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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

quinta-feira, 11 de abril de 2024

You'll never find me (2024)

 


Um dos filmes mais expressivos de 2023 produzido e dirigido pela dupla Indiana Bell e Josias Allen é o australiano You'll never find me que só veio a ser lançado este ano em escala nacional e distribuído no serviço de streaming emergente Shudder, focado especificamente no terror e que já trouxe pérolas como O mal que nos habita.

O filme é todo focado no mistério em volta de uma jovem que chega à casa de um homem de meia idade no meio de uma tempestade noturna procurando abrigo até que o tempo ruim passe e ela possa visitar a praia como estava previsto.

O que a jovem não sabe e vai ficando evidente no decorrer da trama é que o seu anfitrião que lhe trata bem dando-lhe comida, uma bebida quente, banho e hospedagem é na verdade um serial killer perigoso e perturbado por um passado cheio de erros e traumas.

A trama vai se arrastando em meio a diálogos de teor psicológicos entre hóspede e anfitrião que vão revelando fragmentos do passado e da índole do antagonista aprofundando de forma competente o personagem para que possamos julgá-lo de forma apropriada no momento da virada.

Tudo começa com o antagonista creditado como Patrick, um senhor de meia idade cabisbaixo sentado de frente para um velho rádio ouvindo a música Sleepwalk de Betsy Brye e regravada anos depois por Renne Olstead enquanto tem um flash back com uma moça do lado de fora de um carro meio da chuva batendo na janela.

Dando uma golada num copo de bebida, Patrick observa melancólico um frasco pequeno com uma bebida dentro até que do nada ouve-se a porta da frente da casa bater e sem prever quem possa ser já que o homem vive sozinho, ele pragueja para que a pessoa vá embora, porém as batidas continuam com muito mais intensidade.

Patrick resolve atender e descobrimos que quem está do lado de fora é uma bela jovem que não tem nome creditado e ela diz precisar de uma carona até o hotel onde está hospedado.

Convidada a entrar, a moça fica um tempo sozinha até que Patrick volta do banheiro com uma toalha.

A jovem pergunta ao dono da casa se há algum ônibus por perto e Patrick responde categoricamente que não há nenhum veículo trafegando em plenas duas horas da manhã e logo depois se desculpa com ela por ter sido grosso antes de atendê-la pois ele pensou que quem batia a porta eram as crianças que gostam de fazer pegadinhas.

Mais tranquila, a jovem pede para usar o telefone e iniciando um papo aberto, ela diz ser uma turista que veio a cidade para conhecer a praia e que está hospedada em um hotel.

Na sequencia, Patrick oferece chá para a hóspede e ela volta a pedir o telefone para conseguir uma carona de volta para o hotel. Patrick dá a ela algumas moedas para que use um orelhão alegando que ele não tem telefone em casa.

Na sequencia, a dupla começa um papo mais dendo sobre paranoia, do qual Patrick insinua ser portador e incomodada a jovem diz ao anfitrião que ele precisa ir embora o quanto antes e ele muda de face ao jogar na cara da jovem que ela não quer mais fazer companhia para ele e depois de esfriar os ânimos a convence a ficar até que suas roupas sequem.

Dando prosseguimento à conversa, Patrick diz ter se mudado há algum tempo depois de perder seu emprego e ainda inicia um papo desconfortável sobre o medo e a mente humana.

Não muito depois, Patrick percebe que sua hóspede está com a pele azulada pelo frio e oferece a ela seu banheiro para que possa se aquecer com uma boa ducha que ela aceita de pronto.

Enquanto se banha, a moça percebe gotas de sangue junto ao ralo e em um breve devaneio ela imagina um monte de sangue caindo sobre sua cabeça até que ela volta a realidade com a porta batendo, porém ninguém do outro lado se manifesta.

Depois do banho, a moça põe uma roupa seca e vai até a cozinha onde seu anfitrião está fazendo algo de comer e ela encontra um suéter de lã verde e pergunta á Patrick se ele é casado e ele responde que já foi e que o suéter era de uma ex-namorada presenteando á jovem com o agasalho.

Um tempo depois conversando sobre vizinhança agitada, solidão e sobre se esconder, a moça é servida com um caldo grosso e caminha com o prato lentamente até o sofá sendo fitada atentamente por Patrick.

A moça pergunta ao dono da casa o que ele fazia acordado tão tarde e ele diz não dormir muito e ainda filosofa dizendo que quando se é jovem dormir é uma cosia boa e seus sonhos são apenas ilustrações bobas, mas quando você cresce seus sonhos se corrompem e sua mente fica deturpada num looping infinito de lembranças e pensamentos o que faz com que você não consiga mais diferir se está dormindo ou acordado.

Neste momento, alguém bate a porta da frente e Patrick pergunta á jovem se alguém sabia que ela estaria em sua casa, o que ela nega. Patrick abre a fresta da porta apenas para ver que não há ninguém do outro lado.

Não muito depois, o dono da casa saca um frasco para preparar duas doses de uma bebida e a jovem pergunta onde fica o telefone público mais próximo e nisso, repentinamente as taboas do teto rangem, o radio liga sozinho e toca Sleepwalk e mais repentinamente as luzes se apagam e tudo fica silencioso.

Patrick acende sua lanterna e diz que assim que assim como a luz, a linha telefônica deve ter sido cortada pela tempestade o que significa que a hóspede terá que esperar mais tempo até poder seguir viagem.

O dono da casa resolve dar uma olhada no fusível por desencargo de consciência e nisso, a jovem fita um martelo e na sequencia percebe que Patrick tem uma ferida de arranhão fresca nas costas.

Sozinha no banheiro, a jovem encontra uma caixa com dois pares de brincos sendo um deles os seus e ao ver Patrick se aproximar, ela se assusta e deixa suas jóias caírem no ralo da pia.

Encucada com a banheira, a jovem resolve investigar se há algo atrás da cortina mas não encontra nada.

Pouco tempo depois, a jovem diz á Patrick que precisa ir naquele instante e o confronta sobre os brincos que ele nega ser da hóspede e resolve acompanha-la até o hotel, mas ela se nega a aceitar.

O dono da casa joga na cara da jovem toda sua hospitalidade insinuando que ela está sendo ingrata e a moça aos gritos pede a chave da porta da frente, mas antes que pusesse os pés para fora, ela dá meia volta por conta da ventania e senta-se calmamente à mesa com Patrick.

Patrick resolve entreter a jovem com um jogo de cartas que ele chama de bullshit e se apresenta a ela formalmente dizendo que ela lhe é familiar.

Durante a jogatina, Patrick se abre sobre sua esposa dizendo te-la conhecido numa estação petrolífera do qual ele era dono descrevendo-a detalhadamente e narrando ponto a ponto seu primeiro encontro com ela.

Seguindo a conversa, o dono da casa diz que sua mulher morreu de overdose e encerra o assunto agradecendo a jovem por te-lo ouvido. Os dois brindam e bebem enquanto o teto volta a ranger, mas Patrick finge não estar ouvindo nada fora do normal, mas logo ele recolhe sua lamparina e sai no meio da chuva.

A jovem aproveita para bisbilhotar uma caixa de bagunça onde encontra um celular ligado com várias ligações perdidas vindo de uma tal de Nicole. na sequencia, ela encontra o corpo oculto de uma jovem ao mesmo tempo que Patrick volta para dentro de casa ofegante.

Sem tempo a perder, a jovem resolve tentar fugir através de uma claraboia usando um martelo para forçar a tampa e nisso pingos de sangue caem sobre ela e no mesmo instante, ela se sente um pouco  tonta e ao fitar o corpo com o drink que Patrick serviu, ela se dá conta de que pode ter sido dopada.

Ao tentar encontrar outra saída, ela acaba sendo pega por Patrick, mas ela consegue derrubá-lo e tenta se esconder debaixo da mesa, porém é descoberta, arrastada e amarrada por Patrick enquanto grita por socorro.

Patrick a força a tomar do frasco e a carrega até o porão, onde ela dá de cara com o corpo de uma outra jovem desovada.

Sem muito esforço, a jovem se livra se suas amarras enquanto ouve-se a vós de Patrick re-narrando como conheceu sua mulher. O próprio aparece depois disso e a jovem tenta fugir se arrastando, mas Patrick após colocar um lenço vermelho sobre a lamparina dando uma atmosfera avermelhada ao local por conta da iluminação revela á moça que o que ela tomou foi um veneno e narra os efeitos que ele causa. Nisso, a jovem tenta esfaquear o anfitrião psicopata mas ele evita e a desarma.

Subsequentemente, Patrick diz que a outra moça assassinada era uma turista que bateu sua porta a noite também e que tudo seguiu o mesmo modus operandi até o momento onde eles estão culminando na morte da jovem.

Patrick cobre sua atual vítima com um lençol e na sequencia o teto range e o assassino alucina com o toca fitas de um carro tocando sleepwalk no meio da chuva e ao ver a tatuagem da recém falecida em forma de batimentos cardíacos, se lembra de sua vítima anterior que é a moça da cena inicial do lado de fora do carro que é a morta no porão e esta emerge como morta-viva com uma ferida de martelada na testa.

Patrick surta ao ver o fantasma de sua vítima anterior fumando e bebendo seguido de outra fantasma na banheira que o encara. Repentinamente, Patrick é puxado e numa tela escura ouvimos o ruído de seus ossos espremidos e ouve-se uma vós demoníaca emulando a do assassino seguido por vários gritos.

O assassino emerge com o rosto e as mãos cobertas de sangue e corre pela casa aos gritos até dar de cara com várias fantasmas de vítimas enroladas em lençóis e ele passa por elas em pânico.

Depois, as luzes piscam e a porta recebe batidas insistentes sem parar. A vos demoníaca volta a ecoar e vemos as fantasmas sentadas pela casa até Patrick dar de cara com sua atual vítima que mostra o frasco de veneno e o arrasta até a cozinha onde prepara uma bebida.

Patrick grita de pânico e num ataque de esquizofrenia ouve a porta bater. A jovem morta-viva soca a garrafa com o veneno toda na boca do anfitrião assassino. A tela corta depois disso e percebemos que tudo foi um pesadelo.

A casa de Patrick está normal e ainda é de noite quando se ouve a batida da porta. Ao sair, Patrick se dá conta que foram as crianças travessas e nisso, ele vê o frasco de veneno intacto em sua mão soltando uma gargalhada auto piedosa.

Patrick entra em sua casa rindo e um tempo depois dele fechar a porta ouve-se o disparo de uma arma dando a entender que ele se suicidou e os créditos sobem de forma silenciosa.

Trocando em miúdos, a última vítima de Patrick nunca existiu ele apenas entrou num looping como ele havia mencionado em uma das conversas e estava vivendo uma crise de realidade distorcida, ou seja, assim como ele também disse, ele não já não estava conseguindo discernir o que era realidade e o que era sonho.

Patrick era sim um serial killer de jovens garotas e já estava com a consciência tão pesada e tão farto da rotina de solidão, mortes e confusões mentais que ele simplesmente não aguentou viver alucinando e resolveu acabar com o ciclo antes que ele continuasse e ele acabasse pirando completamente.

O filme acerta muito na direção apostando numa narrativa fluída e pegajosa que mantém uma atmosfera de tensão a todo instante, além de ter uma trilha sonora perturbadora (apesar de suave) que é pontual e colabora muito na imersão prendendo nossa atenção do início ao fim.

O roteiro é imprevisível apesar dos momentos de diálogo montarem todo plot do antagonista deixando até o fim da trama completamente as claras que ele é um psicopata e até nos darmos conta disso já é tarde, pois ele já fez sua última vítima.

A atuação de Brendan Rock como Patrick é absurdamente convincente e um dos maiores destaques do filme tornando-o um personagem memorável, profundo e complexo.


Trailer:


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