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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 25 de junho de 2022

Zumbi 2 - A volta dos mortos / Zombie (1979)


Uma das mais notórias obras de Lucio Fulci, um dos grandes nomes do terror italiano inspirado na obra prima de George Romero "A noite dos mortos-vivos" de 1968, Fulci levou para as telonas um conteúdo de violência extrema, marca registrada de suas obras, sem se limitar as criticas da época ou ao baixo orçamento de seu longa mais prestigiado.

Apesar do "2" no título brasileiro, Zombie é o primeiro da franquia, porém em seu país de origem fo considerado como continuação do clássico sessentista de Romero recebendo por lá o nome de "Zombie" e zero ligação direta com A noite dos mortos-vivos, do qual aliás só compartilhavam os zumbis mesmo e sua origem distinta uma da outra.

O filme começa todo enigmático, aleatoriamente com um homem executando uma pessoa enrolada a um lençol branco dos pés a cabeça com um tiro na testa e logo depois passa um telefonema difícil de se compreender de início, mas que lá na frente fará todo o sentido.

Logo em seguida, o filme corta para a baia de Nova Iorque onde uma dupla de policiais da guarda costeira abordam um barco aparentemente abandonado. Um dos dois guardas entra para verificar algum sinal de vida no interior da embarcação que está um verdadeiro chiqueiro: está tudo bagunçado, moscas voam para todo lado e para brindar ainda tem uma mão decepada jogada a esmo no chão.

Antes que pudesse investigar aquele pedaço de corpo, o policial é atacado por um homem pálido, levemente deformado, como se estivesse morto e completamente irracional.

Depois do primeiro ataque, a criatura zumbificada saí da cabine e ataca mortalmente o outro policial que averiguava o convés.

Não demora para as autoridades tomarem conhecimento do acontecido, mas a esta altura o zumbi havia dado chá de sumiço sobrando apenas os corpos dos policiais que eram verificados pelos legistas que estranham as marcas de mordidas que ocasionaram as mortes de seus pacientes.

Do outro lado, a jovem Anne Bowles era interrogada pela polícia local alegado que o barco encontrado a deriva com dois corpos é do seu pai que está desaparecido há um bom tempo.

Mesmo sem autorização da policia, Anne acaba entrando escondida no barco do pai para investigar por conta própria e acaba encontrando também escondido e também investigando Peter West, um repórter que busca a verdade por trás das mortes misteriosas no barco já que ele não engoliu as explicações das autoridades... clichê, né?

Os dois acabam sendo expulsos do local do crime e por terem um objetivo em comum, Peter e Anne resolvem ir juntos a ilha de Matool, nas Antilhas, último paradeiro conhecido do pai da garota que deixou uma última carta falando a respeito de uma doença infecciosa que e alastrou no vilarejo de Matool onde ele trabalha como assistente de um médico.

Para chegar direto a ilha, Peter e Anne pedem ajuda ao casal de turistas Brian Hull e Suzan Barret que estão em uma viagem de férias e tempo suficiente para uma aventura.

Paralelo a isso, estão na mencionada ilha o casal Paola e o doutor David Menard, o único médico que restou na região. Os dois estão tendo uma tórrida discussão uma vez que Paola que ir embora de Matool, mas David se nega pois se ele ir não sobrara ninguém que possa conter o contágio que está se alastrando rapidamente.

No meio da viagem do quarteto, Suzan resolve mergulhar quase sem nenhuma roupa de baixo e acaba ficando na mira de um tubarão.

Suzan grita por socorro e Brian atira na água enquanto a mulher se afasta mergulhando. Ao chegar ao fundo, Suzan é atacada por um zumbi, o mesmo que atacou os policiais e que estava desaparecido desde então. O tubarão, depois de levar um tiro mergulha deixando um rastro de sangue e ataca o zumbi que o morde e Suzan aproveita a confusão para voltar ao barco. Lá, ela alega ter visto um homem no fundo do mar.

De volta a ilha, David, que busca uma espécie de cura para a doença infecciosa testa seu próprio sangue e o de um infectado em busca de respostas.

Anoitecendo, Paola é observada durante o banho por alguém com as mãos apodrecidas. Ao sair do box, Paola é agarrada por seu stalker que adivinhem... era um zumbi! Ele a agarra e empala seu olho em uma farpa enorme de madeira.

Pela manhã, Peter e os outros finalmente chegam a Matool ao mesmo tempo que mais um paciente de David morre pela doença que não é a única coisa que ele aparenta ter conhecimento.

A enfermeira diz a David que os nativos da ilha acreditam que o contagio é obra de vodu e ele como sendo um homem da ciência desacredita categoricamente.

Depois de dar um tiro de misericórdia no paciente já morto, David o leva enrolado a um lençol até uma vala onde já havia outros corpos.

Peter e os outros são recepcionados por David que os levam até seu hospital improvisado e lá revela ser amigo do pai de Anne. David diz que seu amigo Bowles foi vitimado pela infecção e... se tornou um morto-vivo, elementar meu caro. Antes que pudesse dar muita merda, David executou o zumbificado pai de Anne (aquela cena inicial do filme) e deu ordens a seus ajudantes para levar o barco de Bowles de volta aos EUA.

Não muito depois, um dos pacientes de David o avisa que um dos pacientes se tornou morto-vivo e antes de ser executado este escapuliu para o vilarejo o que significa que o contágio pode se espalhar ainda mais trazendo mais mortos-vivos.

David pede aos recém chegados para ir a sua casa buscar Paola para que possam fugir, pois a situação já fugiu de controle e Peter concorda de pronto, mas ao chegarem lá, encontram um grupo de zumbis devorando os restos mortais de Paola.

Cercados, o quarteto dão um jeito de driblar os zumbis voltando ao carro emprestado por David que há essa altura tratava de eliminar outros corpos antes que eles voltassem a vida como mortos-vivos.

No caminho para o hospital, Peter é ferido na perna e para ajudar o carro quebra forçando o grupo a seguir a pé até eles ouvirem sons de tambores próximo de lá.

Não podendo mais caminhar, Peter fica para trás com Anne enquanto Brian e Suzan se aproximam de um cemitério local.

Inesperadamente, Peter e Anne são atacados por mortos que saem da terra numa cena icônica.

Ainda por perto, Brian ouve os gritos e corre em auxílio dos amigos enquanto Suzan é atacada por um dos zumbis que rasga seu pescoço matando-a.

Com a ajuda de uma arma, Brian devolve o morto para a vala e resgata seus amigos.

Sem tempo para se lamentar, o grupo agora reduzido a três abandona o corpo de Suzan e seguem caminho enquanto outros mortos voltam a vida com apetite de carne fresca.

A essa altura, a vila estava praticamente toda tomada por nativos infectados transformados em zumbis que se espalhavam por toda a Matool.

Peter, Anne e Brian finalmente chegam ao hospital onde são abrigados por David enquanto um grupo numeroso de zumbis se aproximavam do local.

David revela que o contágio começou quando uma mulher nativa da ilha voltou a vida dois dias depois de sua morte e que a hipótese antes descartada de vodu agora é a única explicação plausível para o início do contágio, o que definitivamente está fora do alcance cientifico do médico.

Logo, David oferece armas a Peter e Anne para formar uma contra ofensiva a iminente invasão zumbi e pede aos amigos que peguem querosene pois ele pretende queimar os corpos sem vida como último recurso.

Com o auxílio do ajudante de David, o querosene é transferido do galão para garrafas com trapos amarrados, que servirão como coquetéis molotov.

Um dos mortos ataca mortalmente David e era nada menos que o pai de Anne! Brian o devolve aos mortos a tiros.

Um dos pacientes que voltou a vida, somado a um grupo de zumbis, matam a enfermeira e o último ajudante de David vivo.

Começa um tiroteio e Peter lança as garrafas de molotov dando início a um incêndio. Brian conduz Anne e Peter para fora do hospital e é atacado por Suzan zumbi. Brian ordena a Peter que atire nela sem remorso e assim ele o faz. Logo depois, o trio deixa o hospital em chamas com os zumbis dentro.

Amanhecendo, os três chegam a um barco onde Brian morre em decorrência de complicações do ferimento sofrido a pouco pelas mãos de sua mulher morta-viva.

Peter diz a Anne que eles devem levar Brian do jeito que está como prova, pois ele certamente se tornará um zumbi e ele é o único que resta caso contrário não acreditarão neles.

Neste momento, eles houvem pelo rádio do barco que Manhattan está sobre ataque de uma horda numerosa de pessoas mortas-vivas. Certamente os policiais vitimados no início do filme voltaram a vida e neste meio tempo espalharam a doença a nível global, levando os EUA a um apocalipse zumbi!

Um final eletrizante para um filme com uma atmosfera tensa, emersivamente claustrofóbica e extremamente violenta que certamente tirou o sono de muita gente na época que foi filmado, incluindo os críticos que certamente não pouparam esforços para censurar a obra.

Os efeitos práticos ainda funcionam muito bem em seu propósito de chocar. A maquiagem dos mortos-vivos está bem ok para os padrões de hoje e deixa no chinelo muito filme de zumbi dos dias de hoje que apelam para o CGI vagabundo e uma maquiagem chula digna de um figurante do trem fantasma do Play Center.

Uma obra notável que deve ter deixado seu conterrâneo Ruggero Deodato, criador do polêmico Holocausto Canibal e o próprio George Romero batendo palmas devido a ótima qualidade do material. Sem dúvidas uma ótima escolha para se assistir com as luzes acesas, um terço em mãos e um punhado de água benta espalhada pelo corpo depois de fazer o sinal da cruz. Vai por mim, foi forte na época e é forte ainda hoje.


Trailer:




sábado, 18 de junho de 2022

Halloween 4: O retorno de Michael Myers / Halloween 4: The return of Michael Myers (1988)

 


O fracasso de Halloween 3: A noite das bruxas de 1982 fez com que a produção da franquia desistisse de transformar a saga do assassino de babás de Haddonfield em uma série de antologias, ou seja, cada filme ia focar em uma história própria com o tema Halloween como foco, deixando claro que Michael Myers havia morrido na explosão no final do segundo longa.

A proposta não foi de todo ruim, Halloween 3 foi bem ok como um filme singular e independente das partes anteriores, mas foi justamente o fato de tirar de cena o astro principal, aquele que foi um dos primeiros serial killer de filmes slasher e que popularizou o tema stalker, um tremendo tiro no pé.

Mas vamos respirar fundo, esquecer os erros do passado e focar no grande acerto do produtor Moustapha Akkad que foi reviver Myers e trazer de volta um banho de sangue regado a muita tensão.

Se passaram dez anos desde que o famigerado terapeuta, o doutor Sam Loomis tentou uma manobra suicida para deter Michael Myers, porém durante um exame de rotina no corpo inanimado de Myers que a coisa saiu do controle. 

Dois médicos de Smith Groove são incumbidos de examinar e fazer a transferência de Michael do hospital de segurança máxima de Ridgemont para outro hospital.

Do outro lado estava Jamie, filha de Laurie que faleceu em um acidente e que desde então vive com o casal Lloyd que a acolheu como filha adotiva e tem como melhor amiga sua babá Rachel Carruthers.

Neste meio tempo, o doutor Loomis, que também sobreviveu a explosão pega estrada assim que toma conhecimento que a ambulância que levava Michael para o hospital psiquiátrico tombou e nela só foram encontrados dois corpos mutilados.

No meio do caminho, Loomis para num posto de gasolina que aparenta estar abandonado e resolve investigar o galpão de ferramentas estranhando o silêncio do local. Rapidamente, ele dá de cara com um corpo suspenso e ao sair para investigar uma loja de conveniências encontra um corpo lá também e mais ninguém.

Desconfiado, Loomis saca sua arma e quase é atropelado por uma caminhonete, veículo este que destrói seu carro deixando-o ao léu. 

Na escola, Jamie vem sofrendo bullying dos colegas por ela ser órfã e por que ela alega ter visões com o bicho papão, que nada mais é do que seu tio Michael.

Pouco mais tarde, Rachel leva Jamie a loja de fantasias onde seu namorado Brady trabalha para ela comprar sua fantasia para o halloween que se acerca e ela encontra justamente o que queria: uma roupa de palhaço com máscara e tudo... familiar?

Jamie tem outra visão com Michael de quem ela desconhece sua existência e parentesco, chamando-o apenas de o homem de fantasia.

Ainda no caminho para Haddonfield, Loomis consegue carona com o reverendo Jackson, um velho padre fanático e bêbado que ruma para a cidade afim de pregar sobre o fim do mundo.

A noite, os pais de Jamie saem e deixam a menina com Rachel para que elas possam sair pedir doces e participar de um festival local de halloween a céu aberto sem saber que Michael já estava a espreita.

Finalmente em Haddonfield, Loomis vai até a delegacia alertar o xerife Ben Meeker sobre o despertar de Michael e o rastro de sangue que ele deixou e ainda que desconfiado, o representante da lei resolve abrir uma investigação.

Rachel acaba encontrando Brad no maior love com sua até então amiga Kelly Meeks, filha do xerife, e mete um esporro nos dois. No processo, Rachel acaba perdendo Jamie e as outras crianças de vista.

Perto de lá, Michael resolve dificultar as buscas por ele ao arremessar um funcionário da companhia de energia elétrica contra fios de alta tensão provocando um apagão na cidade.

Jamie acaba se separando das outras crianças e se perde no breu da noite, porém logo ela se encontra com Rachel e para a sorte das duas aparecem Loomis e o xerife Ben que as amparam e as escondem.

Logo depois, Loomis e o xerife saem para investigar uma movimentação suspeita e são trollados por dois adolescentes fantasiados como Michael. Depois disso, o xerife resolve deixar alguns civis a par do ocorrido e estes resolvem ficar de tocaia pela cidade atrás de Michael.

Os pais de Jamie chegam em casa e percebem que não tem ninguém lá, se pondo a procurar Jamie e Rachel.

Perto de lá, na casa de Kelly, ela e Brady vêem um vulto passar lá por perto no momento em que iniciavam uma transa. Ambos ainda são surpreendidos por Loomis e o xerife que deixam os dois de sobreaviso sobre Michael.

Juntos deles vieram Jamie e Rachel como sugestão do xerife para que elas ficassem em sua casa junto a Kelly e Brady, todos em segurança.

Mais tarde, já detectando no maior instinto onde Jamie está, Michael fura todos os bloqueios colocados pelo xerife e faz de seu ajudante e de Kelly suas novas vítimas fatais. O corpo de Kelly é encontrada por Rachel que entra em pânico.

Brady encontra Rachel e a convence a fugir com ele e logo levam Jamie junto. Michael aparece e Brady entra em luta corporal contra seu stalker mas leva a pior.

Rachel não perde tempo e pega Jamie enquanto procura por uma saída que não esteja bloqueada.

Sem sucesso, as duas fogem por uma janela no sótão que dá no telhado por ondem escalam.

Ao mesmo tempo, Michael as encontram e tenta atacá-las, porém Jamie consegue fugir pela janela que dá no jardim com a ajuda de Rachel que logo em seguida cai de lá inconsciente. 

Jamie foge sozinha e em panico até encontrar Loomis que resolve fugir com ela para a escola.

Lá, Loomis deixa a Jamie numa das salas e sai para procurar Michael, mas ele encontra Jamie, porém não tem tempo de fazer nada por que Rachel aparece no exato momento e tira sua protegida de lá e foge para os limites da cidade com outros civis em uma caminhonete.

Michael as segue e consegue subir na caçamba sem problemas matando todos a bordo menos as garotas. Rachel, astuta toma o volante e tenta derrubar Michael, porém ele se levanta como sempre.

Rachel então resolve atropelá-lo até deixá-lo fora de ação no exato momento que o xerife chega com reforço.

Jamie se aproxima de Michael e tenta tocá-lo até que ele se levante pronto para atacar. O xerife ordena a Jamie que se jogue no chão e feito isso, ele e seus homens executam Michael com vários tiros com armamento pesado.

Finalmente a salvos, todos vão para a casa dos Lloyd, porém o pesadelo só está começando. Ao longe se ouve um grito e Loomis que estava sozinho entra em colapso ao ver Jamie mascarada ainda com sua fantasia de palhaço e uma faca ensanguentada em mãos dando a entender que ela se tornou uma assassina como seu tio Michael.

Loomis se põe a gritar em tom de lamento, sentindo que ele fracassou novamente.

Esse final foi brilhante e poderia ter sido o prelúdio para uma nova série com uma nova antagonista seguindo os passos de Michael Myers, porém Halloween 5 decepcionou, mas isso a gente vai ver futuramente.

A volta triunfal de Michael foi muito bem aceita. A cagada do filme anterior foi limpa, a essência de perseguições silenciosas regadas a muito sangue se manteve, a trilha sonora continua primorosa e ainda tivemos a brilhante atuação da pequena Danielle Harris no papel de Jamie Lloyd o que meio que supriu a falta de Jamie Lee Curtis que só retornou a franquia no primeiro soft reboot da série em Halloween H20.

No mais o filme cumpre bem o seu papel, como dito, a atmosfera de perseguição continua tal qual o clássico de 1978, Michael volta mais letal do que nunca e a forma como arranjaram para ele retornar foi até que aceitável, mas o doutor Loomis sobreviver a explosão do final do segundo filme sem uma explicação aparente foi escroto, apenas queriam o bom e velho Donald Pleasence de volta a franquia mitando em sua busca pelo velho Michael e dane-se a lógica.

Trailer:



sábado, 11 de junho de 2022

Gritos Mortais / Deadly Silence (2007)

 


Nem só de Jogos mortais e Invocação do mal vive James Wan, colecionador de grandes clássicos do terror. Wan também coleciona obras esquecidas e mal interpretadas, mas que acumulou um grupo de fãs do sobrenatural.

Gritos mortais de 2007 foi essa obra divisora de águas considerada por muitos como o patinho feio no currículo de James Wan por não ter suprido tudo aquilo que era esperado e na minha opinião o que foi apresentado já é suficiente para considerá-lo um filme bacana, que cumpriu bem seu papel sem ser pretensioso, afinal o longa não prometeu muito.

Mas vamos ao que interessa, o enredo. Tudo começa depois de um conserto mal sucedido de encanamento. Jamie Ashen que não tem nada de encanador logo depois do conserto resolve pedir comida de fora para ele e sua noiva Lisa. Pouco tempo depois, ambos são surpreendidos com a entrega de uma estranha arca contendo um boneco de ventríloquo dentro sem remetente no pacote.

Enquanto Jamie busca o jantar na rua, Lisa nota um volume estranho debaixo do lençol da cama e quando vai averiguar é lançada contra a parede e o que quer a tenha ferido a ataca na penumbra.

Jamie chega minutos depois com a comida e encontra um rastro de sangue. Ao chamar por Lisa, estranhamente ela responde em tom de deboche e quando Jamie chega no quarto encontra sua noiva morta com a mandíbula e os olhos saltados como se tivesse gritado e sem a língua. (Mas se ela estava morta, quem respondeu Jamie com a vós de Lisa?).

Os peritos forenses logo aparecem para remover o corpo e Jamie logo é interrogado como suspeito mesmo ele tendo alegado que a casa estava fechada na sua ausência e que o boneco de ventríloquo que ele recebeu não estava no lugar que ele deixou pela última vez antes de sair mas sim no local do crime.

Sem provas e sem flagrante contra Jamie, o detetive Lipton o libera temporariamente até que se investigue mais a fundo como as coisas aconteceram.

De volta em casa, Jamie resolve investigar a arca onde veio o boneco que ele descobre se chamar Billy e ao rasgar o forro do compartimento onde veio o boneco, ele descobre o nome Mary Shaw e o nome da cidade Raven's Fair onde coincidentemente ele nasceu e onde vive hoje seu debilitado pai Edward e sua jovem madrasta Ella.

Jamie então resolve voltar as origens e vai direto visitar seu pai e pergunta a ele sobre a identidade da tal Mary Shaw e uma cantiga envolvendo ela que ele descobriu a pouco e isso reaviva uma antiga rusga entre pai e filho.

Logo depois, Jamie vai até a funerária encomendar um caixão e acaba se hospedando em um hotel onde no meio da noite tem um encontro com o fantasma de uma velha afrente do boneco Billy que aparenta ser a tal Mary Shaw.

Na mesma noite, Henry Walker, o dono da funerária quase tem um encontro com o sobrenatural se não fosse pela intervenção de sua mulher Marion que tem problemas mentais e estava fora de seu quarto, no qual Henry a leva de volta.

No dia seguinte, durante o sepultamento de Lisa, Jamie vê Marion de longe chamando sua atenção. Marion pergunta a Jamie se ele viu o momento em que Lisa foi morta e se ela manteve contato visual com Mary Shaw, porém Henry a interrompe e a leva de volta para seu quarto pedindo desculpas ao rapaz pois sua mulher está doente e não sabe o que fala. Será?

Na calada da noite, Jamie vai ao cemitério junto de Billy e o enterra junto ao túmulo de Mary Shaw, sua dona. No entanto, ao voltar para casa, Jamie encontra Billy todo sujo nas mãos do detetive Lipton que suspeita que aquilo foi uma ocultação de prova do crime.

Jamie fala ao detetive sobre uma cantiga infantil atribuída a Mary Shaw que diz que aqueles que a encontrarem em sonho não deve gritar ou ela arranca sua língua. Ele liga a cantiga a forma com que Lisa foi encontrada, mas é claro que o detetive não engole.

Jamie então, resolve levar Billy até Marion e pergunta a ela sobre Mary Shaw, mas Henry que aparenta saber algo a detém e aconselha o jovem a ir embora de Raven's Fair, porém antes fala sobre Shaw que era uma ventríloqua há várias décadas quando Henry era criança e que Billy era seu principal número.

Certo dia, durante uma apresentação com a casa cheia, um menino chamado Michael disse a todos ter visto Shaw mexer a boca enquanto executava o número de ventriloquismo o que deixou a senhorinha profundamente envergonhada. Depois disso, o menino desapareceu misteriosamente e nunca mais foi visto.

Henry segue dizendo que o último desejo de Mary Shaw era de ser enterrada com todos seus bonecos a quem ela considerava como filhos e que seu cadáver fosse transformado em boneca no processo de embalsamamento. Depois disso, Raven's Fair foi amaldiçoada e Lisa foi vítima da maldição de Shaw.

Neste instante, o detetive Lipton cava o túmulo de Mary Shaw em busca de pistas. Paralelo a isso, Jamie investiga o antigo teatro onde Shaw se apresentava. Lá, ele encontra o diário de Mary Shaw que continha várias gravuras feitas a mão com detalhes da confecção de bonecos e recorte de jornais com matérias policiais sobre crianças desaparecidas há meio século e entre eles o menino Michael que ironicamente tem o sobrenome Ashen, seu mesmo sobrenome.

Na casa de Henry, o velho flagra Marion conversando com o boneco Billy muito assustada. Henry afasta Billy da mulher e ao voltar percebe que ela se escondeu como de costume. Ao procurá-la, dá de cara com o fantasma de Mary Shaw que leva sua língua e sua vida assim que ele grita de medo.

De volta a casa do pai, Jamie pergunta a ele o que eles tem a ver com o menino Michael e Mary Shaw, e Edward revela que aquele era seu tio, e portanto tio avô de Jamie. Edward revela que assim que as autoridades descobriram que Shaw era a principal suspeita do desaparecimento do pequeno Michael, sua família a linchou, arrancou sua língua e depois a matou. Shaw então está em busca de vingança contra os Ashen.

Neste momento, o detetive Lipton chega e interroga Jamie dizendo que os bonecos de Shaw sumiram e que ninguém na cidade a conhece. Nesta mesma hora, Jamie recebe uma ligação de... Henry? que diz ter visto Mary Shaw e que ele está no teatro esperando-o. Dando um olé no detetive, Jamie se dirige ao teatro, porém Lipton segue em seu encalço. 

Chegando no teatro, Lipton intimida Jamie e juntos, seguem a vós de Henry até encontrarem a enorme coleção de bonecos de Mary Shaw e um desses bonecos era uma criança: o menino Michael!

Os outros bonecos começam a mexer suas cabeças para o lado visualizando um boneco vestido de palhaço em uma cadeira de balanço que é assumido pela alma de Mary Shaw que admite a autoria dos raptos e que matou Michael para fazer dele seu boneco perfeito e que além disso está silenciando todos que silenciaram sua vós.

Jamie pergunta o porque de Lisa fazer parte de sua vingança se ela não é uma Ashen e Shaw responde que ela estava grávida e por estar carregando um Ashen em seu ventre, sua morte era válida, afinal matando-a o bebê que seria um Ashen morreria automaticamente.

Lipton começa então a atirar nos bonecos até começar um incêndio. Tentando fugir, o detetive é pego por Shaw que o faz gritar e levar então sua vida consigo.

Sozinho, Jamie foge através de um lago que cerca a entrada do teatro e sem perda de tempo volta para a casa de Henry para destruir Billy, mas o que encontra é Marion com o cadáver do marido. Ela diz que Billy foi levado por Edward e Jamie vai até a casa de seu pai.

Chegando lá, ele encontra Billy e o fantasma de Shaw que tenta pegá-lo, mas ela é detida de uma vez quando seu último boneco é atirado na lareira em chamas.

Ao mesmo tempo, Jamie encontra o corpo de seu pai com um profundo buraco em suas costas com um pedaço de madeira no lugar da coluna sustentando-o. Neste instante, ele surta ao seu lembrar das gravuras de Shaw contidas no diário que mostravam uma espécie de mecanismo de controle que nada mais era que um pedaço de pau ligado entre a cabeça e a bacia, tal qual aconteceu com Edward que o tempo todo estava morto e era controlado como a um boneco por sua mulher, Ella que de alguma forma emulava sua vós e seus movimentos com perfeição, tal como foi com Lisa e Henry depois de suas mortes, tudo explicado em um flashback com mais detalhes. E Ella estava sendo controlada por Mary Shaw o que explica melhor ainda a emulação das vozes.

Esgotado e apavorado, Jamie grita perante Shaw que arranca sua língua.

No final, uma coleção de fotografias mostra as vítimas recentes de Mary Shaw transformadas em bonecos de ventríloquo se tornando assim sua nova coleção.

E é nesta atmosfera aterrorizante que se encerra este clássico subestimado de James Wan que sofreu e sofre até hoje nas mãos da crítica. Eu mesmo gosto muito, para mim o andamento da trama não foi nada previsível e por isso o desfecho foi inesperado.

O filme não é nada massante, é facilmente digerido, tem ótimas sequencias de sustos e uma boa ambientação nas cenas referentes aos flashback do passado de Mary Shaw que montou perfeitamente bem um típico cenário norte americano do início do século passado. Tem que se dar crédito por isso.

No mais é um filme cheio de suspense, com boas cenas de mortes e o final deixa tudo muito bem explicadinho sem deixar nenhuma ponta solta. Mais um ponto a favor.

A maquiagem da Mary Shaw como fantasma também é digno de nota, ficou muito bem feita.


Trailer:



sábado, 4 de junho de 2022

Amigo Oculto / Hide and Seek (2005)

 


As maiores tragédias podem transformar a vida de uma criança num verdadeiro circo dos horrores. A criação de amigos imaginários no geral é algo benéfico para uma criança solitária, carente ou até mesmo traumatizada por algum acontecimento passado que lhes tenha deixado marcas difíceis de se apagar.

É este o plano de fundo cheio de questões psicológicas de Amigo Oculto, um dos tesouro esquecidos da também esquecida atriz Dakota Fanning em uma de suas melhores épocas. A atriz na época mirim já vinha rendendo uma verdadeira mina de ouro para Hollywood depois de ter se mostrando um talento multi faces atuando desde filmes infantis até ficção científica e desta vez um thriller psicológico que agradou na época com seu enredo cercado de mistérios e teorias.

O filme começa com um vislumbre da aparente vida perfeita de David Callaway. Ele é atualmente casado com Alison e tem uma filha chamada Emily que transborda vida por onde passa.

Essa vida era fachada, o casamento de David já estava em desgaste e os desentendimentos entre o casal eram constantes.

Certo dia, David encontra Alison morta ensanguentada na banheira e Emily acaba vendo a cena também e o iminente trauma faz a menina se tornar apática e distante com todos, incluindo o pai.

Depois de passarem um bom tempo em terapia, pai e filha recebem uma recomendação médica para se mudarem para um local afastado em contato com a natureza para poderem tentar enterrar o passado.

De malas prontas, os dois viajam para Wood Land e logo se instalam.

David socializa com suas novas vizinhas Laura e Elizabeth, esta última uma jovem viúva. Emily por outro lado mantem-se introvertida e reclusa em seu quarto apenas observando o que acontece a sua volta.

A relação entre David e Emily fica cada vez mais difícil e distante e coisas estranhas começam a acontecer, como certo dia quando David encontra uma mensagem aterrorizante escrita a giz de cera na parede do banheiro que ele logo atribui a filha que nega tê-lo feito.

Pouco tempo depois, David convida Elizabeth e sua sobrinha Amy de mesma idade de Emily numa tentativa de entrosar a filha de David com a nova amiguinha, porém Emily não é nada receptiva com Amy.

Ainda no mesmo dia, David tem um desentendimento com Emily pelo fato dela ter falado com um estranho que depois se apresenta como Steven, seu vizinho de rua e marido de Laura.

O isolamento social faz com que Emily crie um amigo imaginário a quem ela dá o nome de Charlie e que segundo ela, ele não gosta muito de David.

Durante uma brincadeira de esconde-esconde com Charlie, Emily acaba ficando presa no porão escuro e atribui a travessura a Charlie.

Em outro dia, durante uma pausa de um jantar oferecido a Elizabeth, David encontra o banheiro rabiscado novamente e desta vez a banheira estava cheia de água e com um bicho morto nela, o que o faz acreditar que foi obra de Emily iniciando outra briga com a menina que responsabiliza Charlie pela brincadeira.

David interroga a filha tentando fazê-la entender que Charlie não existe e Emily rebate dizendo que seu novo amigo pode se zangar pelo fato do pai não acreditar em sua existência.

Chega a Wood Land Katherine, psicóloga e grande amiga de Emily para uma sessão a domicílio e a menina fala sobre Charlie.

Katherine compartilha com David seu drama pessoal para que se ajudem a superar: ela perdeu o filho pequeno há algum tempo e a ferida ainda está fresca.

Pouco tempo depois, o xerife Hafferty aparece na vizinhança e interroga David perguntando a ele sobre Elizabeth sem saber que há poucas horas ela fora atirada pela janela do quarto de Emily e adivinha quem é responsabilizado pelo crime?

Não bastasse isso, David ainda encontra outra mensagem, desta vez intimidadora no banheiro e ele surta com Emily que joga a culpa em Charlie mais uma vez.

Acreditando que Charlie é uma pessoa real, David sai para procurá-lo mas encontra Steven, agredindo-o por supor que ele seja o famoso Charlie.

Depois de revistar seu caderno de anotações e de notar que ele está completamente apagado, David começa a ter flashbacks com uma festa na qual ele flagrou Alison com um amante aos amassos. Em seguida, fatos vêem a tona e David descobre que ele próprio é Charlie. Charlie não é um amigo imaginário, mas sim uma personalidade autoconsciente criada pela mente de David que o controla livremente desde a morte de Alison. Aliás, foi David personificado como Charlie quem matou Alison e também foi ele quem empurrou Elizabeth da janela do quarto de Emily.

Agora, Charlie assume completamente o controle sobre David e sem perda de tempo tira a vida do xerife Hafferty que até então seguia investigado nas proximidades.

Katherine também estava por perto zanzando pela casa de sua pequena amiga / paciente até dar de cara com o corpo do xerife na penumbra.

Emily acaba sendo perseguida por Charlie e em pânico a pequena tenta se esconder.

Armada com uma pistola, Katherine encontra David que tanta matá-la, sendo impedido por Emily que grita no escuro. David encontra seu fim e o de Charlie sendo alvejado por vários disparos.

Emily acaba indo viver com Katherine voltando assim a ser feliz mais uma vez.

Existem finais alternativos que ficaram exclusivos da versão home vídeo. Um deles sugerem que Emily ficou louca no final indo viver num santório. Outro mais detalhado mostra Emily se levantando da cama do mesmo sanatório após bater cara num joguinho de esconde-esconde e quando ela abre o armário, encontra quem ela procurava: ela mesma refletida no espelho, dando a entender que ou ela herdou o distúrbio dissociativo de personalidade de David criando sua própria dupla personalidade, ou que Charlie era ela o tempo todo, ou ainda que Charlie a possuiu... vai do entendimento de cada um. Um outro final mostra, depois de Katherine deixar Emily na cama, um vislumbre de uma escrivaninha com um desenho feito a giz de cera por Emily retratando a sí mesma com duas cabeças: uma boa e outra ruim, ou seja, ela também teria dupla personalidade.

O que importa é que o filme é bem ok, prende a atenção, não é 100% previsível e ainda conta com um elenco de peso: além da prodígio Dakota Fanning que cá entre nós deu um verdadeiro show de interpretação, ainda temos o veterano Robert De Niro no papel de David / Charlie e a eterna Jean Grey Famke Janssen como Katherine, o que valorizou muito o longa.

É um prato cheio para quem estuda psicologia ou até mesmo psiquiatria, ou apenas para quem gosta de um bom thriller com uma reviravolta mirabolante no final, o que de fato Amigo Oculto tem, já que em momento algum a gente leva spoiler sobre a procedência de Charlie o que surpreende de fato quem está vendo pela primeira vez. Vale a pena.


Trailer: