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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O último pesadelo / Curtains (1983)


Está ai um slasher oitentista competente que faz parte do hall dos esquecidos: Curtains de 1983.

Apesar de beber da mesma fonte de muitos outros filmes que se tornaram um clássico e que na época surfavam na onda do momento, esta obra em especial acabou se tornando pouco memorável sendo constantemente revisitado apenas por quem faz parte do nicho ou para quem gosta de tentar algo que fuja da mesmísse.

O enredo é bem atrativo e nos leva até as profundas montanhas geladas onde um diretor de cinema promove uma espécie de reality show onde ele coordena audições para um grupo de cinco belas jovens que querem o papel de protagonista de sua obra atual.

O que geral não contava, é que um serial killer estivesse infiltrado promovendo uma verdadeira onda de assassinatos horrendos forçando as jovens a lutarem para sair daquele inferno com vida.

Tudo começa com Samantha Sherwood, uma atriz veterana muito famosa que almeja protagonizar o mais recente filme de terror do diretor Jonathan Stryker, cuja personagem dá nome ao filme: Audra.

Para tanto, Samantha e Stryker armam um teatrinho durante uma consulta no sanatório do doutor Arthur Pendleton numa tentativa de internar a atriz nas instalações para que ela viva na pele de uma louca de verdade para poder interpretar com mais realismo Audra que é uma psicopata desequilibrada.

O tempo acaba se passando e Stryker não tira Samantha do sanatório forçando ela a fugir e se refugiar em seu anfiteatro nas montanhas, onde ele resolve realizar testes para Audra, convidando cinco atrizes jovens para uma audição, forçando-as a ficar hospedadas no local, uma vez que a neve lá fora está muito densa.

Enquanto isso, longe de lá, Amanda Teuther, uma das atrizes que deveria ter ido a audição por instrução de seu amigo e representante profissional Monty, acaba sendo friamente assassinada por uma figura misteriosa mascarada.

Já nas instalações do teatro de Stryker, Samantha reaparece disposta a lutar pelo papel que ela considera seu até por que segundo ela, ela comprou os direitos da personagem, porém Stryker está decidido a ceder o papel a uma das cinco jovens que estão dispostas a tudo para consegui-lo.

Christie Burns, uma das jovens atrizes resolve esfriar a cabeça patinando no lago congelado depois dos ensaios ao som de um pop oitentista, até que do nada seu toca fitas desliga sozinho. Christie tira os patins e caminha até seu eletrônico e percebe do lado dele, uma minuscula mão de borracha enterrada na neve. Ao cavar com certa facilidade descobre uma boneca grande bem trabalhada, grande e bonita, sem entender nada.

De repente, a mesma figura mascarada que matou Amanda, persegue Christie por todo bosque gelado, tendo um embate difícil contra ela sendo golpeada. Sem sorte, Christie é encurralada e tem sua cabeça decapitada com uma foice numa cena icônica.

Não muito mais tarde, Brooke Parsons, outra das atrizes, resolve usar o banheiro, porém ao abrir o vaso dá de cara com a cabeça de Christie.

Em pânico, Brooke corre até as demais e avisa Stryker que a colega está morta, porém o diretor tenta convencê-la de que está tudo bem. Ao chegar no banheiro a cabeça não está mais lá e o diretor se aproveita para tentar acalmar Brooke levando-a para a cama.

No dia seguinte, ainda num clima de azaração, Stryker e Brooke são baleados pela figura misteriosa e morrem ao cair do alto da janela.
A próxima vítima do assassino misterioso é Tara Demillo que descobre a presença dessa pessoa misteriosa e corre para fora do anfiteatro tentando fugir do local de carro, porém a camada grossa de neve congelou o motor do veículo que simplesmente não liga.

Tara corre para dentro dos corredores atrás do palco dos ensaios tentando se esconder entre os figurinos e os objetos do cenário. Ao olhar para o alto descobre vários manequins pendurados e entre eles o corpo de Patti O'Connor, outra das atrizes que também entrou para a lista do assassino, que a essa altura consegue encontrar Tara que grita por ajuda sem sucesso algum. Sem saída, Tara também é abatida lá mesmo.

Com o local quase deserto, Samantha interroga Laurian Summers, a única das jovens atrizes ainda viva que diz que faria qualquer coisa pelo papel de Audra, ainda que isso signifique matar. A partir daí fica claro que era ela o tempo todo a assassina mascarada que estava tentando tirar a concorrência do páreo, se inspirando na própria Samantha que se torna sua última vítima sendo assassinada friamente.

No final, Laurian está atuando para um bando de loucos num sanatório encarnando Audra, deixando claro que seus crimes não ficaram impunes apesar de seus planos perfeitos que não deixavam rastros.

O filme tem competência e tinha tudo para se sobressair: um ambiente claustrofóbico, uma premissa atrativa, personagens que fogem do esteriótipo de adolescentes retardados, drogados e tarados, além de um antagonista marcante: a assassina de máscara de boneca.

Eu confesso que eu fui enganado pelo pôster do filme quando o vi pela primeira vez acreditando ser um filme de boneca assassina propriamente dito e mesmo depois de ver o trailer eu ainda tive a curiosidade de assistir a obra já que por mais genérico que seja, uma trama de teor slasher sempre nos deixa na vibe de investigar quem é quem, quem é o assassino, quem vai sobreviver no final e o por que de tudo.

O modus operandi da assassina segue todos os preceitos dos melhores slasher: sempre silenciosa, na espreita matando de forma criativa e brutal quem cruzar seu caminho, fora a estética da máscara que deixa a personagem assustadora e ainda mais misteriosa.

O final tenho que confessar que eu achei bem fraco, apesar de inesperado e interessante. O problema é que o roteirismo foi preguiçoso ao meu ver; tipo, o enredo foi todo montado, chegamos ao momento da revelação e quando parecia que ia ter um embate entre final girl e a assassina a cena simplesmente corta e ai nós vemos qual foi o desfecho da antagonista sem ter certeza se a mocinha conseguiu escapar com vida ou se tudo aquilo foi imaginado desde o principio pela mente deturpada da vilã.


Trailer:

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Noite do terror / Black Christmas (1974)


O canadense Noite do terror inovou ao levar para as telas um slasher tradicional em início de carreira e ainda por cima em época de natal, coisa que Natal sangrento só viria a fazer uma década depois.

Neste filme contudo, o antagonista não é o bom velhinho, coisa que aí sim só vimos em Natal sangrento e aqui o vilão da obra é um jovem comum como qualquer outro, porém perturbado mentalmente mas conseguindo disfarçar seu caráter podendo assim se misturar com as outras pessoas sem despertar suspeitas.

Um clássico obrigatório de fim de ano que lucrou mais de quatro milhões de dólares de seus 620 mil de orçamento trazendo um clima de incertezas e imprevisibilidade além de cenas de mortes criativas que marcaram uma época que devia ser de paz e amor.

Tudo começa em uma fraternidade dentro de uma universidade na noite de natal. A festa transcorria normalmente, até que uma série de ligações obscenas são feitas por algum engraçadinho nitidamente desequilibrado e quem atende é Clare Harrison, uma das universitárias.

Passado o trote, Clare vai para seu dormitório onde repentinamente é atacada e morta asfixiada com uma sacola sem nem se quer conseguir identificar a tempo o seu agressor.

No dia seguinte, o pai de Clare assim como combinado com a filha a espera do lado de fora do campus, porém ela está bastante atrasada preocupando o homem que pergunta a Peter Smythe, um dos universitários se ele conhece e sabe onde encontrar o alojamento da filha.

Devidamente orientado, o senhor Harrison chega até a fraternidade onde é recebido pela governanta, a senhora Mach que não sabe dizer onde Clare está, preocupando o pai que resolve prestar queixa na delegacia levando junto Phyl e Barb, companheiras de quarto de sua filha para depor sob as ordens do sargento Nash, que tenta amenizar o ocorrido dizendo ao senhor Harrison, que a filha pode ter fugido com algum suposto namorado, o que é muito comum segundo ele entre os universitários.

Ainda no campos, Peter e sua namorada Jess discutem a relação que anda declinando com o tempo e a situação só piora quando Peter diz que vai largar os estudos para casar com ela, pois está farto da rotina no campus mas a garota se nega a casar.

Pronta para sair do campus com algumas universitárias, a senhora Mach acaba ouvindo os miados insistentes do seu gato Cloud e sobe até o sótão seguindo os ruídos do bichano. Toda arranhada pelo esforço, ela chega até o fim das escadas e encontra no local um corpo com uma sacola amarrada ao rosto: era Clare. Imediatamente, a senhora Mach é atacada e assassinada lá mesmo sabe-se lá por quem.

Agora quem começa a receber as ligações misteriosas do maníaco obsceno, é Jess que depois de muito pensar, relata o caso a polícia, deixando o caso nas mãos do tenente Fuller e seus homens que tratam de grampear os telefones do campus para poder rastrear as ligações.

De dentro do campus, depois de uma crise de asma, Barb, a mais difícil das garotas é atacada pelo maníaco misterioso e é assassinada a facadas e seu corpo também é levado de lá sem que ninguém se dê conta.

Jess e Peter tem outro desentendimento ao descobrir uma gravidez que Jess pretende interromper para não comprometer seus estudos. Peter porém quer assumir a criança, mas Jess está irredutível dando indícios que a relação está a ponto de terminar de uma vez por todas.

Phyl relata a Jess que uma garota foi assassinada no parque e aos prantos diz que acredita que Clare também está morta já que seu paradeiro está há muitos dias desconhecido e sem pistas.

Jess volta a receber mais uma ligação do maníaco que a provoca dando a entender que fez algo com Phyl, que a essa altura estava desaparecida há algum tempo.

O sargento Nash então recebe ordens do tenente Fuller para dar instruções a Jess para que ela se tranque a sete chaves e se mantenha mais tempo no telefone quando receber outra ligação obscena para facilitar o rastreamento. Chega então novas informações de que alguém está infiltrado no dormitório de Jess e as garotas. O sargento por sua vez, pede a Jess que deixe o local e que não suba até o sótão sob hipótese alguma. 

Jess porém contraria as ordens do militar e sobe até o andar de cima onde é atacada nada menos que por Peter, o responsável pela noite de terror que agora tenta fazer dela sua próxima vítima.

As autoridades então se dirigem até o campus enquanto Jess tenta se desfazer de Peter que a persegue por todos os cômodos trocando agressões.

O embate entre os dois termina com a chegada da polícia que encontra Peter sem vida depois de uma tentativa frustrada de mandar Jess para vala e esta acaba perdendo os sentidos em cima de seu nêmesis (sim, infelizmente não fica claro como tudo aconteceu, só encontramos Jess com uma faca na mão e Peter pulverizado).

A polícia remove o corpo de Peter e desloca Jess para sua cama deixando-a descansar por lá mesmo já que ela só sofreu um susto e nada mais. Conforme as autoridades se vão levando consigo o senhor devastado, ouve-se o telefone tocar com certa insistência e a câmera foca na entrada do sótão onde jazem os corpos de Clare e da senhora Mach enquanto descem os créditos finais.

Noite do terror é um filme de enredo lento e complicado, que quando engrena acontece tudo de uma vez e de tal forma que deixa a cabeça de quem assiste com o maior nó, pois não há como saber quem é o assassino do campus e nem entender suas motivações. Mas isso tira a competência do roteiro muito bem escrito e dirigido.

O filme foi um dos precursores do subgênero slasher estabelecendo elementos como o stalker, os corpos que brotam no final e a mocinha com uma subtrama ímpar construída desde o início para causar empatia ao telespectador.

Um remake foi produzido em 2006 com o título de Natal negro, tradução exata do título original Black christmas com um enredo diferente mas com o mesmo background: a fraternidade e em 2019 foi produzido outro Black christmas também com outra história mas o mesmo cenário. Não vi nenhum ainda então não posso julgar.

O filme foi baseado em uma lenda urbana e uma série de assassinatos reais ocorridos em Montreal no Canadá tendo como pano de fundo a época de natal. A adaptação para as telas teve de ser readaptada do script original chegando a trocar inclusive adolescentes por jovens adultos no elenco principal.

Um dos rostos mais conhecidos do longa natalino é John Saxon, o interprete do tenente Fuller sendo seu papel mais conhecido o xerife Thompson, pai da mocinha Nancy da franquia A hora do pesadelo além de ter atuado em 1973 ao lado da lenda Bruce Lee em Operação dragão (Enter the dragon).


Trailer:

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Toltecs - A Maldição / The Dark Power (1985)



Nem só de produções de alto custo viveu a década de 1980, mas também de filmes B com orçamento ridículo de baixo, o que proporcionou muita tosqueira como Toltecs - a maldição de 1985, que não por acaso se tornou uma obra rara rememorada apenas entre o nicho.

O filme é meio que uma mescla muito mal feita de slasher com elementos de filme de zumbi, que eram dois subgêneros emergentes na época, mas parece que essa mescla não deu muito certo.

A coisa toda gira em torno de um grupo de jovens que alugam uma casa de campo que anteriormente pertencia a um rico conhecedor da extinta civilização Toltec, um povoado ainda mais antigo que os Astecas que em sua maioria eram formados por sacerdotes praticantes de magia negra que tinham o costume de se enterrarem vivos para voltar posteriormente ao nosso plano e se alimentar dos vivos.

Tudo começa em uma cidade do interior do México onde viveu a mencionada tribo dos Toltecs e onde Jhon Cody, rico filantropo e conhecedor da cultura dos praticantes de magia negra, em seu leito de morte dá uma entrevista ao vivo para a rede local de telejornalismo deixando este mundo ao proferir a palavra "Toltecs". 

Com seu falecimento, a propriedade de Jhon Cody, uma grande casa de campo fica a mercê da família, que sem interesse no imóvel o coloca em locação.

Earl, o caseiro do casarão de Cody se queixa com o policial Gilian do mal cheiro do quarto de artefatos indígenas do ex-patrão.

Mary, uma repórter local resolve cobrir com exclusividade detalhes sobre o falecimento de Jhon Cody e seu envolvimento com a cultura Toltec, descobrindo que ele era adepto de magia legítima sendo caçoado por toda população e que sua propriedade era constantemente vandalizada pelos vagabundos, segundo relato do próprio guarda Gilian, que também acredita nas lendas e mistérios a cerca das tribos milenares.

Rapidamente a casa de campo de Cody é alugada por quatro jovens mulheres: Beth, uma jovem estudiosa e bastante centrada nos estudos, Susan, um jovem linda e focada nos exercícios físicos e que não leva desaforo para casa, Tammie, jovem negra que resolve alugar um dos quartos da residência ao perceber que não é bem vinda por Lynn, uma patricinha rica, mimada e racista que tenta de tudo para que Tammie não venha morar com ela, Susan e Beth.

Para aproveitar a inauguração da casa de campo das garotas, Lynn convence seu irmão Craig a passar uns dias lá e não satisfeito ele trás três amigos para tirar a paciência das demais e para tentar tirar Tammie do lugar de qualquer jeito.

O quarteto arma uma festinha regada a bebida, música alta e muito abuso de confiança. Horas depois, chegam Earl, o caseiro e seu sobrinho, chamados por Lynn para consertar a privada depois que Susan colocou Craig em seu devido lugar, ao entrar no banheiro na hora do banho presenciando as garotas nuas.

Num momento de descuido, o sobrinho pentelho de Earl corre até a varanda da casa e dá o pinote com o carro do gordo caseiro, que furioso acaba atirando seu alicate longe. Ao avistá-lo, vai rapidamente recolhê-lo, porém é surpreendido por uma mão apodrecida que sai do fundo da terra agarrando-o e matando-o: era um dos quatro feiticeiros Toltecs que lá repousavam.

Reza a lenda que os Toltecs se alimentavam de sangue e praticavam magia negra, até uma época em que a tribo e seus quatro principais representantes foram mortos.

Os quatro feiticeiros voltam a vida na forma de mortos-vivos e começam a chacinar os jovens começando por Craig e seus amigos, sobrando apenas um deles que tenta alertar Beth e as outras que não lhe dão ouvidos. Susan por sua vez o expulsa a força, fazendo-o recorrer a Lynn que vê os Toltecs dando cabo de Craig.

Em pânico, os dois correm até o lago onde tem uma jangada motorizada amarrada e se jogam na embarcação que infelizmente não tem combustível forçando os dois a remar. Porém, um dos Toltecs puxa a corda que ainda estava atada a ponta da jangada, puxando os dois de volta para a margem, terminando de matá-los a flechadas, machadadas e com as próprias mãos.

Um dos Toltecs invadem o dormitório de Susan tragando-a para fora onde ela também vai para a vala, enquanto outro deles entram na cozinha fazendo a maior zona, chamando a atenção de Beth e Tammie que acredita que são Craig e os outros quebrando tudo pelo efeito do álcool.

Beth resolve ver o que aconteceu, mas Tammie a convence a deixar a bebedeira dos rapazes passar para dar o sermão no dia seguinte, mas Beth se lembra da prataria fina e em outros objetos de valor que podem ser destruídos e elas não poderiam arcar com as despesas do prejuízo, uma vez que elas não tem seguro.

As duas então vão juntas buscar Craig e companhia pela orelha e descobrem a festinha dos Toltecs e ainda que Susan foi assassinada. Começa então uma corrida pela vida envolta da casa toda até a chegada repentina do guarda Gilard, que armado de seu inseparável chicote cuja ponta tem um artefato que serve de amuleto que repele todo o mal. Gilard e os Toltecs então se atracam, até que o policial no embate cai e fica inconsciente.

Os Toltecs então voltam a atacar Tammie no quarto de artefatos, até que uma tevê portátil no fundo do comodo cai e se liga com o impacto justamente no canal cujo telejornal noticiava a entrevista que Mary fez com Gilard revelando que a única forma de neutralizar os feiticeiros Toltecs é acertando-os um a um com pequenos ídolos no formato de crânio de águia que segundo a lenda representam cada um dos quatro Toltecs e sua estrutura é capaz de sugar sua vida (ou no caso pós vida) de uma vez por todas.

Tammie então pega um a um os ídolos e perfura os Toltecs que começam a se decompor até voltarem para o além túmulo, porém um dos Toltecs destrói seu respectivo ídolo, deixando Tammie em pânico, até que Gilard acorda e chama o morto-vivo para um ''mano a mano'' no lado de fora.

Os dois se atracam numa briga de chicotes no maior estilo Beto Carrero e o policial acaba levando a melhor desarmando o Toltec restante e o levando para a vala decapitando-o o que devolve a paz ao lugar.

Toltecs - A maldição é um filme de valor raro, nitidamente orçado com algumas moedas, beirando o ridículo em algumas cenas que fazem mais rir do que dar medo propriamente dito, como na cena em que depois que um dos Toltecs leva Susan para fora da casa e o outro tenta matá-la com uma flechada mas acaba acertando a cabeça do amigo. Aí o Toltec acertado olha o amigo com cara de "que merda é essa, meu irmão?" e aí o Toltec arqueiro abre os braços, joga as mãos para os lados, inclina a cabeça e faz uma cara de "foi mal ai, chefia"... aquilo me quebrou no meio.

A ação e o medo de verdade demoram muito para a acontecer e tudo é muito bem ''dosado'' com poucas cenas realmente fortes, lembrando que se trata de uma produção barata e oitentista que não se decide se é terror ou uma comédia pastelão.

As atuações variam desde as mais convincentes até as mais fracas e a trilha sonora mescla alguns poucos instrumentais tensos e outras faixas que parecem ter saído do desenho Tom e Jerry, mais propriamente dito da fase Chuck Jones o que é um tanto quanto aleatório. 

Além do mais, a escolha do elenco é bem duvidosa e um pouco exagerado numericamente falando, o que ocasionou em muita cena de encheção de linguiça até a hora do vamos ver, porém a inclusão do tema do racismo foi muito bem executada sem ser militante, afinal era outra época e ainda a babaquice adolescente clássica dos filmes da época se manteve no auge, o que foi um ganho, mas ainda sim não conseguiu salvar a obra do flop.

O figurino e a maquiagem dos Toltecs é ridícula de engraçada e os efeitos práticos não ajudam muito, tirando aquela cena com a morte do último dos sacerdotes em que a câmera dá um close no corpo se deteriorando até restarem apenas seus ossos. Aquilo foi muito bem produzido e se o filme todo tivesse seguido o mesmo nível de qualidade teria se tornado minimamente relevante.

O longa vale a pena ser assistido para dar umas boas risadas, pelo entretenimento e pelo valor folclórico rico das antigas civilizações indígenas que é extremamente interessante de se conhecer.

Trailer:

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A casa do Cemitério / The House by the Cemetery / Quella Villa accanto al Cimiterio (1981)


Lucio Fulci nunca mediu esforços para produzir grandes longa metragens com um terror extremo sem nenhum filtro e muito mistério.

Na minha mais humilde opinião, uma das melhores obras do currículo do mestre do terror italiano é sem dúvida A casa do cemitério de 1981 que soube juntar o melhor do sobrenatural com uma pitada bem medida de slasher ainda que o enredo tenha sido um tanto quanto simples e previsível, mas nada que estrague a experiência.

Esta é a terceira parte da trilogia Os sete portões do inferno iniciada em 1980 com Pavor na cidade dos zumbis e sucedido por Terror nas trevas (The beyond) que trazem o melhor de Fuci em sua glória máxima: enredos calafriantes, efeitos práticos e maquiagens de tirar o fôlego além de trilha sonoras muito bem executadas.

Tudo começa algum tempo após um casal ser brutalmente assassinado por uma figura misteriosa num casarão do século XIX, quando o historiador novaiorquino Petersons e sua amante investigam a mesma casa, onde passam por uma experiência fatal: por algum motivo, Petersons acaba ficando louco e mata sua amante se suicidando enforcado em seguida.

Tempos depois, Norman Boyle, também historiador é convocado pelo seu chefe para continuar as investigações de Petersons e aproveitar a ocasião para descobrir o que ocasionou ambas as mortes ocorridas nas dependências do tal casarão.

Bob, o filho de Norman e Lucy enxerga uma linda e misteriosa menina na janela de um casarão antigo gravado num retrato. Segundo ele, a menina está pedindo que ele não entre no tal casarão, porém Lucy não vê a imagem da tal menina no retrato, pedindo ao filho que pare de brincadeira e a ajude a empacotar seus pertences para a mudança que eles vão fazer.

Por um atraso de Lucy na decisão da mudança, a casa que os Boyle inicialmente iriam se mudar acabou sendo alugada e a única residência que a corretora Laura conseguiu para a família é justamente o casarão antigo onde Petersons investigava sobre os experimentos ilegais do doutor Jacob Freudstein, um cirurgião do século 19 que atuava sem licença na época.

Chegando lá, Bob conhece uma linda menina chamada May, curiosamente a mesma menina do retrato que diz que sabia que ele viria e torna a pedir que ele se afaste da casa, após ter uma premonição resultado do contato visual com uma manequim de uma loja que estranhamente é decepada e sangra.

Na mesma semana chega Ann, uma babá jovem e bonita contratada para cuidar de Bob durante a estadia da família.

Os Boyle mal chegam na casa e Lucy já sofre um contato com supostas forças sobrenaturais ouvindo gritos e ruídos de objetos se mexendo. Não bastasse isso, ela ainda encontra no sótão, uma base de concreto com o sobrenome Freudstein cravado, ou seja, uma lápide, a lápide do doutor.

Visivelmente abalada, Lucy é amparada por Norman e os dois resolvem desemperrar a apodrecida porta do porão com uma certa dificuldade. Ao adentrarem finalmente em seu interior, são atacados por um morcego enorme que crava suas presas na mão de Norman, numa cena agoniante.

Norman desesperado corre até a cozinha atrás de um objeto pontiagudo para matar e descolar as presas do asqueroso sugador de sangue, encontrado de improviso uma tesoura, porém o animal é insistente e só larga de Norman depois de explodir em sangue ao ser perfurado.

Farta, Lucy insiste para se mudarem, incumbindo Laura de encontrar outra moradia o quanto antes.
Laura então vai até a casa dos Boyle discutir a situação da nova moradia, mas tem o azar de cruzar com a misteriosa figura que no início do filme assassinou o casal, fazendo com que Laura tenha o mesmo destino ai ser degolada brutalmente.

Lucy chega horas depois, enquanto Ann termina de limpar todo sangue do chão assustada. As duas não trocam nenhuma palavra, deixando Lucy cheia de dúvidas pois não tem nenhum antecedente da babá.

No exterior da casa, Bob e May se reencontram e brincam de pique esconde até encontrarem uma lápide com o nome de Freudstein: era a sepultura da mulher do misterioso doutor Jacob. May diz a Bob que o túmulo está vazio e torna a confirmá-lo, como toda figura misteriosa desses tipos de filmes.

Norman por sua vez encontra uma caixa contendo uma fita k-7 e um toca fitas pertencente a Petersons. Ao ouvir o documentário em áudio, ele descobre que Petersons estava ficando enlouquecido com a investigação sobre o doutor Freudstein entre outras declarações chocantes. Logo depois, resolve rodar alguns quilômetros até o cemitério, procurar o túmulo onde supostamente o cirurgião que tirou o sono de Petersons está enterrado, porém o coveiro responde que ele não é o único que foi até lá a procura deste túmulo e que o médico não está sepultado lá, dizendo ainda que essa informação dada a ele é mero boato.

Não muito depois, Ann a trabalho acaba adentrando o porão e se torna a nova vítima do misterioso assassino tendo sua cabeça arrancada por ele. Bob por sua vez, vê a cabeça da babá rolar as escadas e grita em pânico subindo em seguida.

Lucy chega em casa e encontra o menino encolhido no canto de seu quarto e ao questioná-lo, descobre o terrível destino de Ann, porém não acredita no menino e desce até o porão com ele, onde os degraus e todo o assoalho antes encharcados de sangue agora estão limpos e tanto o corpo quanto a cabeça de Ann não estão mais lá. Lucy tenta convencer o menino que foi tudo fruto da imaginação dele.

Naquela mesma noite, Bob ainda com dúvidas vai até o porão tentar se certificar se Ann realmente está viva, porém acaba cruzando com a figura misteriosa, não dando tempo para entrar para a sua lista. Na fuga porém, Bob fica com sua mão presa na porta, mas dá um jeito de escapar ileso por um tempo. Infelizmente, aquela mesma porta enferrujada emperra e Bob fica preso a mercê do assassino misterioso e começa a gritar pela mãe que pega a chave e o pedaço de metal fino usado antes por Norman como alavanca para desemperrar a porta.

Depois de todo terror passado ali, Norman chega de viagem e revela que Petersons se suicidou ao descobrir que o doutor Freudstein inacreditavelmente ainda vive após quase dois séculos graças a um de seus experimentos ilegais que consiste em se alimentar das células vivas de suas vítimas e que o cirurgião é o assassino por trás das mortes de Ann e Laura, pois aquele casarão é a residência original dele.

Decidido, Norman desce até o porão atrás do deformado e apodrecido doutor Freudstein para por fim aos seus atos, porém, acaba sendo estrangulado e morto com a extração imediata de seu pomo de Adão frente aos olhos de sua mulher e filho.

O cirurgião zumbificado agora caminha em direção a Lucy e Bob que sobem até um jogo de escadas que dá no comodo onde fica a lápide que sela o porão. Lucy tenta abrir ainda mais uma fenda que se fez com o concreto apodrecido com as décadas porém não consegue sucesso, sendo pega pelo médico e amarrada por ele frente aos cadáveres de todas as vítimas feitas desde o início do filme.

Bob por sua vez, força a fenda até conseguir sair com a ajuda de uma senhora misteriosa que ao que tudo indica é a avó de May, que leva as duas crianças de lá em meio a um som agoniante de choro de uma criança, dando a entender que o reinado de terror do doutor Freudstein permanecerá até o fim dos tempos impune. O que deu a entender também é que Bob pereceu e se tornou mais uma alma assim como May e a senhorinha que possivelmente fora vítimas de Freudstein em épocas remotas e que por isso a menina tentou afastar a família de Bob da mansão, para não ter o mesmo destino.

A casa do cemitério é um filme muito bem produzido para a época cheia de suspense e muito sangue, marca registrada dos clássicos de Lucio Fulci que dirigiu o longa, além é claro dos famosos closes nos olhos, um fetiche do próprio Fulci presente em suas maiores e melhores obras. 

Muito mistério, envolto a uma trilha sonora assustadora e um enredo cheio de possibilidades e furos, nos forçando a assistir até o fim para entender quem matou, por que, qual envolvimento com as vítimas, fora o mistério envolta da personagem May que permanece incógnito, não se sabendo se ela é uma entidade, uma assombração, uma menina de verdade ou seja lá o que for ainda que o final deixe a entender sua procedência.

Catriona MacColl que aqui desempenhou o papel de Lucy também protagonizou os capítulos anteriores da trilogia mostrando-se uma verdadeira multi faces sempre conseguindo adaptar-se em diferentes personalidades, ainda que as mocinhas não tenham tanta diferença entre si.

Em poucas palavras, recomendado com toda certeza para quem gosta de um bom terror sobrenatural com alguns elementos de slasher e espera muito sangue jorrando por todos os lados e para quem tenha a curiosidade de conhecer a filmografia de Fulci que é sensacional.

Trailer: