É inegável que a franquia Sexta-Feira 13 se tornou uma referência absoluta no mundo do terror, influenciando muitas crias que beberam tanto de sua fonte que poderiam ser consideradas clones exatos devido aos detalhes copiados em grandes, médias e pequenas produções.
Muitas delas souberam utilizar muito bem das característica e clichês da série do serial killer mascarado de Crystal Lake que se tornaram um clássico cult entre os devoradores de filmes de terror. Uma delas é The Burning de 1981 que por aqui recebeu os nomes de Chamas da morte e A vingança de Cropsy e narra a luta pela sobrevivência de um grupo de jovens que se veem as voltas com a perseguição implacável de um stalker que está em busca de vingança por conta de uma peça da qual ele foi vítima no passado e que lhe custou profundas cicatrizes na alma...e no corpo principalmente.
Tudo começa no acampamento Black Foot justamente no fatídico dia em que um grupo de adolescentes de pouco cérebro, resolve por fim as perversidades do zelador Cropsy, um sujeito solitário e de poucas palavras, lhe passando um trote do qual ele ia se lembrar para o resto de sua vida.
Os garotos colocam sobre um móvel, um crânio falso cheio de minhocas e acendem velas ao redor da cama de Cropsy, que estava dormindo profundamente e que só acorda com o som de pancadas na janela executadas pelos seus carrascos.
O susto faz com que Cropsy derrube o crânio e as velas dando início a um incêndio e se não bastasse isso, as chamas acabam consumindo-o fazendo dele uma tocha humana e no desespero ele se joga no rio bem diante dos olhos daqueles moleques imbecis que percebem que seu trote passou da conta, porém nenhum deles move um dedo para salvar Cropsy.
Uma semana depois, um par de médicos avaliam o estado de Cropsy e ficam surpresos por ele ter sobrevivido depois de ter sofrido tamanho estrago.
Cinco anos se passam e depois de muitas cirurgias (e provavelmente de tentativas de aplicações de enxertos) e muita terapia, Cropsy recebe alta médica e agora está por conta própria iniciando uma nova vida para se reencaixar na sociedade, agora com uma deformação no rosto da qual ele terá que conviver para o resto de sua vida.
Crospy resolve tentar socializar com o mundo lá fora se aventurando com uma prostituta ocultando seu rosto. Porém na hora do vamos ver, o zelador não tem outra opção se não mostrar sua face assustando a aquela mulher da vida que se recusa a ter relações com aquela monstruosidade em forma de gente.
Furioso, Cropsy a ataca com a primeira coisa que ele encontra no caminho: uma tesoura e com esta mesma ferramenta ele mata a prostituta.
Na manhã seguinte, o acampamento Stone Water abre suas portas para mais uma geração de adolescentes idiotas cheia de hormônios que iniciam suas férias numa jogatina de beisebol.
Mais tarde, Michelle, uma das monitoras do acampamento faz uma ronda rotineira e aproveita para se inteirar sobres os crushs de cada garota, suas crises existenciais e seus conflitos internos, aquela velha desculpa que os filmes slasher dão para apresentar o elenco e distribuir seus subtramas repetitivos.
Um dos principais elementos desta nova safra de adolescentes é Alfred, um rapaz retraído e considerado o estranho da turma, comumente perturbado por Glazer, namorado de Sally por quem o rapaz tem uma queda e protegido de Tod, o parceiro de Michelle.
Depois de levar uma prensa de Tod por mexer com Alfred, Glazer resolve se vingar do garoto jogando-o no rio sem saber que ele não sabe nadar.
Os outros garotos tiram Alfred da água e resolvem dar um troco em Glazer atirando chumbinhos na bunda dele para mostrar que o esquisitão não está mais só.
Anoitecendo, alguém resolve espreitar o dormitório dos garotos e Alfred vê um vulto e corre avisar geral, mas ninguém da bola e todos vão ao refeitório jantar.
Lá, Glazer resolve convidar Sally para um passeio de canoa e acaba arranjando encrenca com Alfred para variar.
Logo depois, Tod fala sobre a noitada que vai ocorrer na Stone Water e passa aos acampantes algumas instruções e regras.
A manhã seguinte transcorre tudo bem com passeios de canoa e muita diversão e é a noite que as coisas ficam mais agitadas quando Fred, outro monitor junta a turma envolta de uma fogueira e começa a contar a história do acampamento concorrente, o Black Foot e o que aconteceu com Crospy, que segundo ele, era um bêbado e antipático que infernizava geral.
Fred ainda fala sobre uma fixação que Cropsy tinha por tesouras e no final geral leva o maior susto.
Mais tarde, enquanto passeiam pela florestam Eddy e Karen, um dos casais de adolescentes debatem sobre a peça que lhes foram pregada mais cedo durante a história de Cropsy. Eddy convida a namorada para nadar no lago.
Os dois ficam no maior love sem perceber que estão sendo vigiados.
Eddy tenta avançar o sinal muito rápido e Karen que é mais tranquila interrompe uma tentativa de coito deixando o crush sozinho no lago.
Ao sair da água, Karen percebe que suas roupas sumiram e ela acaba encontrando cada peça pendurada em uma árvore diferente. Emboscada, Karen acaba sendo atacada por alguém misterioso que a mata a sangue frio com uma tesoura (dou um doce para quem acertar quem é esta pessoa misteriosa).
Na manhã seguinte, Tod e Michelle encontram Eddy dormindo ao relento e o interrogam sobre o desaparecimento de Karen.
Percebendo que o negócio pode ser muito sério, os monitores espalham a notícia do desaparecimento e os jovens resolvem montar um grupo de buscas. Glazer por sua vez não perde a oportunidade e joga toda a culpa em Alfred.
Espalhados buscando a amiga, Glazer e Sally resolvem transar sem perceber que Alfred os stalkeava de longe.
Enquanto isso, o grupo de Eddy improvisa uma jangada e ao se lançar no lago, encontram a canoa de Karen boiando.
Ao se aproximarem, todos são atacados e mortos por um estranho forte e de posse de uma tesoura de jardinagem.
Super responsáveis e totalmente concentrados nas buscas, Tod e Michelle iniciam uma transa (ironia, tá?).
Do outro lado, Glazer e Sally terminavam uma transa rápida e o rapaz resolve que é hora de voltar as buscas, mas sua garota quer ficar por lá mais tempo. Glazer diz então que vai ao acampamento pegar fósforos para fazer uma fogueira e dane-se a Karen.
Sozinha, Sally é atacada pelo maníaco da tesoura. Não muito depois, Glazer retorna e vê a amada totalmente coberta. Ao descobri-la também é atacado e Alfred vê tudo se pondo a correr até encontrar Tod para quem conta em pânico que viu um cara deformado que ele acredita ser Cropsy matando Glazer com uma tesoura.
Mesmo desdenhando da história de Alfred, Tod vai até onde os corpos estão e é atacado. Com medo, Alfred corre novamente para se salvar.
Do outro lado, os adolescentes que restaram encontram a jangada do grupo de Eddy e Michelle pula na água para averiguar.
Tod, que havia sobrevivido chega até o outro lado do lago onde Michelle e os outros estão e atônito não consegue proferir uma só palavra.
Michelle encontra os corpos picotados na jangada e Tod ordena aos jovens que voltem ao acampamento e fiquem lá muito bem protegidos de qualquer ataque.
Tod mais uma vez se separa do grupo para procurar Alfred que não estava entre eles. Enquanto isso, Michelle que já estava de volta ao acampamento avisa a Fred sobre a chacina que recaiu sobre a Stone Water e depois de alertar a polícia, a dupla freta um barco a motor e se jogam na água para buscar o assassino a solto.
Do outro lado, Cropsy finalmente pega Alfred que grita por socorro sendo ouvido por Tod. Alfred é levado para uma mina em ruínas onde seu algos o prende com tesouras nas mãos em uma parede.
Tod entra no local escuro armado com um machado e quase é acertado em cheio por um vagão.
Pelo caminho, Tod encontra cadáveres e tem uma lembrança reveladora: ele é um dos responsáveis pela pegadinha que destruiu a vida de Cropsy há cinco anos.
Logo depois, Tod ouve os gritos e socorro de Alfred e chega até ele onde encontra também Cropsy, que finalmente revela seu rosto terrivelmente desfigurado.
Para devolver na mesma moeda, Cropsy ataca Tod com um maçarico até ser acertado por Alfred que aproveitou a confusão para se soltar.
Alfred perfura Cropsy com sua própria tesoura, mas é pego por ele ao tentar sair da mina.
Tod ataca o maníaco com o machado e Alfred fecha com chave de ouro ao atacar Cropsy com o maçarico matando-o de uma vez.
Tudo termina com um monitor de acampamento contando o desfecho desta história a noite envolta de uma fogueira como se fosse uma daquelas lendas urbanas de acampamento.
Um desfecho um tanto quanto interessante e criativo para um filme que apesar dos clichês e a influência notória das histórias de Jason Voorhees se saiu muito bem conseguindo sua própria identidade e sua fama mais do que merecida no meio.
A atmosfera de perseguição é predominante em quase todo o filme ainda que não seja completamente necessária já que desde o início nós sabemos que o assassino da Stone Water era o Cropsy, mas por outro lado ficou super bem acertado mostrar o rosto do maníaco da tesoura só no último ato deixando as expectativas lá no alto.
A tesoura por sua vez virou a marca registrada do Cropsy tornando a identidade e a busca pelo filme facilitada para aqueles que não sabem ou não se lembram de nenhum dos títulos, basta se referirem ao filme como ''aquele do assassino com tesoura de jardineiro'' e pronto, qualquer um que conheça vai saber identificar na hora. Não sei se essa foi realmente a ideia dos produtores ou se foi pura casualidade, o que importa é que foi uma jogada sensacional.
O enredo como eu já disse é cheio de clichês, mas tem uma premissa bastante criativa e atrativa. Os efeitos práticos e a maquiagem não são a oitava maravilha do mundo, mas funcionam bem e não envelheceram tanto, então dá para curtir de boa com a certeza de que o filme ainda funciona nos dias de hoje com maestria.
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário