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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 7 de janeiro de 2023

Aniversário Macabro / A Última Casa / The Last House on the Left (1972-2009)

 


O cinema de terror extremo ainda estava engatinhando nos anos 70 sem muitos títulos relevantes até que o até então novato Wes Craven resolveu começar sua carreira no vai ou raxa com um longa metragem livre de qualquer pudor ou preocupação com os sensores de classificação indicativa ou mesmo com a crítica especializada.

Nada estava certo e o fracasso e possivelmente o banimento da obra viria, mas Craven não se fez de rogado e rodou com pouco orçamento o pontapé para a sua entrada no mundo da sétima arte, um filme que quebraria o tabu que muitos jamais tentaram antes: o abuso sexual e a vingança como consequência do ato, algo que só viria a ser repetido anos depois com  A vingança de Jeniffer, o título que deu a origem do mais famoso Doce vingança, mas isso é um assunto para mais tarde...

A obra inicial de Craven, Aniversário macabro também ganhou um remake décadas mais tarde, em 2009 sob o título de A última casa, que é mais próximo da tradução do título original de ambas as versões The last house on the left e que narra as infelicidades de uma dupla de garotas que ao procurar diversão nas drogas viram alvo de uma armadilha que as levam a um fim trágico até que os pais de uma das duas descobrem o crime chocante e resolvem se vingar dos criminosos que caem em suas mãos por obra do destino.

As versões tem divergências mas seguem a mesma linha e um filme não desvaloriza o outro, porém a adaptação do clássico não fez o mesmo sucesso e mais tarde eu explico o por que e eu focarei primeiramente no resumo da versão original e depois eu explico as diferenças.

Tudo começa quando o casal formado pelos doutores John e Stelle Collingwood dão permissão á sua filha única Mari que vá a um show de rock ao vivo em outra cidade com sua melhor amiga Phyllis Stone, mesmo sabendo que a garota anda em más companhias e em lugares nada ortodoxos.

Mari pega o carro dos pais emprestado e com Phyllis a bordo, elas cortam caminho por um bosque denso visando fazer uma parada antes do tão esperado show.

Perto de lá, em uma casa casa decadente se ouve o noticiário de uma estação de rádio que alguns criminosos locais fugiram da cadeia e estão foragidos, entre eles: Krug Stillo, condenado a prisão perpétua acusado de ter matado um padre e duas freiras, além de ter viciado seu único filho em heroína desde muito cedo e Fred "doninha (Weasel no original)" Podowski, um estuprador notório (Fred e Krug... visionário o senhor Craven, não?).

Os próprios Fred e Krug ouvem o noticiário, acompanhados de Sadie, a amante de ambos e Junior Stillo, o filho bastardo de Krug vivendo uma vida completamente desregrada e promiscua.

Mari e Phyllis param justamente na frente da maloca dos foragidos com o intuito de conseguir droga da boa e ninguém menos que Junior oferece a elas uma colombiana das fortes pela bagatela de 20 dólares e as duas caem na arapuca do covarde filho de Krug que as leva para dentro de seu cafofo onde são impedidas de sair despertando o interesse de Fred que quer experimentar as meninas.

Enquanto isso, completamente despreocupados, John e Stelle preparam uma festa surpresa de aniversário para recepcionar a filha quando ela chegar do show.

De volta ao barraco dos foragidos, Fred e Krug estupram Mari sem fazer cerimônia enquanto Phyllis entra em desespero e Sadie assiste a tudo estasiada. 

Na manhã seguinte, a quadrilha desmaia as meninas e as levam para o bosque.

A falta de notícias de Mari faz seus pais contactarem a polícia e o xerife notifica aos Collingwood que o show onde supostamente sua filha deveria ter ido acabou de madrugada.

O carro de Fred quebra no meio do caminho forçando o grupo a seguir a pé sem se dar conta de que eles estão muito próximos a residência dos Collingwood onde o xerife tenta acalmar o casal preocupado.

Mais tarde, depois de muita caminhada, embrenhados no mato o bando resolve torturar Phyllis a obrigando a se mijar e depois a tirar suas calças. Logo depois, as duas são despidas e obrigadas a se tocarem.

Um tempo depois, enquanto Krug colhe lenha, Phyllis aproveita a oportunidade para fugir fazendo Sadie e Fred irem atrás. Mari por sua vez se aproveita da fragilidade e da falta de atitude de Junior para convencê-lo a fugir com ela em troca de drogas e de uma medalha hippie e o jovem que é um coitado fica balançado.

O xerife e seu assistente Harry recebem a notícia de que o bando de Krug foi visto por perto e que eles pretendem cruzar a fronteira com o Canadá. Ambos montam á viatura e partem ao encalço da quadrilha.

Sadie agarra Phyllis ao alcançá-la, mas é apedrejada na testa deixando a amiga de Mari fugir novamente.

Depois de muito correr, Phyllis chega a um cemitério próximo a rodovia, porém é cercada por Sadie, Krug e Fred e este último a apunhala pelas costas enquanto o xerife e seu assistente ficam sem combustível no meio do nada.

Phyllis tenta se arrastar enquanto o trio discute, mas ela fica sem forças e é alcançada sendo esfaqueada várias vezes revezadamente até a morte.

A essa altura, Mari e Junior se afastam da mata, mas o bando os alcança e a garota descobre da pior maneira que sua melhor amiga morreu.

Depois disso, o bando mutila Mari aos olhos vagos e sem força de vontade de Junior e a tortura segue com Krug a estuprando ferozmente.

Depois do ato, Mari caminha exausta, se sentindo destruída e desonrada enquanto o trio a observa calados e com um olhar vago sob uma música triste ao fundo (um momento raro de reflexão?).

Mari caminha até o lago onde pretende acabar com sua dor e indignidade e Krug resolve ajudá-la dando vários tiros até atingi-la mortalmente.

No maior estilo comédia pastelão da sessão da tarde, o xerife e Harry tentam pegar carona em uma caminhonete de carga de frangos de uma tiazinha banguela dos dentes da frente muito da debochada que além de oferecer o alto da cabine de seu veículo como única opção, ainda os derruba na arrancada (e mais uma vez a trilha sonora ao estilo de comédia rural brinda a cena com primor).

Depois de se banharem no lago, o bando se veste formalmente e procuram abrigo para passarem a noite e ironicamente acabam escolhendo a residência dos Collingwood como alvo.

Conseguindo hospedagem e bóia por meio da lábia, o trio se delicia com o jantar farto dos gentis Collingwood, enquanto Junior tem um pesadelo com a morte de Mari.

Naquela mesma noite, Stelle pega Junior no banheiro passando mal e ao tentar ajudá-lo, percebe que ele usa uma medalha hippie semelhante a de Mari no pescoço.

Desconfiada, Stelle abre a mala do rapaz e encontra uma peça de roupa suja de sangue.

Instintivamente, Stelle e John correm até o lago depois de um alerta da esposa e encontram o corpo da filha comprovando suas suspeitas sobre os estranhos hóspedes.

Enquanto isso, Fred que já havia sacado quem eram os Collingwood, sonha estar amarrado á uma mesa de cirurgia e que John está prestes a quebrar seus dentes da frente com uma marreta e uma estaca de ferro.

Sem sono, Fred vai até a sala onde Stelle está bebendo e esta, sabendo que o rapaz se sente atraído por ela o manipula fazendo-o achar que ela está dando mole para ele e aproveita para levar o recém chegado para dar uma volta no bosque enquanto John prepara algumas armadilhas pela casa (Kevin McCalister morreria de orgulho).

Logo depois, John se arma com uma espingarda, espalha espuma de barbear no chão do quarto de Mari e esconde a arma de Krug.

Paralelamente, Stelle convence Fred a se deixar ser amarrado com os braços para trás e inicia o sexo oral com ele até que ao excitá-lo, arranca o genital do criminoso com os dentes chamando a atenção dos demais com seu grito de dor sendo eliminado logo depois.

A luz do quarto se apaga e começa uma pancadaria no escuro. Assim que as luzes se ascendem, John e Krug iniciam um corpo a corpo onde o criminoso se dá conta que o corpo de Mari está sobre o sofá da sala entendendo que a casa caiu para o lado dele.

Furioso, Krug espanca John até que Junior finalmente toma uma atitude ao dar um tiro de advertência no próprio pai. Krug se aproveita de sua influência e faz chantagem psicológica para cima do rapaz o obrigando a atirar contra a própria boca e é o que ele faz se libertando de uma vez por todas de suas amarras de amargura e vício.

Krug ouve um barulho de moto serra e se dá conta que é John que aproveitou seu descuido para se armar e parte para cima de seu algos. 

Do lado de fora, Sadie encontra Stelle e entra em embate com ela enquanto Krug é atacado sem piedade. Sadie se desvencilha de Stelle e pula na piscina onde ela cai em uma das armadilhas de John: o pai de Mari eletrificou a piscina e com isso, a vagabunda vira torrada vertendo sangue até pela alma morrendo no processo.

O xerife e Harry chegam no momento em que John termina de mandar Krug para o inferno depois de trucidá-lo com suas próprias mãos. Stelle abraça o marido aos prantos e tranquilos sabendo que agora Mari e Phyllis podem descansar em paz.

O que se segue é uma chamada do elenco nos créditos finais ao som de uma música que mescla rock com country para animar o telespectador depois da chacina que acabou de acontecer.

O remake já começa totalmente diferente num ponto onde Krug é resgatado por Sadie e Fred (que nesta versão se chama Francis) de uma viatura de polícia, cena esta que teria sido interessante se existisse na versão original.

Na sequencia, Krug mata a sangue frio os policiais que o detiveram e o bando ai sim vão para casa sendo dados como foragidos.

Aliás, a versão de 2009 não conta nem com o xerife e tão pouco com Harry, o que foi uma excelente escolha visto que no original ambos só serviam como alivio cômico, o que para mim foi deveras desnecessário além de forçado ao extremo.

Nesta versão, a amiga de Mari se chama Paige e Junior se chama Justin e eles se conhecem num mercadinho onde Paige trabalha e depois de uma conversinha rápida, o filho de Krug oferece droga as meninas ao contrário do original onde as meninas vão direto aos negócios.

Outra diferença é que o trio de bandidos chegam de surpresa á maloca de Justin no momento da barganha enquanto no original eles já estavam lá. Justin não tinha nenhuma intenção de prejudicar as meninas e em momento algum fica claro se ele é ou não usuário de drogas e ele é totalmente inconivente com as atitudes do bando.

O início da história para os Collingwood também é diferente, por que a casa do bosque na versão de 2009 é um local de férias onde o cunhado de John era o caseiro durante o ano enquanto que no original é a residência fixa da família.

Stelle no remake se chama Emma e seu embate final com Francis (Fred) é bem diferente, não tendo sexo oral nem nada de vulgar. Além disso, ela consegue a façanha de prender o braço do assassino num triturador de lixo deixando só o toco e John encerra matando-o com uma marretada na cabeça.

Krug tenta matar Justin com um espeto de brasa, mas ao contrário da versão de 1972, aqui o garoto sobrevive já que ele consegue convencer o casal Collingwood de sua inocência e total reprovação dos atos do pai, afinal ele também é uma vítima.

Aliás, Mari sobrevive e consegue se arrastar até a casa do bosque chamando a atenção dos pais ao bater a porta com uma cadeira de balanço já que estava exaurida e nem se quer conseguir proferir uma única palavra.

Krug sobrevive também no final, porém ele é imobilizado em uma mesa de cirurgia improvisada e tem sua cabeça presa a um forno de microondas ligado em potencia máxima fazendo seu crânio explodir.

No final, a família Collingwood pega um barco que eles tem e vão embora com Justin e Mari prontos para recomeçarem uma nova vida.

Ao contrário da versão de 1972, o remake foi mais leve na questão do sexo reduzindo toda a atrocidade do original a uma única cena de sexo bem breve e com roupa, sem absolutamente nenhuma nudez.

O trio de criminosos no remake não é tão promiscuo e tão pouco tem vícios, se limitando apenas a matar e falar muita merda, porém a violência aqui é elevada a vigésima potência priorizando com gosto o sangue do início ao fim.

Ainda assim, ficou faltando aquele temperinho para ficar tão emblemático e memorável quanto o original, que também tem suas falhas, como por exemplo a presença escrota do xerife e seu atrapalhado assistente que além de não agregarem nada a trama ainda foram inúteis na cena final. Acredito eu que as façanhas de ambos foi uma desculpa do roteirismo para que o filme não ficasse ainda mais curto do que já era e por que tinha mais cachê disponível para pagar para alguém, vai saber.

A versão de 1972 por sua vez, tem sexo, promiscuidade, antagonistas mentalmente perturbados, um apelo dramático maior e pontual além de uma trilha sonora bastante aleatória e deveras contrastantes com cada momento em que eram executadas e é por conta deste capricho que a versão original me ganha, fora seu tempo de duração que é bem curtinho e mostra tudo o que tem que ser mostrado sem embarrigar muito, apesar do xerife... tá, parei.


Trailer (Versão de 1972):


Trailer (Versão de 2009):



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