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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Os Inocentes / The Innocents (1961)


Os anos 1960 foram palco para grandes obras do horror que usaram e abusaram da falta de recursos para trazer conteúdos mais realistas, focados em mexer com os nervos e fazer o telespectador pirar junto com os personagens principais.

Um destes clássicos é o inesquecível Os inocentes de 1961 baseado no romance Turn of the screw de Henry James que narra a estória de uma governanta da era Vitoriana que é contratada por um aristocrata britânico para tomar conta de sua mansão no Reino Unido e de seus sobrinhos órfãos pela total falta de interesse e tempo do homem.

Lá, a jovem governanta passa a ter visões e ouvir vozes oriundas do além, fora que a própria mansão esconde um grande segredo envolto em um casal de amantes que tiveram finais trágicos e mesmo após suas mortes seguem assombrando o local e provocando eventos estarrecedores acerca das crianças, os sobrinhos do dono da mansão, o que estranhamente só a jovem serviçal pode ver e ouvir e isso lhe causa uma sessão de pesadelos e torturas psicológicas constantes.

A única saída viável então, é lutar contra estes fantasmas do passado antes que não sobre mais ninguém na mansão e antes mesmo que a sanidade da governanta se acabe e ela acabe cometendo uma desgraça.

O filme começa com um cantarolar de criança junto as lágrimas e as rezas de uma jovem mulher que pede proteção divina aos inocentes. A introdução corta para a cena inicial do filme e descobrimos que a jovem é a senhorita Giddens, uma mulher bonita e recatada que está no gabinete de um homem muito rico que lhe oferece um emprego de governanta em uma de suas mansões em Londres, a mansão Bly, onde seus sobrinhos órfãos Miles e Flora vivem.

O emprego inclui cuidar da educação e da recreação integral das crianças, pois o rico aristocrata não tem tempo e nem psicológico para cuidar de duas crianças, já que ele vive trabalhando a trabalho.

O homem menciona que a antiga governanta da mansão morreu há algum tempo e que isso não deve ser mencionado á Flora, pois a menina tinha um laço profundo com a jovem de nome Mary Jessel.

Fechado o contrato, Giddens parte imediatamente para Londres na primeira carruagem chegando aos campos floridos da mansão Bly em questão de horas.

Ao chegar ao lago adjacente ao jardim, Giddens ouve a vos de uma mulher chamando por Flora e em seguida encontra a própria menina que diz não ter ouvido ninguém chamá-la.

Flora leva a nova governanta para conhecer a mansão de aparência gótica onde ela apresenta a recém chegada a criada, a senhora Grose que a instrui.

Grose acaba aguçando a curiosidade de Giddens quando esta pergunta sobre Mary Jessel e a criada diz apenas que a ex governanta era jovem e bonita como a atual e que um olhar demoníaco a perseguia.

Mais tarde, depois de banhar Flora, Giddens coloca a menina para dormir, mas quem acaba dormindo pela fadiga é a governanta enquanto a menina cantarola a canção da introdução.

Na manhã seguinte, Giddens recebe uma carta do do diretor do internato onde Miles estuda dizendo que o menino foi expulso e que portanto ele será mandado de volta para casa imediatamente. Isso assombra Giddens, pois no dia anterior, Flora ficou repetindo diversas vezes que o irmão estava voltando para a casa. Mas como ela poderia saber disso?

Chegando o dia correspondente a chegada de Miles, Giddens vai á estação de trem com Flora para buscar o menino e este é galanteador com a governanta.

Miles é poupado de um sermão até a noite quando Giddens vai até seu quarto pegando-o acordado e aproveita para dar-lhe uma dura exigindo saber o motivo de sua expulsão no colégio e o menino diz que seu tio não se importa com ele ou com Flora.

Neste momento, bate um vento forte inesperado por todo o quarto apagando a vela que ilumina o local.

Em outro momento, enquanto ouve a cantiga de Flora, Giddens vê a silhueta de um homem no alto da torre da mansão a observando e ao se aproximar, a pessoa misteriosa simplesmente desaparece. Giddens então, resolve subir até o topo da torre e só encontra Miles e alguns pombos.

Ao ser indagado sobre a presença de mais alguém na torre, Miles diz á governanta que ele foi o único que subiu até lá o dia todo.

Pouco depois, Giddens pergunta á senhora Grose se existe mais alguém na mansão que ela não conhece além dos criados a quem ela já foi apresentada e antes que a criada pudesse responder, Flora interrompe dizendo que Miles está cavalgando sozinho e muito rápido.

Mais tarde, as crianças perguntam intimidades sobre a infância humilde de Giddens e na sequencia se inicia uma brincadeira de esconde-esconde onde a governanta fica encarregada de procurar.

Giddens entra num cômodo onde encontra fotos antigas e uma caixinha de música que toca a mesma melodia da cantiga que Flora sempre cantarola. Na sequencia, a mão de um homem agarra a porta do cômodo onde a governanta está mas quem entra é Miles que surpreende Giddens a abraçando por trás inocentemente.

Enquanto Miles fala coisas vulgares á Giddens, a governanta se sente sufocada até que Flora chega e o jogo vira quando a governanta resolve se esconder para que as crianças a procurem.

Escondida em outro cômodo, Giddens vê um homem a observando do lado de fora da varanda e depois o estranho se vai silenciosamente.

A senhora Grose aparece atendendo ao chamado da governanta que reporta o ocorrido e a criada mais uma vez desconversa e mais uma vez as crianças interrompem a conversa.

Depois, Giddens se lembra que uma das fotos que ela encontrou junto a caixinha de música era a do invasor e nisso temos uma cena sequencial onde mescla um pesadelo sofrido pela governanta enquanto que no primeiro plano ela geme incomodada enquanto cai um toró.

No dia seguinte, Giddens que já está notoriamente perturbada, se enfurece com o comportamento de Flora durante o home schooling o que faz a menina ter uma crise de choro. Para acalma-la, a governanta propõe a menina fazer uma festa de aniversário de brincadeira com direito á fantasias, o que ela topa de pronto.

Enquanto as crianças vão a outro cômodo providenciar fantasias, Giddens volta a interrogar Grose sobre o invasor da noite passada ao dar a descrição exata do homem, a governanta menciona um tal Peter Quint que era o antigo encarregado do senhorio da mansão Bly. Segunro Grose, Quint morreu junto a escadaria daquele mesmo cômodo onde elas estão e ainda menciona que o rapaz fascinava a todos com sua beleza e que ele era muito próximo de Miles.

Grose ainda menciona que Quint mantinha relações com Marry Jessel fazendo-a mudar da água para o vinho.

Em outro momento, Flora diz a Giddens que certo dia, Miles viu uma mão submersa ao lago acenando para ele. Depois, a menina cantarola a música da caixinha e nisso, a governanta vê uma mulher vestida de preto do outro lado do lago e depois a mesma desaparece.

Giddens conta a Grose o que acabou de ver e ainda diz desconfiar que aquela é a tal Mary Jessel, ou pelo menos seu fantasma, mas a criada nega e reafirma que a ex governanta morreu há quase um ano.

Grose dá mais detalhes sobre o caso da moça com Quint, revelando que ela se tornou indecente e submissa as humilhações impostas pelo amante que sempre a agredia. Um certo dia, Quint foi encontrado morto e este foi o estopim para a jovem entrar numa profunda depressão e morrer.

Giddens aproveita e pergunta se Miles não era mal influenciado por Quint, pois o menino tem uma índole duvidosa para uma criança da idade dele e sobretudo quando ele e ela estão sozinhos e mais uma vez a governanta nega.

Neste mesma noite, Giddens tem pesadelos com as aparições da mansão Bly e com as crianças.

Na manhã seguinte, indo com Miles e Flora á igreja, Giddens diz á Grose que irá até Londres para falar com o tio das crianças para que ele busque ajuda principalmente para Miles. Depois, Giddens pergunta á Grose como Mary Jessel morreu e a governanta revela que a moça se suicidou no lago.

Mais tarde, na biblioteca, Giddens vê o fantasma de Mary Jessel sobre a escrivaninha chorando e esta desaparece com a aproximação da governanta.

Giddens então, diz á senhora Grose que resolveu ficar na mansão Bly e ainda diz ter visto o fantasma de Mary Jessel. Para fechar, a governanta ainda diz que ela desconfia que Jessel e Quint possuíram Miles e Flora, o que explicaria o comportamento nada usual das crianças.

Em outro momento, enquanto faz uma ronda noturna pela mansão, Giddens ouve vozes de uma mulher pedindo um beijo a alguém e falando coisas vulgares, até que se percebe o início de uma agressão a mulher e na sequencia ouve-se que as crianças viram o que não deviam.

Depois, a vos de um homem é ouvida e por fim as risadas das crianças que ecoam pela cabeça de Giddens que se sentindo torturada procura abrigo entrando no quarto de Flora. A menina por sua vez, vê pela janela Miles observando a torre do lado de fora.

Giddens busca por Miles e ao encontrá-lo, o menino diz que apenas queria ser sapeca pregando uma peça na governanta mancomunado com a irmãzinha. Depois, Giddens coloca o menino de volta em sua cama e depois que ele mostra uma de suas pombas mortas, ele simplesmente tasca um beijo na boca da governanta que não consegue esboçar nenhuma reação.

Na manhã seguinte, Giddens pega Miles tocando a canção da caixinha ao piano e percebe que Flora não está com o irmão. O menino diz que Flora foi até o lago á remo numa canoa.

Chegando ao jardim, Giddens vê Flora dançando no coreto do lago ao som da caixinha de música. Lá, a fantasma de Mary Jessel reaparece ao mesmo tempo que começa a chover.

Giddens pergunta á Flora se foi Jessel que deu a caixinha á menina e a obriga a olhar para o lago e que diga que ela está vendo a fantasma da ex governanta e Flora não só alega não poder vê-la como tem um acesso de choro e gritos incessantes tendo que ser amparada por Grose.

Os surtos da menina seguem pelo resto do dia fazendo com que Giddens resolva dispensar todos os criados incluindo Grose que é instruída a levar Flora para Londres com o tio para que Miles fique a sós na mansão com a governanta, pois a única coisa que ela quer é salvar as crianças.

Na mesma manhã, a carruagem parte levando Flora e a criada.

Depois da partida, Giddens serve chá para Miles deixando-o a par da partida da irmã. Ela diz que a menina não está mais feliz na mansão e pergunta se Miles está, fazendo-o se retirar sem responder a pergunta.

Giddens segue Miles e diz á ele que ela só quer ajudá-lo e pergunta qual foi o motivo pelo qual ele foi expulso do internato. O meninos faz altas revelações: para começar, ele roubou uma carta da governanta endereçada ao tio, ele também maltratava animais pequenos e por fim foi pego falando coisas vulgares no colégio e que por isso foi mandado embora de lá.

Depois, Miles surta e começa a jogar merda no ventilador e nisso, o fantasma de Quint aparece atrás do menino rindo sincronizadamente com ele, ou seja, era Quint usando Miles o tempo todo.

Miles corre gargalhando e Giddens o persegue até que o menino cai e bate a cabeça.

Giddens o ampara o menino pedindo perdão pela dura que ela deu nele e diz que ele não tem culpa por ter falado tudo o que disse á pouco, pois ele estava sendo possuído por um homem mau. A governanta o obriga a olhar o fantasma do homem e dizer seu nome.

Miles finalmente profere o nome de Peter Quint porém o menino não consegue vê-lo e entra em surto perdendo os sentidos.

Aos prantos, Giddens diz que Miles está livre, pois Quint se foi para sempre. A governanta se dá conta de que o menino morreu e se lamenta beijando-o na boca inesperadamente e deixando o mistério no ar...

Este final só me diz uma coisa: assim como Miles foi possuído por Quint, mas não podia vê-lo por que era inocente apesar de tudo, Giddens foi possuída por Mary Jessel, mas esta sim podia ver os fantasmas por um bom motivo... ela possui um dom mediúnico, o que impediu o casal de ficar junto na pós vida, fora que como ela era uma recém chegada á mansão, não tinha laços profundos com os mortos e com o lugar ao contrário das crianças. 

Ao meu ver, Flora estava sim sendo possuída por Jessel inicialmente, mas ela era apenas uma ponte para o espírito da ex governanta poder transitar entre os dois mundos. Quando Flora foi embora, Jessel tomou posse de Giddens, por isso o beijo no final. Enfim, opinião minha.

No mais, falando dos aspectos técnicos do filme, para mim foi um grande acerto a opção da produção optar por filmar o longa em preto e branco pois causa uma imersão melhor que somada ao também proposital uso de uma iluminação limitada nas cenas noturnas acabou se criando o clima perfeito para momentos de medo naquele ambiente inóspito.

Os efeitos especiais usados nos pesadelos de Giddens, as cenas de chuva em momentos pontuais e a constante cantarolada de Flora e da caixinha de música foram espetaculares, dando uma densidade e uma identidade inimitável ao filme o que o torna memorável e insuperável.

Eu gostei muito de como o filme foi muito bem ambientado e de como foi bem aproveitada a temática de mansão mal assombrada. Todos os artifícios usados para provocar uma imersão são válidos e torna a experiência de se assistir a este clássico sempre algo recompensador.

Na área artística, o único talento conhecido por mim que é digno de nota (apesar de que o elenco num todo se saiu bem com suas interpretações dignas de uma peça teatral) é a do jovem Martin Stephens que deu vida á Miles um ano antes nos surpreendeu como David Zellaby, uma das crianças do clássico A aldeia dos amaldiçoados. O mesmo já havia acumulado pequenos trabalhos nos anos 1950 mas foi nos anos 1960 que sua carreira se tornou verdadeiramente relevante, no entanto em 1966 o jovem resolveu abandonar a carreira de ator para viver de forma anônima, longe dos holofotes, uma pena.


Trailer:

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