Bem-vindos!

Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 31 de dezembro de 2016

Sexta-Feira 13 / Friday the 13th (1980)


Depois de Leatherface e Michael Myers tocarem o terror no Texas e no Illinois, começou o boom do slasher nos anos 80 trazendo grandes e inesquecíveis figuras mascaradas ou deformadas cedentas de sangue pelos mais diversos motivos.

Sexta-feira 13 no entanto não foi lançado com o intuito de virar uma grande franquia cheia de reviravoltas, mas sim um filme único que se concluiria com o clímax fechando assim a trama com a revelação da identidade do assassino misterioso, porém o sucesso avassalador forçou os produtores a já encomendarem uma sequencia para o ano seguinte dando seus pulos para continuar o que já estava praticamente fechado.

Toda essa confusão começa no acampamento Crystal Lake em 1958, quando dois monitores são pegos por alguém misterioso transando, sendo assassinados na hora por está pessoa que nós só vemos através de uma visão em primeira pessoa.

Um ano depois, a jovem Annie, procura o caminho para o acampamento que vai reabrir depois de um período desativado. Ela para em uma cantina perguntando se alguém sabe onde fica, e a cantineira consegue uma carona para Annie com um amigo que é caminhoneiro local e que vai passar por perto.

Ainda na cantina, ela é abordada por Ralph, o louco da cidade que ordena que ela não vá ao acampamento, pois ele é maldito. Ignorando o recado, Annie pega estrada até o bosque tendo um extenso interrogatório feito pelo caminhoneiro que relata que no ano anterior um casal de monitores de Crystal Lake foram assassinados e que ainda um ano antes uma criança se afogou no lago. Annie diz que não tem medo e que está indo para lá trabalhar como cozinheira.

Enquanto isso no acampamento, sobre a batuta do zelador Steve Christy, Alice e seus amigos, os novos monitores reformam o local para receber os futuros novos acampantes.

De volta com Annie, ela consegue uma nova carona com alguém misterioso que a leva para longe do caminho do acampamento, mato adentro. Desesperada, Annie salta do carro, porém, a pessoa misteriosa a alcança e a mata.

Depois que Steve vai embora, Alice, e os outros resolvem se divertir enquanto tem tempo vago.
Ned, um dos novos monitores e um completo babaca, vê e longe um vulto em uma das cabanas e resolve averiguar, sem nunca mais ser visto.

Mais tarde, depois de levarem um susto com uma cobra, a galera resolve aproveitar a chuva que cai para jogar uma partida de stripe Monopoly (entendedores entenderão) proposto por Brenda, enquanto Jack e Marcie, um casal de monitores resolvem ir sozinhos para uma das cabanas transar.

Depois do bem bom, Marcie deixa Jack sozinho para ir ao banheiro, deixando-o nos braços da morte que sucede num ataque surpresa numa cena memorável vivido pelo até então iniciante Kevin Bacon.
Não muito depois, Marcie é atacada também pelo assassino misterioso.

O joguinho de Brenda e os demais é interrompido e a monitora resolve voltar para a sua cabana para descansar. Lá, ela ouve uma vós de criança pedindo ajuda e ao sair, no meio da chuva que engrossara, é abatida com um machado cravado na testa.

Ouvindo os gritos, Alice e Bill começam a procurar sem muito sucesso.

Enquanto isso, numa lanchonete de beira de estrada, Steve resolve ir ao acampamento ver como estão indo as coisas, porém no caminho seu carro atola no barro, mas por sorte ele encontra um policial que lhe oferece carona.

Bill dá chá de sumiço depois de deixar Alice dormindo na cabana. O sono dura pouco e Alice resolve fazer um chá para esfriar os ânimos.

Steve é deixado perto da entrada do acampamento pelo policial que precisa retornar a cidade para atender a uma ocorrência. O zelador mal chega e já é levado prá vala pelo assassino.

Farta de esperar, Alice vai para a cabana de Bill procurá-lo, mas só encontra o cadáver de um dos seus amigos pendurado. Aterrorizada, ela corre até o lado de fora dando de cara com uma nova figura: Pamela Voorhees, antiga cozinheira do acampamento e mãe de Jason, a citada criança que morreu afogada em 1957. Pamela revela seu drama a Alice depois de prometer ajudá-la. 

Ela diz que o que ocasionou a morte do filho foi a negligencia dos monitores que estavam transando no momento do acidente ao invés de tomar conta do menino que era portador de necessidades especiais e que por conta disso sofria bullying constantemente.

A mulher surta do nada deixando claro que ela é assassina por trás de tudo e que haje de forma esquizofrênica seguindo uma vós do seu pensamento que ela atribui ao menino Jason que através dela pede para matar a todos os monitores.

Depois de um duro embate, Alice vira o jogo ao arrancar a cabeça de Pamela com um facão.

Horas depois, já amanhecendo, Alice, a bordo de uma canoa, completamente esgotada, é atacada repentinamente pelo menino zumbificado Jason (!) que a puxa para dentro do lago.

Alice acorda aos gritos numa clinica acompanhada do médico e do xerife, perguntando a eles sobre algum possível sobrevivente, mas propriamente dito, Jason, porém a resposta é negativa. Alice então deduz que  Jason está por lá, vivo e se preparando para se vingar.

Sexta-feira 13 apesar dos clichês tem identidade própria e um carisma impar, e mesmo tendo pego carona em sucessos como Halloween e o Massacre da serra elétrica acabou se sobressaindo e ficando mais famoso que seus antecessores graças ao carisma de Jason e sua maneira única de causar pavor em quem assiste, herdando de sua mãe o fator surpresa que é um dos atrativos da franquia, além da trilha sonora marcante, os efeitos práticos descentes e a maquiagem igualmente competente.

A franquia teve inúmeras sequencias além de um reboot e um crossover épico com seu grande rival Freddy Krueger. Sem dúvida nenhuma, uma franquia obrigatória, sendo um filme inicial super indicado para dar partida a série ainda que não atrapalhe em nada a experiência de quem for ver primeiramente qualquer outro filme avulso.

Trailer:

sábado, 24 de dezembro de 2016

A Tara Maldita / A Semente Maldita / The Bad Seed (1956)


O subgênero de filmes de terror com temática de crianças psicopatas começou na era de ouro dos cinemas com A Tara Maldita produzido em 1956 e prometeu gerar crias ao longo do tempo tamanho o sucesso que fez na época.

Tudo começa quando somos apresentados a família Penmarck formada pela mãe Christine, seu marido Kenneth e sua filha de oito anos, Rhoda, uma menina meiga, educada, obediente; um verdadeiro modelo e orgulho para seus pais e vizinhos... ou será que ela não é o que aparenta?

Certo dia, o pai de Rhoda, que serve as forças armadas precisa partir para servir fora do país, sob a patente de general, deixando mulher e filha sozinhas por algumas semanas em um condomínio residencial onde elas vivem.

A partir daí, começam a acontecer coisas estranhas a volta de Rhoda, como o afogamento (e morte) de um colega de classe, que a polícia não consegue esclarecer e que agita a cidade.

Diante de todos Rhoda demonstra frieza, total naturalidade com o ocorrido o que é estranho para uma menina e ainda mais de tão pouca idade. Para todos a sua volta, Rhoda é uma menina invejável, recatada e que consegue o carinho de todos com facilidade, principalmente quando ela tem algum tipo de interesse na pessoa em questão. Porém, isso tudo é faixada, Rhoda é uma menina hipócrita, bajuladora e manipuladora que esconde um delito grave: foi ela quem matou o filho dos Daigle a sapatadas, auxiliada por um solado especial de metal em formato de meia lua, logo depois afogando-o, tudo para tirar dele uma medalha que ele ganhou na escola por sua boa caligrafia e que Rhoda era obcecada.

Ninguém até então desconfia da pequena, além do zelador Leroy, que aparenta ser um homem que conhece bem a cadeia, se diz mau e esperto e por isso conhece bem o perfil sínico de Rhoda.

O que se segue é uma cadeia de diálogos longos entre Christine, Hortence, a mãe do colega morto de Rhoda, que traumatizada pela perda desbanca como alcoólatra inconformada sem conhecer a verdade que ela desconfia que a professora das crianças esconde e de Rhoda que segundo ela soube da polícia, foi a última pessoa que viu a vítima viva. 

Logo depois, uma tórrida discussão entre Christine e seu pai Richard Bravo, um aposentado escritor de romances policiais, sobre o passado de Christine e a teoria de que uma criança pode herdar os genes maus de algum antepassado se tornando criminosos frios e hábeis na arte da manipulação emocional, o que Richard rebate categoricamente, porém no ápice da conversa uma grande revelação vem a tona: Christine é filha de uma notória e manipuladora psicopata e que fora encontrada com poucos anos por Richard que a adotou. 

Christine, que até então desconfiava da filha, agora não tem dúvidas de que ela tem relações diretas com o assassinato no pier, somado ao flagra que ela dá em Rhoda quando a menina tenta se desfazer de seus sapatos, usados no assassinato do menino dos Daigle jogando-os no incinerador, depois que Leroy disse que ele sabe como a polícia poderia descobrir sangue oculto em uma prova em potencial, no caso os sapatos, porém ele tenta enganá-la com uma suposição de que o sangue do pequeno Daigle ainda teria deixado vestígios em um suposto pedaço de pau que Rhoda teria usado para espancar o menino e depois escondido, mesmo depois dela ter limpado a cena do crime.

Depois de um memorável bate boca entre Rhoda e Leroy, que diz que encontrou os sapatos quase intactos no incinerador e que ia levá-los a polícia como prova, logo volta atrás dizendo que só a estava provocando, porém Rhoda acredita cegamente que ele está com os calçados, fazendo com que ele não tenha mais dúvida alguma de que ela é uma assassina.

Ainda na mesma tarde, enquanto Christine conversa com a senhoria de seu casarão na cozinha, ambas e toda rua ouvem um grito e sinais de um incêndio vindo do porão, onde Leroy vive. Neste instante, Rhoda voltava da rua depois de comprar um picolé, enquanto que todos veem Leroy, sair correndo desesperado prá fora do porão e cair morto, depois que os vizinhos conseguiram arrombar o lugar tardiamente. Foi Rhoda quem incendiou o porão onde Leroy costumava dormir em um amontoado de palha para escapar do trabalho.

Depois que a poeira baixa, Christine já abalada com as confissões de Rhoda (e que ela acaba sendo conivente), ainda recebe de sopetão a bomba de que Rhoda trancou o porão e ateou fogo no local, matando Leroy queimado para que ele não a denunciasse.

A beira de uma loucura, Christine dá uma dose letal de calmantes para Rhoda e logo depois dispara contra si mesma.

Kenneth logo é notificado e pede dispensa para acompanhar sua mulher e Rhoda, que recebeu socorro a tempo impedindo que ela morresse por overdose de remédios. Christine milagrosamente fica fora de perigo, dizendo a Kenneth que cometeu um pecado grave.

Rhoda, que ainda estava encucada sobre o tal pedaço de pau que poderia incriminá-la, foge de casa no meio de uma noite chuvosa para recuperá-lo, porém ao lago, um raio acerta a ponta do cais, e a pequena assassina encontra seu fim.

Para finalizar, o filme apresenta o elenco num final cômico (onde Christine desfere uma série de palmadas em Rhoda) e logo depois um breve recado de agradecimentos e um pedido ao público que nunca divulguem o conteúdo do clímax da trama (tarde demais) para não estragar a experiência dos demais.

A tara maldita (que teve seu título readaptado para A semente maldita quando lançado em DVD), inovou na época ao trazer como protagonista e vilã uma criança na pele de uma assassina insana, brilhantemente interpretada pela pequena Patty McCormack o que acabou virando tendência para filmes futuros como O anjo malvado, A órfã, Caso 39, etc..

Como já dito, alguns diálogos são longos e cansativos, porém vale pelo show de interpretação teatral de alguns membros do elenco e a coisa desenrola muito bem, muita coisa que até podia passar batida é bem explorado, apesar de ter poucos personagens realmente importantes, eles seguem ativos até o fim da trama.

O misterioso clímax que é citado no trailer é bem simples e decepcionante, mas devemos nos lembrar que se trata de uma trama da segunda metade dos anos de 1950 e que também por isso, nenhuma cena violenta e de horror são explícitas, mas a gente percebe muito bem como aconteceu e é isso que valoriza o formato, como a cena em que Leroy é morto, nós não vemos o personagem e nem sabemos claramente os detalhes, mas os figurantes olhando tudo acontecer, os gritos e depois uma breve explicação do que houve e isso basta.

A obra original saiu das páginas do livro The Bad Seed que por aqui foi adaptado como Menina Má de Maxwell Anderson e Willian March em 1953, fora que também houveram adaptações teatrais ao longo dos anos tentando trazer um pouco da imersão cinematográfica, claro que com as limitações de um único cenário.

Em 1985 um remake da obra foi realizado fidelizando com o original e ainda expandindo certas cenas que ficaram subjetivas por conta da época, com um final um tanto quanto diferenciado.

Um outro remake direto para a tevê foi produzido no final de 2018 (esta crítica / review foi atualizada em abril de 2019) contando com a participação especial de Patty MacCormack, a clássica Rhoda e tendo como a pequena psicopata da vez a jovem atriz Mckenna Grace, que já tem uma pequena experiência com o gênero como: Amityville: O despertar, Maligno e Annabelle 3: De volta para casa.

Trailer:


sábado, 17 de dezembro de 2016

Bonecas Assassinas / Dolly Dearest (1991)


O sucesso de Brinquedo assassino de 1988 abriu portas para uma leva de filmes de terror utilizando-se do artefato dos brinquedos possuídos virem logo em seguida visando uma fatia generosa deste bolo.

Claro que nem todos capricharam na produção, nos efeitos especiais e práticos, no roteiro ou qualquer outra coisa e nisso muita tranqueira surgiu (felizmente) e muitas destas vieram para cá como foi o caso da execrável Dolly Dearest de 1991 que tentou elevar ao extremo tudo aquilo que já foi visto antes com o primeiro filme de Chucky, por que veja bem: Chucky era um boneco, Dolly era toda uma linha. Chucky era um boneco possuído pelo espírito de um serial killer, Dolly era um grupo de bonecas possuídas por uma entidade demoníaca oriunda de uma pirâmide cuja cripta fora profanada. Chucky usava Andy para se vingar daqueles que o levaram para vala, Dolly manipulava a menina Jessica tornando-a uma capeta em forma de guria e por aí vai...

Mesmo com todos estes ingredientes, Bonecas assassinas não agradou a todos (exceto eu, eu acho) e se tornou um cult do trash muito lembrado aqui por estas bandas pelas suas exibições esporádicas no saudoso Cine Trash com aquela delícia de dublagem nostálgica de São Paulo trazendo vozes como as de Fernanda Bullara, Márcia Regina, Dráusio de Oliveira, Helena Samara, Vagner Fagundes entre outras feras da nossa infância.

Claro que uma redublagem foi feita anos depois, com as vozes cariocas para o lançamento em mídia física, mas ainda sim não ficou legal, mas ajudou a preencher lacunas deixadas pela dublagem clássica.

Mas deixemos de lado os detalhes e vamos para o enredo que começa em um sítio arqueológico dentro de uma pirâmide aparentemente Maia onde um arqueólogo liberta uma entidade maligna ao profanar um túmulo o que ocasiona um desmoronamento matando o pobre homem soterrado.

No dia seguinte, a família Wade (Read no original) formada pelo casal Elliot e Marilyn e seus filhos Jimmy e Jessica se dirigem para o México fretando um voo que saiu de Los Angeles por conta de um novo negócio adquirido pelo patriarca perto do deserto: uma fábrica de bonecas cujas atividades foram suspensas desde a morte de sua antiga dona.

Chegando ao casarão onde irão morar, a família é recepcionada pelos empregados, o senhor Estrella e a criada fanática religiosa Camila.

Sem tempo para desfazer as malas, Elliot se dirige á sua fábrica junto dos filhos e de Estrella que guia a família pelo local arruinado.

Enquanto Jessica bisbilhota as bonecas, Jimmy sai da fábrica atraído pela pirâmide do início do filme que fica muito perto.

Jessica encontra algumas bonecas intactas, são lindas bonecas de meio metro, usando vestido vermelho escarlate e cabelos claros pelas quais a menina se encanta pedindo uma ao pai que a deixa escolher aquela que ela quiser.

A boneca escolhida é levada para casa e recebe o nome de Dolly. A noite, quando Jessica dá um beijo de boa noite para amiguinha e parte para a terra dos sonhos, acaba deixando escapar que a boneca mexe o rosto sozinha olhando a menina.

Na manhã seguinte enquanto Jessica brinca com Dolly na casinha de boneca, Marilyn encontra um desenho macabro feito a mão pela filha.

Em outro momento, quando a família Wade volta para casa depois de um passeio, Jessica fica inquieta e tem uma crise de choro ao ver um padre benzendo a casa por ordem de Camila e a menina se acalma depois que o religioso vai embora.

Paralelo a isso, na universidade de arqueologia, o professor Karl Resnick recebe de seu ajudante fotos da pirâmide e a tumba profanada e a notícia da morte do antigo arqueólogo.

A noite, Marilyn busca Jessica na casinha e a menina diz que Dolly disse a ela que elas vão gostar muito de seu novo lar.

Sentindo uma estranha energia emanando da boneca, Camila põe-se a rezar para todos os seus santos.

Na manhã seguinte, Jimmy encontra pergaminhos antigos do lado de fora da pirâmide e os leva consigo.

Em casa, Marilyn vê Jessica fazer outro desenho macabro que ela alega que Dolly pediu a ela para faze-lo e que ainda a boneca disse a ela que ela estava esperando por uma menina como ela.

Jessica fica apreensiva ao ver o rosário de Camila e derruba os pratos que a criada levava proferindo em seguida uma frase numa língua estranha que a religiosa conhece como sendo o dialeto Sanzia, uma antiga língua quase morta.

Marilyn obriga a filha a se desculpar com a criada que diz a patroa que ela reza todos os dias para proteger a casa do domínio de uma força do mal afastando-o.

A noite, na hora de dormir, Jessica percebe que Dolly sumiu de sua cadeira e se põe a procurá-la pela casa e a encontra correndo até a casinha.

Dolly pede á Jessica para vir com ela e Camila a vê de longe ordenando a menina que volte para dentro de casa. Camila arrasta Jessica pelo braço até a porta da entrada de serviço que está estranhamente trancada forçando a criada a dar a volta enquanto a menina espera.

Como a porta da frente também está trancada, Camila chama por Jimmy que não a escuta pois está ouvindo música muito alta pelo fone.

Camila então, desce até o porão para tentar abrir uma porta alternativa sendo seguida por Dolly e ao dar meia volta pois mais uma porta está trancada, a criada acaba levando um susto da boneca fazendo-a rolar as escadas.

Dolly apunhala Camila que consegue se movimentar por uma certa distância até acender uma lâmpada e a boneca a surpreende novamente fazendo a criada cair numa cisterna onde a boneca joga a lâmpada com fio e tudo matando a velha eletrocutada o que causa um apagão na casa.

Elliot e Marilyn se dão conta da falta de luz e se dividem para procurar Jessica. Enquanto Marilyn procura no quarto de Jimmy que não tem notícias do paradeiro da irmã, Elliot vai até o porão para verificar o disjuntor.

Uma tempestade começa do anda impedindo Marilyn de ir até a casinha de bonecas, porém Jessica surge toda molhada e mergulhada numa espécie de transe.

Por sua vez, Elliot encontra o corpo de Camila emergindo da cisterna. Acreditando que o ocorrido com a criada foi um acidente, Elliot diz á Marilyn que a família de Camila cuidará de seu sepultamento.

Na manhã seguinte, Marilyn ouve vozes vindo da casinha de boneca e ao entrar depois de forçar a minuscula porta, encontra Jessica com os cabelos cortados que a menina diz que é para ficar parecida com Dolly.

Jessica ainda é mal criada com a mãe por se negar a sair da casinha e por taxar a mãe de intrusa, mas logo em seguida se faz de coitada e pede desculpas á Marilyn.

Paralelo a isso, Karl Resnick vai até a pirâmide investigar a tumba por conta própria e encontra Jimmy que acabava de sair de dentro do local alegando que na metade do caminho tem uma passagem estreita da qual o arqueólogo não irá conseguir passar sem ajuda e nisso se oferece para ser seu assistente.

Resnick nega a ajuda e acaba deixando escapar que há uma cripta depois da passagem estreita fazendo o garoto voltar a explorar o lugar e depois Jimmy oferece ao arqueólogo o uso do telefone na fábrica do pai que fica logo adiante.

Chegando a fábrica, Resnick fica inquieto com as bonecas lá presentes e notifica á Elliot que a pirâmide pertence a um povo antigo chamado Sanzia (ou satã no bom português) o que aguça a curiosidade de Jimmy que mergulha nos livros de história local.

Em outro momento, Resnick volta á pirâmide para procurar uma forma de abrir o bloqueio feito pelo deslizamento.

Marilyn liga para Elliot para falar sobre a obsessão de Jessica por Dolly, mas o marido normaliza a situação achando que a menina tem um apego fora do normal pelo brinquedo.

A noite, Jimmy dá uma escapulida de casa escondido e vai até a pirâmide e paralelamente, Resnick decifra as escrituras da cripta que ele confirma ser Sanzia e esta diz para ninguém entrar na tumba.

Enquanto isso na fábrica de bonecas, Luiz, o segurança ouve uma movimentação suspeita no depósito e ao investigar é surpreendido por uma das Dolly que se mexe sozinha pondo-o para correr.

Do lado de fora, Jimmy dá um drible no cão de guarda enquanto se aproxima da pirâmide.

Luiz se esconde atrás de uma prateleira de ferramentas, mas uma das Dolly prende sua mão na agulha da máquina de costura e ao conseguir tirá-la, rasga sua mão no meio. Depois disso, o segurança tem um enfarto e morre na hora.

Resnick segue revisando a cripta e deduz que o achado tem 900 anos e que na tumba foi enterrado uma lendária criança do mal.

De volta a Jimmy, ele volta a ser perseguido pelo cachorro sendo obrigado a pular uma das janelas da fábrica. Lá dentro, o garoto encontra o rango de Luiz queimando e suas chaves jogadas no chão.

Ao sair da pirâmide, Resnick pega uma mulher cercando o local com gasolina e ela diz que ele deve deixar a tumba da criança do mal em paz por que desde que a universidade de arqueologia mandou o primeiro arqueólogo com seus aparatos tecnológicos só tem trazido problemas á cidade e depois foge.

Na sequencia, Elliot aparece procurando por Jimmy e Resnick diz não saber de seu paradeiro.

Jimmy ouve uma movimentação suspeita no depósito e encontra o corpo de Luiz. Acuado, o garoto foge para fora sendo encontrado pelo pai e por Resnick e os adultos encontram o corpo do segurança acionando a polícia.

Em casa, Elliot dá uma bronca em Jimmy que menciona o povo Sanzia e Marilyn que sente já ter ouvindo este nome vai até o quarto para tentar tirar Dolly de Jessica que dormir, mas esta acorda e possuída pelo espírito do mal ameaça a mãe de morte e quando Elliot e Jimmy aparecem, a menina se faz de vítima e começa a chorar vilanizando a mãe.

Marilyn tenta convencer Elliot de que a boneca está controlando Jessica, mas o marido é cético e se nega a ir embora do México como é proposto. Na sequencia, Marilyn fala sobre os Sanzia e que Camila mencionou sobre o dialeto proferido por Jessica cuja procedência é maligna e Elliot manda o foda-se para o fanatismo da saudosa criada.

No dia seguinte, Marilyn procura Resnick para saber mais sobre Sanzia e o arqueólogo diz que o antigo povo Sanzia preparava a chegada de uma criança demônio com cabeça de cabra e a mãe de Jessica menciona que a menina falou no dialeto dos Sanzia sem ter qualquer conhecimento sobre tal e que as mortes de Camila, Luiz e do arqueólogo anterior podem ter alguma ligação.

Marilyn vai até um convento procurar a irmã de Camila que é uma freira que atende pelo nome de Alva que também sabe sobre os Sanzia e esta diz que é tarde demais para salvar Jessica, pois a criança demônio já despertou e que ela deseja crianças e que para consegui-las pode se manifestar na forma que quiser e em mais de um indivíduo se necessário.

De volta a casa, Marilyn procura Jessica e acaba encontrando Jimmy escondido alegando ter visto Dolly falar e se mexer sozinha. Nisso, os dois vão até o quarto de Jessica e finalmente veem a boneca se manifestar bem diante de seus olhos. A boneca diz que Jessica será só dela e personifica a voz da menina torturando a mãe psicologicamente.

Marilyn desce e carrega uma espingarda deixando Jimmy em segurança no piso de baixo ordenando que ele fique onde está, porém teimoso ele vai atrás.

Depois de um bom tempo rondando pela casa, Marilyn vê um vulto pequeno e mira a arma para ele pensando ser Dolly, porém antes de atirar percebe que aquela é Jessica que está numa espécie de transe.

Marilyn pega nos braços Jessica e inicia uma fuga, porém Dolly ordena a menina que mate a mãe e esta a esgana fazendo a espingarda cair.

Jimmy que surge logo atrás empunha a arma e atira certeiramente na boneca que é arremessada para trás abrindo um rombo na porta e o impacto joga Jessica para trás também, porém ela finalmente desperta procurando os braços da mãe.

Na fábrica, a criança demônio controla todas as bonecas que vigiam Elliot de perto.

Paralelamente, Resnick consegue abrir a tumba da criança demônio e encontra seus restos mortais se convencendo totalmente de que ele fez a maior merda de sua vida.

As bonecas laçam a perna de Elliot suspendendo-o até o grande tambor de misturar plástico derretido e nisso, ele finalmente vê as Dolly se mexendo sozinhas.

Resnick chega na hora desligando a máquina e salvando Elliot. Os dois dão meia volta e ao sair da fábrica encontram Marilyn e as crianças chegando de carro.

Elliot ordena á mulher que leve as crianças para longe e enquanto isso, ele e Resnick cercam toda a fábrica com bananas de dinamite. Uma das bonecas acerta uma tesourada na perna do pai de Jessica, porém ele consegue sair do local a tempo de acender a ultima dinamite que manda tudo para os ares pondo fim á criança demônio.

Eu concordo que o filme não foi dos melhores, mas também taxá-lo de ser um filme ruim aí já é forçar a barra. O longa tem sim seus defeitos, mas também tem suas qualidades: o enredo por mais que tenha bebido da mesma fonte de Chucky, conseguiu adquirir identidade própria.

O filme ainda consegue me entreter com sucesso e entrega uma atmosfera de medo e suspense sem dever em nada, apesar de ser engraçado em alguns momentos.

Destaque para o saudoso Rip Torn (O Zeddde MIB - Homens de Preto), que fez o papel de Resnick, sendo então o único rosto conhecido no filme (pelo menos para mim). Não que tenha sido uma senhora atuação, mas é digno de nota.

Não tem muito o que falar, o filme apesar de datado ainda serve como propósito de entreter e faz isso de maneira frenética não ficando massante em momento algum.


Trailer:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Mikey (1992)


São poucos os filmes que conseguem me prender e me fazer ver e rever trocentas vezes sem enjoar. Mikey de 1992 é um deles. É um filme muito gostoso, com uma atmosfera medonha, uma simplicidade para cativar que eu nunca vi. Além do que ele se encaixa no subgênero que eu mais amo: crianças psicopatas.

O filme não é mais um daqueles clichês de sempre, não tem sobrenatural, não tem possessão e não tem mistério. É apenas um menino de nove anos com a maldição da psicopatia e o dom da manipulação que não aceita muito bem a rejeição punindo todos aqueles que o contrariam com a morte.

O enredo como eu já disse, não tem nada de fantasioso, tudo é levado no mais absoluto realismo. Sem maquiagens exageradas, sem reviravoltas, afinal nós sabemos quem é Mikey desde o início e isso até que é bom e funciona bem por que nós sempre sabemos quem e por que determinada coisa aconteceu e nada se estraga na trama que se desenvolve tão rápido que faz uma hora e meia parecer um episódio de 22 minutos de alguma série policial.

Tudo começa depois que o menino Mikey, filho adotivo do casal Grace e Harold Kelvin faz uma pequena fogueira no chão da casa. Depois de levar um tapa e uma bela bronca de Grace, Mikey joga suas frustrações em cima de sua irmãzinha caçula Beth por esta não tê-lo acobertado tal como uma boa irmã mais nova faria.

Logo depois, ele rouba sua boneca preferida e a joga na piscina. Sabendo que a menina não sabe nadar, Mikey a provoca para que ela tente pegá-la e no processo acaba fazendo a pequena Beth cair e morrer afogada sem que o garoto faça nada e nem esboce qualquer reação de medo ou arrependimento.

Voltando para dentro de casa, Mikey ouve a mãe dizer para uma amiga ao telefone estar arrependida de tê-lo adotado e desconecta o aparelho. Grace, que está na banheira é surpreendida pelo filho que alega que ela não o ama mais e como o garoto não está disposto a barganhar ele logo lança um secador de cabelo plugado à tomada direto na banheira matando a mãe eletrocutada.

O tempo passa e Mikey prepara uma arapuca para o pai que chega em casa depois de um dia cheio no trabalho. Ao ver o corpo de Beth sem vida na piscina, obviamente Harold se desespera e vai atrás da menina, porém o chão que estava coberto de bolinhas de metal o faz escorregar e arrebentar as portas de vidro. Mikey então tira um taco de beisebol e o mata com várias tacadas.

Horas depois, a polícia chega e o detetive Jack Reynolds encontra Mikey escondido em um armário. O garoto finge-se assustado e monta todo um melodrama dizendo que um suposto homem mau invadiu sua casa e matou geral menos ele por que ele se escondeu depois de identificar o suspeito e seu carro.

Mikey é redirecionado para o juizado de menores onde sua guarda é rejeitada pela irmã de Grace que nunca foi com a cara do garoto restando colocá-lo em adoção depois de passar por uma avaliação psiquiátrica.

Astuto, Mikey consegue fazer o psiquiatra de trouxa fazendo-o pensar que ele já estava terapeuticamente apto para voltar ao convívio com uma nova família e os sortudos (ou nem tanto assim) são o casal Trenton do Arizona, formado por Neil e Rachel que se apegam rapidamente ao garoto.

Chegando em sua nova casa, Mikey é recepcionado pelos vizinhos a senhora Owens e seu filho caçula Ben que será seu colega de classe na turma da senhorita Shawn Gilder que o recebe muito bem apesar de notar em alguns momentos que ele é uma criança diferente.

Um destes momentos, é quando ela vê um desenho sanguinolento de Mikey que ela leva para o senhor Jenkins, o coordenador escolar analisar porém ele diz não ver nada de anormal. Mesmo assim, por desencargo de consciência, Jenkins tem um bate papo rápido com Mikey que consegue atuar perfeitamente bem na frente dele não demonstrando oferecer qualquer perigo.

Mikey também tem outros interesses: Jessie Owens, a irmã adolescente de Ben. Horas depois de pregar uma peça nela se fazendo de morto para arrancar-lhe um beijo através de uma respiração boca a boca, Mikey entra pela janela do quarto de Jessie a noite e a observa dormir encantado.

Na manhã seguinte, a senhorita Gilder recebe um telefonema da cidade de onde Mikey veio e descobre que sua antiga família foi assassinada e que a polícia segue procurando o responsável.

Aproveitando o fim de semana e a ausência de Ben e da mãe em casa, Mikey se intromete no quintal dos Owens para ver Jessie nadar e a garota o convida para um passeio e ainda aproveita para dar alguns conselhos amorosos sem se dar conta de que a garota que ele está apaixonado é ela mesma.

Para o infortúnio de Mikey, ele tem um rival, David que é namorado de Jessie. Certa noite, enquanto filmava a crush com pouca roupa, Mikey flagra também David se preparando para coitar com a garota. Sem a menor vontade de dividir com a concorrência, Mikey manda uma pedrada na janela fazendo David sair para fora a procura de um possível fura olho o que acaba com o fogo de Jessie que manda o babaca embora.

Observando tudo de longe, Mikey trata de torcer o pescoço da gatinha de estimação dos Owen e depois a joga entre os pneus do carro de David fazendo-o pagar o pato e ficar mal com a namorada.

Na manhã seguinte, o casal Trenton é chamado pela senhorita Gilder para uma audiência para falar sobre a possibilidade de levar Mikey para um psiquiatra analisa-lo e Neil rejeita a proposta mesmo depois de ver com seus próprios olhos o desenho macabro do filho e de saber que nesta mesma manhã ele andou cometendo auto mutilação com uma taxinha no braço durante a aula.

De volta a casa, Rachel tem um desentendimento com Mikey que tem um ataque após saber que a mãe vendeu seus filhotes de peixe (já que é com isso que ela trabalha) e ela fica em dúvida sobre tudo que a professora disse anteriormente.

Paralelo a isso, David tenta a todo custo conseguir o perdão de Jessie e praticamente implora de joelhos com um buquê de flores e tudo. Jessie acaba cedendo e Mikey observa os pombinhos se reconciliando.

Desta vez disposto a eliminar o rival, Mikey simula uma ligação na casa de Jessie que deixa o namorado sozinho na jacuzzi para atender. Mikey aproveita para marcar terreno jogando um rádio na jacuzzi que mata David eletrocutado.

Depois de desligar o telefone, Jessie procura pelo namorado que aparece boiando sem vida.

No dia seguinte, a senhorita Gilder toma conhecimento de um relatório da polícia sobre o caso da antiga família de Mikey e ainda descobre sobre a morte de David alertando Jenkins para o pior das hipóteses.

Na casa dos Owens, Jessie lamenta e se culpa pela morte de David enquanto Mikey diz a ela que ele foi punido por ter matado sua mascote e que agora ele poderá tê-la só para ele. Irritada com a atitude do garoto e compreendendo seus sentimentos, Jessie corre Mikey de sua casa e vai direto falar com Rachel.

Ela reporta a vizinha tudo o que Mikey disse e ainda diz que ele está apaixonado de verdade por ela e como se não bastasse revela que o menino pode ter matado David por ciúmes, mas é claro que Rachel a manda para o inferno pois está de quatro por seu filho perfeito que por ironia está ouvindo tudo escondido.

Na escola, Gilder recebe uma cópia do relatório policial e descobre que a antiga mãe de Mikey morreu eletrocutada tal qual David e sem perda de tempo convoca Jenkins para acompanhá-la até a casa dos Trenton antes que seja tarde.

Rachel enquanto isso, ouve um som alto de tevê e ao encontrar Mikey assistindo, percebe que ele está vendo sua gravação amadora do assassinato de David. Mikey ri sem a menor cerimônia e ao ser ameaçado, pega um martelo que já estava a tira colo e acerta a mão de Rachel. A mãe de Mikey corre até a geladeira buscar gelo e vai para o quarto onde se tranca.

Mikey no entanto, consegue estourar a porta de vidro do quarto e o invade dando várias outras marteladas na mãe que o empurra. O menino então pega um caco de vidro e corre atrás dela que tenta fugir. Os dois acabam caindo abraçados das escadas tão logo Gilder e Jenkins chegam.

A dupla encontra Rachel sem vida com uma lasca de vidro encravada no pescoço e Mikey sobre ela que eles acreditam que também morreu.

Jenkins leva Gilder para fora para respirar e volta para dentro para ligar para a polícia. Jenkins que está de posse de um revólver acaba deixando ele sobre a bancada da cozinha, e Mikey que está muito vivo pega a arma e zera seu tambor devolvendo-a no lugar.

Sem conseguir usar o telefone, Jenkins resolve sair da casa, mas Mikey o impede mirando uma flecha para ele. Jenkins tenta atirar, porém a arma como eu disse, já estava sem balas e o coordenador acaba morto com uma flechada certeira no tórax.

Gilder encontra o colega sem vida e Mikey a surpreende com um estilingue e uma bola de metal e dispara diretamente na cabeça dela matando-a na hora.

Logo depois, Mikey arrasta os corpos e recebe uma ligação de Neil que diz estar a caminho de casa em poco tempo.

Mikey toma um banho, troca de roupa, liga todo o gás da cozinha e vai até a casa dos Owens tentar ''reatar'' com Jessie que o rejeita e o manda ir embora. O garoto no entanto entra pela janela e tem um acesso de rejeição sendo posto novamente para fora.

Ouvindo um barulho de tevê muito alto vindo da cozinha, Jessie vai até lá e encontra Mikey armado com um arco e uma flecha. Ele dispara mas não acerta, afinal, mesmo de coração partido ele ainda a ama... crianças apaixonadas, fazer o que?

Logo na sequencia, Neil chega em casa e Jessie tenta chamar sua atenção, porém a janela de seu quarto está trancada e quando consegue abrir, Neil já fechou a garagem.  

Ao entrar em casa, Neil encontra os corpos de Rachel, Gilder e Jenkins sentados à mesa juntamente com um esqueleto do tamanho de Mikey que ele furtou da sala de ciências e surta. Mikey lança uma garrafa de coquetel molotov e tudo vai para os ares.

Na manhã seguinte, a família Owens presta depoimento à polícia e Jessie pergunta por Mikey. O policial afirma que todos foram carbonizados com a explosão, incluindo o menino.

Um tempo depois, somos apresentados a um representante do juizado de menores que apresenta a um casal um menino de nove anos que segundo ele, foi encontrado vagando sem memória e a ele foi dado o nome de Josh. Era nada menos que Mikey que sobreviveu e está feliz por conhecer seus novos pais.

Uma verdadeira pérola perdida com aquela fama de banido em diversos países e isso não é a toa. O filme é extremo para a época sobretudo por se tratar de um antagonista infantil sócio-psicopata muito bem interpretado (em cada um de seus trejeitos e suas maravilhosas frases de efeito) por Brian Bonsall que só possui trabalhos menores em sua carreira que apesar de discreta tem vários trabalhos como as séries Family ties e Star Trek: The next generation.

Alguns poucos rostos conhecidos fizeram parte do longa como Ashley Laurence, a eterna Kristy Cotton do clássico Hellraiser (e suas duas sequencias seguintes além do longa de 2002) que aqui interpretou a professora Shawn Gilder, Josie Bissett que tem como maior trabalho a lendária série Melrose Place no papel da Jessie e Whit Hertford que para mim é mais conhecido por ter atuado em umas duas temporadas da série Três é demais, (que eu amo) fora isso ele tem uma carreira extensa com outros trabalhos como o primeiro longa da Família Addams, as séries Glee, How i meet your mother, entre outros trabalhos como dublador e diretor no papel de Ben.

Voltando ao filme, ele funciona muito bem como thriller, tem um teor de suspense perfeito, a trilha sonora provoca calafrios de tão bem composta e executada e o enredo é fluído, muito bem dirigido e as atuações estão de parabéns. 

Se não tivesse sido tão massacrado pelos órgãos reguladores na época, certamente Mikey teria sido um longa metragem de sucesso e não um achado raro de locadora como é hoje em dia. Infelizmente está cada vez mais difícil encontrar a mídia digital do filme seja para baixar ou mesmo assistir online e em streaming por vias legais simplesmente não tem. Então, boa sorte na caçada e vai por mim, este filme é muito bom mesmo.


Trailer:

domingo, 4 de dezembro de 2016

A Órfã / Orphan (2009)



2009 foi um ano satisfatório para o terror por ter trazido algo novo que saiu dos nichos do found footage e dos slasher saturados e sem inovações.

A órfã trouxe uma nova forma de fazer terror trabalhando o psicológico e o mistério enquanto a história se desdobrava e em momento algum deixou a grande revelação previsível ao público.

Outro ponto positivo é o enredo rico em conflitos, uma subtrama sólida e muito bem construída que tornou o andamento da coisa toda algo palpável e que toda essa informação foi muito bem usada de forma hábil pela protagonista para manipular a família ao seu favor, uma verdadeira gênio como não se via a tempos.

Mas vamos ao que interessa antes que eu fale demais...

Tudo começa quando Kate Coleman que é casada com John dá entrada no hospital pronta para o parto de sua terceira filha a quem batizará com o nome de Jessica.

Kate é levada ás pressas para a sala de parto assim que começa a sofrer um sangramento que deixa rastro de metros enquanto ela é empurrada na cadeira de rodas.

Ao se acomodar no leito, Kate recebe do obstetra as condolências pela sua perda sendo que o bebê ainda está em seu útero, o que significa que a criança foi abortada devido complicações. Depois que o feto é retirado, a bebê sem vida é apresentada á mãe embalada em uma manta cheia de sangue.

Tempos depois, Kate desperta como de um pesadelo sinalizando que ela ainda não superou a dor. Tanto não superou que desde o dia fatídico, passa a ter sessões com a psicologa Alice Browning confidenciando a ela estar longe da bebida (problema que a afetou há anos por conta de um passado traumático) e expõe seu desejo de dar a outra menina (especificamente) o amor que ela não pôde dar á Jessica.

Na saída da clínica, Kate vai até a escola da filha caçula Max que é muda e parcialmente surda para buscá-la e no caminho de volta quase colide com outro veículo ao se distrair com uma mulher e sua filhinha na rua.

Mais tarde, já em casa, nas montanhas geladas Kate se concentra em uma composição ao piano (visto que no passado ela dava aulas) até perder o foco com as quicadas da bola de Max na parede. Ao pedir para a menina parar com o barulho, Kate vê John chegar com seu filho mais velho Danny e é visível que a relação do casal esfriou visto que ambos não se batem.

A noite enquanto coloca Max para dormir, Kate conta uma história de anjinhos e a menina associa o conto á bebê Jéssica perguntando a mãe se agora a irmãzinha é um anjo e se Kate pretende dar outra irmã a ela. Kate gesticula um "eu não sei" com um tom pensativo.

Antes de dormir, Kate avalia um panfleto de um lar de meninas órfãs chamado santa Mariana e comenta com John sobre sua ansiedade e seu desejo de dar amor a uma menina para tentar suprir a fata da bebê Jéssica.

Na manhã seguinte, John atende ao pedido de Kate e juntos vão ao santa Mariana conhecer as meninas sendo guiada pela irmã Abigail enquanto John procura o banheiro.

Guiado por uma cantarolada, John acaba chegando ao ateliê onde encontra uma menina que está sozinha pintando uma tela. Ela se identifica como Esther, uma menina de 9 anos doce, tímida, criativa e com um dom natural para a pintura além de uma maturidade notável.

Kate e a irmã Abigail chegam até o ateliê onde a mulher de John é apresentada a Esther que dá uma aula de psicologia para conseguir comprar a afeição dos Coleman.

A irmã Abigail leva o casal até seu escritório e puxa a ficha de Esther contando que ela veio da Rússia há alguns anos e que perdeu seus pais misteriosamente num incêndio onde só ela sobreviveu. Além disso, a freira rasga elogios á Esther e menciona seu hábito pitoresco de se vestir de forma absurdamente conservadora, além de usar fitas nos pulsos e no pescoço além de suas tradicionais Marias chiquinhas.

Ainda completa que o único problema que Esther oferece é quando tentam tirar suas fitas, por isso, é melhor nem tentar. Para finalizar, diz que a menina se dá bem com outras crianças apesar de não ser sociável e por muitos considerada estranha.

Firma-se um encontro em três semanas para se acertar a parte burocrática da adoção e passado o processo Esther é legalmente adotada e no caminho para sua nova casa, a menina treina libras para e comunicar com Max.

Esther é apresentada a nova família incluindo a vovó Bárbara e se torna a adoração da casa com exceção de Danny que a vê como uma esquisita e sente estar perdendo seu lugar no coração do pai que mal dá atenção a ele enquanto joga Guitar Hero com os amigos.

Chateado, Danny larga o vídeo game e leva os amigos até sua casinha na árvore para ficarem vendo revistas de mulher pelada ao mesmo tempo em que Esther brinca com Max na neve.

Paralelamente, Bárbara discute o futuro da família e Kate diz que voltará a dar aulas de piano, porém em casa por conta de uma polêmica do passado envolvendo seu alcoolismo e um acidente com Max no lago que a levou a expulsão de Yale.

Mais tarde, todos vão para a cama debaixo de um toró e antes que John e Kate iniciassem uma preliminar, Esther aparece com Max dizendo que ambas estão com medo dos raios e se convida para deitar ao lado do pai.

Na manhã seguinte, Esther se prepara para o seu primeiro dia na escola usando seus típicos vestidos de babado nada confortáveis e ao ser apresentada a classe é zombada por Brenda, a patricinha bullynadora notória da classe.

Mais tarde, já em casa, Esther brinca com Max puxando-a num trenó perto do lago congelado e Kate as flagra ordenando aos gritos para as duas se afastarem do local pois ele é perigoso.

Na mesma tarde, Danny treina tiro ao alvo com uma arma de paint ball e acaba acertando uma pomba que agoniza com o golpe. Esther que viu tudo pega uma pedra e diz ao irmão que agora ele deve acabar com o sofrimento do bichinho moribundo e ele se nega. A sangue frio, Esther termina o trabalho.

Um tempo depois, enquanto Kate faz as tarefas domésticas, ela estranha que Esther tenha trancado a porta de seu quarto visto que ninguém o faz e a menina alega ser devota de nossa senhora da privacidade.

Ainda na arrumação do quarto de Esther, Kate tenta desemperrar uma gaveta do armário da adotada e descobre uma bíblia surrada que obstrui o móvel. Ao abrir o livro sagrado, ela vê de relance uma foto mas antes que pudesse vê-la completamente Kate sente-se vigiada e devolve a bíblia no lugar.

Na manhã seguinte, nos corredores da escola Esther se torna alvo da zombaria dos amigos de Danny e do próprio que a renega. Na sequencia, Brenda volta a importunar Esther a humilhando ao destruir sua bíblia em público.

Ao recolher as páginas espalhadas da bíblia, Esther é zombada novamente pela patricinha e acaba tendo uma crise de gritos.

Mais tarde, Kate interroga Esther sobre sua conduta na escola mas acaba minimizando ao entender que a filha foi a vítima e a presenteia com um diário igual o seu para que ela guarde suas anotações. Ao mostrar seu diário a Esther, Kate deixa o nome de Jessica escapar e ao ser indagada, ela explica ter sofrido um aborto espontâneo e acaba levando a menina até a estufa da casa onde ela depositou as cinzas da bebê sobre um canteiro de rosas.

A noite, após guardar a louça do jantar, Kate e John se empolgam e iniciam um anal na cozinha mesmo até que Esther os flagra.

No dia seguinte, Kate tenta se explicar com Esther pelo que ela viu ontem a noite contando que coisas acontecem quando os pais se amam e a menina manda um sonoro e cirúrgico "é, eu sei, eles fodem''.

Pouco depois, Kate conta a John sobre o palavrão que Esther proferiu e pondera a possibilidade de levar a menina para ver a doutora Browning antes que ela acabe influenciando Max.

Na manhã seguinte, John leva Esther e Max ao parque e enquanto balança a caçula, troca ideia com uma vizinha muito carinhosa e necessitada de um macho em casa para fazer tarefas que só um alfa com o peito cabeludo e marombado pode realizar.

Naquele mesmo lugar, está Brenda que sobe as escadas do escorregador sentindo estar sendo vigiada e quando está pronta para descer é empurrada por Esther que aparece como uma bala e acaba caindo do alto quebrando a perna o que ocasiona a ela uma crise de choro. Max vê tudo inclusive Esther.

Mais tarde, durante o jantar, John diz a Esther que o pai de Brenda disse ter visto a órfã empurrar a patricinha, mas ela minimiza e fica por isso mesmo.

Depois, Esther reza em silêncio antes de degustar a comida e seu modus operandi á mesa incomoda Danny que acaba provocando a ira do pai que o castiga passando a tranca na casinha da árvore.

Mais tarde, enquanto Kate e as meninas fazem compras no supermercado a irmã Abigail telefona no celular dizendo a mãe da menina que ela precisa de um prontuário odontológico atualizado de Esther para uma avaliação de rotina. Esther usa Max e seu dom de ler lábios para descobrir o que Kate está conversando.

Já em casa, uma fofoca de Esther vem a tona e Kate interroga John sobre uma possível pulada de cerca com a vizinha do parque e acaba vindo a tona um caso verídico de infidelidade do marido ocorrido no passado por conta do período psicologicamente instável resultado daquele acidente no lago.

Neste momento, a irmã Abigail aparece e diz ter cometido um erro ao entregar a custódia de Esther aos Coleman alegando que sempre que algo ruim como a queda de Brenda acontece a órfã sempre está lá. Esther ouve tudo e convence Max de que a freira quer leva-la embora para sempre e que só ela pode ajudar.

Esther pede também a Max que encontre a chave do cadeado da casa na árvore e a menina retorna com todo o molho da casa. Aproveitando seu acesso a casa toda, Esther destrava o cofre de John e encontra seu revólver mostrando saber manejar bem e aponta o cano para a testa de Max apenas por diversão.

Assim que a irmã Abigail deixa a casa dos Coleman, Esther a segue levando Max junto até chegarem á ponte que corta o lago onde a menina arremessa a caçula na frente do carro da freira que quase derrapa.

Depois de parar o veículo, a religiosa corre desesperada pensando na criança e ao descobrir que se trata de Max, ela é arrebatada com uma martelada na testa. Esther obriga Max a ajuda-la a arrastar a freira para o acostamento e ao desovar o abate ambas são surpreendidas com Abigail que ainda está viva e a órfã desfere várias marteladas pintando a neve com o sangue da agora morta freira.

Esther compra o silêncio da irmã (sem risadas, por favor) alegando que se a polícia descobrir, as duas vão em cana.

De volta a casa, Esther esconde as provas do crime na casinha da árvore sem perceber que Danny viu ela e Max.

A noite, Danny se prepara para dormir quando Esther aparece munida de um estilete ameaçando feri-lo se ele contar o que viu na casa da árvore mais cedo. 

Na manhã seguida, Esther termina uma sessão com a doutora Browning que em particular diz a John e Kate que a menina não tem nada de errado e ainda culpa a mãe por seus problemas com o álcool e sua instabilidade emocional que a estão afastando da menina que só quer agradá-la.

Paralelo a isso, Esther tem um surto violento no banheiro.

Na volta para casa, John se posiciona favorável ao veredicto da psicologa e esfria com Kate. Na sequencia, Kate recebe uma ligação da irmã Judith do santa Mariana perguntando se Abigail saiu em segurança de sua casa e em seguida ela disse que a religiosa nunca voltou para o lar de meninas e que está preocupada.

No cair da noite, a polícia encontra o corpo da irmã Abigail e mais tarde, o detetive designado interroga John e Kate sobre o ocorrido e ambos se põe perplexos com o ocorrido.

Paralelamente, Esther vislumbra um mural com pinturas feitas com uma tinta luminescente, ou seja que só é visível no escuro e quando se revelam mostram imagens macabras sobrepostas a imagens fofas.

Na manhã seguinte, Kate pesquisa na internet sobre distúrbio anti-social e psicopatia infantil. Ao mostrar impressões das páginas visitadas a John, Kate insiste que há algo de errado com Esther como a irmã Abigail disse no dia anterior e que ela quer mais informações sobre a menina direto do orfanato da Rússia de onde ela veio.

John caga e anda por cima e Kate resolve que não irá mais ver a doutora Browning por considerar as sessões improdutivas. Esther ouve a conversa mas se faz de sonsa e deixa os pais sozinhos.

No dia seguinte, John acorda Esther para ir ao dentista e ela tenta convencê-lo que não quer ir simplesmente por que sim. O pai trouxa acata ao pedido fofo da menina e passa o dia com ela pintando.

Enquanto isso, Kate leva Danny e Max para a escola e no caminho pergunta aos dois se Esther já os ameaçou ou os machucou e ambos negam.

Mais tarde, Esther resolve fazer uma surpresa para Kate dando a ela um ramo de rosas, as mesmas rosas onde repousam as cinzas da bebê Jessica. Kate entra em desespero tentando tirar satisfação de Esther que aproveita a aproximação de John para simular que está sendo agredida.

Na hora de dormir, vai até a garagem e quebra seu braço com uma morsa e ao voltar para a cama arma uma choradeira acordando John e ao ver o ferimento da menina acredita que foi fruto da agressão.

Ao voltar do hospital, John joga na cara de Kate que Esther quebrou o braço e que a culpada é ela.

Desolada, Kate vai até uma loja de bebidas e compra duas garrafas de vinho, mas ao chegar em casa desiste de beber e se livra de uma das garrafas jogando tudo no ralo da pia.

Na manhã seguinte, Kate leva as crianças para a escola e ao perceber que Danny deixou seus livros caírem, vai atrás do garoto enquanto Esther aproveita para tirar o carro do ponto morto com Max dentro e o veículo desce a estrada escorregadia.

Quando Kate percebe, o carro já está dando a ré, mas felizmente um mone de neve para o veículo e amortece o impacto evitando que Max se machuca e a menina sai dessa apenas com o susto.

De volta a casa, Kate passa por uma sessão de emergência a domicílio com a doutora Browning que mais uma vez culpa a mãe das crianças por responsabilizar Esther pelos seus atos.

John mostra a mulher a garrafa de vinho remanescente que Esther encontrou e ameaça tirar a guarda das crianças se Kate não buscar tratamento.

Kate implora para que John acredite em sua inocência mas como tudo a incrimina e ela agora resolveu entregar Esther de volta ao santa Mariana para proteger Max e Danny, o maridão simplesmente não acredita nem por um milhão que a órfã é uma desgraça em forma de criança.

Depois de ouvir a conversa, Danny vai até o quarto de Max tentar convence-la a delatar Esther. Max mostra desenhos feitos por ela ilustrando os crimes de Esther, entre eles Brenda e a irmã Abigail, seguido de outro desenho com as provas dos crimes dentro da casa da árvore. Danny pergunta se as provas ainda estão lá e a caçula confirma enquanto Esther ouve tudo escondida.

Mais tarde, depois de dormir um pouco, Kate acorda, coloca uma roupa e vai até o quarto de Max onde Esther a espera sentada e a menina finalmente tira a máscara confrontando a mãe. Esther saca o diário de Kate e joga na cara dela todos os seus podres sobre o acidente de Max, o alcoolismo, seu período da gravidez de Jessica e a corneada de John.

Amanhecendo, de posse de um pé de cabra Danny vai até a casa da árvore arrombando o cadeado.

Enquanto isso, depois de um breve telefonema da irmã Judith, Kate revira as roupas de Esther até encontrar sua bíblia escondida numa pelúcia. O livro esconde várias fotos de homens e um carimbo de um instituto chamado Saarne.

Conseguindo o telefone do tal instituto, Kate liga para o local até que o único funcionário que fala sua língua a contradiz revelando que o Saarne não é um orfanato, mas sim um hospício e que por isso nenhuma criança saiu de lá.

De volta a Danny, Esther o encurrala ao entrar na casinha e depois de confirmar seus crimes enxarca as provas dos mesmos com álcool e risca um fósforo iniciando um incêndio.

Traiçoeira, Esther foge e tranca o alçapão da casinha com Danny lá dentro, mas o menino sai pelo telhado. As telhas no entanto estão escorregadias por conta da neve e o garoto é arremessado até uma viga onde ele não consegue se segurar por muito tempo e cai direto no chão sem sentidos.

Kate vê o incêndio e corre para fora rapidamente.

Esther com uma pedra pesada em mãos tenta terminar o serviço, mas Max aparece e a empurra no mesmo instante que Kate aparece ordenando as meninas para irem para casa.

Horas depois, Danny é levado para a UTI, porém estabilizado e o médico diz que assim que o menino despertar vai depender do que ele vai conseguir se lembrar para explicar o que aconteceu.

Atenta, Esther pede a Bárbara dinheiro para comprar um refrigerante na lanchonete do hospital e a velha dá a grana pedindo que ela volte rápido. Passando desapercebida, Esther entra na UTI e soca um travesseiro no rosto de Danny que a vê antes de ter uma parada cardíaca.

Enquanto Kate acusa Esther pelo fogo e John obviamente não acredita, Max procura Esther e ao ver a movimentação na UTI, volta até os pais voando e tenta dizer a mãe o que está havendo.

Quando Kate se dá conta que o filho teve uma parada cardíaca o que coincide com a chegada de Esther, ela logo acusa a menina mais uma vez e desfere um tapa na cara da menina que cai feito jaca podre.

Felizmente a equipe médica conseguiu reanimar o garoto, mas isso não impede Kate de ter um surto tendo que ser sedada e enquanto ela cambaleia, seu celular registra uma chamada perdida.

Kate acorda um tempo depois e ainda meio grogue ouve John dizer que ela vai ficar internada para se acalmar e que ele levará as meninas para casa.

Já em casa, Esther entra no quarto de Max depois de John por a menina para dormir e rouba seus aparelhos auditivos.

Depois, John começa a entornar a garrafa de vinho enquanto Esther se maquia e coloca um vestido curto e provocante. Na sequencia, ela prepara um aperitivo de frutas servindo para o pai.

Esther aproveita e se insinua para John se declarando para ele. Quando John entende suas intenções ele ordena a menina que vá para o seu quarto e que em breve eles terão uma conversa sobre seu futuro naquela casa.

Enquanto Esther se deprime pelo seu fracasso, Kate recebe um telefonema do doutor Varava do instituto Saarne (que aliás, fica na Estônia) que diz ter reconhecido a órfã através de uma foto que ele recebeu da mãe adotiva.

Varava pergunta se Esther está por perto e recomenda a Kate tirar Max e John de casa e depois chamar a polícia, pois a pilantrinha que está na sua residência não é uma amável criança de nove anos, mas sim uma mulher de 33 que sofre de um distúrbio hormonal raro.

A vagabunda se chama Leena Klammer e é paciente de Varava que fugiu do Saarne depois de matar sete pessoas. Ele segue dizendo que a louca era sua paciente mais perigosa e que por isso vivia na camisa de força onde ela constantemente tentava fugir o que ocasionou cicatrizes em seus pulsos e em seu pescoço, por isso ela os esconde com fitas.

Esther matou também toda sua família adotiva na América ao ser rejeitada pelo pai por quem ela se apaixonou e tentou seduzir e surpresa... ela botou fogo na casa!

Enquanto a verdade vem a tona, temos um vislumbre de Esther tirando a maquiagem, suas fitas e sua prótese dentária infantil, revelando uma dentição adulta e apodrecida.

Esther tem um surto enquanto Kate corre do hospital.

Esther segue retirando uma extensa fita de compressão que segurava seus seios e sua bunda e coloca uma roupa mais confortável.

Pouco tempo depois, John vai até o quarto de Esther e descobre as pinturas macabras no escuro. Ao arrancar alguns dos desenhos da parede descobre outro maior ainda de um casal se amando pelados.

Kate tenta contato com John pelo celular, porém Esther foi mais rápida e silenciou o telefone além de provocar uma explosão no disjuntor que ocasiona um apagão na casa.

John tenta procurar Esther enquanto Kate chama a polícia depois de quase bater o carro. Kate tenta contactar John novamente desta vez pelo celular dele, porém Esther o pega de tocaia e os dois iniciam um corpo a corpo que termina com o marido de Kate morto com várias facadas. Max que acordou, vê tudo e corre se esconder.

Na sequencia, Kate chega em casa e ao entrar encontra o corpo de John. Depois de se recompor, Kate segue pela casa em busca de Max que sai de seu esconderijo no cesto de roupa suja para tentar evadir da casa ao mesmo tempo que Esther a procura armada com o revólver de John.

Do lado de fora, Kate avista Max escondida na estufa e gesticula para a menina ficar onde ela está. Esther no entanto, a encontra e desfere alguns disparos. Kate se atenta e sobe pelo telhado onde chama a atenção de Esther e na sequencia arrebenta o vidro caindo em cima da falsa órfã que desmaia.

Max tenta acordar a mãe que também desmaiou com a queda e ao recobrar os sentidos, Kate pega a arma de Esther e foge com a caçula para fora ao mesmo tempo que a polícia chega.

Ao chegar perto do lago, Kate é surpreendida por Esther que a agarra e as duas rolam ate o lago congelado. Max pega o revólver que a mãe deixou cair e tenta disparar contra Esther, porém o disparo a empurra para trás e a bala ricocheteia até o gelo fino que abre uma fenda e se parte abrindo uma cratera onde Kate e a farsante caem.

Kate afunda e fica presa numa camada de gelo fino, mas consegue nadar até a cratera onde leva uma facada de Esther que acaba sendo nocauteada caindo no lago de novo.

Max se aproxima ao ver a mãe, mas Kate ordena que ela se afaste e nisso, Esther emerge e implora para que sua mamãe a ajude e Kate manda um sonoro "eu não sou... a merda da sua mãe'' desferindo uma bicuda na cabeça de Esther que quebra o pescoço e afunda lentamente para a morte.

Kate finalmente sai do lago para um abraço emotivo com sua caçula.

Há um final alternativo descartado e vinculado depois como extra do DVD oficial que se passa depois que Esther é nocauteada na estufa. Depois que Kate e Max fogem, a polícia chega e invade a casa encontrando corpo de John e paralelamente, Esther está em seu quarto voltando a colocar o vestido, as fitas e sua prótese dentária.

Na sequencia, ela desce as escadas até o hall onde se apresenta aos policiais como Esther e se revela que seu rosto está coberto de cortes por conta das lascas de vidro da estufa.

O filme foi uma grata surpresa em 2009 trazendo um novo fôlego para o terror que andava estagnado, trazendo um enredo baseado num caso real de Barbora Skrlová, uma mulher da República Tcheca com nanismo que se fez passar por criança para fugir da prisão depois de descobrirem seu esquema de manter seus dois sobrinhos em condições de cativeiro (no qual um deles foi encontrado morto) com o aval da irmã que foi presa na ocasião.

Depois de passar um tempo em um lar adotivo se passando por Adan, um adolescente de 13 anos que havia desaparecido, Barbora a órfã da vida real foi descoberta, capturada pela polícia e julgada.

O elenco trouxe grandes talentos como Vera Farmiga (Kate) que anos depois viria a fazer parte do universo de Invocação do mal vivendo outra figura da vida real, Lorraine Warren famosa paranormal que ajudou ao lado de seu marido Ed a levar a público casos celebres como Annabelle, Amityville e a freira Valak.

Quem não teve a mesma sorte foi Isabelle Fuhrman que deu vida a protagonista e ficou estigmatizada a apenas uma personagem não fazendo mais nenhuma participação de igual relevância.

O enredo conseguiu construir uma base sólida com subtramas e conflitos pessoais muito bem conduzidos pelo poder do roteirismo e o argumento original que deu forma a trama foi muito bem construído sem precisar adaptar a história real, que também teria dado um filme interessante, convenhamos.

No mais, o filme tem uma boa cenografia valorizado pelas montanhas e pela neve que deu como resultado uma fotografia satisfatória.

Aryana Engineer, que deu vida a Max não foi sorteada para o papel a toa. Ela é filha de um homem com deficiência auditiva o que a levou a aprender libras e como ela sabia empregá-las com perfeição acabou sendo contemplada. Aryana voltaria poucos anos mais tarde a atuar no quinto longa metragem de Resident Evil no papel da suposta filha da protagonista Alice e depois disso se afastou da atuação.

O filme tem sim defeitos, como aliás todos tem como o tempo que passa de duas horas, isso sem contar as cenas deletadas, mas felizmente o enredo é bem fluído e frenético o que faz o tempo passar voando.

A violência gráfica apesar de datada foi muito bem valorizada e a atmosfera de suspense constante e o mistério envolta da protagonista ajudou muito a arrecadar um bom público se tornando um nicho muito querido e memorável que eu particularmente adoro a ponto de ter feito há alguns anos uma fanfic dando continuidade ao longa metragem.

  

Trailer:

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Hellraiser - Renascido do Inferno / Hellraiser (1987)



Clive Barker não mediu esforços e nem as consequências para trazer ao ar sua obra mais expressiva. Uma obra que chutou o balde da censura e da hipocrisia trazendo um conteúdo forte e perturbador que traumatizou muita criança desavisada (eu sei, eu fui uma dessas crianças).

Ainda me lembro quando eu resolvi assistir sozinho a noite a primeira sequencia do longa e anos mais tarde a terceira parte também a noite na casa de um amigo, minhas maiores lembranças deste longa, além da pitoresca lembrança de quando os filmes da franquia começaram a ser lançados na tevê aberta, sobretudo no SBT, estes eram divulgados com o nome de "Cabeça de prego" o que não é tão ruim lembrando que em Portugal a franquia é conhecida como Fogo Maldito... ái, ái....

O longa de 1987 começa quando o pervertido Frank Cotton resolve comprar uma relíquia antiga em forma de cubo chamada de Configuração do lamento (ou cubo de LeMarchand), que segundo se sabe, pode-se levar seu portador a uma dimensão de prazer sem precedentes em troca de sua alma e para tanto deve-se resolver um quebra-cabeça mexendo as partes articuladas do objeto até atingir a configuração final.

Frank resolve o quebra-cabeça do cubo e é transportado para o Hellbound, dimensão dos Cenobitas, seres de aparência pálida e deformada, usando couro e adereços sadomasoquista embutidos em seus corpos que existem como barganhadores indiretos de suas vítimas e juízes para os mesmos quando estes quebram as regras do local ou seu acordo com o cubo. 

Logo, ganchos são lançados até Frank, rasgando sua carne e o aprisionando pela eternidade a uma sessão de dor e tortura, que fornece o prazer que os Cenobitas adoram mais que tudo, esta é a recompensa tão esperada para quem conclui o quebra-cabeça.

Frank é dado como desaparecido neste meio tempo, e seus entes acreditam que ele está em uma de suas ''aventuras irresponsáveis'' e seu irmão Larry, sua segunda mulher Julia e a filha adolescente, Kirsty resolvem morar na casa abandonada do desaparecido. 

Por não gostar da madrasta (e vice e versa), Kirsty resolve morar em um apartamento, mas visita o pai com frequência na nova morada.

Numa das reformas da casa, Larry rasga o dedo, num prego e seu sangue escorre até o piso do porão, onde na verdade Frank estava quando sua alma foi abduzida para a outra dimensão. O sangue faz com que o corpo de Frank comece a se regenerar e é revelado que ele e Julia foram amantes no passado.

Julia então, descobre a figura deformada da Frank no porão e ele pede a ela que consiga mais sangue para que ele continua a se fortalecer até recuperar sua forma original. Julia atende ao pedido e começa a seduzir todos os homens que consegue e os atrai ate o porão, onde os mata e os oferece para seu amado, que diz que em breve os Cenobitas vão dar por falta dele e é aí então que os dois devem fugir.

Kirsty acaba flagrando Julia com uma das vítimas, acreditando que ela trai seu pai e resolve por tudo em pratos limpos, até descobrir que Frank voltou e consigo o cubo. Na confusão, Kirsty dá um jeito de surrupiar o cubo e foge com ele. 

Atordoada com tudo o que está se passando, ela desmaia e acorda em uma clínica, onde acaba resolvendo o quebra-cabeças, invocando, Pinhead, o líder dos Cenobitas e seu pequeno exército, que clama pela alma da garota. Astuta, ela revela que Frank fugiu e que se eles fizerem um pacto ela pode levá-los até ele em troca de libertá-la do compromisso imposto pela resolução do enigma do cubo.

Ao chegar em casa, Julia diz a Kirsty que não precisa se preocupar mais, pois seu pai matou Frank e para provar a leva até o porão, onde mostra um cadáver pútrido, porém Kirsty acaba descobrindo que na verdade aquele é seu pai e que Frank roubou sua pele para se disfarçar e assim passar os Cenobitas para trás, mas eles aparecem cientes de tudo.

Kirsty então luta contra o tempo para fazer com que Frank seja enviado de volta para o Hellbound e no processo, Julia acaba morrendo e Frank é pego pelos ganchos de Pinhead que rasga seu corpo explodindo-o, mas antes ele profere a celebre frase "E Jesus chorou".

A salva, Kirsty acredita que tudo finalmente acabou, até que um morador de rua lhe toma o cubo, se transforma numa figura satânica alada e foge deixando claro que aquele estranho era o tempo todo um espião enviado do Hellbound com a missão de assegurar a segurança do cubo e a certeza de que ele vai ser passado adiante para que uma nova tortura, muito sexo e muito sangue continuem acontecendo para o deleite eterno dos Cenobitas.

A obra máxima de Clive Barker baseada num celebre livro começou muito bem trazendo um terror sanguinolento como nunca havia se visto e a sequencia não tardaria até por que o primeiro Hellraiser terminou com um gancho bastante propício.

O filme não poupou filtros e nos brindou com altas cenas de sexo quase explícito além de muito sangue e descarnamento graças ao ótimo trabalho da equipe efeitos práticos, além da maquiagem dos Cenobitas que ficaram ótimas, sobretudo o Pinhead de Doug Bradley que repetiu o papel durante oito dos dez longas lançados até agora, sem contar o seu poder de interpretação que o tornam um Pinhead único e insubstituível.


Trailer: 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Colheita Maldita / Children of Corn (1984-2009)


Colheita Maldita é sem dúvidas um dos meus grandes xodós de infância. Pode se dizer que foi meu passaporte definitivo para este mundo de mistérios, assombrações e sangue.

Pode não ter sido o maior clássico da década de 1980, mas me marcou e conseguiu ser competente apesar da simplicidade e da tarefa de provocar medo através do sobrenatural executada com sucesso.

O filme se passa na cidade rural de Gatlin, Nebraska começa com a chegada de um menino que se auto proclama como profeta na pequena comunidade que vive da colheita de milho, Isaac Chroner.

Isaac é, religioso fervoroso, manipula as crianças até conseguir armar uma verdadeira chacina na cidade onde os adultos (incluindo os pais) são mortos violentamente depois da missa dominical e logo depois, o garoto ordena que todo o contato com o mundo exterior seja rompido e que a cidade se livre de toda e qualquer tecnologia e qualquer meio de diversão o que se torna proibido.

Anos depois, temos o casal Vicky e Burt em viagem pelo chão de terra batida. Os dois acabam tendo seu caminho deslocado e para completar ainda atropelam um menino, que aparentemente já estava morto muito antes pois apresentava um profundo corte na garganta.

Procurando por um povoado próximo para avisar as autoridades sobre o ocorrido, Burt e Vicky acabam chegando em Gatlin, agora uma cidade fantasma, abandonada e sem serviço de telefone, ou energia elétrica impossibilitando-os de obter qualquer auxílio.

Separando-se de Vicky, Burt investiga a igreja e outros locais da pequena cidade tentando juntar pistas que o ajude a entender o que aconteceu por lá, porém a aparição de Malachi, o braço direito de Isaac, pode mudar seus planos assim que ele e sua trupe raptam Vicky, para entregá-la assim como todos os outros adultos a entidade que sobrevive do sangue que irriga a colheita conhecido como "Aquele que anda por trás da plantação'' que é quem dá as ordens à Isaac.

Burt contará com a ajuda dos irmãos Joby e Sarah (que tem o dom da premonição) para ajudá-lo a destruir a seita de Isaac e trazer as crianças manipuladas por ele de volta a razão ensinando-os o verdadeiro caminho de Deus.

Perto do ato final, Malachi trai Isaac obrigando seus servos a amarrá-lo na cruz de milho no lugar de Vicky por considerá-lo um traidor da fé de Aquele que anda por trás da plantação.

Logo depois, Burt tem um embate com Malachi e discursa para as crianças tentando fazê-las entender que o Deus de verdade não é um Deus de sacrifícios.

Ao ter suas ordens de ataque ignoradas pelas crianças, Malachi é atacado mortalmente por Isaac agora possuído por Aquele que anda por trás da plantação.

Burt leva as crianças e Vicky as pressas até um celeiro e lá ele se lembra de uma passagem que ele leu na igreja sobre um homem de azul e uma profecia e deduz que o homem azul que no caso era o único policial  e adulto que havia sobrado vivo em Gatlin (tirando um velho frentista que tinha um acordo com Isaac fornecendo combustível em troca de sua vida) tentou no passado queimar a plantação de milho para dar fim a entidade, porém foi morto e ofertado como oferenda.

Joby revela que há uma bomba de gasolina num depósito usado para a queimada e Burt resolve ir até lá terminar o que o policial começou e com a ajuda do irmão de Sarah ele consegue produzir uma espécie de coquetel molotov que é atirada na plantação logo depois de espalhar o combustível.

A plantação se incendeia , o solo treme e o céu emite clarões dando a entender que Aquele que anda por trás da plantação foi destruído definitivamente.

Prontos para partir daquele pesadelo, levando Joby e Sarah consigo, Burt e Vicky levam um susto com uma das seguidoras de Isaac que estava escondida no carro disposta a matar os forasteiros, porém Burt põe ela para dormir e só resta seguir a pé, por segurança.

O filme é bem simples, sem muita violência gráfica, além do massacre logo no início, mas é bem competente no quesito provocar calafrios com seu suspense eficaz.

O longa é sim galhofa e está um pouco mal envelhecido, mas para mim sempre vai ser aquele clássico das noites do SBT, cuja dublagem aliás, se tornou uma raridade, assim como a segunda que é da Globo, sobrando apenas a terceira dublagem produzida para o DVD/Blu Ray e que convenhamos, é uma bosta, acredito eu que tenha sido realizada em Miami, lar das dublagens lixo.

Colheita Maldita ainda teve além de inúmeras sequencias, um remake em 2009 com um conteúdo mais profundo e perturbador, fiel ao livro Children of Corn (As crianças do milharal) de Stephen King, contando com um final diferente e muito mais chocante do que o clássico de 1984 onde o casal protagonistas terminam mortos pela entidade. Além disso, os irmãos Joby e Sarah não existem.

A única sequencia que pode se chamar realmente de canônica a primeira parte é o sexto longa chamado de Colheita maldita 666 - Isaac está de volta de 1999 que conta com a volta de John Franklin no papel de Isaac que havia sobrevivido à explosão do milharal com a desculpa de que ele estava em coma. Mas isso é assunto para uma próxima.

Trailer (1984)


Trailer (2009)


domingo, 13 de novembro de 2016

O Exorcista / Exorcist (1973)



Sem dúvida nenhuma um dos maiores clássicos do terror de todos os tempos que consegue até os dias de hoje gelar a espinha de muito marmanjo.

Uma despretensiosa produção que não economizou em maquiagem ou efeitos práticos para tirar o folego e (os dólares) dos espectadores e que conseguiu um feito notável, o de se tornar um filme amplamente elogiado por décadas, um dos mais referenciados e adorados pelos fãs do nicho.

Inicialmente, a história gira em torno de 3 narrativas: primeiro, o veterano padre Lankester Merrin que está de residência no Iraque, visita um sítio arqueológico, onde está sendo feito escavações de uma ruína desconhecida e de onde o sacerdote encontra a cabeça de uma entidade conhecida como Pazuzu e logo depois uma estátua grande e intacta do mesmo.

Do outro lado, de passagem em Georgetown, temos a atriz Chris MacNiel promovendo as gravações de uma nova produção. Ela é divorciada e mãe de Regan de 12 anos, uma menina completamente sadia e normal como qualquer outra.

E por fim, temos o jovem padre e psiquiatra Damien Karras, que anda enfrentando sérios problemas com a mãe que é de idade e doente terminal, tendo por conta disso, sua fé abalada e sua vocação posta em dúvida.

Conforme o filme se desenrola (a passos lentos, afinal são quase duas horas e quinze minutos de duração), a menina Regan, depois de revelar a mãe que anda brincando escondido com um tabuleiro Ouija (aquele que serve para se comunicar com os mortos), vem perdendo gradativamente sua saúde física e mental, passando a agredir e praguejar com insultos e blasfêmias, passando assim por uma bateria de exames desconfortáveis de tudo quanto é especialista, e todos dizem o mesmo: que o problema da menina é uma lesão cerebral.

Os profissionais então, redirecionam Chris para um psiquiatra, que só o que consegue é ser agredido por Regan, que a essa altura demonstra claramente que está sob influência de uma possessão, fato este que é contestado pela medicina praticamente o filme inteiro, até que os médicos dizem que existe uma chance muito pequena de que Regan esteja de fato possuída, e para auxiliar Chris e a menina, é convocado o abatido padre Karras, que tenta seguir em frente depois da perda da mãe, e que ainda que cético, resolve investigar o caso de Regan, enquanto consegue permissão da igreja para conduzir um exorcismo, uma prática muito exclusiva e dificilmente autorizada pelo Vaticano.

Regan já está completamente inconsciente, dando lugar a uma entidade que se denomina o próprio diabo, que a essa altura deformou o corpo e o rosto da menina assustadoramente, tendo que ser contido por amarras nos pulsos. A entidade era quem estava provocando as estranhas atividades paranormais no quarto de Regan, como levitar a cama, mover objetos e jogá-los para todos os lados.

Depois de uma minuciosa investigação, Karras reúne provas que indicam a possessão de Regan, e a igreja resolve autorizar o exorcismo, porém, o jovem sacerdote terá que contar com a ajuda de nada menos que padre Merrin, que recebe o chamado para ir aos Estados Unidos conduzir a expulsão do coisa ruim, já que ele tem um histórico de anos com uma prática bem sucedida de exorcismo.

Chegando em uma cena antológica, Merrin pede a Karras que prepare tudo para o ato final, pois eles não tem tempo a perder. É a partir daí que se iniciam as melhores sequencias do filme, onde a entidade tenta manipular ambos os padres com suas mentiras e provocações, levando-os a exaustão.

Depois de lavar a estola de Merrin suja de vômito de Regan na cena icônica da sopa de ervilha, Karras volta ao quarto da menina e encontra o velho sacerdote desfalecido, tentando reanima-lo, sem sucesso.

Farto, Karras agride o tranca rua e ordena que ele o possua. Feito isso, Regan volta a si, exausta porém a salvo enquanto Karras com seu último pingo de consciência se atira da janela, chamando a atenção de algumas pessoas, entre elas, seu grande amigo, o padre Dyer, que aos prantos tem a dolorosa missão de dar-lhe a extrema unção.

Pouco tempo depois, Chris e Regan preparam suas malas para voltar para casa, enquanto a até então sua casa é preparada para ser trancada. No lado de fora, Chris recebe a visita do padre Dyer, que deseja saber sobre Regan. Chris diz a ele que sua filha não se lembra de nada do episódio da possessão, o que é melhor para ela e para todos.

O exorcista foi sem dúvida um dos maiores marcos do cinema ela sua ousadia em abordar um tema que se hoje já é um tabu indiscutível, na época então foi uma verdadeira afronta, principalmente contra a igreja católica que obviamente não viu com bons olhos a produção de 1973.

O filme passou por alguns relançamentos durante os anos com novas cenas e novos materiais que até então ficaram engavetados além de estar envolto a um mar de mistérios nos bastidores. Este é um dos filmes que entrou no hall dos considerados amaldiçoados já que há registro de eventos inexplicáveis e relatos de mortes na produção que logo foram atribuídos ao longa metragem.

Em 1977 saiu a sequencia do filme, novamente com Linda Blair (Regan) no elenco, porém não foi nem sombra de seu antecessor considerada a pior sequencia de um filme de terror já produzida. Já em 1990, uma nova tentativa de reviver a série com a terceira parte da história também não emplacou, mesmo com a participação de Jason Miller (como o padre Karras que misteriosamente sobreviveu ao suicídio). 

Ainda foram produzidas duas pré sequencias narrando o passado do jovem padre Merrin, também sem o mesmo apelo do clássico de 1973, que além de ter conquistado um Oscar inédito, ainda tem seu tema principal como um dos temas de filme de terror mais memoráveis de todos os tempos.

Isso sem falar na cópia descarada turca que chegou logo no ano seguinte, em 1974 chamado Seytan que é um show de horrores com incontáveis defeitos estéticos, direção, atuação etc que provavelmente só foi produzido seguindo uma politica nacionalista do pais tal qual a Coréia do Norte, onde produtos do cinema estrangeiro são proibidos por lei, tendo que se adequar a apenas produtos produzidos em solo nacional (assim, eu não pesquisei a fundo sobre isso, mas como Seytan vem de uma produtora com uma vesta gama de produções / cópias hollywoodianas, acredito que na época deve ter sido essa a realidade da política turca, não sei se hoje é assim, enfim, é só achismo meu).

Voltando ao longa original, ele conseguiu acumular uma séries de cenas memoráveis uma mais assustadora e perturbadora que a outra, como: o caminhar da aranha, cena esta originalmente deletada da edição final, os tiros de sopa de ervilha, o giro de 360 graus da cabeça da menina Regan possuída, a entrada triunfal do padre Merrin á residência das MacNeil, a heresia com o crucifixo, entre outras que só conheceram a luz do dia na edição do diretor lançado no início do século XXI.
 

Trailer:

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Os Monstros / Freaks (1932)


Freaks é um filme que levou o povo da década de 1930 ao limite ao retratar de forma crua o modo de vida dos artistas dos circos dos horrores tendo como intérpretes circenses legítimos com deformações e deficiências reais numa época onde o conhecimento sobre certas condições eram escassos dando margem para o total repúdio do público.

Tratados como aberrações, estes artistas eram destinados a viver do circo mesmo custando-lhes uma vida de explorações e constantes humilhações por conta de suas diferenças que iam desde uma condição de pele raríssima até a falta de um membro ou um simples caso de nanismo. Naquela época, o pouco era muito e qualquer falta ou excesso que um ser humano tivesse seja por nascença ou por acidente era o suficiente para que estas pessoas fossem excluídas da sociedade e do mercado formal de trabalho e tratados como aberrações.

É justamente neste ambiente que se passa esta história de 1932 que gira em torno de Hans, um anão dono de um circo que mesclava números de aberrações com atrações tradicionais todos convivendo literalmente entre tapas e beijos por suas diferenças.

E neste meio que se destaca o amor não correspondido de Hans (que já tinha um compromisso com a também anã Frieda) por Cleópatra, uma ambiciosa e superficial trapezista que odeia as aberrações, mas ao saber que seu jovem superior tem uma gorda herança e futuros planos de se retirar do meio artístico futuramente, usa de seu frágil coração para seduzi-lo e tornar-se sua única herdeira.

O que Cleópatra não contava é que os Freaks (aberrações ou monstros) são unidos como uma grande família e que ao descobrir os planos maléficos da oura, o grupo se une e planeja vingança.

Tudo começa anos depois dos eventos principais, onde um side show anuncia a um pequeno público, a história de amor e tragedia envolvendo um pequeno homem que entregou tudo o que tinha á pessoa errada. Esta pessoa porém não conseguiu esconder seus planos por muito tempo e foi punida...

Depois, o filme transita para o início de tudo no mundo do circo, envolto a vários personagens com as mais exóticas condições, como: pessoas com microcefalia, gêmeas siamesas, um torso humano, mulher barbada, o esqueleto humano e até mesmo condições que hoje são triviais como anões, hermafroditas e até mesmo um simples gago muito do invocado.

Conforme somos apresentados aos personagens principais, a trama vai se desenvolvendo em dois núcleos: primeiro Hans que apesar de comprometido como eu já disse, não esconde sua atração pela bela trapezista Cleópatra; e do outro lado temos Vênus, uma jovem normal que vivia amasiada com Hércules, o homem fortalhão do circo que se gaba de sua virilidade e sua falta de compromisso faz com que a jovem de coração bom se separar dele e buscar alento nos braços de Phroso, o palhaço, que é meio lerdo de raciocínio, porém amável e criativo.

Nós temos amostras de como a sociedade trata as aberrações de Hans e partir de uma cena em que um pequeno grupo acaba indo brincar e dançar em um terreno privado próximo ao acampamento que o circo montou até que dois cidadãos os humilham e são rudes defendendo a ideia esdruxula de que pessoas que nascem sob condições especiais deviam ser abortadas.

Nisso, chega a madame Tetrallini, uma senhora de certa idade que serve como uma espécie de tutora para os Freaks sendo uma das raras pessoas normais que tem empatia pelo grupo. Ela usa do bom censo e dá um bom chá de simancól á dupla de preconceituosos, mas também dá uma dura em suas crianças por estarem invadindo ainda que sem querer uma propriedade privada.

De volta ao circo, Cleópatra acaba descobrindo pouco tempo depois pelos lábios de Frieda sobre a herança de Hans que irá garantir um descanso após sua última apresentação.

Neste meio tempo, Hércules já deu um chute na bunda de Vênus e foi buscar o calor dos braços de Cléo tornando-a sua amante e descobrindo por esta sobre a fortuna de Hans. A dupla de malfeitores chegam a um acordo sobre como passar o nanico para trás para ficar com toda a grana: a loura vai seduzir Hans e conseguir casamento para se tornar sua única herdeira.

Não demora muito para Hans cair na teia da aranha e pedi-la em casamento. Temos aí então, uma das cenas mais icônicas do filme que é a festa de compromisso de Hans com Cleópatra onde os Freaks preparam um drink especial para abençoar Cléo como sua nova ''irmã'' e assim conduzem um ritual de iniciação. Enojada por ter sido iniciada como uma aberração, Cléo humilha e despreza seus colegas de circo dizendo que ela jamais será um deles.

Depois, o humilhado é Hans que testemunha um papelão por parte de Cleópatra que bêbada beija seu amante Hércules e ainda debocha do baixinho que vira alvo de risadas.

Os dias se passam e Hans fica misteriosamente doente aos cuidados de Cléo. A verdade, é que a loura está envenenando o marido para abreviar sua partida, porém, Hans já está desconfiado o bastante do zelo exagerado de sua mulher e dos remédios constantes que ele tem que tomar.

Em uma ocasião, Hans vê Cleópatra colocar gotas em seu remédio e simplesmente se faz de bobo na frente dela, enquanto que pelas costas ele planeja vingança com seus amigos Freaks.

Do outro lado, Hércules tem um desentendimento com Vênus que descobre as intensões do mal caráter e antes que pudesse desmascará-lo, é agredida tendo que buscar amparo em Phroso que entra em luta corporal com o homem mais forte do circo.

Enquanto isso, Cleópatra começa a se dar conta que seus planos já foram descobertos, pois os Freaks estão se comportando de forma estranha com ela. Acuada, Cléo salta do trailer de Hans e tenta fugir, mas os Freaks a perseguem armados como podem no meio de um toró.

Hércules enquanto isso, consegue dar uma canseira em Phroso e tenta fugir sem se importar com sua amante, porém os Freaks o cercam e um dos anões arremessa seu canivete na virilha do fortão derrubando-o.

Depois, Cléo é encurralada pelos Freaks que a alcançam e ela corre pela chuva aos gritos até não ser mais vista.

Uma breve passagem de tempo, mostra Hans agora vivendo recluso em uma mansão abatido e de coração partido sobre os cuidados de Frieda que está disposta a fazer seu pequeno amor se curar.

Voltamos ao side show do início do filme que fala que Cleópatra foi punida pelo seu desprezo aos Freaks e nisso, vemos a loura em um cercadinho de acrílico transmutada em uma aberração meio humana meio pata. Esta ao se ver cercada pelo público, solta um grito e depois um grasnado já que não mais pode falar.

A explicação dada para isso, é que os Freaks são criaturas místicas e que o grupo usou seus poderes para converter a trapezista naquilo que ela mais odiava: uma aberração, condição esta que ela passará a carregar pelo resto de seus dias. 

O longa metragem causou uma grande repulsa no público fazendo com que todos os rolos de filme fossem confiscados e escondidos permanecendo assim até décadas depois quando em um destes eventos independentes de longa metragens, o filme foi recuperado e exibido.

Dizem que por conta da má conservação e por conta também dos órgãos regulamentadores da época, boa parte do filme se perdeu sobrando disponível até hoje aproximadamente 60 minutos de produção e muitos rumores apareceram falando que as cenas retiradas remetem aos castigos dos vilões: Hércules, depois de esfaqueado teria sido castrado por viver se gabando de sua masculinidade e Cléo teria em tela passado pela transformação, mas nada disso foi confirmado.

Na vida real, Harry e Daisy Earles, os intérpretes de Hans e Frieda eram irmãos. Para a época não houve nenhum estranhamento até por que não houve nenhuma cena de intimidade entre os dois e também por que não era fácil conseguir atores com nanismo para fechar a cota no elenco.

O filme conquistou com o tempo o título de cult e motivos não faltam: o enredo é simples, porém interessante, o fato do elenco ser verdadeiramente composto por pessoas com má formações valorizou e causou perturbações ao público na época e ainda funciona muito bem hoje em dia se tornando uma boa pedida para quem quiser ver um filme de época ambientado e vivido no momento certo, coisa que hoje não daria certo por motivos óbvios.


Trailer: