Diversão Macabra / Amusement (2008)

 

E lá vamos nós para mais uma tranqueira teen slasher que empesteou os anos 2000 em busca de fortalecer a franquia que se abastava de obras e mais obras insossas, genéricas e mal produzidas que vira e mexe acaba voltando a ser tema de discussões e resenhas.

Esse caso eu também tenho lá o meu histórico por conta de suas inúmeras reprises das sessões de cinema noturnas do SBT, mas desta vez eu trago uma curiosidade pitoresca: eu não tive a menor vontade de assistir na época em que foi exibido apesar do chamariz ser a figura de um palhaço macabro que é um personagem de filme de terror que eu gosto muito, mas parece que a premonição de que a obra dirigida por John Simpson era uma bomba me pegou antes da curiosidade.

Aliás, eu só fui ver o filme pela primeira vez há pouco tempo, agora sim em plena ciência de que Diversão Macabra é fraco, mal executado e pregou uma peça em quem esperava ver um filme de palhaço assassino, sendo que a figura macabra era apenas uma fantasia temporária e seu autor era um babaca qualquer com um passado confuso, raso e sem uma motivação realmente justificável.

Para contextualizar rapidamente a obra toda, nós temos um grupo de amigas que é abduzido por uma figura misteriosa que se fantasia de várias formas e simula várias situações para conseguir levar a cabo o seu plano e o diferencial é que cada mocinha tem seu próprio ato tal qual se estivéssemos vendo um filme antológico com histórias isoladas, mas no fim todas se cruzam para o final que é broxante, não revela nada e não trás um desfecho satisfatório.

Começando o filme, nós temos o vislumbre de um anuário escolar antigo com alguns nomes rabiscados de crianças transicionado com suas versões adultas que serão os protagonistas a seguir.

Já nos dias atuais conhecemos Shelby Leds e seu namorado Rob pegando estrada para Cincinnati no meio da noite e o casal tem uma breve discussão por conta da pira que o rapaz tem pela velocidade já que ele simplesmente se achando o dono da pista deu uma acelerada básica sem nenhuma necessidade.

Posteriormente, o casal cruza com um caminhão Scania em alta velocidade numa tentativa clara de ultrapassar o veículo que toma todo o espaço da rodovia até que ambos estacionam em um posto de gasolina.

Enquanto enche o tanque, Rob acaba fazendo amizade com um outro motorista que vinha logo atrás deles. Na sequencia, o motorista da Scania diz aos dois que a estrada da interestadual está bloqueada e se oferece para mostrar o caminho alternativo para a saída da cidade.

No caminho, o caminhoneiro misterioso joga uma jovem de dentro do veículo em movimento obrigando Rob, Shelby e o novo amigo a pararem para prestar os primeiros socorros. Rob por sua vez, resolve seguir o maluco através de sua placa e ao faze-lo acaba chegando a um descampado sem iluminação onde ele resolve sair para procurar algum vestígio da Scania e eis que o veículo surge do breu acendendo seus faróis direcionando-os para Rob que volta correndo para o seu carro dando a ré.

Do outro lado, a jovem que estava de posse do caminhoneiro misterioso acorda e revela ter se jogado do veículo.

Alguns minutos se passam quando Rob volta a cena do acidente e neste meio tempo, segundo o amigo, ele foi agredido ao tentar impedir o motorista de levar Shelby e a outra garota consigo.

A dupla transita por alguns metros até chegar num barraco onde o caminhoneiro telefona para alguém. Rob e o amigo se dividem e enquanto ele encontra as amigas enroladas dentro do carro, o amigo mata o caminhoneiro a machadadas se revelando um psicopata que gargalha de sua obra e além de tudo foi ele quem armou tudo desde o início levando Rob e Shelby para uma emboscada.

Sádico, o assassino arrebenta o vidro do local onde Rob e as garotas estão e os rende.

Dias depois, somos levados até Tabitha Whright chegando na casa de uma tia que a incumbiu de tomar conta das crianças da casa, os primos pirralhos da moça Danny e Max que curiosamente estão vendo o desenho animado do Maskara pela televisão.

Tabitha fica encucada por que não há nenhum adulto por perto tomando conta dos meninos e nisso, do interior do quarto dos pais das crianças nós vemos um enorme palhaço de brinquedo rindo.

Um tempo depois, um rapaz de capa de chuva preta, debaixo de um toró se dizendo se chamar Owen e se identifica como namorado de uma jovem chamada June que é a baba que deveria estar cuidando dos meninos até Tabitha chegar e este diz a garota que a namorada andou faltando aos ensaios das líderes de torcida e antes de ir deixa um recado.

Na sequencia, Tabitha se dá conta que os meninos sumiram e os procura num quarto de brinquedos repleto de palhacinhos e entre eles um palhaço em tamanho real sentado numa cadeira com uma pequeno acordeon pirata nas mãos.

Depois de encontrar os meninos, Thabita os coloca na cama e ao sentir uma presença próxima ao quarto ordena a duplinha que durmam imediatamente.

Caminhando pelo corredor, Tabitha observa o palhaço de tamanho real e se sente desconfortável tocando-o desconfiada.

Ao se convencer de que tudo está bem, a garota resolve trocar de roupa até se dar conta de que a tevê ligou sozinha e que o controle remoto está na mão do palhaço pegando-o.

Um tempo depois, Tabitha se deita mas fica inquieta com a presença do palhaço que mexe o rosto deixando claro que é uma pessoa fantasiada e não um mero boneco.

Do nada, o telefone toca e é a mãe dos meninos querendo saber se eles já estão em suas camas e nisso Tabitha fala de seu incomodo com o palhaço e ao se virar percebe que ele saiu de sua cadeira.

Assustada, Tabitha acorda os meninos e alerta que há alguém invadindo a casa, mas eles dizem que é o palhaço e que ele só quer se divertir.

Do nada, o palhaço invasor começa a arrombar a porta do quarto e Tabitha bloqueia a passagem com o guarda roupa. Sem tempo a perder, a garota coloca os primos para fora do quarto pela janela e ordena que eles busquem ajuda.

Quando Tabitha tenta descer as escadas, o palhaço a ataca fazendo-a cair mas ela se recompõe na mesma hora e corre até o quintal e de lá para a garagem onde se esconde. O palhaço no entanto a alcança e a encurrala soltando uma gargalhada deixando claro que ele é o mesmo cara que abduziu Shelby e os outros.

Um tempo depois, descobrimos que Tabitha conseguiu se salvar e agora aos cuidados do FBI, ela é interrogada por um policial e nisso, ela tem um flash de memória da infância na cidade de Briar Hills, onde ela e outras garotas estão na escola numa espécie de feira de ciências onde elas mostram caixas com maquetes dentro e um menino, o bizarro da turma mostra em sua maquete um rato preso pelas patas e com a barriga aberta verticalmente expondo seus órgãos internos.

Voltando ao presente, uma psiquiatra chega até a sala do interrogatório e começa uma sessão com Tabitha.

Em outra ocasião, somos apresentados á Lisa Swan que leva uma vida de festas e um namoro perfeito com um jovem chamado Dan.

Ao voltar para casa, Lisa procura por sua amiga Cat que aparentemente não está e a jovem aproveita para convidar Dan para dormir com ela.

Amanhece e Lisa estranha que Cat ainda não chegou e vai até uma pensão gótica romena chamada Peres, onde é mal atendida fazendo-a dar meia volta e fica com Dan do lado de fora esperando por duas horas e estranhamente nenhuma alma viva se quer entrou ou saiu do estabelecimento.

Dan entra na pensão e joga um papo de que ele é do departamento de saúde (vigilância sanitária) e descobre que o local não está tão cheio como o gerente que o atende diz. O namorado de Lisa ainda manda um papo sobre uma queixa dos vizinhos com vindo da pensão e o gerente o faz esperar.

Sem paciência, Dan explora cômodo por cômodo da pensão que mais parece um antiquário e nisso o gerente reaparece deixando-o experimentar uma vitrola antiga.

Encantado, Dan observa uma estátua de pedra que ornamenta a vitrola e esta dispara um par de dardos que acertam seus olhos nocauteando-o enquanto o gerente ri (nem precisa dizer quem ele é).

Estranhando a demora de Dan, Lisa liga para o celular dele porém cai na caixa postal e ela resolve dar o famoso jeitinho brasileiro para entrar na pensão quase sendo descoberta no processo já que a jumenta deixa cair objetos de vidro, porém o impacto chama a atenção do gerente que sai para averiguar.

Lisa aproveita a deixa e entra na pensão pegando uma escada que leva a uma espécie de masmorra e ao chegar ao porão encontra várias camas de hospital e numa delas há um rapaz assustado e visivelmente perturbado que mal consegue proferir uma única palavra, mas consegue responder a jovem que não viu Dan e tão pouco Cat. O perturbado ainda diz ter medo ''dele'' e que ''ele'' irá pega-la.

O louco a esconde debaixo de um colchão onde Lisa tenta novamente ligar para Cat, mas acaba ouvindo o toque vindo de uma cama próxima e ao se dar conta de que aquilo é a maior roubada, a jovem move o lençol da cama revelando Cat presa no forro do colchão ainda vida além de corpos presos em outras camas.

Lisa pede ajuda ao louco e ao perceber sangue em seus pés se dá conta de que ele é o gerente da pensão e o mesmo raptor das outras garotas já apresentadas.

Voltando ao FBI, Tabitha segue prestando depoimento á psiquiatra que acaba mencionando Shelby.

Tabitha diz a ela que Shelby e Lisa eram suas amigas de infância na escola primária de Briar Hillse nisso a psiquiatra diz que um de seus pacientes que fugiu do hospício é da mesma cidade. A terapeuta diz á Tabitha que Shelby e Lisa estão no estabelecimento em celas separadas esperando para depor e sai para dar um telefonema.

Sem saber que está sendo filmada atrás de uma janela de dupla face, Tabitha percebe a porta da sala aberta e evade no mesmo instante. No meio do caminho, encontra o mesmo policial para quem ela prestou depoimento antes e nisso, descobrimos que ele é o psicopata das gargalhadas.

Depois de nocautear a psiquiatra, o psicopata persegue Tabitha às gargalhadas até ela chegar a uma cela onde tenta se esconder, mas é descoberta. Rapidamente, ela entra numa espécie de sala de cirurgia e pega um bisturi, mas antes que pudesse contra atacar, a jovem é presa numa outra cela onde duas portas de metal se fecham e nisso, um aparato é acionado comprimindo as paredes que param de diminuir o espaço em que Tabitha se espreme antes que o pior pudesse acontecer.

As luzes se acendem e Tabitha vê Shelby e Lisa amarradas com o peito aberto cirurgicamente tal qual o rato do projeto do menino louco da escola primária que agora fica claro ser o mesmo psicopata que as estavam perseguindo até pega-las e este finalmente aparece gargalhando.

O maluco abre a cela de Shelby e revela que a abertura na barriga da jovem era apenas efeito prático e nisso, Tabitha ri chamando a atenção do algos que a deixa entrar na sala de tortura. Tabitha aproveita a oportunidade para plantar o bisturi no ombro do maluco e solta as amigas dando início a uma fuga.

Lisa no entanto é esfaqueada e morta no processo enquanto Shelby encontra uma escada que dá no térreo e durante a perseguição, o maluco a alcança e a joga do alto das escadas para a morte.

Sem tempo para lamentar, Tabitha sobe até chegar na cozinha que é cortada ao meio por uma tela de arame. Percebendo que o maluco se acerca, a garota se esconde em um cômodo apertado e acaba encontrando a fantasia do palhaço que está vazia.

Ao observar pelo olho mágico, Tabitha percebe que o maluco a encontrou enquanto que ao mesmo tempo, um caminhão circula do lado de fora. Ela então se dá conta que não está em um cômodo, mas sim na carga do mesmo caminhão.

O maluco observa Tabitha pelo olho mágico, mas ela aproveita as garras de uma luva da sala de tortura para acertar os olhos do algos matando-o.

No acento do motorista iniciando sua fuga para a liberdade, Tabitha narra quem era o assassino das muitas faces e diz que nada poderá trazer as amigas de volta seguido de uma gargalhada insana.

O roteiro de Jake Wade Wall é pobre, raso, as vezes confusos e mal acabado, visto que ele não tem muitas produções no currículo, nada muito expressivo como algumas poucas obras conhecidas como Simples como amar, Quando um estranho chama e o remake de 2007 de A morte pede carona.

Apesar do filme apresentar um passado para as mocinhas e o antagonista, não fica muito claro o por que da vingança do mesmo e nem se quer é revelado seu nome, tendo o personagem sido creditado apenas como The Laugh (A risada). Apesar do artificio do assassino ter várias faces e uma marca assinatura, sua gargalhada, nem assim ele se tornou marcante, fora que ele foi morto muito rápido e muito fácil.

A violência gráfica do filme é mediana tendo um trabalho de efeitos práticos razoável quando nos lembramos da cena das barrigas abertas que realmente passavam uma sensação de trabalho bem feito, porém isso não era suficiente talvez devido ao orçamento que eu presumo que tenha sido baixo já que ele nem se quer foi divulgado, fora que as críticas especializada de uma equipe que teve acesso antecipado ao longa acabou fazendo com que a produção optasse por adiar o lançamento no cinema até por fim resolverem lançar diretamente em DVD.

A ambientação da pensão, sobretudo seu interior é bem feita, a montagem é bastante imersiva e este ato final ainda vale a pena pois o clima de tensão é o ponto alto e poderia ter sido melhor executado se a final girl tivesse uma luta decisiva com o assassino mais extensa e mais difícil, além do antagonista poder ter tido uma morte mais memorável, o que deve ter sido descartado por conta do orçamento, vai lá se saber...

Trailer: