Bem-vindos!

Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 25 de fevereiro de 2023

O Padrasto 2 - A volta do Padrasto / Stepfather 2: Make room for daddy (1989)

 


O padrasto de 1987 deu tão certo e foi tão aclamado com seu enredo inovador e um antagonista surtado ao extremo que não demorou muito a ganhar uma sequencia ainda que o final do primeiro filme não tenha deixado tão claro que haveria uma forma da história continuar visto que não ficou muito claro se Jerry Blake, o padrasto havia sido golpeado mortalmente o se o bicho era de aço.

Em 1989 a resposta veio a tona e sim, Jerry sobrevivera a investida de sua última enteada e foi internado num hospital psiquiátrico onde passou enclausurado por alguns anos até ter outro surto e acabar fugindo para começar vida nova... e a fazer vítimas novas.

O enredo começa com um rápido flashback do primeiro filme que nada mais era do que um pesadelo de Jerry que acorda aos gritos, agora calvão de cria e detento em um hospício em Washington aos cuidados do doutor Joseph Danvers.

Jerry aprende um novo oficio nas horas vagas e constantemente passa por avaliação esperando pelo momento em que poderá receber alta e assim ser reintegrado na sociedade, porém este sonho nunca se realiza o que deixa Jerry irado.

Farto de esperar por uma condicional, Jerry aproveita uma oportunidade de ouro e acaba apunhalando Danvers mortalmente e logo depois dá um jeito de nocautear Walt Smith, o carcereiro responsável pela segurança da ala onde o padrasto assassino reside.

Disfarçado com a farda de Smith, Jerry passa pela segurança sem problemas, foge da instituição e ainda consegue furtar um carro e dinheiro saindo da cidade sem perda de tempo.

Rapidamente, as autoridades do condado de Puget Sound, de onde Jerry fugiu noticia sua fuga deixando a população de sobreaviso.

Astuto, Jerry muda de visual com um aplique capilar e lentes de contato e fica por alguns dias hospedado em um hotel sobre o nome de senhor Thomas onde por um bom tempo avalia fitas VHS de tele namoro visando encontrar alguma nova mulher solteira, viúva ou divorciada para poder formar a família dos seus sonhos.

Jerry passa a assumir a identidade de Gene Clifford, um pacato psicanalista residente recém chegado ao conjunto habitacional de Palm Meadow assim que escolhe sua vizinha divorciada Carol Grayland como sua nova conquista. Seu emprego de fachada serviu justamente para conhecer as mulheres e foi assim que ele chegou até Carol.

Carol ainda mantém contato com seu ex-marido Phill e pai de seu único filho Todd, um menino esperto, cheio de vida e que adora ferramentas.

A descoberta faz Jerry ter um acesso de fúria em sua garagem descontando tudo em seu novo hobby, que ele aprendeu no hospício, a carpintaria.

Jerry oferece a Carol seus serviços profissionais para avaliar Phill que está tentando se reaproximar da família. Carol quer ter certeza que Phill mudou de conduta e se ele está mesmo pronto para tentar de novo.

A sessão é rápida e Jerry tenta sem nenhum sucesso convencer Phill de que Carol não quer mais nada com ele. Depois de revelar que aquilo era um blefe, Jerry oferece um brinde ao paciente e o mata com requintes de crueldade.

Logo depois, Jerry vai até o hotel onde Phill está hospedado, fecha a conta, pega seus pertences e joga tudo no carro terminando por desova-lo em um desmanche depois de ter depredado o veículo.

Como planejado, Carol cai na lábia de Jerry acreditando que Phill só queria roupa passada e comida na mesa. Jerry ainda a convence de que Phill mudou de ideia no meio do caminho, fechou a conta no hotel e foi embora sem dar pista de seu paradeiro.

Se aproveitando da fragilidade de Carol, Jerry se declara disposto a ser o esposo que a vizinha merece e os dois começam imediatamente um relacionamento.

Matty Crimmins, amiga de Carol, paciente de Jerry e carteira local estranha a mudança radical da mãe de Todd sobre seu relacionamento com Gene alegando que ela não o conhece o suficiente.

Em uma ocasião, Matty mostra a Jerry algumas correspondências e uma foto antiga de um homem que ela alega também se chamar Gene Clifford e o questiona se ele é quem realmente diz ser.

Inquieto com as suspeitas de Matty, Jerry espera Carol cair no sono e vai até a casa da vizinha de penetra e a surpreende por trás matando-a enforcada.

Depois de recuperar as correspondências e as fotos que o incriminam, Jerry arma uma cena de suicídio e limpa suas digitais depois de datilografar uma carta se passando por Matty enquanto a mesma jaz pendurada pelo pescoço sobre a porta de seu quarto.

Todd, que estava acordado até tarde, acaba vendo Jerry chegar da rua, porém o padrasto o enrola e o persuadis a não comentar nada com Carol.

No dia seguinte, a morte de Matty vem a tona e Jerry usa de sua perícia de psicanalista forjando uma história fiada que justifica o suposto suicídio da vizinha e para apaziguar as coisas, Jerry oferece uma bela garrafa de vinho (que ele furtou da casa de Matty) do qual ele não menciona a procedência.

No mesmo instante, o casal é interrompido pela chegada de Sam Watkins, o vizinho deficiente visual de Matty que alega ter ouvido alguém ter saído da casa da vizinha na noite do suicídio assobiando Camptown races, uma cantiga bastante popular no interior dos EUA (o famoso ''doo dah, doo dah") e que por coincidência é a canção marca registrada de Jerry, ou seja, era ele que estava assobiando na noite anterior.

Dias depois, chega o casamento de Jerry e Carol. Carol está em um cômodo da igreja terminado de se vestir até que Todd aparece assobiando Camptown races deixando sua mãe com a pulga atrás da orelha. Carol pergunta ao filho onde ele aprendeu a cantiga e ele responde que foi com Jerry e logo depois o garoto a deixa sozinha.

Jerry vai até Carol que o questiona sobre a canção e seu noivo responde que a aprendeu na infância e que ela é uma lembrança de seu pai. Ainda desconfiada, Carol insiste para que Jerry diga de onde ele tirou a garrafa de vinho, sendo que aquela garrafa era uma das que faziam parte da coleção pessoal da adega de Matty.

Sentindo ter sido desmascarado, Jerry tem um ataque e agride Carol até nocauteá-la. Todd ouve os gritos e ao tentar intervir, é trancado no armário do zelador do local.

Carol recobra a consciência e entra em luta corporal com Jerry enquanto Todd usa um martelo de uma maleta de ferramentas para arrombar a dobradiça da porta.

O garoto flagra Jerry agredindo a mãe e sem pensar duas vezes planta a ponta do martelo no peito do maníaco que desmaia banhado em sangue.

Carol e Todd correm e sobem até o altar ensanguentados e desgrenhados assustando geral. Exausta, Carol desmaia sem conseguir proferir nenhuma palavra e é amparada por Todd enquanto Jerry se arrasta para fora da igreja decepcionado pois segundo suas palavras, ele mais uma vez não encontrou a família certa.

A sequência conseguiu manter o ritmo da parte anterior, mas não alcançou o sucesso esperado. Ainda sim, três anos depois chegou a última parte da trilogia que viria a fechar a história de uma vez.

O ponto positivo é que tivemos a volta de Terry O'Quinn no papel do padrasto, personagem este que ele interpretou com maestria, mas que viria a ser esta sua última vez dando vida a ele sendo substituído na parte final por Robert Wightman, porém deram a desculpa de uma cirurgia plástica para justificar a troca de atores.

Outra boa participação, ainda que muito breve, foi a do saudoso Jonathan Brandis que nos anos 1990 deu vida ao protagonista Bastian em História sem fim II e da versão adolescente de Bill Denbrough na minissérie It: Uma obra prima do medo, além de ter feito participações em séries como Três é demais, Blossom e o clássico cult The Flash. No filme, Brandis deu vida a Todd. 

A violência desta sequência se resume a pouquíssimas cenas de mortes, porém conduzidas com boa qualidade sem dó de esbanjar sangue. A falta de mais mortes é compensada com a ótima montagem de enredo, a atmosfera investigativa e a carga de suspense na medida.

É um filme ruim? Não, mas também está longe de ser um porre e vale a pena dar uma chance visto que se trata de um block buster genuinamente noventista com tudo de bom que a época tinha a oferecer.


Trailer:




sábado, 18 de fevereiro de 2023

A Bruxa de Blair / The Blair witch Projetc (1999)

 



Tem obras cinematográficas que souberam trabalhar absurdamente bem demais com o marketing e transformaram umas poucas moedas numa verdadeira caixa forte do tio Patinhas. Muito disso, se deve a falta de informações que o público tinha na época que acarretou num dos filmes mais troll da história cinema.

Para começar usaram de um suposto desaparecimento real de um trio de estudantes de cinema nos arredores de uma cidade rural cheia de mistérios. Depois ainda emplacaram uma lenda supostamente baseada em uma história real de uma bruxa que possuiu uma pessoa séculos atrás e que o fez cometer diversos crimes.

É claro que todo o enredo é fictício, não existe bruxa, não existe desaparecimento e todos aqueles depoimentos no decorrer do longa são falsos. Hoje em dia obviamente essa história toda seria facilmente desmascarada dando um Google. Em poucos segundos, centenas de milhares de matérias e postagens em blogs especializados já escrachariam a mentirada toda, mas em 1999 a coisa não era tão fácil e cair na pegadinha da produção de A bruxa de Blair foi mais fácil do que empurrar uma puta bêbada no meio fio e limpar sua bolsa.

O enredo é bem breve, e além de pregar a maior peça do século ainda ajudou a popularizar o subgênero found footage, que praticamente não existia na época e já chegou introduzindo o formato no cinema com tudo, o que obviamente acarretou uma leva de outras produções tentando abocanhar sua fatia da pizza do sucesso seguindo a mesma receita.

Deixemos os detalhes de lado por um tempo, e vamos focar no enredo que como eu já disse será breve então, lá vai...

Tudo começa quando um trio de estudantes de cinema formado por: Heather Donahue, Michael C. Willians e Joshua Leonard se preparam para produzir seu primeiro documentário que será sobre a lenda rural da Bruxa de Blair datada do século XVIII e que guarda mistérios até os dias atuais.

Inicialmente, a equipe vai para a cidade de Mariland de onde a lenda se originou e lá entrevistam os populares que tem opiniões divergentes sobre o assunto.

Os menos céticos mencionam a história de Rustin Parr, um andarilho que viveu na década de 1940 e que raptou sete crianças fazendo-os reféns em uma cabana onde os torturou e depois os matou. Parr posteriormente se entregou a polícia e alegou insanidade, pois segundo seu depoimento, ele estava na ocasião possuído pelo espírito de Elly Kedward que nada mais era que a famigerada Bruxa de Blair que tempos atrás foi enforcada em praça pública junto de outros semelhantes que assim como ela foram acusados de cometer bruxismo.

Parr ainda complementou dizendo que Elly o atormentava e barganhou a paz de sua alma em troca da vida das crianças. Assim mesmo, Parr foi condenado a pena máxima sendo enforcado logo após receber sua condenação.

Seguindo no dia posterior, a equipe de Heather adentra a floresta ao norte de Burkitisville em busca de indícios da existência da bruxa mesmo depois de serem alertados por um grupo de pescadores que o local é assombrado. Um dos pescadores ainda fala sobre um boato de 1888 sobre uma jovem chamada Robin Weaver que desapareceu na floresta por três dias e quando foi vista novamente falava sobre uma velha cujos pés não tocavam o chão (a bruxa?).

Logo mais, Heather e os rapazes se dirigem para Coffin Rock onde existe um relato de cinco homens que foram encontrados misteriosamente mortos, como se tivessem servido de oferenda em um ritual do século XIX depois de desaparecerem de seu acampamento naquelas bandas á noite.

Daí para os próximos dias, a sorte da equipe vai se esvaindo gradativamente pois tudo de errado acontece: Heather e os rapazes profanam um cemitério, seu equipamento começa a desaparecer e geral começa a ouvir gritos sem nunca encontrar ninguém em lugar nenhum.

Numa tentativa de evadir do local onde eles estão acampados, a equipe se perde por falta de um mapa (que também sumiu) o que os fazem andar em círculos.

Não demora muito e começam as alucinações: a equipe vê figuras humanas suspensas sobre as árvores.

Por volta do sexto dia, Heather e Michael acordam e se dão conta de que Josh desapareceu do acampamento. A dupla procura pelo amigo e por não obter sucesso na busca, eles resolvem seguir sozinhos até a noite quando ouvem os gritos de Josh, porém nenhum sinal dele.

No dia seguinte, Heather encontra um pedaço da camisa de Josh pelo caminho, além de dentes, fios de cabelo e um pedaço de língua.

A noite temos a cena mais memorável do filme que é quando Heather resolve gastar um pouco do rolo de filme da câmera para filmar a si mesma aos prantos, desesperada e completamente sem esperanças de voltar viva para a casa. Heather segue dizendo aos familiares e amigos que ela sente muito por possivelmente não voltar a vê-los, pois ela a esta altura já está ciente de que algo sobrenatural está perseguindo a ela e Michael.

Naquela mesma noite, a dupla volta a ouvir os gritos de Josh e desta vez eles são atraídos até uma casa em ruínas com símbolos rúnicos e marcas de mãos ensanguentadas de crianças por toda a parte. Seria a tal casa onde Rustin Parr cometeu os assassinatos?

Ao explorar superficialmente o porão, Michael que havia se separado momentaneamente diz a Heather ter ouvido Josh. Indo para o local, a dupla corre de forma descoordenada atrás do amigo.

Ao chegar no porão, Michael é afetado por uma força sobrenatural que o nocauteia e derruba sua câmera no chão.

Heather entra logo na sequencia e aos gritos encontra Michael de pé virado de frente para uma parede. A mesma força sobrenatural ataca Heather que derruba sua câmera que segue filmando por alguns segundos um silêncio que se instala no local finalizando assim o filme.

A coisa toda deu muito certo e o orçamento de meros 60 mil dólares voltou em forma de nada menos que 248 milhões de receita, um marco difícil de ser batido e que fez outras grandes produtoras crescerem o olho para a nova fórmula de se fazer terror: uma filmagem feita com uma câmera amadora, momentos pontuais de susto, um enredo envolvendo o sobrenatural e o realismo; isso era a cereja de qualquer bolo hollywoodiano e foi justamente o que faz a Bruxa de Blair ser o sucesso que é.

A franquia conta com uma única sequencia que foi um fracasso por motivos óbvios e um reboot que apesar de tentar trazer algo novo não conseguiu fazer sucesso, o que me faz pensar que a franquia já era, ainda mais por que a modinha do found footage já passou e a fórmula saturou faz tempo.

Eu não sou o maior fã de found footage e nem do filme. Na verdade, eu achei o enredo muito linguicento e só o que conta mesmo é o último arco que é quando as cenas mais memoráveis vem á tona junto com os sustos. Mas eu reconheço o valor da obra e como ela mudou o mercado dos filmes de terror trazendo um novo fôlego para o gênero que já estava começando a se abater com tantas franquias enfraquecidas e a falta de inovação nos roteiros.

A bruxa de Blair foi um grande acerto mas não entra no meu top 10 apesar dos pesares. O filme ainda funciona muito bem hoje, continua conseguindo passar a mesma sensação de décadas atrás e continua sendo um verdadeiro diferencial, sendo super referenciado desde a época de seu lançamento se tornando um cult absoluto.


Trailer:


sábado, 11 de fevereiro de 2023

A noite em que Evelyn saiu do túmulo / The night Evelyn came out the grave / La notte che Evelyn usci dalla tomba (1971)

 


Fazia já algum tempo que eu não via um bom giallo (terror italiano) que aliás, é um dos subgêneros que eu mais gosto e me surpreendi com um filme obscuro que é um pacotão completo: tem um enredo cheio de reviravoltas, terror visceral, mistérios, traições além de uma trilha sonora que cola na alma de tão perfeita.

A coisa toda gira em torno de um magnata italiano excêntrico e viúvo que depois de receber alta de uma clínica psiquiátrica por conta de um trauma, acaba passando suas noites atraindo belas mulheres para matá-las em seu salão de torturas movido por lembranças dolorosas de sua amada que volta da pós vida para torturá-lo psicologicamente.

A trama ainda vai mais além e vai virando uma bola de neve conforme todos os segredos vem á tona mostrando no final um estratagema digno de um romance policial de Agatha Christie repleto de surpresas que te prendem até o desfecho.

Mas vamos pelo início... a cena de entrada nos apresenta um louco sob efeito de algum remédio forte que o faz enxergar borrões e este tenta assim mesmo uma fuga desesperada da clínica Richard Timberlane. Os enfermeiros do instituto o seguem até uma espécie de jardim com arquibancada gramada que lembra o coliseu e de lá, o louco segue até o portão principal de onde tenta escalar. Os enfermeiros no entanto, conseguem interceptá-lo e levá-lo de volta para a clínica.

Depois disso, temos os créditos de entrada regados a música tema (gravem bem esta música por que ela estará bem presente durante a trama) e logo em seguida somos introduzidos formalmente ao protagonista, o multimilionário italiano, com o título de lorde, Alan Cunningham e uma linda mulher chamada apenas de Polly que possuem uma espécie de acordo selado com a bagatela de 200 libras.

Após um tempo pegando estrada, Alan chega ao seu gigantesco mausoléu gótico onde vive com sua tia onde inicialmente Polly sente medo até eles chegarem a suíte do ricaço onde ela se sente bem mais confortável. Lá, Polly se sente incomodada com um retrato pintado de uma bela mulher ruiva da qual Alan se nega a falar sobre.

Subsequente, Alan leva Polly a uma espécie de alcova cheio de armaduras e instrumentos de tortura medieval onde inicia uma espécie de fetiche com direto a chicote e roupa sadomasoquista de couro que sai de controle quando os golpes de chicote de Alan começam a ficar mais fortes. Logo depois, Alan prende Polly numa espécie de tronco deitado e prepara um espeto de marcar gado em brasa, porém antes que pudesse fazer uma loucura, ele começa a delirar com a mulher do quadro que agora sabemos que se chama Evelyn. Alan confunde Polly com Evelyn implorando seu perdão.

Entre os delírios de Alan vem uma lembrança em que ele e Evelyn correm pelados e felizes pelo jardim regado a música tema.

De volta a realidade, Alan recobra a consciência e mata Polly sem se dar conta que um homem o vigia.

Na manhã seguinte, depois de queimar na lareira um grande pacote que se supõe ser o corpo de Polly, Alan recebe a visita de seu psiquiatra, o doutor Richard Timberlane (daí já fica claro que Alan é o louco do início do filme). Alan teve um surto após perder sua esposa Evelyn e por isso passou um tempo internado na clínica, estando agora em alta. Richard pede ao paciente e amigo que tente superar sua perda e esqueça-se de Evelyn para que ele não tenha uma recaída.

Depois de se despedir de Richard, Alan se encontra com seu ex-cunhado Albert que o extorque depois de dizer que ouviu ruídos estranhos na noite anterior vindos da alcova (era ele o estranho da noite anterior que viu o crime que Alan cometeu).

Pouco depois, somos apresentados a família e agregados de Alan: seu primo George Harryman, sua jovem e cadeirante tia Agatha e seu advogado Farley que foram reunidos para que façam parte de uma sessão espírita conduzida por uma vidente.

Albert aparece de penetra já sabendo da sessão e o objetivo desta não é outro senão fazer contato com o espírito de Evelyn que se manifesta depois da vidente entrar em transe. Alan acaba desmaiando com o choque da aparição da amada e a sessão cessa.

Mais tarde, os homens se reúnem na reserva de raposas onde Albert trabalha e que é uma herança que Evelyn deixou para ele. Lá, George aconselha Alan a tentar esquecer Evelyn e para ajudar ele dá ao primo um cartão com o endereço de um lugar onde ele encontrará belas mulheres.

Chegando ao local indicado, Alan descobre que lá é uma casa das primas, onde uma delas diverte o público (exceto Alan) com uma dança erótica acompanhada de um striptease.

Depois do espetáculo, a prima que se apresenta como Susan tenta seduzir Alan dançando para ele em sua alcova. Na sequencia, Alan segue o ritual da chicotada e logo esgana a prima com o próprio chicote.

Susan desmaia por um breve tempo e ao acordar corre até um quartinho de despejos onde Alan a persegue sendo mais uma vez vigiado por Albert.

Finalmente no exterior do mausoléu, Susan corre o máximo que pode pelo jardim até chegar na cripta da família Cunningham onde encontra um caixão vazio até que Alan a alcança. Alan tenta mais uma vez esganar Susan, porém acaba tendo um mal estar ao perceber que ele está na cripta e desmaia.

Alan recobra os sentidos só pela manhã e encontra apenas o isqueiro de Susan que é recolhido e ele evade o local imediatamente. Indo até a reserva de raposas, Alan se desfaz do isqueiro e antes que Albert o chantageie, o milionário paga pelo silêncio do ex-cunhado.

Depois de receber Richard, Alan recebe Farley a quem ele incumbe a tarefa de fazer algumas reformas na residência.

A noite, Alan vai a uma festa na casa de George onde conhece uma bela mulher a quem ele persegue por um bom tempo até tentar uma abordagem mais direta.

Alan convida a mulher que se apresenta como Gladys para uma conversa reservada longe dali, na casa da garota onde ele passa uma conversa barata de conquistador propondo casamento e no mesmo instante a leva para a cama.

Depois do coito, Alan conta as novidades á George que tira o maior sarro sem acreditar que o primo vai se casar com uma mulher que ele conheceu há poucas horas.

O casamento corre bem rápido e depois de voltar da lua-de-mel com Gladys, Alan apresenta sua nova esposa á família.

Quem não gosta da novidade é Albert que aponta uma espingarda para Alan que vinha da cripta. Albert diz a Alan que seu novo casamento foi um erro e que o que aconteceu no passado com Evelyn poderá se repetir com Gladis.

A noite, Gladys se incomoda com o quadro de Evelyn e logo depois se prontifica a ir buscar um copo de leite para Alan como ele costumeiramente toma toda a noite para ajudá-lo a dormir, e lá na cozinha a mulher sente uma atmosfera tensa.

De volta ao quarto, Gladys diz a Alan ter visto uma empregada na cozinha, mas diferente das outras que usam peruca loira (por instrução da tia Agatha, pois o lorde italiano proibiu ruivas para não remetê-las á Evelyn) esta que ela viu era ruiva.

Pela manhã, Agatha faz um pente fino nas empregadas que dizem não terem tirado a peruca na noite anterior e a encarregada de trazer religiosamente todos os dias o copo de leite de Alan afirma tê-lo feito apesar do mesmo ter dito que o leite não foi entregue (na verdade, Gladys escondeu o copo de leite).

Mais tarde, Agatha se encontra com Albert na reserva e aí descobrimos que os dois são amantes.

Paralelo a isso, Alan ouve uma vos feminina que ele acredita ser de Evelyn e daí vem mais uma vez as lembranças com os dois correndo pelados e a música tema ao fundo. Ao mesmo tempo que tem um devaneio, Alan tenta encontrar sua amada na escuridão.

Alan segue a suposta Evelyn até a cripta debaixo de névoa que o entorpece fazendo-o enxergar borrões de luz que se dispersam no ar.

Triste pela partida da amada, Alan cai em prantos e mais uma vez tem rápidas lembranças felizes com Evelyn e a música...

Tempos depois, Richard revela a Gladys que Evelyn morreu no parto e que ela estava em processo de divórcio por que Alan descobriu que ela o traia e desde então o lorde não mais foi o mesmo.

Gladys pergunta a Richard se ele acredita realmente que Evelyn esteja morta e o médico confirma e ainda diz que ele esteve no funeral.

Ainda não convencida, Gladys vai até a cripta depois de cruzar com Albert que a despreza. Chegando ao local, Gladys pede ao zelador que abra o túmulo de Evelyn depois de mostrar documentos assinados por um juiz que permitem o processo. Tudo isso sobre o olhar atento de Albert.

Uma pessoa misteriosa prepara uma cobra que repousa dentro de uma caixa.

Ao abrir o caixão, se descobre que o receptáculo está vazio, Gladys suspeita que o corpo da finada foi roubado.

A pessoa misteriosa faz com que a cobra pique Albert que rapidamente perde os movimentos do corpo sendo arrastado até uma cova rasa onde é enterrado vivo.

De manhã, George discute com a família sobre o episódio da empregada ruiva e levanta a hipótese de que uma das empregadas seja uma ladra mencionando um possível furto da prataria da casa.

Agatha confere o armário da prataria e confirma que ele está vazio. George sugere que Gladys faça um reconhecimento das empregadas para se descobrir qual delas é a ladra.

A noite, Agatha vê Gladys saindo sozinha pelo jardim e a segue. Depois de rodar por um tempo, Agatha se levanta da cadeira e caminha alguns metros (?) até ser golpeada por trás perdendo a consciência.

Enquanto Gladys visita mais uma vez a cripta, o agressor reboca Agatha com sua própria cadeira de rodas motorizada.

Alan flagra Gladys na cripta e a enche de tapas até ser contido por George. Mais calmo, Alan se pergunta quem abriu a cripta esta noite se não foi Gladys.

Neste instante, o agressor leva Agatha até a reserva e a joga na jaula das raposas que a devoram lentamente rasgando sua pele e puxando suas entranhas com suas presas sedentas.

Na manhã seguinte, a polícia encontra os restos mortais de Agatha na jaula e George depõe em nome da família.

Ao voltar para o seu quarto, Alan vê uma figura feminina de cabelos ruivos olhando para o quadro de Evelyn e vem as lembranças e a música tema. Alan surta tentando esganar a mulher que é Gladys de peruca e ao perceber o que fazia, o lorde italiano pede perdão a esposa.

Gladys se justifica dizendo ter encontrado a peruca por aí e que não se conteve de vontade de colocá-la. Barganhando com o marido, Gladys resolve que só destruirá a peruca se o quadro de Evelyn também tiver o mesmo destino.

Com dor na alma, Alan concorda e Gladys faz picadinho do quadro em instantes.

A noite, Gladys vê uma aparição de Evelyn na janela de seu quarto debaixo de um toró e Alan corre em seu socorro preparando um calmante logo em seguida.

Em seguida, Alan coloca um casado de chuva e vai direto para a cripta depois de George tentar impedi-lo.

Chegando na cripta, Alan abre um compartimento subterrâneo com vários caixões sendo que num deles está toda a prataria desaparecida e no outro o corpo apodrecido de Evelyn.

Ao sair da cripta, Alan é atacado e logo em seguida, vê o fantasma de Evelyn na ponte chamando-o. Atordoado, Alan desmaia e então descobrimos que a suposta fantasma, na verdade é Susan que estava escondida na cripta desde o ataque que sofrera.

De manhã, Richard ceda Alan e diz ao que resta da família que seu paciente precisará ser transferido novamente para o instituto psiquiátrico que leva seu nome pois ele teve uma recaída e desta vez poderá não ter volta o que significaria um grande perigo para os que os cercam.

Depois disso, George reúne Gladys, Farley, Richard e um tabelião para a leitura de um documento que Alan deixou para que fosse dado a seus entes queridos seus bens materiais correspondentes caso ele se encontrasse em estado de incapacidade mental.

Mais tarde, George e Gladys que o tempo todo eram amantes e armaram o surto de Alan comemoram seu triunfo com uma boa transa. Gladys diz ao amante que ele foi muito esperto ao se fantasiar de Evelyn na noite anterior para assustar Alan e usar seus surtos e antecedentes criminais com as mulheres como álibi para ninguém desconfiar do casal de crápulas.

George oferece bebida a amante e nisso chega Susan que revela ter sido ela a fantasma de Evelyn e que Gladys é apenas mais uma peça descartável neste tabuleiro de xadrez, pois ela é a amante vip de George.

Gladys começa a ficar com a visão turva e George revela ter colocado veneno na bebida, pois a serventia da ex-garota de programa e colega de Susan acaba aqui.

Susan puxa uma faca e antes que ela pudesse eliminar a colega, esta consegue segurá-la e a desarma terminando por acertá-la com várias facadas.

George apenas assiste dizendo a Gladys que ela o poupou do trabalho de se livrar de Susan e deixa as duas agonizando sem o menor remorso.

Depois de limpar suas digitais na cena do crime, George pega o isqueiro de Susan que ele havia recuperado e ao deixar sua mansão, dá de cara com Richard e Alan que o desmascaram dizendo que já sabem de toda sua tramoia para eliminar os Conningham e se tornar o único herdeiro do império.

George ataca Alan com um pedaço de pau e os dois entram em luta de corporal acabando por caírem na piscina. Alan sai rapidamente e enche a água com um saco de ácido fazendo George queimar por dentro.

Ao sair da piscina aos gritos, George logo é capturado pela polícia que o algema no ato.

Alan e Richard caminham lado a lado sob um lindo por do sol com a esperança de dias melhores e de que as sequelas deixadas por Evelyn no coração e nas lembranças de Alan cicatrizem um dia.

Uma obra como eu não via há tempos e que há tempos não me cativava e não me prendia.

O enredo consegue seguir uma linearidade que não deixa a história ficar enjoativa e que consegue prender o telespectador tamanho o talento do roteirismo e a forma com que os personagens cativam.

Outro ponto forte como eu já reforcei lá em cima é a trilha sonora, que apesar de se resumir apenas a música tema, para mim foi o suficiente para me encantar, eu amei a canção e já me perdi ouvindo ela várias vezes na semana, vão por mim.

A trama é um pacote completo para quem gosta de mistério, sobrenatural, uma boa atmosfera de medo até a espinha, efeitos práticos competentes e condizentes com um bom giallo da época.

A forma como toda a trama se desdobra e vai plantando uma surpresa atrás da outra e uma reviravolta cheia de traições no final que fazem nossa cabeça explodir. Sem mais.


Trailer:



terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Batem à Porta / Knock at the Cabin (2023)

 


A nova produção cinematográfica do celebre M. Night Shyamalan já desembarcou e anda dividindo opiniões e eu não culpo os críticos, afinal o filme não acrescentou nada mais do que a sinopse e os trailers já haviam apresentado, o que frustrou quem tinha o hype lá no alto esperando um plot twist avassalador digno do próprio Shyamalan.

O enredo principal foi todo dividido em duas camadas: o presente e as cenas de flashback como meio para apresentar os protagonistas ao público e tentar nos causar algum tipo de empatia por eles, coisa que não funcionou, já que o passado dos mesmos é uma desculpa esfarrapada para discutir uma crítica social sobre a representatividade da comunidade LGBTQIA+ (e eu juro que se essa sigla não parar de aumentar eu vou surtar a nível Godzilla e só vou parar depois de dar um murro em alguém) suas consequências, como o mundo lhe dá com o assunto e ainda para coroar tem a temática da adoção extra racial, ou seja, um casal que adota uma criança de uma etnia distinta, ora essa, Shyamalan...

Pois bem, o fruto desta adoção é a oriental Wen, que pelo nome eu suponho que seja chinesa, é quem abre o filme em um bosque onde está passando as férias com seus pais gays numa cabana adjunta ao local. A menina cataloga insetos dando nomes para cada um deles, até que um homem alto, forte, careca e coberto de tatuagens se acerca de Wen se apresentando como professor Leonard. 

Ai se segue uma cena longa onde o grandalhão enche a menina de perguntas e ao se aprofundar sobre sua pessoa e seus objetivos, ela não aguenta de medo e corre para dentro da cabana chamando pelos pais Erc e Andrew e contando o que ocorreu.

Depois que o casal tenta acalmar Wen, ouve-se o bater da porta (agora eu entendi) e é Leonard acompanhado de mais um rapaz e duas mulheres disposto a tudo para dialogar com a família tal qual uma testemunha de Geová faria num domingo ás 7 da manhã num calor de 30 graus na sombra só que de maneira mais extrema, é claro.

Rapidamente, os rapazes bloqueiam portas e janelas e se armam com o que encontram por perto enquanto os estranhos tentam forçar uma entrada.

Uma membra da equipe de estranhos, uma mulher negra é a primeira a entrar e já mete uma paulada na nuca de Eric desmaiando-o e recuando logo depois.

Logo depois, entra o outro rapaz, um ruivo com quem Andrew tem um embate corpo a corpo até que todos os invasores dominam o lugar e a família.

O primeiro flashback (como eu já disse que haveria e seriam vários) nos mostra um encontro breve entre os pais de Eric, o próprio e Andrew que é apresentado formalmente como seu parceiro. Os pais se vão sem dizer nada, afinal, as vezes o silêncio é suficiente para saber o que se passa na cabeça de alguém e este é o pior dos desprezos.

Quando Eric recobra os sentidos, percebe que Andrew e ele estão amarrados e Wen está sob custódia dos invasores que se revelam como sendo mensageiros de uma seita e que a família da pequena oriental foi escolhida para uma missão maior que poderá definir o destino da humanidade dependendo de suas escolhas (e não, eles não vão virar Power Rangers).

As tais escolhas que o casal deve fazer é a de sacrificar a vida de um dos dois para que se evite que uma catástrofe natural (ou uma praga, como vocês quiserem) acometa o mundo caso eles se recusem.

Obviamente o casal se nega a fazer o que o grupo quer e Leonard retruca dizendo que por se recusarem a sacrificar uma vida, milhões irão perecer e para que uma praga seja liberada, a vida de um dos mensageiros será tirada e o escolhido é Redmond, o rapaz ruivo.

Redmond é encapuzado, se ajoelha e é abatido aos olhos de Erc e dos outros que ficam aturdidos.

Um novo flashback nos leva ao dia em que Eric e Andrew levaram Wen do orfanato para casa definitivamente quando ela era apenas uma bebê.

De volta ao presente, Leonard arrasta o corpo de Redmond para fora enquanto os prisioneiros tentam acalmar Wen que obviamente está com muito medo, afinal ela não deve ter mais do que 5 ou 6 anos.

Logo depois, Leonard volta a atenção do casal para a tevê onde um noticiário passa um boletim urgente sobre um terremoto super destrutivo que já varreu várias cidades dos EUA e preocupa os especialistas. Como se não bastasse, um tsunami está destruindo toda a costa sendo visto em tempo real deixando os prisioneiros apreensivos.

Andrew é cético acreditando que aquilo tudo é uma encenação enquanto Eric fica pensativo.

O próximo flashback nos mostra a família de Wen chegando ao bosque depois de horas na estrada. Sem perda de tempo, geral dá um pulo no lago para se refrescar.

De volta ao presente, Eric tem seus ferimentos tratados por Sabrina, a mulher negra que o acertou na nuca e ela tenta persuadi-lo a ceder ao sacrifício antes que as coisas piorem.

Eric é amarrado novamente e deixado a sós com Andrew para que eles entrem num consenso sobre como proceder, enquanto Wen que fora deixada de lado pela seita, acaba aproveitando o descuido dos membros para escapulir por um alçapão.

A menina corre e se esconde atrás de uma árvore para se recompor, mas a fuga acaba ali mesmo, pois Leonard a encontra facilmente e a leva de volta para casa.

Wen agora é deixada aos cuidados de Adriane, a quarta membra da seita que acalma a menina e tenta persuadi-la também a convencer os seus pais a cederem de uma vez, mas é lógico que a menina faz a egípcia e deixa a louca falando sozinha.

Enquanto Leonard segue tentando manipular seus prisoneiros, Eric, tenta romper as cordas que o seguram.

Como os rapazes dão mais uma resposta negativa as chantagens de Leonard, o grandalhão escolhe Adriane como o próximo sacrifício e quem trará a próxima praga abatendo-a em seguida seguindo o mesmo ritual.

Logo depois, Leonard liga a tevê novamente no noticiário onde a reportagem fala sobre uma epidemia mortal de gripe que está se alastrando e matando muito rápido.

Andrew segue cético, porém Eric está cada vez mais dividido.

Depois de cochichar algo com os pais, Wen arma um acesso de raiva para distrair a seita enquanto Andrew se solta e corre para fora alcançando seu carro.

Sabrina corre atrás e começa a depredar o carro com um pedaço de pau. Em pânico, Andrew abre o porta luvas e tira de lá um revólver e afasta a inimiga.

Eric também solto, tenta afastar Leonard até que Andrew chega e toma conta da situação disparando contra Sabrina que não resiste.

Mais um flashback, desta vez mostra um encontro entre Andrew e Eric em um bar que corria tudo bem até Andrew ser agredido por um grupo de homofóbicos. Depois disso, Andrew decidiu praticar boxe e comprar um revólver para se defender.

De volta ao presente, Andrew confronta Leonard bradando que aquelas catástrofes naturais não são reais e joga na cara do algos um documento de Redmond que ele encontrou.

Leonard se livra de Andrew e se tranca no banheiro. Andrew chama pelo maníaco e ao entrar, vê a janela quebrada acreditando que ouve uma fuga ali, ainda que a janela seja muito pequena e nada anatômica para alguém do tamanho de Leonard.

Para a surpresa de zero pessoas, Leonard sai de trás da cortina da banheira onde estava escondido e desarma o pai de Wen voltando ao controle da situação.

Mais uma vez prisioneiros, Andrew e família vêem pela tevê mais uma praga, desta vez uma sucessão de desastres aéreos onde várias aeronaves estão saindo de controle e colidindo com tudo que está na frente causando explosões e incêndios por todo o lado e esta é a praga de Sabrina.

Leonard atira na tevê e com toda a calma, leva a família para a varanda onde dá o ultimato de que esta é a última chance para o casal escolher quem salvará o mundo de seu final visto que agora sobrou apenas Leonard e sua praga é o réquiem do apocalipse.

O casal pede para Wen ir para o seu quarto, pois Leonard está disposto a liberar a última praga. Prova disto, é que depois que a menina se tranca e começa a ouvir música pelo fone, Leonard corta o próprio pescoço e ao mesmo tempo que ele morre, uma nuvem negra cobre o local, o que significa que um diluvio se avizinha a menos que Eric e Andrew façam sua escolha.

Eric e Andrew voltam para dentro de casa e se confrontam sobre quem vai e quem fica e num momento crítico é Eric quem perece.

Sem tempo para chorar, Andrew vai até o quarto da menina e a pega nos braços dando um abraço forte enquanto a cabana é tomada pelas chamas.

Rapidamente, pai e filha saem da cabana e caminham pela chuva até encontrar o carro da seita que eles usam para ir embora de lá contemplando o por do sol.

Depois de rodar um pouco, a dupla chega a uma lanchonete onde um grupo numeroso de pessoas assiste pela tevê ao noticiário que brinda o mundo com a alegria dos desastres finalmente contidos, o que significa que o apocalipse foi evitado e tudo o que a seita falava era a verdade, as pragas eram reais e os pais de Wen salvaram mesmo o mundo.

De volta ao carro, Andrew encontra alguns documentos e fotos de família dos membros da seita deixando claro que eles eram gente como a gente e não algum tipo de cavaleiros do apocalipse como se suspeitava desde o início.

Pai e filha pegam estrada rumo ao início de uma nova vida ainda que as sequelas tenham ficado.

Final bem sem sal, eu sei, mas é isso. O enredo não mostrou nenhuma reviravolta, nenhum segredo escondido, nenhuma ponta para uma sequencia, nada.

Nada além do que aquilo que já sabíamos foi mostrado no enredo e para piorar, flashback enchendo linguiça com um objetivo interessante, só que acabou não servindo para nada, já que os personagens principais não inspiram nenhuma empatia no telespectador... para mim pelo menos foi zero.

Outra decepção foi a falta de destaque para a atriz mirim Kristen Cui que deu vida a fofíssima, porém sem função Wen. Ficou tudo na fofura mesmo, por que ela não fez quase nada e não falou quase nada desde a introdução do filme. Prometeu muito e cumpriu quase nada, mas o pouco que ela mostrou já deu para ter uma noção de que ela tem uma ótima relação com as câmeras, então esperaremos que no futuro ela tenha chance de nos mostrar a que veio em produções ainda mais relevantes.

O filme não é ruim, muito pelo contrário, ele passa uma carga emersiva de suspense muito boa, as cenas de violência estão bem a que do esperado se tratando de uma obra do Shyamalan e fez jus a sua fama com um thriller competente e frenético, mas que poderia ter sido muito melhor se não fosse a necessidade do enredo em construir um laço entre os protagonistas e o público que não deu certo pela falta de carisma e também pela sanha de lacrar para lucrar; vamos ver se o senhor M. Night toma jeito e não cometa os mesmos erros futuramente.


Trailer:




sábado, 4 de fevereiro de 2023

Paixão Mortal / Paixão Fatal / Crush (2013)

 


Pior que uma paixão não correspondida é uma paixão tóxica, fora de qualquer noção de controle. Uma relação obsessiva e abusiva onde um não quer e dois brigam, um pela liberdade e outro pelo fim dela.

Este argumento já foi usado em algumas produções, mas nunca abordado como em Crush de 2013 que não é um slasher genérico como muitos que já foram lançados, mas sim um thriller chiclete onde muitos infortúnios acontecem por conta de uma paixão tóxica que leva a gente a acreditar que o roteiro é previsível e que tudo vai ter um desfecho de acordo com a nossa dedução, mas que acaba trollando geral com uma reviravolta impensável no último ato.

A trama é bem simples, porém com um argumento convincente e uma introdução bastante satisfatória que ascende nosso interesse desde o primeiro segundo.

Tudo começa no alto do telhado de uma casa com um casal de amigos pré adolescente dialogam depois de uma tarde comum. A menina oferece ao garoto uma moeda para saber o que ele está pensando que o deixa sorrindo feito um bobo apaixonado e ele responde ter beijado uma menina na boca.

A menina fica chateada ao saber do segredo do amigo e o menino oferece uma moeda para saber o que ela estava pensando e inesperadamente a menina o empurra dizendo aos prantos que ele beijou a menina errada.

O menino fica pendurado quase sem forças implorando ajuda enquanto a menina se encolhe e ainda chorando negligencia socorro. Sem forças, o menino cai...

Anos mais tarde, somos apresentados a Scott Norris, um atleta popular dentro e fora da escola, que depois de um dia cheio de treino pega uma festinha noturna para descontrair. Scott está em recuperação de uma lesão nos ligamentos da qual o fez passar por diversas cirurgias.

Sem perceber, Scott é stalkeado enquanto namora com Jules Lindstrom, sua atual ficante até o momento em que ele é abordado por seu rival o também atleta Brock que critica seu rendimento fraco na última partida de futebol.

Os dois apostam uma corrida para não ter que resolver tudo no braço, mas no processo, Scott cai por forçar demais os ligamentos que ainda estão comprometidos, pois a última cirurgia ainda está fresca.

No dia seguinte, Scott segue sendo stalkeado por uma menina tímida que atende pelo nome de Bess que inclusive deixa um bilhete anônimo no armário do rapaz.

Mais tarde, Bess ainda atuando em stalker mode, avista Scott esbarrar em sua colega de trabalho Andie enquanto ele fazia cooper e a garota começa a viajar em pensamentos.

A noite, Scott encontra Jules o esperando em sua varanda e os dois iniciam uma transa, mas antes de chegar aos finalmente, o rapaz interrompe o ato alegando que ele está focado em sua carreira acadêmica e olímpica e não quer estragar a relação dos dois que ainda não formalizaram nada. Fora isso, o pai de Scott o chama do lado de fora e depois de ser atendido, o rapaz diz a Jules que os dois precisam ir mais devagar, se despedindo dela em seguida.

Bess, que estava ciente de tudo e bem escondida do lado de fora da casa de Scott, acaba seguindo Jules até sua casa e logo depois vai para a sua onde encontra seu único amigo Jeffrey que tem um interesse amoroso na garota que obviamente não é correspondido. Jeffrey faz várias perguntas a Bess que evade a todas elas e depois o coloca para ir embora.

Logo depois, Bess investiga uma rede social de Jules para obter informações sobre ela.

De manhã, Scott faz musculação na academia do ginásio onde mais uma vez é stalkeado. Scott acaba cruzando com Brock que vai ao velódromo correr sozinho. Ao passar pela arquibancada, Brock é derrubado por alguém da qual nós só vemos um braço.

Momentos depois, Scott resolve fazer cooper e acaba topando com Bess que resolve tentar se aproximar do rapaz sem muito sucesso.

A noite, Bess stalkeia uma rede social de Scott e alucina com o rapaz a levando para o cinema para ver um filme romântico, mas na real ele está levando Jules para o mesmo local.

Depois do encontro, Scott vai para cama sem se dar conta que alguém deu um jeito para se enfiar em seu closet para depois acariciá-lo.

No dia seguinte, Jeffrey tenta se declarar para Bess, mas é rejeitado com um icônico "não escolhemos de quem gostamos", e o deixa após ele dizer que Scott a acha esquisita, mas ele não.

Jules amanhece com uma mensagem pintada na janela do seu quarto escrito "ele é meu" se referindo a Scott e deixando claro que alguém o crusha.

Mais tarde, Scott encontra sua antiga professora, a senhora Brown que é jovem e a maior gata na cafeteria. Demonstrando algum tipo de interesse, Brown deixa com Scott seu número de telefone.

Logo depois, Scott encontra-se com Bess que diz saber coisas íntimas sobre o rapaz e que ela sempre o vê praticando cooper pela manhã. No mesmo instante, Scott percebe que Bess pegou do lixo um desenho que ele jogou e é grosso com a garota.

Mais tarde, Scott tenta se desculpar com Jules via SMS por uma discussão que eles tiveram mais cedo e ainda diz que suspeita que uma garota da escola pode ser a responsável pela ameaça na janela sem mencionar o nome de Bess.

Não muito longe dali, a senhora Brown pratica um pouco de cooper no bosque sem se dar conta que alguém a segue. Esse alguém a acerta mortalmente com um galho de árvore. Scott e os demais jovens ficam sabendo mais tarde o ocorrido prestando suas homenagens.

Mais tarde, Scott se sente acariciado novamente e desta vez enquanto ele ergue peso no ginásio, mas novamente não encontra ninguém além do treinador Evans que o manda para casa por ordem de seu pai que se preocupa com sua lesão.

Momentos depois, Scott, ignorando as ordens do pai, resolve dar um mergulho na piscina do ginásio e sem perceber, alguém joga seu celular na água. Ao voltar para a superfície com o aparelho, Scott tenta ativá-lo, mas ele está molhado demais para funcionar.

Mais tarde, já em casa, Scott descobre que fotos íntimas de Jules vazaram na rede fazendo dela motivo de chacota na escola.

Acreditando que aquilo foi obra de Bess, Scott vai até a garota para tirar satisfações e ela deixa subtendido sua culpa. Jeffrey que lá estava defende a crush e insulta a dignidade de Jules levando um soco direto na cara.

Voltando para casa, Scott pega o pai com as malas prontas para uma viagem e descobre por ele, que ele e o treinador Evans tiveram uma conversa decisiva e ambos decidiram que o jovem pode seguir com suas atividades esportivas.

Mais tarde, Scott se encontra com Jules e tenta se explicar sobre as fotos, porém a garota não está para conversa.

Logo depois, Jules vai para uma festa onde cruza com Bess com quem acaba desabafando sobre os infortúnios recentes de sua vida sem saber quem a garota é na verdade. Na sequencia, ela cruza com Brock que oferece uma força como amigo e logo depois a garota vai até um dos quartos da casa da festa para dormir um pouco.

Depois de cair no sono, Jules é atacada por alguém que tenta sufocá-la com um travesseiro, porém ela apenas desmaia. Depois de recuperar os sentidos, Jules corre até Scott que a ampara e no caminho de volta para a casa da garota, ele revela que a suspeita de stalkeá-lo e que também pode ser a autora do atual atentado é Bess.

Depois de deixar Jules em casa, Scott acaba atropelando Andie, a colega de Bess socorrendo-a e levando-a para a casa dela.

Enquanto Andie é cuidada por Scott, a grande verdade vem a tona: Andie é a verdadeira Stalker do rapaz e não Bess. Ela causou todos os atentados e espalhou as fotos íntimas de Jules na rede e ela também está doentemente apaixonada por Scott.

Louca, Andie desmaia Scott e o leva para sua cama onde ele acorda e ao tentar fugir é impedido, pois a garota fere sua lesão imobilizando-o.

Paralelo a isso, Jeffrey tem uma conversa reveladora com Bess que revela que ela nunca falou sobre sua família por vergonha de se abrir e que o rapaz não conhece os pais da garota por que ela vive só com a mãe que é muito ausente por que trabalha demais. Os dois fazem as pazes e fica tudo na amizade.

Chegando ao trabalho, Bess encontra Andie que revela ter tido um crush na pré adolescência que morreu cedo por conta de uma fatalidade, ou seja, ela é a menina do início do filme e o menino obviamente morreu com a queda.

Scott é mantido preso enquanto Andie leva uma vida normal.

Andie recebe a visita de seu chefe David que também é seu amante e ele quer muito que ela dê a ele uma chance para eles ficarem juntos, porém sem a menor paciência, Andie o mata com uma facada.

A sós, Andie exige que o crush a desenhe como ele fez com a senhora Brown, porém ele a agride e é acertado na lesão novamente.

Bess enquanto isso, fica com seus sentimentos confusos sobre Scott e resolve mandar um SMS para Andie marcando um encontro ao mesmo tempo que o prisioneiro termina de desenhar sua carcereira.

Andie fica insatisfeita com o desenho e exige que Scott faça outro e o rapaz dá-lhe uma cabeçada e a golpeia com o lápis. Enquanto Andie grita de dor, Scott se arrasta até encontrar Bess.

Antes que Bess pudesse chamar a polícia, Andie aparece e as duas lavam roupa e Scott aproveita para golpear sua stalker que rola as escadas batendo com a cabeça.

Logo depois, Scott socorre Bess que no embate com Andie acabou sendo nocauteada e os dois finalmente abandonam o cativeiro.

Mais tarde, Bess e Jeffrey se encontram na piscina onde o rapaz mostra uma carta de uma admiradora secreta. Bess o beija apaixonada deixando tudo muito claro.

Scott e Jules também se acertam no fim das contas.

A única que se deu mal no fim foi Andie que está reclusa em uma penitenciária onde seus crimes são expostos por seu advogado e ela diz a sangue frio que não se preocupa pois não fica muito tempo no mesmo lugar.

Crush foi uma grata surpresa para mim ano passado, já que me prendeu desde o início e me fez de trouxa achando que o roteiro seguia por uma via obvia e repetitiva e no final acabou virando o jogo de forma abrupta e repentina. Não que o plot twist tenha sido explosivo, mas foi bastante competente e pontual.

De resto, a trama até que se desenvolveu bem, mesmo preso a clichês e a falta de violência, visto que as cenas de terror foram bem de boa e felizmente sem cortes, infelizmente sem sangue espirrando com gosto. Não se pode ter tudo.

A direção de cenas foi competente, principalmente nas sequencias em que acontecia algum atentado ou alguma aproximação ao Scott nos deixando apenas com uma visão de parte do corpo da stalker e só uma vez ela ela é vista de corpo inteiro, porém borrado pela água da piscina para não facilitar a identificação do autor dos crimes que até então estava mais do que na cara que era Bess.

A revelação final foi bem criativa e no final a possível antagonista acaba se tornando uma mocinha secundária de quem a gente acaba tendo empatia. O filme é mediano mas entregou um bom resultado e vale a pena ser visto nem que seja uma vez na vida.


Trailer: