltado da clínica ainda. A vós a leva até o sótão onde encontra Cathy que diz a sangue frio que sua mãe está em um hospício.

Logo, o retrato da finada Tia de Cathy faz Agatha ver ilusões com uma versão de si mesma envelhecida, louca e decadente ordenando a médium que vá embora de lá e nunca mais volte. Em pânico e disposta a se calar sobre o que viu, a médium dá o pinote.

Vivian recebe alta e George e a deixa em casa precisando voltar para a rua. Quando Vivian ia entrar, sua casa fecha as portas e as janelas deixando-a presa do lado de fora.

Um tempo depois, George volta e encontra Vivian desmaiada levando-a para dentro para descansar.

Tarde da noite, Vivian acorda para jogar uma água no rosto quando algo a assusta. Ao ligar as luzes, George se depara com um casaco manchado de sangue sobre o cabide do closet. Ao se aproximar para examinar melhor, George percebe que o que manchou o casaco foi um dos frascos de um velho tônico que pertencia ao seu pai. O casal acaba rindo de alívio.

Na manhã seguinte, enquanto passeava com Cathy e outras crianças no parque, George perde a filha de vista e a menina vê no lago o reflexo de sua falecida tia que a hipnotiza fazendo ela se jogar na água gelada.

Uma das crianças avisa George que Cathy está se afogando e ele logo pula no lago salvando-a a tempo de evitar uma desgraça.

Depois do susto, o casal chega com Cathy em casa, e a menina que estava nos braços de Vivian a arranha no rosto deixando-a a beira de um ataque. Vivian acusa Cathy de te-la arranhada de propósito e George mete o foda-se amparando a filha.

Farto com os ataques de Vivian, George ordena que ela pare de imaginar coisas que não existem e que ela o deixe terminar seu trabalho em um canteiro de obras em paz.

Sozinha, Vivian resolve tomar um banho quando é atacada por uma ilusão que converte a água da banheira em sangue e logo em seguida ela se vê cercada de sangue sugas pelo corpo.

Mais tarde, George readmite Paul para que ele tome conta da casa e de Vivian em sua ausência.

Paul resolve subir para ficar de vigia no quarto de Vivian para poder ficar longe de Cathy.

George liga para casa dizendo ao faz tudo que vai demorar para voltar. Vivian acaba acordando e ordena Paul que saia do quarto e destrua a boneca de Cathy para salvá-la. 

Acatando ao pedido, Paul tenta tirar a boneca de Cathy mas é ferido na barriga por uma espécie de descarga de energia.

Ainda atordoada pelos calmantes, Vivian se levanta e vê pela janela Cathy intimidando Paul com a boneca além de ouvir a vós demoníaca do brinquedo possuído.

Ao sair para fora, Vivian vê Paul jogado no chão sem vida e com o rosto destruído. Logo, ela ouve a risada satânica da boneca e todas as luzes da casa se acendem. 

Vivian volta para dentro e vai direto ao quarto da filha onde encontra a menina sentada na cama, abraçada com a boneca e com o rosto completamente queimado.

Possuída, a menina diz se chamar Laura, este é o nome da falecida irmã de George, por isso as queimaduras.

Vivian toma a boneca a força e entra em luta corporal com Cathy / Laura até que George chega ouvindo ruídos e gritos pela casa.

Com as portas trancadas, George quebra uma das janelas e entra dando de cara com a filha deformada e possuída. Vivian aproveita a brecha e tira os olhos da boneca quebrando a maldição de Laura e livrando Cathy de sua influência maligna para sempre.

Como eu já disse e já mostrei neste não tão breve resumo, o filme tem um enredo simples e mal explorado com final fraco e preguiçoso. Talvez se o roteiro e a direção tivessem caído em mãos mais competentes o longa teria sido melhor explorado, os efeitos práticos teriam sido menos porcos e poderíamos ter um desenvolvimento melhor da trama que dava sim para explorar muita coisa e costurar pontas que ficaram soltas.

Mas nem tudo se perde, apesar de se inspirar no maior clássico da mesma década, o enredo é criativo e inovador para a época além de nos brindar com uma trilha sonora muito marcante.

Das cenas de violência não tinha muito o que se esperar se tratando de uma produção franco-canadense de baixo orçamento. O pão-durismo escancarado em uma ou outra cena envolvendo um efeito de sangue vagabundo é visível, porém a maquiagem da Cathy com o rosto queimado no último ato até que foi bem feito e me faz acreditar que gastaram quase toda a verba só nisso, fora a cena do stop motion que também deve ter levado uma boa grana. Má administração, fazer o que? 

No mais, o filme serve como um bom entretenimento de fim de semana e vale por se tratar de uma trama de quase 50 anos, então meio que é muito cinismo esperar que se faça um "Titanic" com 50  míseros centavos.


Trailer:



sábado, 6 de agosto de 2022

A Vila / The Village (2004)

 


Traumas as vezes nos leva a nos isolar do mundo. Tentar esquecer da maldade, da corrupção e das impurezas que a modernidade trouxe ao ser humano ao longo do tempo é nossa única válvula de escape.

As vezes o melhor é recomeçar do zero, viver uma vida regrada e limitada, cercada de mentiras para não ferir aqueles que amamos tanto ou mais do que nós mesmos já nos ferimos seguindo regras injustas e leis que só serve para uns e não para outros, vivendo num ambiente mundano e sujo cheio de inconsequências e irresponsabilidades, respirando o mesmo ar que pessoas que não tem propósitos e nem motivações.

Esse pensamento mais ou menos sóbrio da realidade do século XXI levou M. Night Shyamalan a propor mais uma obra densa e cheia de questionamentos a ganhar as telonas.

Desta vez tudo iria girar dentro de uma vila super conservadora e suas desventuras, no qual o foco sempre seria, afastar a nova geração do mundo lá fora por meio de crenças adaptadas à história do bicho papão só que de uma forma mais medonha e na prática.

Tudo começa dentro desta já mencionada estranha colonia rural, isolada do mundo moderno do qual os mais jovens desconhecem a existência do mesmo. O povoado vive sob rígidas regras conservadoras e adotados de certas crenças popularizadas por lá mesma, como o repúdio pela cor vermelha por ser a cor que representa o manto uma espécie de criatura desconhecida da qual se quer deve ser nomeada e que vive vagando pelos limites do vilarejo limitando o trajeto dos colonos até outras vilas desconhecidas.

A paz da vila, que vive como no século dos pioneiros é quebrada quando subitamente, animais aparecem misteriosamente mortos, levando o conselho que representa as leis a invocar uma assembléia de emergência porém não se chega a um consenso do que se deve fazer a respeito.

As figuras mais conhecidas desta vila são Ivy Walker, a jovem filha deficiente visual de Edward, um dos mais velhos e seu melhor amigo Noah Percy, um rapaz de mesma idade que possui retardo mental e que por isso não mede as consequências do que faz.

A noite chega e o vigia da torre da vila alerta a todos por meio de um sino que a criatura de manto vermelho que amedronta a todos como uma espécie de bicho papão está vagando muito próximo a entrada.

Ivy parece ser a única em toda a vila que não se intimida com a criatura e como se não bastasse, ela fica do lado de fora de casa a espera da mesma, até que Lucius Hunt, por quem a irmã de Ivy, Kitty é apaixonada e não correspondida aparece, puxa a moça para dentro de casa e se tranca com ela e o resto da família em um abrigo embaixo do assoalho.

No dia seguinte, o conselho de reúne novamente e a única medida que tomam é a de arremessar oferendas para acalmar a ira das criaturas, uma vez que o foco principal no momento, é uma festa de casamento que está ocorrendo paralelamente e que ninguém quer que termine num infortúnio.

O festejo no entanto, é interrompido com a aparição de várias carcaças de animais silvestres espalhadas por toda vila como uma espécie de mau presságio.

Para piorar, Noah, sabendo que Lucius está formalmente prometido a Ivy em matrimônio, esfaqueia o rival em sua própria casa por ciúme, já que ele também tem sentimentos por ela.

Rapidamente a vila toda incluindo Ivy, ficam sabendo do ocorrido e a garota encontra seu noivo caído gravemente ferido.

Descoberto, Percy é detido e preso num quartinho de castigo até que Ivy o encontra e desfere vários tapas aos prantos enquanto o rapaz chora junto e confuso, afinal, é um retardado. Logo depois, ela volta a trancá-lo e o deixa por lá até que o conselho decida o que fazer com ele.

Ivy fica obcecada em deixar a vila para encontrar no mundo lá fora ajuda médica para evitar que o pior aconteça com Lucius e Edward resolve contar alguns segredos sobre os dogmas da vila que não passam de invenções dos fundadores.

Edward enfrenta a fúria do conselho e permite que a filha deixe a vila momentaneamente para procurar ajuda de fora enquanto um flashback nos mostra como a vila começou: a verdade, é que os fundadores vieram do mundo moderno, obviamente. Depois de perderem familiares e sofrerem com as leis falhas do século XXI, além de terem sofrido vários outros tipos de feridas na alma, resolveram fugir de sua realidade indo viver na floresta atrás de um grande muro, seguindo suas próprias leis e crenças e delimitando limites para que ninguém descobrisse o triste mundo corrompido que ficou lá fora.

Enquanto isso, Ivy passa por alguns percalços enquanto se embrenha pela mata, como a perseguição massiva de uma das criaturas de manto vermelho.

Astuta, Ivy consegue atrair a criatura até uma armadilha fazendo-a cair num buraco profundo. Ao se aproximar para ouvir a criatura, Ivy descobre que na verdade, é Percy fantasiado que fugiu do castigo para impedir a amada de deixar a vila.

Todas as outras criaturas eram na verdade fantasias que os anciãos vez ou outra colocavam para meter medo nos mais jovens afim de impedi-los de cruzar a fronteira ou pular a muralha que delimita a vila.

Noah, agoniza ferido pela queda e acaba morrendo. Ivy volta a procurar a fronteira tateando com sua bengala até encontrar um muro camuflado com algumas folhas. É lá que está a passagem para o mundo moderno.

Enquanto os anciãos relembram seus acidentes e suas perdas no mundo moderno num momento de reflexão, Ivy chega até uma rodovia pavimentada sendo abordada por um policial.

Ivy pede ajuda com os remédios necessários para ajudar Lucius e o mais rápido possível volta para sua terra natal sendo recepcionada por todos cheia de esperanças de que tudo dê certo e a vila volte a ser um lugar puro e feliz, longe da corrupção e da maldade do mundo lá fora.

Realmente, A vila é um filme para se refletir sobre o rumo que a sociedade anda tomando, como o mundo está se desfazendo em heresias, putaria, corrupção e tudo mais daquilo que não presta, mas que atrai corações fracos.

O filme é um belo colírio, tem uma boa fotografia, é bem dirigido, é fluído, tem uma trilha sonora excelente, uma montagem impecável e um figurino muito bem feito.

O enredo é simples, sem complicações e gira em volta de poucos personagens que dividem uma mesma subtrama o que faz com que nada se perca no caminho.

Shyamalan, no maior estilo Stan Lee e Stephen King, fez uma pontinha em mais esta de suas obras no papel de um policial lá no final do longa. Não é nenhuma atuação memorável, mas é digno de nota. 

Trailer: