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domingo, 7 de abril de 2024

A primeira Profecia / The first Omen (2024)

 


As sequelas deixadas pelas tentativas de reviver clássicos absolutos seja através de pré sequencias como Cemitério maldito - A origem ou mesmo com uma continuação desnecessária como O exorcista - O devoto foram profundas e deixaram desacreditados boa parte dos fãs do terror com o anúncio do filme que dá origem á franquia A profecia que se iniciou em 1976 e se tornou um marco.

O hype dos fãs da franquia foi praticamente zero uma vez que ninguém pediu e ninguém esperava mas pelos poucos dias de estréia, o filme vem recebendo ótimas avaliações revitalizando não só toda uma história mas também a fé dos aficionados pelo terror e eu vou dar meu próprio veredito depois da resenha completa para não estragar a experiência.

A proposta desta nova produção é mostrar como foi a concepção do anti-Cristo até ele chegar aos braços da família Thorn e o que parecia ser algo sem razão para ocorrer, acabou sendo transportado de maneira competente para as telas em suas duas horas de duração sob a direção da desconhecida Arkasha Stevenson que tem um jeito único de conduzir uma película trazendo uma movimentação frenética á trama.

A trama se passa em Roma nos anos 1970 em meio a uma onda de protestos no meio jovem por direitos trabalhistas e em paralelo a isso nós temos uma conspiração movida pelo lado negro da igreja católica para trazer a vida o novo anti-Cristo.

Em meio as obras de reforma de um vitral da catedral, conhecemos os padres Harris e Brennan e o primeiro revela em confissão ao outro sobre a tal conspiração que gira em torno do planejamento da chegada do anti-Cristo ao mundo através de uma jovem inocente escolhida a dedo para hospedar o feto do demônio em seu ventre, esquema esse que o padre Harris se diz arrependido de estar fazendo parte e que agora a única coisa que ele quer é que tudo se acabe e que Brennan saberá a hora certa em que tudo irá acontecer.

Neste mesmo instante, estilhaços do vitral recém erguido pelos operários despencam sobre o padre Brennan e percebemos na sequencia, que o padre Harris foi atingido na cabeça, mas não esboça nada além de um sorriso tranquilo e perturbador.

Começando de fato a história, estamos em 1971 e presenciamos a chegada da noviça norte americana Margareth ao aeroporto para completar a sua ordenação pelas mãos de seu tutor, o cardeal Lawrence sendo recebida pelo jovem padre Gabriel.

Margareth, também conhecida como Maggie, é designada para trabalhar e viver em um orfanato de meninas comandado pela madre superiora Silvia (vivida pela nossa querida Sônia Braga) e em suas poucas horas de chegada no local, a jovem noviça encontra uma menina chamada Carlita em seu dormitório debaixo da cama e fica notório que ela tem problemas psicológicos, pois ela engatinha até Maggie e tasca-lhe uma lambida no rosto.

Quando a madre Silvia retorna, ela deixa Maggie avisada que Carlita tem problemas sérios e que ela recentemente agrediu uma amiguinha sem causa aparente. Além disso, a madre apresenta á Maggie ao motorista designada para leva-la ao centro por motivo de segurança uma vez que as ruas de Roma estão muito perigosas por conta dos protestos.

A noite antes de dormir, Maggie faz suas orações até que do nada ela ouve ruídos ecoando pelo dormitório até que do nada aparece uma jovem chamada Luz que diz ser noviça também (apesar de se vestir como uma jovem comum) e que ela é companheira de quarto da recém chegada.

As duas logos se tornam amigas e Maggie conta sobre sua infância pobre num orfanato onde o cardeal Lawrence cuidou dela e a designou como serva de Deus apesar de que agora a sua fé anda abalada. 

Na manhã seguinte, Maggie se junta as outras irmãs na cozinha para descascar batatas e percebe-se que as freiras são totalmente fora do normal: elas fumam, fofocam, dão risada como se fossem comadres. Maggie segue observando Carlita atentamente enquanto trabalha.

Ao fim do dia, as meninas são postas para rezar antes de dormir e depois disso, Maggie é convencida por Luz a sair com ela para se divertir na noite alegando que ela não pode se guardar para Deus sob o hábito a vida toda. Luz arruma amiga com uma roupa civil atrevida e a leva até uma boate.

Enquanto Luz descola um par e um trago, Maggie tenta investir num jovem chamado Paolo que a convida para beber e apesar de seu italiano ser péssimo, a noviça consegue insistir com o jovem italiano dançando sedutoramente com ele.

A câmera corta e Maggie acorda no orfanato pela manhã enquanto Luz coloca o hábito.

Depois de passar boa parte do dia rezando, Maggie vai para a praça da cidade onde conhece o padre Brennan que diz saber tudo sobre ela e que a noviça deve tomar cuidado com Carlita, pois coisas ruins acontecerão acerca dela. O sacerdote ainda deixa seu endereço para que eles possam conversar melhor em outra oportunidade.

De volta ao orfanato, Maggie conversa com Carlita e diz se identificar como ela, contando sobre seu passado como órfã desde muito nova além de solitária. A conversa das duas é interrompida quando Maggie ouve gritos distantes e ao chegar a fonte encontra uma jovem muito perturbada e agitada amarrada a uma cama sendo preparada para passar por um parto.

As irmãs que conduzem o procedimento aplicam a anestesia que acalma a paciente momentaneamente deixando-a alegrinha, mas logo depois as contrações chegam fazendo a jovem sentir horríveis dores até que Maggie vê uma pequena mão negra com garras saindo do ânus da grávida o que faz a noviça desmaiar.

Depois de voltar a si, Maggie vai até o patio externo onde as irmãs fazem a recreação com as meninas e a noviça presencia um desenho macabro feito por Carlita que representa uma mulher grávida. Luz aparece visivelmente transtornada e ao ver o desenho diz á Maggie que aquele bebê pertence a ela e depois a beija nos lábios repentinamente.

Não muito depois, Luz sobe ate o terraço do orfanato onde acena para Carlita que está no centro de uma roda promovida pelas outras meninas. Luz diz á menina "é tudo por você" e no mesmo instante ateia fogo ao próprio corpo e como se não bastasse ela ainda coloca uma corda em seu pescoço se jogando para a morte certa.

Na calada da noite, Maggie vai até o endereço do padre Brennan e lá ela fala sobre o suicídio da noviça e descobre a existência de uma falsa igreja católica que prega o crime, a perversão de valores e a promiscuidade e que a mesma está preparando o renascimento do anti-Cristo com o intuito de controla-lo para poderem trazer de volta á igreja as pessoas que a abandonaram o que justifica os corriqueiros protestos.

Além disso, o sacerdote mostra á Maggie uma foto antiga de um bebê nos braços da madre Silvia que possivelmente se trata de Carlita que assim como as outras meninas está endo preparada pela falsa igreja para engravidar no sexto dia do sexto mês e na sexta hora correspondente a chegada do anti-Cristo e pede a jovem que o ajude a impedir que a criança nasça, mas a noviça é cética e vai embora.

Em uma outra ocasião, Maggie leva Carlita para um passeio a sós e tenta arrancar da menina alguma informação sobre o seu passado, mas ela não diz nada além de que ela tem pressentimentos ruins e vê coisas ruins e na sequencia ela deixa a noviça sozinha.

Ao tentar se aproximar da menina para pedir desculpas, Maggie vê o fantasma de Luz sentada ao lado de Carlita até que do nada a irmã Silvia aparece ordenando uma evacuação pois o orfanato foi tomado pelos protestantes que vandalizam todo o lugar com coquetéis molotov.

Enquanto corre, Maggie é tocada pela mão negra do bebê do parto e solta um grito desesperado.

Maggie tem uma breve crise de pânico mas se recompõe e num corte de câmera, ela já está de volta a realidade (visto que os últimos acontecimentos foram uma visão) e nisso, sua presença é requisitada na sala da irmã Silvia que diz á noviça estar preocupada com a sua saúde e que exige que ela se afaste de Carlita por tempo indeterminado.

No cair da noite, Maggie vai até a cidade onde acaba encontrando Paolo que assustado tenta evitá-la e antes que os dois pudessem começar uma conversa, o jovem foge e acaba sendo atropelado.

Maggie consegue falar com Paolo em seus últimos momentos e ele balbucia estar preso e depois morre.

Abalada, Maggie reza incessantemente enquanto tem uma visão de Carlita sendo cercada por aranhas.

Na manhã seguinte, a igreja celebra a ordenação de uma noviça pelas mãos do cardeal Lawrence e Maggie aproveita para procurar pelo histórico de Carlita nos arquivos até encontrar uma passagem secreta atrás de um mural.

A passagem dá justamente na sala do arquivo morto onde a noviça encontra várias fichas de jovens que deram a luz á bebês no sexto dia, do sexto mês e na sexta hora, porém todos eles ou nasceram com alguma deformidade ou nasceram meninas.

De volta ao salão principal, Maggie leva Carlita até seu dormitório e diz a ela que agora acredita em seus pressentimentos ruins e que ela irá protege-la.

A irmã Silvia acompanhada de outras freiras contêm Maggie e a levam para longe de Carlita que vê no céu da boca da noviça a marca da besta.

Maggie é trancada num quartinho escuro onde ela adormece e ao acordar tem estranhas visões com o parto do anti-Cristo. Ao se recompor, Maggie é tirada do quarto pelo padre Gabriel que a leva até o padre Brennan revelando que ele está do lado deles e que acredita nas coisas sinistras que estão acontecendo no orfanato e que ambos agora são fugitivos.

Gabriel trouxe consigo, os arquivo das crianças mal formadas, e Brennan diz que aquelas são tentativas frustradas da igreja do mal de dar a luz ao anti-Cristo, pois segundo a profecia ele deve nascer menino obrigatoriamente e de forma perfeita, o que não tem acontecido o que justifica que no orfanato só tem meninas.

Maggie analisa a foto que Brennan mostrou a ela dizendo ser Carlita bebê e a noviça descarta que seja a menina, pois ela não tem a marca da besta ao contrario da bebê da foto que tem a marca muito bem escondida no alto da cabeça.

Na sequencia, Maggie tem um flash de memória do dia que ela esteve com Paolo no bar ficando claro que os dois tiveram relações, além de ter uma lembrança vaga de si mesma semi inconsciente deitada sobre um altar passando por uma espécie de cerimônia onde temos um vislumbre de uma aranha subir pelo ventre da noviça e a mão negra sobre o mesmo deixando claro que ela foi inseminada e que está grávida!

De volta a realidade, Maggie digere em pânico a descoberta de que não só ela pode estar grávida, mas que seu filho será nada menos que o anti-Cristo já que a data de sua chegada ao mundo está próxima.

Sem perda de tempo, o padre Brennan leva Maggie de carro para longe com a ajuda do motorista do orfanato, mas no caminho o carro colide com outro veículo.

Maggie escapa ilesa do carro, mas acaba sentindo contrações e seu ventre se expande gradualmente até ela desmaiar e acaba acordando na igreja na presença do cardeal Lawrence que diz á protegida que o anti-Cristo a trouxe até ele pois ele sempre esteve com ela e agora ele trará todos de volta á igreja.

Na sequencia, Maggie é sedada e levada até uma sala de cirurgia onde as irmãs conduzem o parto com a ajuda do cardeal Lawrence que consegue trazer ao mundo não um, mas dois bebês: uma menina e um menino, o anti-Cristo banhado ao clássico tema Ave satani.

A irmã Silvia tenta levar o menino consigo,mas Maggie implora para ver seu filho e aproveita um descuido da freira para plantar um bisturi na garganta do cardeal Lawrence que agoniza. 

Maggie ameaça matar o bebê do demônio, mas a irmã Silvia a apunhala sob os olhares de Carlita e logo depois a religiosa ordena que as outras freiras queimem o local com a noviça e a bebê que não serve para nada, levando a cria do mal consigo.

Com suas últimas forças, Maggie abraça sua filha e Carlita aparece a levando para fora do local em chamas e paralelo a isso, uma freira é incumbida de levar o bebê do satanás até a maternidade de Roma onde deve ser deixado aos cuidados de um diplomata (que pelas fotos descobrimos ser Robert Thorn e sua mulher Katherine) para que a criança herde o poder e ascenda quando chegar o momento.

Passam-se cerca de cinco anos e descobrimos Maggie com sua filhinha e Carlita refugiadas numa casa humilde até que o padre Brennan aparece e diz que a igreja do mal já sabe que as três estão vivas e que as estão perseguindo para matá-las.

O padre ainda revela que o outro filho da ex-noviça, o anti-Cristo está vivendo com uma boa família e que ele foi batizado com o nome de Damien...

E com esta cena, fecha-se o filme de origem da franquia que deu margem a muita polêmica nos anos 1970 e cá entre nós se levado ao pé da letra pode-se dizer que A primeira profecia deixou uma ponta solta (pelo menos eu vejo assim) que é aquela cena do clássico de 1976 em que Robert Thorn e o fotógrafo Keith Jennings estão no cemitério onde estaria sepultada a mãe biológica de Damien e de fato há dois corpos lá: o de um chacal e um bebê recém nascido.

Beleza, o chacal obviamente não é Maggie mas ainda sim há um bebê enterrado na vala que ou seria o filho biológico de Robert ou deveria ter sido a bebê da ex-noviça. Não sei, esta parte está um tanto quanto confusa e a falta de informações sobre o receptáculo de Damien no original pode talvez deixar margem para uma continuação que feche totalmente a história de forma redonda e sem furos, ou não?

Tirando isso, vamos as considerações. A direção de Arkasha Stevenson é competente como eu já deixei claro apesar da qualidade da direção de câmera ser questionável. Por um lado temos uma montagem impecável com cenas memoráveis e perturbadoras como o parto da paciente maluca, mas por outro nós temos os jump scare fracos e previsíveis que forçam demais.

O roteiro também é previsível apesar de competente e bem escrito, mas ainda sim dá uma bela enrolada e confundida montado toda uma narrativa para cima da Carlita dando a entender que ela teria um papel decisivo e verdadeiramente importante como toda personagem perturbada, mas esta infelizmente foi desperdiçada se tornando uma mera salvadora da mocinha no final, fora que a própria protagonista por si só já carrega o clichê da mocinha que tem visões, chega a um local novo e descobre que tem coisas erradas acontecendo por lá.

O filme é sim competente, tem um terror forte, manteve a essência do original fazendo fortes ligações ao mesmo além de jogar na cara do telespectador altas referências ao filme de 1976 como a cena do suicídio da noviça Luz que escancara o suicídio da babá de Damien em seu sexto aniversário e pelo menos para mim, a cena inicial onde o vitral despenca em cacos na cabeça do padre Brennan é uma clara referência a cena da morte do mesmo no clássico empalamento pelo vergalhão.

Ainda temos no ápice do longa que é o nascimento do bebê capirotesco o tema musical clássico Ave satani, composição original do imortal maestro Jerry Goldsmith, que aqui infelizmente não teve o mesmo brilho do original apesar de causar um impacto ímpar que elevou o medo do público no talo.

As atuações estão bem niveladas: a protagonista vivida pela pouco conhecida Nell Tiger Free trás uma leveza e uma profundidade na medida certa e a brasileiríssima Sônia Braga dispensa elogios com sua performance espetacular no papel da freira demoníaca. Neste quesito o filme está bem servido.

Finalizando, o filme tem sim um apelo legal, uma atmosfera imersível e compensa pelo tempo de duração uma vez que a trama é bastante desenrolada e tranquilamente digerível.


Trailer:


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