Bem-vindos!

Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Hellraiser - Renascido do Inferno / Hellraiser (1987)



Clive Barker não mediu esforços e nem as consequências para trazer ao ar sua obra mais expressiva. Uma obra que chutou o balde da censura e da hipocrisia trazendo um conteúdo forte e perturbador que traumatizou muita criança desavisada (eu sei, eu fui uma dessas crianças).

Ainda me lembro quando eu resolvi assistir sozinho a noite a primeira sequencia do longa e anos mais tarde a terceira parte também a noite na casa de um amigo, minhas maiores lembranças deste longa, além da pitoresca lembrança de quando os filmes da franquia começaram a ser lançados na tevê aberta, sobretudo no SBT, estes eram divulgados com o nome de "Cabeça de prego" o que não é tão ruim lembrando que em Portugal a franquia é conhecida como Fogo Maldito... ái, ái....

O longa de 1987 começa quando o pervertido Frank Cotton resolve comprar uma relíquia antiga em forma de cubo chamada de Configuração do lamento (ou cubo de LeMarchand), que segundo se sabe, pode-se levar seu portador a uma dimensão de prazer sem precedentes em troca de sua alma e para tanto deve-se resolver um quebra-cabeça mexendo as partes articuladas do objeto até atingir a configuração final.

Frank resolve o quebra-cabeça do cubo e é transportado para o Hellbound, dimensão dos Cenobitas, seres de aparência pálida e deformada, usando couro e adereços sadomasoquista embutidos em seus corpos que existem como barganhadores indiretos de suas vítimas e juízes para os mesmos quando estes quebram as regras do local ou seu acordo com o cubo. 

Logo, ganchos são lançados até Frank, rasgando sua carne e o aprisionando pela eternidade a uma sessão de dor e tortura, que fornece o prazer que os Cenobitas adoram mais que tudo, esta é a recompensa tão esperada para quem conclui o quebra-cabeça.

Frank é dado como desaparecido neste meio tempo, e seus entes acreditam que ele está em uma de suas ''aventuras irresponsáveis'' e seu irmão Larry, sua segunda mulher Julia e a filha adolescente, Kirsty resolvem morar na casa abandonada do desaparecido. 

Por não gostar da madrasta (e vice e versa), Kirsty resolve morar em um apartamento, mas visita o pai com frequência na nova morada.

Numa das reformas da casa, Larry rasga o dedo, num prego e seu sangue escorre até o piso do porão, onde na verdade Frank estava quando sua alma foi abduzida para a outra dimensão. O sangue faz com que o corpo de Frank comece a se regenerar e é revelado que ele e Julia foram amantes no passado.

Julia então, descobre a figura deformada da Frank no porão e ele pede a ela que consiga mais sangue para que ele continua a se fortalecer até recuperar sua forma original. Julia atende ao pedido e começa a seduzir todos os homens que consegue e os atrai ate o porão, onde os mata e os oferece para seu amado, que diz que em breve os Cenobitas vão dar por falta dele e é aí então que os dois devem fugir.

Kirsty acaba flagrando Julia com uma das vítimas, acreditando que ela trai seu pai e resolve por tudo em pratos limpos, até descobrir que Frank voltou e consigo o cubo. Na confusão, Kirsty dá um jeito de surrupiar o cubo e foge com ele. 

Atordoada com tudo o que está se passando, ela desmaia e acorda em uma clínica, onde acaba resolvendo o quebra-cabeças, invocando, Pinhead, o líder dos Cenobitas e seu pequeno exército, que clama pela alma da garota. Astuta, ela revela que Frank fugiu e que se eles fizerem um pacto ela pode levá-los até ele em troca de libertá-la do compromisso imposto pela resolução do enigma do cubo.

Ao chegar em casa, Julia diz a Kirsty que não precisa se preocupar mais, pois seu pai matou Frank e para provar a leva até o porão, onde mostra um cadáver pútrido, porém Kirsty acaba descobrindo que na verdade aquele é seu pai e que Frank roubou sua pele para se disfarçar e assim passar os Cenobitas para trás, mas eles aparecem cientes de tudo.

Kirsty então luta contra o tempo para fazer com que Frank seja enviado de volta para o Hellbound e no processo, Julia acaba morrendo e Frank é pego pelos ganchos de Pinhead que rasga seu corpo explodindo-o, mas antes ele profere a celebre frase "E Jesus chorou".

A salva, Kirsty acredita que tudo finalmente acabou, até que um morador de rua lhe toma o cubo, se transforma numa figura satânica alada e foge deixando claro que aquele estranho era o tempo todo um espião enviado do Hellbound com a missão de assegurar a segurança do cubo e a certeza de que ele vai ser passado adiante para que uma nova tortura, muito sexo e muito sangue continuem acontecendo para o deleite eterno dos Cenobitas.

A obra máxima de Clive Barker baseada num celebre livro começou muito bem trazendo um terror sanguinolento como nunca havia se visto e a sequencia não tardaria até por que o primeiro Hellraiser terminou com um gancho bastante propício.

O filme não poupou filtros e nos brindou com altas cenas de sexo quase explícito além de muito sangue e descarnamento graças ao ótimo trabalho da equipe efeitos práticos, além da maquiagem dos Cenobitas que ficaram ótimas, sobretudo o Pinhead de Doug Bradley que repetiu o papel durante oito dos dez longas lançados até agora, sem contar o seu poder de interpretação que o tornam um Pinhead único e insubstituível.


Trailer: 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Colheita Maldita / Children of Corn (1984-2009)


Colheita Maldita é sem dúvidas um dos meus grandes xodós de infância. Pode se dizer que foi meu passaporte definitivo para este mundo de mistérios, assombrações e sangue.

Pode não ter sido o maior clássico da década de 1980, mas me marcou e conseguiu ser competente apesar da simplicidade e da tarefa de provocar medo através do sobrenatural executada com sucesso.

O filme se passa na cidade rural de Gatlin, Nebraska começa com a chegada de um menino que se auto proclama como profeta na pequena comunidade que vive da colheita de milho, Isaac Chroner.

Isaac é, religioso fervoroso, manipula as crianças até conseguir armar uma verdadeira chacina na cidade onde os adultos (incluindo os pais) são mortos violentamente depois da missa dominical e logo depois, o garoto ordena que todo o contato com o mundo exterior seja rompido e que a cidade se livre de toda e qualquer tecnologia e qualquer meio de diversão o que se torna proibido.

Anos depois, temos o casal Vicky e Burt em viagem pelo chão de terra batida. Os dois acabam tendo seu caminho deslocado e para completar ainda atropelam um menino, que aparentemente já estava morto muito antes pois apresentava um profundo corte na garganta.

Procurando por um povoado próximo para avisar as autoridades sobre o ocorrido, Burt e Vicky acabam chegando em Gatlin, agora uma cidade fantasma, abandonada e sem serviço de telefone, ou energia elétrica impossibilitando-os de obter qualquer auxílio.

Separando-se de Vicky, Burt investiga a igreja e outros locais da pequena cidade tentando juntar pistas que o ajude a entender o que aconteceu por lá, porém a aparição de Malachi, o braço direito de Isaac, pode mudar seus planos assim que ele e sua trupe raptam Vicky, para entregá-la assim como todos os outros adultos a entidade que sobrevive do sangue que irriga a colheita conhecido como "Aquele que anda por trás da plantação'' que é quem dá as ordens à Isaac.

Burt contará com a ajuda dos irmãos Joby e Sarah (que tem o dom da premonição) para ajudá-lo a destruir a seita de Isaac e trazer as crianças manipuladas por ele de volta a razão ensinando-os o verdadeiro caminho de Deus.

Perto do ato final, Malachi trai Isaac obrigando seus servos a amarrá-lo na cruz de milho no lugar de Vicky por considerá-lo um traidor da fé de Aquele que anda por trás da plantação.

Logo depois, Burt tem um embate com Malachi e discursa para as crianças tentando fazê-las entender que o Deus de verdade não é um Deus de sacrifícios.

Ao ter suas ordens de ataque ignoradas pelas crianças, Malachi é atacado mortalmente por Isaac agora possuído por Aquele que anda por trás da plantação.

Burt leva as crianças e Vicky as pressas até um celeiro e lá ele se lembra de uma passagem que ele leu na igreja sobre um homem de azul e uma profecia e deduz que o homem azul que no caso era o único policial  e adulto que havia sobrado vivo em Gatlin (tirando um velho frentista que tinha um acordo com Isaac fornecendo combustível em troca de sua vida) tentou no passado queimar a plantação de milho para dar fim a entidade, porém foi morto e ofertado como oferenda.

Joby revela que há uma bomba de gasolina num depósito usado para a queimada e Burt resolve ir até lá terminar o que o policial começou e com a ajuda do irmão de Sarah ele consegue produzir uma espécie de coquetel molotov que é atirada na plantação logo depois de espalhar o combustível.

A plantação se incendeia , o solo treme e o céu emite clarões dando a entender que Aquele que anda por trás da plantação foi destruído definitivamente.

Prontos para partir daquele pesadelo, levando Joby e Sarah consigo, Burt e Vicky levam um susto com uma das seguidoras de Isaac que estava escondida no carro disposta a matar os forasteiros, porém Burt põe ela para dormir e só resta seguir a pé, por segurança.

O filme é bem simples, sem muita violência gráfica, além do massacre logo no início, mas é bem competente no quesito provocar calafrios com seu suspense eficaz.

O longa é sim galhofa e está um pouco mal envelhecido, mas para mim sempre vai ser aquele clássico das noites do SBT, cuja dublagem aliás, se tornou uma raridade, assim como a segunda que é da Globo, sobrando apenas a terceira dublagem produzida para o DVD/Blu Ray e que convenhamos, é uma bosta, acredito eu que tenha sido realizada em Miami, lar das dublagens lixo.

Colheita Maldita ainda teve além de inúmeras sequencias, um remake em 2009 com um conteúdo mais profundo e perturbador, fiel ao livro Children of Corn (As crianças do milharal) de Stephen King, contando com um final diferente e muito mais chocante do que o clássico de 1984 onde o casal protagonistas terminam mortos pela entidade. Além disso, os irmãos Joby e Sarah não existem.

A única sequencia que pode se chamar realmente de canônica a primeira parte é o sexto longa chamado de Colheita maldita 666 - Isaac está de volta de 1999 que conta com a volta de John Franklin no papel de Isaac que havia sobrevivido à explosão do milharal com a desculpa de que ele estava em coma. Mas isso é assunto para uma próxima.

Trailer (1984)


Trailer (2009)


domingo, 13 de novembro de 2016

O Exorcista / Exorcist (1973)



Sem dúvida nenhuma um dos maiores clássicos do terror de todos os tempos que consegue até os dias de hoje gelar a espinha de muito marmanjo.

Uma despretensiosa produção que não economizou em maquiagem ou efeitos práticos para tirar o folego e (os dólares) dos espectadores e que conseguiu um feito notável, o de se tornar um filme amplamente elogiado por décadas, um dos mais referenciados e adorados pelos fãs do nicho.

Inicialmente, a história gira em torno de 3 narrativas: primeiro, o veterano padre Lankester Merrin que está de residência no Iraque, visita um sítio arqueológico, onde está sendo feito escavações de uma ruína desconhecida e de onde o sacerdote encontra a cabeça de uma entidade conhecida como Pazuzu e logo depois uma estátua grande e intacta do mesmo.

Do outro lado, de passagem em Georgetown, temos a atriz Chris MacNiel promovendo as gravações de uma nova produção. Ela é divorciada e mãe de Regan de 12 anos, uma menina completamente sadia e normal como qualquer outra.

E por fim, temos o jovem padre e psiquiatra Damien Karras, que anda enfrentando sérios problemas com a mãe que é de idade e doente terminal, tendo por conta disso, sua fé abalada e sua vocação posta em dúvida.

Conforme o filme se desenrola (a passos lentos, afinal são quase duas horas e quinze minutos de duração), a menina Regan, depois de revelar a mãe que anda brincando escondido com um tabuleiro Ouija (aquele que serve para se comunicar com os mortos), vem perdendo gradativamente sua saúde física e mental, passando a agredir e praguejar com insultos e blasfêmias, passando assim por uma bateria de exames desconfortáveis de tudo quanto é especialista, e todos dizem o mesmo: que o problema da menina é uma lesão cerebral.

Os profissionais então, redirecionam Chris para um psiquiatra, que só o que consegue é ser agredido por Regan, que a essa altura demonstra claramente que está sob influência de uma possessão, fato este que é contestado pela medicina praticamente o filme inteiro, até que os médicos dizem que existe uma chance muito pequena de que Regan esteja de fato possuída, e para auxiliar Chris e a menina, é convocado o abatido padre Karras, que tenta seguir em frente depois da perda da mãe, e que ainda que cético, resolve investigar o caso de Regan, enquanto consegue permissão da igreja para conduzir um exorcismo, uma prática muito exclusiva e dificilmente autorizada pelo Vaticano.

Regan já está completamente inconsciente, dando lugar a uma entidade que se denomina o próprio diabo, que a essa altura deformou o corpo e o rosto da menina assustadoramente, tendo que ser contido por amarras nos pulsos. A entidade era quem estava provocando as estranhas atividades paranormais no quarto de Regan, como levitar a cama, mover objetos e jogá-los para todos os lados.

Depois de uma minuciosa investigação, Karras reúne provas que indicam a possessão de Regan, e a igreja resolve autorizar o exorcismo, porém, o jovem sacerdote terá que contar com a ajuda de nada menos que padre Merrin, que recebe o chamado para ir aos Estados Unidos conduzir a expulsão do coisa ruim, já que ele tem um histórico de anos com uma prática bem sucedida de exorcismo.

Chegando em uma cena antológica, Merrin pede a Karras que prepare tudo para o ato final, pois eles não tem tempo a perder. É a partir daí que se iniciam as melhores sequencias do filme, onde a entidade tenta manipular ambos os padres com suas mentiras e provocações, levando-os a exaustão.

Depois de lavar a estola de Merrin suja de vômito de Regan na cena icônica da sopa de ervilha, Karras volta ao quarto da menina e encontra o velho sacerdote desfalecido, tentando reanima-lo, sem sucesso.

Farto, Karras agride o tranca rua e ordena que ele o possua. Feito isso, Regan volta a si, exausta porém a salvo enquanto Karras com seu último pingo de consciência se atira da janela, chamando a atenção de algumas pessoas, entre elas, seu grande amigo, o padre Dyer, que aos prantos tem a dolorosa missão de dar-lhe a extrema unção.

Pouco tempo depois, Chris e Regan preparam suas malas para voltar para casa, enquanto a até então sua casa é preparada para ser trancada. No lado de fora, Chris recebe a visita do padre Dyer, que deseja saber sobre Regan. Chris diz a ele que sua filha não se lembra de nada do episódio da possessão, o que é melhor para ela e para todos.

O exorcista foi sem dúvida um dos maiores marcos do cinema ela sua ousadia em abordar um tema que se hoje já é um tabu indiscutível, na época então foi uma verdadeira afronta, principalmente contra a igreja católica que obviamente não viu com bons olhos a produção de 1973.

O filme passou por alguns relançamentos durante os anos com novas cenas e novos materiais que até então ficaram engavetados além de estar envolto a um mar de mistérios nos bastidores. Este é um dos filmes que entrou no hall dos considerados amaldiçoados já que há registro de eventos inexplicáveis e relatos de mortes na produção que logo foram atribuídos ao longa metragem.

Em 1977 saiu a sequencia do filme, novamente com Linda Blair (Regan) no elenco, porém não foi nem sombra de seu antecessor considerada a pior sequencia de um filme de terror já produzida. Já em 1990, uma nova tentativa de reviver a série com a terceira parte da história também não emplacou, mesmo com a participação de Jason Miller (como o padre Karras que misteriosamente sobreviveu ao suicídio). 

Ainda foram produzidas duas pré sequencias narrando o passado do jovem padre Merrin, também sem o mesmo apelo do clássico de 1973, que além de ter conquistado um Oscar inédito, ainda tem seu tema principal como um dos temas de filme de terror mais memoráveis de todos os tempos.

Isso sem falar na cópia descarada turca que chegou logo no ano seguinte, em 1974 chamado Seytan que é um show de horrores com incontáveis defeitos estéticos, direção, atuação etc que provavelmente só foi produzido seguindo uma politica nacionalista do pais tal qual a Coréia do Norte, onde produtos do cinema estrangeiro são proibidos por lei, tendo que se adequar a apenas produtos produzidos em solo nacional (assim, eu não pesquisei a fundo sobre isso, mas como Seytan vem de uma produtora com uma vesta gama de produções / cópias hollywoodianas, acredito que na época deve ter sido essa a realidade da política turca, não sei se hoje é assim, enfim, é só achismo meu).

Voltando ao longa original, ele conseguiu acumular uma séries de cenas memoráveis uma mais assustadora e perturbadora que a outra, como: o caminhar da aranha, cena esta originalmente deletada da edição final, os tiros de sopa de ervilha, o giro de 360 graus da cabeça da menina Regan possuída, a entrada triunfal do padre Merrin á residência das MacNeil, a heresia com o crucifixo, entre outras que só conheceram a luz do dia na edição do diretor lançado no início do século XXI.
 

Trailer:

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Os Monstros / Freaks (1932)


Freaks é um filme que levou o povo da década de 1930 ao limite ao retratar de forma crua o modo de vida dos artistas dos circos dos horrores tendo como intérpretes circenses legítimos com deformações e deficiências reais numa época onde o conhecimento sobre certas condições eram escassos dando margem para o total repúdio do público.

Tratados como aberrações, estes artistas eram destinados a viver do circo mesmo custando-lhes uma vida de explorações e constantes humilhações por conta de suas diferenças que iam desde uma condição de pele raríssima até a falta de um membro ou um simples caso de nanismo. Naquela época, o pouco era muito e qualquer falta ou excesso que um ser humano tivesse seja por nascença ou por acidente era o suficiente para que estas pessoas fossem excluídas da sociedade e do mercado formal de trabalho e tratados como aberrações.

É justamente neste ambiente que se passa esta história de 1932 que gira em torno de Hans, um anão dono de um circo que mesclava números de aberrações com atrações tradicionais todos convivendo literalmente entre tapas e beijos por suas diferenças.

E neste meio que se destaca o amor não correspondido de Hans (que já tinha um compromisso com a também anã Frieda) por Cleópatra, uma ambiciosa e superficial trapezista que odeia as aberrações, mas ao saber que seu jovem superior tem uma gorda herança e futuros planos de se retirar do meio artístico futuramente, usa de seu frágil coração para seduzi-lo e tornar-se sua única herdeira.

O que Cleópatra não contava é que os Freaks (aberrações ou monstros) são unidos como uma grande família e que ao descobrir os planos maléficos da oura, o grupo se une e planeja vingança.

Tudo começa anos depois dos eventos principais, onde um side show anuncia a um pequeno público, a história de amor e tragedia envolvendo um pequeno homem que entregou tudo o que tinha á pessoa errada. Esta pessoa porém não conseguiu esconder seus planos por muito tempo e foi punida...

Depois, o filme transita para o início de tudo no mundo do circo, envolto a vários personagens com as mais exóticas condições, como: pessoas com microcefalia, gêmeas siamesas, um torso humano, mulher barbada, o esqueleto humano e até mesmo condições que hoje são triviais como anões, hermafroditas e até mesmo um simples gago muito do invocado.

Conforme somos apresentados aos personagens principais, a trama vai se desenvolvendo em dois núcleos: primeiro Hans que apesar de comprometido como eu já disse, não esconde sua atração pela bela trapezista Cleópatra; e do outro lado temos Vênus, uma jovem normal que vivia amasiada com Hércules, o homem fortalhão do circo que se gaba de sua virilidade e sua falta de compromisso faz com que a jovem de coração bom se separar dele e buscar alento nos braços de Phroso, o palhaço, que é meio lerdo de raciocínio, porém amável e criativo.

Nós temos amostras de como a sociedade trata as aberrações de Hans e partir de uma cena em que um pequeno grupo acaba indo brincar e dançar em um terreno privado próximo ao acampamento que o circo montou até que dois cidadãos os humilham e são rudes defendendo a ideia esdruxula de que pessoas que nascem sob condições especiais deviam ser abortadas.

Nisso, chega a madame Tetrallini, uma senhora de certa idade que serve como uma espécie de tutora para os Freaks sendo uma das raras pessoas normais que tem empatia pelo grupo. Ela usa do bom censo e dá um bom chá de simancól á dupla de preconceituosos, mas também dá uma dura em suas crianças por estarem invadindo ainda que sem querer uma propriedade privada.

De volta ao circo, Cleópatra acaba descobrindo pouco tempo depois pelos lábios de Frieda sobre a herança de Hans que irá garantir um descanso após sua última apresentação.

Neste meio tempo, Hércules já deu um chute na bunda de Vênus e foi buscar o calor dos braços de Cléo tornando-a sua amante e descobrindo por esta sobre a fortuna de Hans. A dupla de malfeitores chegam a um acordo sobre como passar o nanico para trás para ficar com toda a grana: a loura vai seduzir Hans e conseguir casamento para se tornar sua única herdeira.

Não demora muito para Hans cair na teia da aranha e pedi-la em casamento. Temos aí então, uma das cenas mais icônicas do filme que é a festa de compromisso de Hans com Cleópatra onde os Freaks preparam um drink especial para abençoar Cléo como sua nova ''irmã'' e assim conduzem um ritual de iniciação. Enojada por ter sido iniciada como uma aberração, Cléo humilha e despreza seus colegas de circo dizendo que ela jamais será um deles.

Depois, o humilhado é Hans que testemunha um papelão por parte de Cleópatra que bêbada beija seu amante Hércules e ainda debocha do baixinho que vira alvo de risadas.

Os dias se passam e Hans fica misteriosamente doente aos cuidados de Cléo. A verdade, é que a loura está envenenando o marido para abreviar sua partida, porém, Hans já está desconfiado o bastante do zelo exagerado de sua mulher e dos remédios constantes que ele tem que tomar.

Em uma ocasião, Hans vê Cleópatra colocar gotas em seu remédio e simplesmente se faz de bobo na frente dela, enquanto que pelas costas ele planeja vingança com seus amigos Freaks.

Do outro lado, Hércules tem um desentendimento com Vênus que descobre as intensões do mal caráter e antes que pudesse desmascará-lo, é agredida tendo que buscar amparo em Phroso que entra em luta corporal com o homem mais forte do circo.

Enquanto isso, Cleópatra começa a se dar conta que seus planos já foram descobertos, pois os Freaks estão se comportando de forma estranha com ela. Acuada, Cléo salta do trailer de Hans e tenta fugir, mas os Freaks a perseguem armados como podem no meio de um toró.

Hércules enquanto isso, consegue dar uma canseira em Phroso e tenta fugir sem se importar com sua amante, porém os Freaks o cercam e um dos anões arremessa seu canivete na virilha do fortão derrubando-o.

Depois, Cléo é encurralada pelos Freaks que a alcançam e ela corre pela chuva aos gritos até não ser mais vista.

Uma breve passagem de tempo, mostra Hans agora vivendo recluso em uma mansão abatido e de coração partido sobre os cuidados de Frieda que está disposta a fazer seu pequeno amor se curar.

Voltamos ao side show do início do filme que fala que Cleópatra foi punida pelo seu desprezo aos Freaks e nisso, vemos a loura em um cercadinho de acrílico transmutada em uma aberração meio humana meio pata. Esta ao se ver cercada pelo público, solta um grito e depois um grasnado já que não mais pode falar.

A explicação dada para isso, é que os Freaks são criaturas místicas e que o grupo usou seus poderes para converter a trapezista naquilo que ela mais odiava: uma aberração, condição esta que ela passará a carregar pelo resto de seus dias. 

O longa metragem causou uma grande repulsa no público fazendo com que todos os rolos de filme fossem confiscados e escondidos permanecendo assim até décadas depois quando em um destes eventos independentes de longa metragens, o filme foi recuperado e exibido.

Dizem que por conta da má conservação e por conta também dos órgãos regulamentadores da época, boa parte do filme se perdeu sobrando disponível até hoje aproximadamente 60 minutos de produção e muitos rumores apareceram falando que as cenas retiradas remetem aos castigos dos vilões: Hércules, depois de esfaqueado teria sido castrado por viver se gabando de sua masculinidade e Cléo teria em tela passado pela transformação, mas nada disso foi confirmado.

Na vida real, Harry e Daisy Earles, os intérpretes de Hans e Frieda eram irmãos. Para a época não houve nenhum estranhamento até por que não houve nenhuma cena de intimidade entre os dois e também por que não era fácil conseguir atores com nanismo para fechar a cota no elenco.

O filme conquistou com o tempo o título de cult e motivos não faltam: o enredo é simples, porém interessante, o fato do elenco ser verdadeiramente composto por pessoas com má formações valorizou e causou perturbações ao público na época e ainda funciona muito bem hoje em dia se tornando uma boa pedida para quem quiser ver um filme de época ambientado e vivido no momento certo, coisa que hoje não daria certo por motivos óbvios.


Trailer:

sábado, 5 de novembro de 2016

Brinquedo Assassino / Child's Play (1988)


O ano de 1988 trouxe um grande nome na história do cinema de terror baseado numa obra de Dom Mancini cujo nome se imortalizou dentro do subgênero por trazer uma história que revolucionou para sempre a fórmula do terror.

Até então, já havia um ou outro filme de terror com o argumento do boneco como sendo uma figura nascida para matar seja lá qual fosse a procedência, mas foi com Chucky que os filmes de brinquedos possuídos por entidades malignas se tornou uma febre e foi copiada a exaustão porém sem o mesmo selo de qualidade Mancini.

Com direção de Tom Holland que ao lado de Dom Mancini e John Lafia assinaram o roteiro deste cult absoluto, a história do serial killer que antes de morrer transferiu sua alma em um boneco interativo saiu do papel em 1988 orçamentada em 9 milhões dólares rendendo nada menos que 44 milhões o que acabou acarretando na corrida pela sequência que veio dois anos depois do mega sucesso.

Tudo começa durante uma perseguição do detetive Mike Norris ao notório estrangulador de Lake Shore outrora conhecido por Charles Lee Ray (nome esse aliás dado se inspirando em três dos maiores e mais conhecidos criminosos da história dos Estados Unidos: Charles Manson, o líder de uma seita que no ano de 1969 foi responsável por pelo menos nove assassinatos, Lee Harvey Oswald, o homem acusado de assassinar o até então presidente John F. Kennedy em 1963 e finalmente James Earl Ray, condenado em 1968 pelo assassinato de Martin Luther King, famoso ativista político e líder dos direitos civis).

Charles e o detetive trocam tiros num beco escuro até o assassino em série levar um tiro literalmente no pé sendo deixado para trás na maior covardia pelo seu parceiro de crimes Eddie Caputo.

Se arrastando, Charles chega até uma loja de brinquedos onde Morris o segue e reinicia o tiroteio que cumina com um disparo mortal em Lee Ray que tenta se manter em pé se escondendo atrás de uma prateleira contendo bonecos de meio metro pertencentes a linha Good Guys (os Cara Legais na versão dublada).

Charles abre uma das caixas e tira o boneco de dentro iniciando a conjuração de uma magia vodu sob a alcunha de "Dambala" que trás uma nuvem escura no céu seguida de um raio que causa uma explosão no mesmo corredor em que o assassino e o detetive dividem mandando tudo pelos ares.

Depois de toda a confusão, tudo se acalma e Norris encontra Charles Lee Ray sem vida.

Após a introdução, somos apresentados ao menino Andy Barclay de seis anos que está assistindo um desenho animado dos Cara Legais enquanto prepara um café da manhã balanceado (contém ironia) para sua mãe Karen que cria ele sozinha desde que o marido morreu.

Andy vê durante os comerciais, uma propaganda de um lançamento que trás brilho aos seus olhos: um boneco da linha dos Cara legais de meio metro que interage com seu dono, fala três frases diferentes e tem seu próprio nome para diferenciar um dos outros.

Tendo em vista um grande pacote embrulhado para presente sobre uma cômoda, Andy coloca o café numa bandeja de prata e a leva para sua mãe fazendo-a acordar e parabeniza-lo pois aquele é o dia do aniversário de seis anos do menino, o que explica o mimo para mãe.

Entusiasmado, Andy pede para a mãe deixa-lo abrir seus presentes e ao conseguir uma resposta positiva ele parte direto para o pacote maior, mas seu sorriso vira um bico de tristeza pois o conteúdo era roupa, apenas roupa, porém um pacote melhor revela um brinquedo singelo que foi tudo que a mãe do menino pode comprar: ferramentas de brinquedo dos Cara legais.

A sorte de Andy contudo, muda horas depois quando Maggie Peterson, amiga e colega de trabalho de Karen que é balconista em uma loja chega toda empolgada com uma grande notícia: um ambulante de um bairro barra pesada tem o boneco que o aniversariante tanto quer e por um preço acessível.

Karen não pensa duas vezes e vai até o ambulante conseguindo levar o brinquedo por um preço ainda maior que o combinado, tudo pela felicidade do Andy...

De volta a loja, Karen recebe uma prensa de seu supervisor que anuncia que naquela mesma noite, ela terá que fazer hora extra o que a impossibilitará de passar a noite com Andy e é aí que entra Maggie como uma boa amiga se voluntariando para servir de babá como já havia feito várias outras vezes.

Horas depois, Karen volta para seu apartamento com o pacote enorme em mãos cujo conteúdo devolve o sorriso aos lábios de Andy que rapidamente dá a mãe uma amostra das habilidades de resposta do boneco que reconhece comandos de vos e que veio de fábrica com o nome exclusivo de Chucky.

Chegando a noite, Andy brinca com suas ferramentas enquanto Chucky age de forma autônoma pedindo ao menino que Maggie o deixe ver o noticiário das nove horas que está transmitindo novidades sobre o caso Charles Lee Ray e a fuga de Eddie Caputo.

Maggie no entanto nega o pedido e ordena que o menino vá se preparar para ir para a cama e enquanto o menino escova os dentes, a babá encontra a tevê ligada e Chucky sentado de frente para o aparelho dando a entender que aquilo foi uma malcriação por parte de Andy.

O menino já na cama nega ter feito a tal travessura e momentos depois, temos um vislumbre de visão em primeira pessoa de alguém de baixa estatura andando pela casa e finalmente um vulto que corre por trás de Maggie se escondendo na cozinha.

Acreditando ser Andy que saiu da cama, Maggie vai até a cozinha no meio do escuro onde encontra um rastro de leite no chão. Antes que pudesse começar a limpar aquela sujeira, Maggie leva um tremendo susto com uma ligação: é Karen querendo saber como estão as coisas.

Depois, o dono do pequeno vulto empunha um martelo de brinquedo novamente em primeira pessoa e antes que Maggie pudesse se recompor de seus ataques neuróticos, ela é atacada com a ferramenta no olho o que a faz se descontrolar e cair da janela despencando vários andares direto para a morte certa.

Mais tarde, Karen chega em casa e encontra a faxada de casa repleta de viaturas e seu instinto de mãe a faz correr até o elevador e direto para o seu apartamento onde encontra Andy aos cuidados do detetive Norris que dá a triste notícia da morte da amiga.

Norris revela á Karen uma pegada pequena no rastro de leite com farinha levantando a hipóteses de que Andy teria responsabilidade no acidente e ao comparar a pegada com a sola do sapato de dormir dos Caras legais que Andy está usando naquele momento, faz-se plausível a tese do detetive o que deixa Karen obviamente possessa com tal absurdo.

Andy vai para a cama e descobre farinha na sola do sapatinho de Chucky o que o faz correr a tempo de pegar Norris de saída para assim revelar que quem matou Maggie foi o boneco, o que claramente é ridicularizado pelo detetive.

Agora sim de saída, Norris deixa com seu parceiro, o detetive Jack Santos a arma do crime para a análise de digitais: o martelo de brinquedo o que faz Santos cair na gargalhada achando que o amigo está de gozação com sua cara.

Karen ouve Andy falando com Chucky e o menino diz a ela que o novo amigo é um enviado de seu pai no céu assim dito pelo boneco como o mesmo também disse que Maggie era uma vadia que merecia morrer. Perplexa, Karen reprova a atitude do filho, mas acreditando que ele só está afetado com tudo o que aconteceu deixa elas por elas.

Na manhã seguinte, Karen deixa Andy na creche e poucos segundos depois, o menino escapole com Chucky nos braços entrando super de boa em um metrô que o leva até um bairro decadente onde vive de forma ainda mais decadente nada menos que Eddie Caputo.

Andy deixa Chucky sozinho para atender ao chamado da natureza e nisso, temos outra vez, o vislumbre em primeira pessoa onde o pequeno entra escondido na casa de Eddie e mais do que rapidamente abre o gás do fogão fazendo Caputo acordar com a movimentação suspeita.

Se sentindo vigiado, Eddie começa a disparar a esmo chamando a atenção de Andy que depois que tudo se acalma, começa a procurar por Chucky passando na frente da casa do parceiro de crimes de Chucky quando este era Charles Lee Ray.

Eddie sente algo vindo da cozinha e ao ir para lá, acaba disparando certeiramente no fogão que explode a casa toda em segundos.

Horas depois, Karen busca Andy na delegacia e o menino insiste em culpar Chucky quando o assunto é Eddie Caputo. Em desespero, Karen diz ao filho que ele será tirado dela se não falar a verdade e nisso, o menino tenta fazer o boneco falar, mas é claro que é inútil.

Entra então, o doutor Ardmore, psiquiatra infantil que estava observando tudo atrás da janela dupla face da sala de reconhecimento de suspeitos e este fica com a custódia de Andy para examiná-lo mais a fundo antes de determinar se ele pode ser classificado como psicopata.

Abalada, Karen volta para casa com Chucky nos braços e querendo acreditar nas palavras de Andy, tenta fazer o boneco falar, mas ele só age como foi programado.

Karen pega a embalagem do brinquedo e descobre um pacote de pilhas lacrado daquelas que já vem inclusa com o boneco e ao abrir o dispenser nas costas de Chucky, percebe que não há pilha alguma e nisso, Chucky dá um susto nela falando sozinho.

Chucky cai dos braços de Karen e se esconde embaixo do sofá. Karen pega o boneco imóvel e tenta mais uma vez fazer o desgraçadinho falar e desta vez, acende a lareira ameaçando fazer churrasco de plástico. Nisso, Chucky finalmente se revela desferindo o icônico "sua perua desgraçada" coroando com uma mordida no cangote e uma fuga para fora do apartamento.

Sem perda de tempo, Karen procura o detetive Norris para contar que Andy falava a verdade e que Chucky está vivo e mesmo a mãe do menino mostrando a marca da mordida, o detetive é cético.

Como última alternativa, Karen resolve ir atrás do ambulante que vendeu o boneco assassino para tentar descobrir algo que a ajude, porém Norris tenta impedi-la alegando que o cara vive num bairro barra pesada, mas ela deixa o detetive no vácuo.

Em pouco tempo, Karen procura pelo ambulante por entre indigentes até finalmente encontrar o tal ambulante dando sopa e nisso, a mãe de Andy pergunta de onde ele tirou o boneco que lhe foi vendido, porém ele cobra pela informação.

Como Karen não tem muito dinheiro, o ambulante resolve tomar como moeda de troca, o corpo da mulher, mas felizmente, Norris aparece na hora lavando o chão com a cara do descarado e sem perda de tempo o obriga a soltar o ouro e ele diz ter encontrado Chucky debaixo os escombros da mesma loja de brinquedos onde Charles Lee Ray foi morto.

Norris tenta deixa a confissão para lá, mas revela á Karen que foi ele quem matou Lee Ray e nisso a mãe de Andy se lembra que o menino disse á ela que o nome verdadeiro de Chucky é Charles Lee Ray. Ao saber pelo próprio detetive que antes de morrer, Lee Ray jurou o Norris e Eddie Caputo de morte, ela o lembra de que Caputo já está comendo terra e que o próximo é o próprio Norris, mas mais uma vez, o ceticismo ataca forte.

Karen então resolve procurar alguma pista sobre Charles Lee Ray na casa onde ele vivia, porém Norris rebate dizendo que já investigou o local e não encontrou nada lá.

Um tempo depois, Norris checa a ficha de Charles Lee Ray e depois toma o acento de seu carro sendo surpreendido por Chucky que se revela e tenta estrangulá-lo com um fio e depois desfere várias facadas por trás da poltrona do motorista fazendo o veículo capotar.

Norris sai ileso do veículo e Chucky o provoca dando voltas pelo do carro e ao tentar atacar o detetive acaba levando um tiro fugindo no processo.

Enquanto isso, Karen chega a tal casa de Lee Ray e vislumbra algumas gravuras macabras crafitadas na parede até que Norris aparece e diz ter puxado o histórico do serial killer descobrindo que seu apelido entre seus compadres era Chucky e que ele andava com um sujeito chamado John Bishop, vulgo doutor Morte, um mestre da arte do vodu.

Neste mesmo instante, Chucky chega a casa do tal Bishop revelando que sua magia funcionou, porém tem um pequeno erro: ele levou um tiro e está sentindo dor além de estar sangrando. Bishop revela que Chucky está virando humano pois já passou tempo demais no corpo do boneco e que o mestre do vodu se recusa a ensinar como reverter a situação, pois seu aluno distorceu tudo o que ele ensinou usando a arte do vodu para o mal.

Preparado para a ocasião, Chucky saca um boneco de vodu com as feições de Bishop e quebra um dos braços, seguido de uma das pernas do artefato que repete com o doutor Morte que está imobilizado e sofrendo de dores. Chucky ameaça matá-lo caso ele se negue a falar como burlar o vodu e seu mestre revela que a chave é transferir sua alma para a primeira pessoa para quem Chucky se revelou, ou seja, Andy Barclay!

Chucky agradece pela informação e desfere uma facada no boneco que é prontamente sentida por Bishop.

Não muito depois, Norris e Karen chegam e agonizando, Bishop pede aos dois que protejam Andy de Chucky e que a única forma de parar o boneco assassino é atingindo seu coração.

Enquanto isso, Chucky chega á clínica do doutor Ardmore e Andy vendo sua chegada pede socorro ao psiquiatra que o negligencia. Mandando um enorme foda-se, o menino dá um jeito de escapulir de seu quarto com grades e se esconde em uma sala de exames sendo emboscado por Chucky.

Chucky se esconde quando o doutor Ardmore chega e este tenta sedar Andy acreditando que ele está tendo um surto já que o menino está de posse de um bisturi, mas o boneco aparece por trás rompendo a tíbia do psiquiatra que cai e no processo, ele é lido aos eletrodos da máquina de eletrochoque que é acionada no nível máximo torrando Ardmore até a morte enquanto Andy aos prantos tenta apelar para que aquela barbárie se acabe.

Na sequencia, Karen e Norris chegam á clínica, onde o detetive Santos deixa a dupla a par da morte do doutor Ardmore e a fuga de Andy. Uma paciente conta á Karen que Andy voltou para casa e lá mesmo, o menino se arma com um taco e Chucky que o seguiu mais uma vez o surpreende e o nocauteia.

Chucky inicia o ritual de transferência de alma e nisso Karen e Norris chegam salvando o menino por pouco.

Norris procura por Chucky que se escafedeu e acaba sendo atacado a tacadas pelo boneco e antes que este desferisse o golpe de misericórdia, Karen o acerta com um tiro fazendo-o voar para longe.

Chucky no entanto, se levanta e ataca a mãe de Andy que luta para prender o boneco do satanás na lareira e este a impede de lacrar a grade de proteção como pode até que Andy ajuda a mãe socando o pequeno assassino e ainda jogando fósforo aceso na lenha fazendo Chucky queimar.

Em chamas, Chucky consegue arrombar a grade da lareira e sobe o sofá, despencando completamente carbonizado e imóvel no chão bem em cima do tapete limpinho.

Karen pede á Andy que pegue o estojo de primeiros socorros e assim que o menino ia faze-lo, ele percebe que Chucky sumiu e nisso o boneco o surpreende fazendo-o correr para o cômodo da casa onde a mãe e o detetive estão.

Chucky tenta impedir que Karen feche a porta até que ela pega a arma de Norris desferindo tiros no boneco o decapitando e arrancando um braço e uma perna. O pequeno corpo queimado se arrasta até finalmente ficar fora de ação.

Na sequencia, chega o detetive Santos que ao ver o parceiro ferido aciona o resgate e exige saber o que aconteceu naquela casa. Quando Norris revela que o boneco fez tudo aquilo, Santos é cético e vai até a cena do crime analisar o corpo de Chucky.

Santos volta com a cabeça do boneco na mão tirando sarro de Norris e nisso, de dentro de um duto de ar brota o que sobrou de Chucky agarrando o detetive cético pelo pescoço.

Karen agarra Chucky e o joga para longe e enquanto a cabeça do boneco ordena ao corpo para pegar suas presas tal qual se passa um comando de ataque a um cachorro (cena hilária por sinal), Norris toma a arma e desfere mais um tiro até que Karen o lembra do ponto fraco de Chucky: o coração, dando assim o tiro de misericórdia que mais uma vez faz o corpo voar até parar de se mexer e até no último momento, o boneco é debochado mandando através de sua cabeça a frase programada dos Caras legais "Oi, eu sou Chucky... quer brincar?'' morrendo de uma vez.

O resgate chega logo em seguida e todos deixam o apartamento sendo Andy por último e este observa os restos de seu ex melhor amigo enquanto os créditos descem...

E para brindar os créditos ainda rola o tema musical principal do filme que é simplesmente calafriante.

O orçamento do filme foi o suficiente para se conseguir ótimas cenas de violência com uma quantidade de sangue plausível e mortes criativas e muito bem dirigidas.

Outro grande acerto foi a construção dos animatronics de Chucky que tem uma ótima coordenação motora e vocal, além da vos inconfundível de Brad Dourif que além de dar vida a versão em carne e osso de Charles Lee Ray ainda imortalizou o boneco com seu tom debochado e sua risada maligna.

Aliás, Dourif repetiu a dublagem de Chucky em todas as produções até agora, além de reprisar o personagem em vida no sexto longa da franquia: A maldição de Chucky em cenas de flash back além de introduzir sua filha Fiona como protagonista do mesmo filme.

Poucos anos depois, outras grandes produtoras e outras não tão grandes assim aproveitaram a onda do brinquedo possuído para tentar emplacar suas crias dando origens a algumas bagaceiras como por exemplo: Bonecas assassinas (Dolly Dearest), Mestre dos brinquedos, Brinquedos diabólicos, e Pinóquio o perverso.

Para finalizar, uma última curiosidade: a concepção de Chucky veio através de um boneco da vida real chamado Robert que foi dado de presente á um menino no século XIX (ou XVIII, não lembro) por uma empregada e o boneco em questão ganhou a fama de ser assombrado. Robert ficou anos enclausurado na casa do neto de seu último dono até por fim ser lacrado em um museu na Flórida se tornando uma famosa atração turística.


 Trailer: