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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 15 de abril de 2023

A Freira Assassina / Killer Nun / Suor Omicidi (1979)

 


O cinema explotation chegou ao auge nos anos 1970 com obras cheias de gore e realismo e a farta infinidade de possibilidades acabaram gerando ramificações do subgênero, entre eles o Nunplotation, ou em outras palavras, o explotation focando em freiras assassinas, possuídas pelo caipiroto ou simplesmente com problemas psicológicos.

Em 1979 foi a vez de Giulio Berrute trazer um produto que ele vendeu como algo herege e violento ao extremo e ainda adicionou a panela um argumento sensacionalista de que o longa foi inspirado em um arquivo proibido do Vaticano, coisa que obviamente não era verdade. Aliás, nada do prometido foi entregue e logo mais eu explico bem.

O filme começa com uma freira se confessando enquanto duas filas de outras irmãs de caridade se espalham até o altar de uma igreja.

A freira confessa ao padre seu ódio e desejo de vingança aos homens que cujos detalhes chocam o religioso que se nega a dar a absolvição a irmã alegando que ela não está mais em estado de graça e que deve se reencontrar com Deus urgentemente.

Depois de uma transição, somos levados ao hospital psiquiátrico comandado pelo doutor Poirret onde as freiras fazem trabalho de caridade como enfermeiras e cuidadoras dos doentes e idosos.

Somos apresentados a irmã Gertrude que em dois momentos peculiares se vê dominada por fortes desejos psicopatas enquanto ajuda Poirret com algumas operações, porém ela usa de seu poder de auto controle para se conter.

Do outro lado temos a jovem e bela irmã Mathieu sofrendo galanteios de Peter, seu paciente mais devoto do qual é dependente de muletas.

Recentemente, irmã Gertrude teve um tumor removido da cabeça pelo próprio doutor Poirret ao qual ela implora que a interne ou que lhe prescreva mais morfina, pois ela não tem total firmeza de seu estado clínico, mas o médico se nega alegando que seus últimos exames não revelaram nada e que seu mal é psicossomático.

Mais tarde, a irmã Gertrude tenta fazer uma leitura da bíblia para os internos durante a refeição, porém acaba tendo um ataque de nervos com Josephine por não tolerar ver o copo com sua dentadura á mesa. A religiosa toma o copo e joga a dentadura no são quebrando-o a chutes enquanto a velhinha tem uma crise de choro.

A noite, Gertrude fica inquieta em seu dormitório o qual divide com Mathieu que a consola dizendo estar ao seu lado e ainda confidencia ter queimado o mais recente de raio-x da colega para que ninguém conteste que ela de fato está enferma.

É nítido que ambas escondem uma relação lesbiana e Gertrude completa dizendo que a colega está se arriscando deveras ao se livrar do raio-x, mas Mathieu não se importa.

Não muito mais tarde, as irmãs recebem um telefonema da clínica revelando que a pobre Josephine faleceu depois de entrar em coma por conta do colapso sofrido durante a fatídica refeição, colapso do qual o doutor Poirret responsabiliza Gertrude.

Durante outra discussão entre Gertrude e Poirret, o médico reforça que não mais prescreverá as receitas de morfina por que já não são necessárias. A irmã, perturbada por seu estado resolve tirar um dia de folga e vai para a cidade grande onde se livra do hábito passando a agir como uma mulher comum.

Disposta a conseguir dinheiro para a morfina, Gertrude se oferece em um bar, claro que selecionando aquele que mais a agrada e que tem cara de trouxa e quando consegue sua vítima o atrai até um hotel onde rola aquele coito.

De volta ao hospital e ao hábito, Gertrude agora se sente mais tranquila o que dá a entender que ela conseguiu a morfina as escondidas.

Claro que Gertrude não se esqueceu da desfeita do doutor Poirret e vai até o diretor do hospital para convence-lo a antecipar a aposentadoria do médico principal pois seus métodos estão se tornando antiquados e questionáveis.

Em outra ocasião, Gertrude tem um mal súbito e enquanto aplica morfina em si mesma, tem um flashback do dia em que foi operada do tumor o que a faz delirar com uma sala escura onde tem um corpo de um homem nu que ela apalpa. Seu ataque acaba chamando a atenção de Jannot, um dos internos que tenta faze-la se recompor.

Neste momento vemos Jannot sendo agredido com vários golpes na cabeça até o pobre perder a vida. Depois, vemos seu corpo ser arrastado até a varanda onde é lançado e quando geral se dá conta, acreditam que ele se suicidou.

 Assim que Gertrude volta a si, se dá conta da morte de Jannot e Mathieu aparece dizendo ter encontrado junto ao corpo do velho o véu com as iniciais da irmã delirante, do qual ela tratará de queimar para esconder as evidências.

Um tempo depois, o doutor Poirret recebe afastamento e é substituído pelo jovem doutor Patrick Rowlands que logo cai nas graças dos pacientes enquanto se divertem ao ar livre no jardim.

Gertrude acaba com a brincadeira de geral e ordena as outras freiras que organizem um jogo para entreter os pacientes e eles escolhem o jogo da verdade.

Quem dá o pontapé é Peter que pergunta a Gertrude por que ela matou Jannot deixando-a atônita e sem dar resposta ao questionamento dando a brincadeira por encerrada no mesmo momento em que começa a cair aquela chuva.

Depois de dispersar geral para seus quartos, Gertrude volta para o hospital e flagra um idoso sendo mamado por uma jovem e depois ele pede para ela sentar e mandar a brasa.

Atormentada, Gertrude reza enquanto o idoso tem a boca entupida de algodão até ele morrer asfixiado.

Mais tarde, na hora de dormir, Gertrude discute com Mathieu e a castiga forçando-a a usar meias de nylon completamente pelada e ainda insinua que ela é uma prostituta e que ela deve pagar por não defende-la das acusações de Peter mais cedo.

No dia seguinte, Mathieu e o doutor Patrick encontram o corpo do velho tarado que se chamava Jonathan e a polícia leva Florence, a amante mamadora detida como suspeita.

Mais tarde, Gertrude esgota seus pacientes obrigando-os a fazer muitos exercícios físicos e Patrick a desautoriza e a desafia dispensando o grupo.

Durante a refeição, Gertrude faz os pacientes comerem pouquíssimo e depois os obriga rezarem pelo descanso eterno de Jonathan em vos alta apenas como desculpa para abafar seus gemidos de dor na cabeça.

Logo mais, Gertrude tem um ataque de esquizofrenia ouvindo vozes que a acusam de ser assassina e o surto culmina com a religiosa sendo golpeada na cabeça apagando na hora.

No outro dia, temos Janet, uma das enfermeiras perambulando pelos corredores do hospital em pânico ao ouvir alguém a chamando. Rapidamente, ela é agarrada e levada a um quarto onde é amarrada e amordaçada.

Paralelo a isso, Patrick discute com o diretor sobre suas suspeitas do envolvimento de Gertrude nas mortes dos pacientes e que a demissão de Poirret pode não ter sido a melhor escolha.

Enquanto isso, Janet é espetada com agulhas e tem seu rosto cortado ao som de risadas enlouquecidas.

Pouco tempo depois, Gertrude vislumbra em pânico o corpo de Janet pendurado no teto. Sem tempo para ataques, Gertrude é requisitada pelo diretor e ao chegar até a sala do mesmo, ela é examinada por Patrick que encontra debaixo do habito da religiosa, marcas de auto mutilação e Mathieu confessa que a colega tem tido este hábito desde que se operou.

Peter e os outros temem ser as próximas vítimas e ficam em alerta para um possível ataque.

Na hora de dormir, Gertrude desmaia Peter e o abduz até a sala da caldeira onde tenta obriga-lo a falar sobre suas suspeitas contra ela sobre a morte de Jannot. Com a falta de uma resposta, Gertrude leva as muletas do rapaz e o deixa preso.

Logo depois, Peter tenta se arrastar pelo chão e pelas escadas, porém o esforço o cansa no meio do caminho.

Mathieu dá por falta de Gertrude e Patrick se dispõe a ajudar a procura-la enquanto Peter volta a tentar subir as escadas novamente.

Gertrude por sua vez, começa a ter outro surto e vai até a sala dos remédios tentar conseguir morfina e só encontra uma seringa.

Ao tentar recuperar suas muletas, Peter é chutado diversas vezes até cair em desgraça.

Patrick encontra Gertrude desmaiada e exige da madre superiora que interceda pela freira louca e a tire do hospital o que de fato acontece.

Gertrude é transferida de volta para o convento e a madre superiora a deixa sobre a supervisão de outra irmã em sua cela, onde ela é sedada.

Mathieu confessa a Patrick que encobria Gertrude no roubo de morfina e ao descobrir que ela será investigada ela tenta o suicídio mas o médico a impede. A religiosa usa de seus encantos para seduzir Patrick e os dois transam intensamente.

Paralelo a isso, em sua cela, Gertrude se lembra da morte de Jannot e ao colapsar temos uma grande revelação: a verdadeira assassina do hospital era Mathieu movida pela sua paixão enrustida pela colega de cela e sua compulsão por sexo.

De fato, nunca vimos claramente Gertrude cometer os crimes, mas sim relances do hábito e visões em primeira pessoa dos atos.

Na cena final, Mathieu se confessa reforçando seu ódio aos homens e agora sabemos que este provém dos abusos sexuais que ela sofreu do avô quando era pequena. No fim, vemos o confessionário vazio enquanto a irmã cai em prantos.

E é isso. Como eu disse lá em cima, nada do que Giulio Berruti prometeu ele entregou de fato. A violência apesar de bem coreografada foi bem contida, assim como o sangue que foi resumido a gotas nada convincentes. 

O sexo também não chega a ser explícito, na verdade não há muito coito visível e o que temos de nudez é uma ou duas cenas com Paola Morra, a irmã Mathieu exibindo seus seios fartos e sua bunda, fora isso tem aquela cena em que Gertrude apalpa um morto e nesta podemos ver muito bem o Malaquias peludo do sujeito (o que só de lembrar me faz ter vontade de defecar).

Apesar do longa deixar claro que há uma relação lesbiana entre as freiras principais, não houve nada intenso e explícito porém só o plot das duas foi o suficiente para criar um burburinho entre os fanáticos religiosos que tentaram boicotar o filme.

Assim mesmo, o filme diverte. Tem uma atmosfera cheia de mistério, um enredo palpável apesar de simples e a brilhante atuação de Anita Ekberg no papel da irmã Gertrude foi o grande acerto da produção já que ela soube levar com graça e competência o esteriótipo de uma surtada. 


Trailer:



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