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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Poltergeist - O Fenômeno / Poltergeist (1982 - 2015)



O anos 1980 realmente foram a melhor década para o terror clássico de onde saiu muitas franquias consagradas até hoje pelos seus enredos inesquecíveis, pelos efeitos especiais e práticos de encher os olhos que só os melhores mestres do ramo poderiam proporcionar e polêmicas, muitas polêmicas. Poltergeist é perito nisso não é a toa é uma das grandes franquias detentoras do título de amaldiçoada, mas isso eu explico mais para frente.

Poltergeist é uma trilogia de filme de terror sobrenatural que se iniciou em 1982 sendo escrito e produzido por ninguém menos que Steven Spielberg (de E.T - O extraterrestre, Indiana Jones e a arca perdida, Tubarão, etc) e dirigido por Tobe Hooper (O massacre da serra elétrica, Pague para entrar, reze para sair, Vampiros de Salém e etc).

A história narra os eventos ocorridos na casa de uma família tipica norte americana em um loteamento até então pacato na comunidade fictícia de Cuesta Verde, na Califórnia. A família é composta pelo casal Steve e Diane Freeling e seus filhos Dana, Robbie e a caçula Carol Anne.

Certa noite, depois de caírem no sono vendo tevê, Diane e Steve acabam acordando ao ver a caçula que havia se levantado em frente ao aparelho que já não exibia programação alguma, apenas uma tela com chuviscos que estranhamente prendem a atenção da menina que conversa aparentemente com o nada e isso acontece também na noite seguinte onde a menina protagoniza a frase mais icônica do filme e sua marca registrada "Eles estão aqui, ó" (ou "There's here" no original) referindo-se as pessoas com quem ela conversa no canal não sintonizado como ''o pessoal da tevê'.

Estranhos acontecimentos marcam o dia seguinte como um breve terremoto que abre uma vala onde o peixinho dourado de Carol Anne havia acabado de ser enterrado, um copo de leite que se rompe, talheres que se retorcem, móveis que se arrastam sozinhos e uma árvore perto da janela do quarto de Robbie que ganha vida e tenta levá-lo para fora porém Steve salva o garoto e para fechar, Carol Anne é sugada por um portal dentro do armário, para o desespero dos pais que só conseguem ouvir sua vós vinda da televisão dentro de um canal não sintonizado, o mesmo com quem ela conversava.

Como último recurso Steve chama um pequeno grupo de parapsicólogos liderados pela doutora Lesh, são eles Ryan e Marty que analisam a casa e acabam atribuindo os distúrbios a poltergeist que são uma atividade sobrenatural ainda mais perigosa e complexa que uma assombração clássica.

Como o caso é mais difícil do que parece, Lesh trás Tangina Barons consigo, uma médium de pouca estatura e vós afável que determina que Carol Anne está em outro plano se interpondo entre um grupo de espíritos que não conseguem fazer a passagem e uma criatura conhecida como a Besta que restringe os espíritos e impede o retorno da caçula dos Freeling que possui um poder mediúnico.

Depois de uma minuciosa investigação e de um evento assustador acerca de Marty, que se afasta do caso, Tangina descobre a entrada e a saída do portal onde Carol Anne está retida e resolve ir pessoalmente tirá-la de lá amarrada a uma corda, mas Diane prefere ir em seu lugar, pois a filha jamais seguirá uma estranha.

Diane consegue entrar com sucesso e depois de muito esforço, Steve e Ryan conseguem puxar mãe e filha de volta para o nosso plano, cobertas de uma gosma rosada e inconscientes sendo levadas até a banheira onde despertam. 

Depois de toda a confusão, a família prepara-se para se mudar: Carol Anne não se lembra dos últimos acontecimentos, Steve vai para o escritório visando se demitir de seu emprego, Dana sai de casa para se distrair e Diane prepara um banho enquanto coloca os pequenos para dormir.

A Besta continua mais forte do que nunca e retorna ao quarto das crianças tentando levá-las novamente. Através de um palhaço de brinquedo que Robbie tem medo a Besta tenta estrangulá-lo sem sucesso e depois disso, promove-se uma força invisível que arrasta Diane pelas paredes e seguinte a isso, a mesma força tenta sugar Robbie e Carol Anne para o portal, mas eles se seguram nas paredes como podem.

Diane é catapultada para fora de casa caindo no foço enlameado na piscina onde emergem vários caixões e de dentro esqueletos que estavam lá pois anteriormente o loteamento era um cemitério.

Depois de ajudada pelos vizinhos, Diane adentra a casa, salva as crianças e se encontra com Steve que confronta seu chefe que no passado fez parte da transferência do cemitério de Cuesta Verde para outra área dizendo já ter descoberto que ele levou apenas as lápides mas não os corpos. Depois disso a casa implode de dentro do portal do armário.

Cansados, os Freeling vão para um hotel onde a primeira coisa que Steve faz é por a tevê para fora... chega de televisão por um bom tempo.

O primeiro filme da franquia foi um mega sucesso de bilheteria e crítica, rendendo mais duas sequências. Seu título de amaldiçoado se deve por eventos estranhos acontecidos nos bastidores que se acreditam ser oriundos do uso de esqueletos reais na cena da piscina e que seriam seus espíritos furiosos pela profanação os causadores de tudo. 

Além dos eventos paranormais também aconteceram mortes em circunstâncias misteriosas como a de Dominique Dunne, a Dana que fora assassinada pelo namorado ciumento pouco depois de alcançar o reconhecimento pelo filme.

Outro triste caso foi o falecimento mal esclarecido da pequena Heather O'Rourke, a Carol Anne que nos deixou precocemente com apenas doze anos em 1988 sendo homenageada nos créditos finais do terceiro filme da franquia seu último trabalho. 

Inicialmente o papel de Carol Anne seria de Drew Barrymore, porém o carisma e a naturalidade de Heather lhe concederam o papel mais memorável de sua vida, enquanto Barrymore veio a fazer parte do elenco de E.T - O extraterrestre logo depois, porém ela também teve suas experiências com filmes de terror estrelando Olhos de gato e a adaptação do romance de Stephen King Chamas da vingança.

No quesito técnico o filme apresenta efeitos especiais notórios, já os efeitos práticos estão muito mal envelhecidos para os dias de hoje, mas mesmo assim vale muito a pena degustar essa trilogia clássica tão rica e influente no meio cinematográfico.

O reboot de 2015 por outro lado, foi um grande fiasco apesar de manter a espinha dorsal do original que é a inexplicável abdução da caçula da família, que nesta versão se chama Madison Bowen. Aliás todos os personagens mudaram de nome e tiveram uma convergência de personalidades comparados com os originais.

Para iniciar, a família Bowen formada pelo casal Erick e Amy e seus filhos Madie, Griffin e Kendra não mora desde sempre na famosa casa possuída por espíritos opressores, mas estão chegando ao fadado loteamento para fugir um pouco do corre corre da cidade grande e poder viver num local mais pacato.

Uma das principais mudanças na família comparado com a original é que o protagonismo acabou se voltando todo para Griffin que tem um grande destaque e uma construção aprofundada de seu perfil onde conhecemos o filho do meio dos Bowen como sendo inseguro e sensível desde um incidente ocorrido três anos antes onde ele se perdeu no shopping, o que o fez adquirir um trauma. 

Aliás, na clássica cena em que a mãe coloca as crianças para dormir, é Griffin que pede para a luz do armário ficar acesa por medo do escuro e não a irmã caçula. Ele segue com seu medo da árvore que fica adjacente à janela do seu quarto e aqui o palhacinho do qual ele tem muito medo não é um brinquedo originalmente dele, mas sim de algum dos antigos moradores.

Madie segue fazendo sua parte como criança adorável demonstrando o dom da mediunidade, porém a presença dela acabou ficando apagada por conta do protagonismo de Griffin que sempre faz de tudo para se aparecer.

A história do cemitério próximo ao loteamento se manteve tendo sido descoberta durante um jantar entre amigos onde na ocasião Erick e Amy deixaram Kendra tomando conta dos irmãos. Aliás, aqui a filha mais velha dos Bowen tem uma participação mais expressiva do que a Danna no original já que com o advento da tecnologia (que é muito focado nesta versão para dar um ar de modernidade e para poder pegar a nova geração) ela não precisa ficar passando o tempo todo na casa das amigas mantendo contato com elas através de vídeo conferência.

Os eventos paranormais ocorrem desde o início quando Madie chega ao novo lar para conhecer seu quarto e começa a falar com entidades advindas de seu closet que ela chama de "pessoas perdidas'' que é o equivalente a "gente da tevê'' que Carol Anne dizia ver e que a menina do reboot diz serem pessoas que querem encontrar o caminho para a casa. Aliás, em uma das cenas de evento na casa nós também temos o famoso ''There's here'', mas sem o mesmo impacto.

Os talheres entortados e seguem também, porém não há tantos móveis se movendo ou levitando e a obra se limita a apenas fazer alguns brinquedos se mexerem e também inventaram um tipo de poder magnético emanando da maçaneta da porta do closet que provoca estática nos cabelos das crianças.

A abdução da Madie para dentro da tevê ocorre na ordem certa: Griggin é atacado pela árvore e pelo palhaço de brinquedo (que parte para cima dele mesmo), mas aqui ao contrário de sua contraparte de 1982, o menino mete um chute no brinquedo e corre até o quarto a irmã caçula para ver se ela está bem e acaba a deixando, o que faz a abdução ocorrer e a culpa por ter deixado a menina sozinha é a força motriz para Griffin se motivar a deixar de ser covarde e tomar uma medida drástica que lá na frente eu conto.

Pois bem, Erick e Amy chegam à casa e o casal que antes era cético aos avisos do filho do meio de que havia algo errado com a casa acaba praticamente instantaneamente contratando os serviços da equipe de paranormais da doutora Claire Powel (que é a contraparte da doutora Lesh) e sua equipe formada por Boyd e Sophie as contrapartes de Ryan e Marty que fazem a sua parte de monitorar toda casa, definir o que está acontecendo e onde se concentra o núcleo do poltergeist que se apossou do lugar.

Depois de definir que Madie está numa dimensão paralela entre as existências, a líder dos paranormais acaba chamando seu ex-marido, o paranormal Carrigan Burke para fazer um descarrego na casa e trazer a pequena de volta aos vivos. Carrigan faz a parte de Tangina Barrons, mas aqui ele é o anfitrião de um programa de tevê que desvenda eventos paranormais em casas assombradas do qual Kendra é fã. Aliás, uma grande sacada é que Carrigan tem uma frase de efeito que ele usa toda vez que livra uma casa da possessão de algum evento paranormal que é ''Esta casa está limpa!", a mesma fase dita por Tangina quando ela aparentemente havia terminado de expurgar os espíritos malignos da casa dos Freeling.

A missão de resgate de Madie segue normalmente até o momento em que um plano de reconhecimento da dimensão paralela é realizada com o uso de um drone que se desloca entre as realidades mostrando em tempo real pela sua câmera onde a caçula dos Bowen está.

Na sequencia, Griffin se dispõe a salvar a irmã movido pela culpa que eu já mencionei, se atirando no portal para a outra dimensão seguido de Erick que não está disposto a deixar o filho fazer tudo sozinho. Mas ele apenas segura a corda para puxar as crianças de volta. Aliás, no original é Diane que vai ao auxílio da filha, mas aqui tiraram a chance de Amy ter uma cena memorável uma vez que ela serviu apenas de figurante durante o longa inteiro tendo como uma cena de destaque uma lá no início quando ela encontra um vazamento suspeito na lavanderia.

Com as crianças a salvo, Carrigan diz seu bordão e em questão de pouco tempo os Bowen se preparam para ir embora da casa até que o carro enguiça indicando que os eventos ainda estão acontecendo e nisso, Madie é puxada do carro e arrastada pela casa até o andar de cima no seu quarto no maior estilo found footage até que o portal entre os mundos é reaberto e a menina está a um passo de ser sugada para dentro novamente, mas aí geral arregaça as mangas para chegar até o local do evento até que Carrigan que já estava ciente do caso do cemitério chega primeiro e se joga no portal para poupar Madie se tornando o novo guia para os espíritos poderem encontrar o caminho para o outro mundo.

Com a casa se desfazendo ao fim dos eventos paranormais, os Bowen se dirigem na manhã seguinte até uma nova futura casa sendo assessorados por uma agente imobiliária, mas ao se depararem com uma árvore estranha adjacente a um dos quartos, a família sai na ponta dos dedos e voltam para o carro deixando a agente a ver navios.

Na cena pós créditos, nos vemos uma antiga gravação de Carrigan e a doutora Powel em uma participação no programa do saudoso paranormal que obviamente não deu certo por que o ex casal não consegue concordar em como atuar na frente das câmeras, de forma bem humorada.

A produção do reboot ficou por conta de Sam Raimi de O Grito e A morte do demônio e ela se baseou toda em jump scare fracos e muito efeito especial em computação gráfica, como por exemplo a cena do ato final onde Madie é sugada para o portal e nele vemos finalmente os espíritos opressores que desta vez não foram esqueletos reais, o que salvou a produção de uma nova maldição.

Os personagens não tem o mesmo carisma dos originais, sobretudo Erick que força a todo o momento o papel do paizão e do marido pateta, o que acabou não convencendo. Personagem este vivido por Sam Rockwell, o Randy do também terrorífico Clownhouse (O palhaço assassino) e o odioso vilão Wild Bill do inesquecível clássico de Stepehn KingÀ espera de um milagre. 

No mais, o filme teve um trabalho de marketing pesado apostando nos jump scare e ostentando o nome de Raimi para tentar chamar a atenção, o que acabou não sendo o suficiente para poupar a obra de se tornar um fracasso de crítica apesar da receita ter sido generosa (porém igualmente insuficiente).

O maior erro do filme foi a modernização forçada e o embaralhamento de funções entre os personagens deixando alguns com mais destaque do que outros que acabaram ficando só como coadjuvantes ao invés de dividir os papeis em valor igual como foi em 1982. As vezes inovar demais mais atrapalha do que ajuda e adaptar uma obra clássica quadro a quadro também teria sido uma opção arriscada, então o melhor era que tivessem deixado a versão original intocada para evitar a ira de espíritos opressores e o início de uma nova maldição.


Trailer (Versão de 1982):


Trailer (Versão de 2015):