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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 13 de agosto de 2022

A maldição de Cathy / Cathy's Curse (1977)

 


A década de 1970 começou muito bem com uma das maiores pérolas do terror: O exorcista, que acabou inspirando outros filmes com temática de possessão demoníaca, com tentativas esdrúxulas de faturar sua fatia do bolo nos brindando com tranqueiras de baixo orçamento, efeitos práticos pobres e maquiagens mequetrefes.

Uma dessas obras, que bebeu claramente da mesma fonte do filme que projetou Linda Blair para a fama foi a maldição de Cathy de 1977, o mesmo ano do lançamento da sequência de O exorcista que apesar das baixas avaliações tem sim uma trama interessante e bastante simples a curto prazo, mas que... é melhor desenrolar este carretel e lá no final a gente fala melhor sobre os pós e contra desta joia perdida.

O filme começa anos antes do evento principal com um homem chegando em casa possesso da vida procurando por sua mulher de nome Joanne e acaba encontrando sua filha pequena sentada na cama, chorando agarrada a sua boneca.

Ao perguntar á pequena sobre sua mãe, o pai é surpreendido ao descobrir que sua mulher fugiu com seu outro filho, George. Irado, ele pega a menina pelo braço e jura que sua mãe vai pagar pelo abandono.

Os dois pegam estrada debaixo de um inverno nevado e no meio do caminho, tentando evitar que um coelho fosse atropelado a menina puxa o volante do carro do pai que perde o controle e derrapada sobre o acostamento. 

Desesperada, a menina chama pelo pai que está desacordado enquanto o carro é tomado pelas chamas.

Agora sim, o filme passa por um momento de transição para o tempo presente, onde o casal George (sim o filho do homem que perdeu a vida junto de sua filha no acidente de carro) e Vivian Gimble juntamente com sua filha de nove anos Catherine, carinhosamente chamada de Cathy retornam para a casa onde o rapaz foi criado e onde tudo começou para morar lá sendo ansiosamente aguardados pelos empregados da família: a governanta Mary e o faz tudo Paul, ambos de idade avançada.

A família mal havia parado o carro e um evento paranormal muito estranho acontece: Cathy que havia dormido muito bem acobertada durante a viagem pela relva coberta de neve desperta ao ser chamada e assim que retira o cobertor com a qual estava aquecida paralelamente o lençol da cama do quarto infantil que muito provavelmente será de Cathy se mexe sozinha como se um fantasma acabasse de acordar e se preparasse para deixar seu leito.

Logo depois que a família se instala, Vivian sobe para levar Cathy até a cozinha para tomar um bom copo de leite quente e neste instante somos deleitados com um vislumbre de um foco de luz muito suspeito refletido sobre a porta.

Enquanto toma um chá com a família, Vivian que não está bem dos nervos sente estar sendo observada e George resolve ir com Cathy até o quintal para investigar e logo volta para dentro de casa com três crianças pequenas que estavam passeando por perto e estes se apresentam como Geraldine, Walter e Peter que logo descobrimos ser os filhos de Margareth Burton, a amável vizinha dos Gimble que aparece em seguida para se apresentar, se desculpar pela invasão dos pequenos e logo se despede levando-os consigo.

Mais tarde, depois de ajudar a mãe a tirar o pó da escadaria, Cathy diz se sentir cansada e Vivian dá permissão para ela subir e descansar, porém a menina aproveita para explorar o sótão e entre um cacareco e outro ela se encanta com uma estranha boneca de pano com os olhos fechados.

Cathy também descobre um quadro antigo retratando uma menina de casaco vermelho parecida com ela que é nada menos que a irmã falecida de George e portanto, tia de Cathy.

Um pouco mais tarde, Vivian recebe a visita de Margareth que traz consigo sua amiga Agatha Courtney que se apresenta como médium especialista em se comunicar com objetos inanimados.

Enquanto isso no quintal, Cathy brinca com os filhos de Margareth.

Agatha dá uma amostra de sua mediunidade ao tocar uma fotografia do pai de George. Ela faz uma espécie de viagem de regressão presenciando ainda que nebulosamente o ocorrido nos últimos momentos de vida de pai e filha anos atrás.

Cathy por sua vez, brincava de acidente com um carro de brinquedo. E não era um acidente qualquer: como se fosse uma diretora de cinema, Cathy dá aos amiguinhos papeis nesta brincadeira, um de pai e um de filha e faz uma espécie de reconstituição rica em detalhes do acidente fatal de seu avô e sua jovem tia sem se quer ter tido o menor conhecimento de como ocorreu!

A encenação deixa subtendido que a tia de Cathy feriu seus olhos no acidente e garantindo a Geraldine, a quem fazia o papel da filha que seus olhos ardiam e que ela poderia sanar sua dor com um prego. Ela pretende furar os olhos de Geraldine!

Paralelo a isso, Agatha sentia as dores do fogo que consumiam pai e filha no acidente de anos atrás até ouvir-se um grito vindo do quintal: é Geraldine.

Vivian e as amigas rapidamente correm para o quintal a tempo de evitar uma desgraça, e a brincadeira de Cathy felizmente terminou apenas com um arranhão superficial no rosto de Geraldine, porém o susto ficou e Margareth logo se despede assustada indo embora com Agatha e os filhos.

Ao exigir explicações a Cathy, Vivian fica no vácuo pois a filha a ignora totalmente.

Na hora de dormir, Vivian toma a boneca de Cathy por considerá-la um trapo velho e vai para seu quarto iniciar um coito com George, porém antes que o ato pudesse ser consumado, o casal ouve os gritos abafados da filha que estava inquieta batendo sua cabeça contra o travesseiro.

Quando o casal sobe para averiguar descobrem que Cathy chora pois sente falta da boneca e então Vivian decide devolver o brinquedo a filha que consegue enfim descansar.

Na manhã seguinte, Vivian precisa ir a rua e deixa Cathy que ainda está dormindo aos cuidados de Mary ordenando a governanta que deixe a menina dormir o quanto quiser pois ela dormiu mal a noite.

Cathy acaba acordando na sequencia e ao se levantar se olha no espelho que reflete sua tia juntamente com a boneca.

Ao descer para o café, Cathy olha fixamente para uma estátua de porcelana que o pai havia acabado de restaurar e a explode com o poder da mente.

Logo depois a menina, quebra de propósito uma tigela de cereal e tem uma breve rusga com Mary que só queria agradá-la.

Mais tarde, Mary encontra a boneca maltrapilha de Cathy que ordena a serviçal com uma vós demoníaca que a devolva para sua dona e logo em seguida levita até os braços da menina.

A boneca diz a Cathy que Mary a viu e precisa ser eliminada e através de seu poder de manipulação faz a governanta pular da janela para a morte bem no momento que Vivian chega. A mãe de Cathy acaba vendo a menina na janela que se esconde.

Não muito depois, Vivian reporta tudo o que viu a George e um detetive que foi contratado para investigar a morte de Mary.

Algumas horas depois, George e Cathy fazem um lanche para Vivian que estava na cama ainda abalada com o que aconteceu.

Ao subir para levar a bandeja com o lanche para a mãe, Cathy fica imóvel sem ao menos piscar e com os olhos saltados olhando para o nada enquanto temos um vislumbre de uma ilusão onde o lanche, a maçã e o leite que estavam sobre a bandeja apodrecem gradativamente através de um efeito de stop motion até que bacana.

Ao chegar no quarto, Cathy acaricia a mãe que acorda assustada tendo um surto. George corre rapidamente e a calma.

George pede a filha que vá para a cama e num breve momento de lucidez, Cathy chora e teme pela mãe sendo observada pela boneca que estava de olhos abertos.

De manhã, Vivian tenta se desculpar com Cathy pelo susto e pelo surto da noite anterior e a menina começa se teleportar de um canto para o outro deixando a mãe confusa. Não satisfeita, a menina provoca um terremoto e o susto é o suficiente para George mandar a esposa para uma clínica de reabilitação mental.

Não tendo outra opção, George deixa Paul cuidando da filha para poder ir trabalhar.

Naquele mesmo dia, Paul tenta fazer Cathy alimentar Sneaker, a cadela de raça doberman de Paul, mas a menina diz não gostar de cachorros ainda mais por ela ser fêmea. Sneaker também não parece ir com a cara dela sabendo por puro instinto que a menina não está em seus dias normais.

Anoitecendo, Agatha aparece na residência dos Gimble procurando George e encontra Cathy embebedando Paul e rindo muito com ele.

Aproveitando que Paul não conhece a visitante, Cathy finge que também não a conhece e junto do faz tudo expulsa a médium debaixo de palavras de baixo calão.

Cathy e Paul voltam para dentro de casa e a menina continua embebedando o faz tudo. Com seu olhar penetrante, a menina paralisa Paul e o hipnotiza fazendo-o ver uma cobra, alguns ratos em seu colo e uma tarântula que passeia pelo seu pescoço sem que ele possa se defender.

Com seus movimentos parcialmente recuperados e totalmente tremulo, Paul bebe mais um trago completamente aterrorizado.

De volta a casa, George põe a filha para dormir e sem que ele se dê conta, Cathy usa seu poder mental para hipnotizar Sneaker que amanhece morta com a cabeça sangrando sobre uma pedra.

Mais tarde, Paul vê Cathy brincando com a boneca imunda e tenta tomá-la da menina debaixo de provocações, mas quando toca o brinquedo acaba rasgando a palma da mão e logo depois começa a vomitar algumas pelotas de sangue desmaiando em seguida.

Naquela mesma tarde, Agatha marca pelo telefone uma visita a casa dos Gimble e ao chegar lá, é atraída pela vós de Vivian que... não havia voltado da clínica ainda. A vós a leva até o sótão onde encontra Cathy que diz a sangue frio que sua mãe está em um hospício.

Logo, o retrato da finada Tia de Cathy faz Agatha ver ilusões com uma versão de si mesma envelhecida, louca e decadente ordenando a médium que vá embora de lá e nunca mais volte. Em pânico e disposta a se calar sobre o que viu, a médium dá o pinote.

Vivian recebe alta e George e a deixa em casa precisando voltar para a rua. Quando Vivian ia entrar, sua casa fecha as portas e as janelas deixando-a presa do lado de fora.

Um tempo depois, George volta e encontra Vivian desmaiada levando-a para dentro para descansar.

Tarde da noite, Vivian acorda para jogar uma água no rosto quando algo a assusta. Ao ligar as luzes, George se depara com um casaco manchado de sangue sobre o cabide do closet. Ao se aproximar para examinar melhor, George percebe que o que manchou o casaco foi um dos frascos de um velho tônico que pertencia ao seu pai. O casal acaba rindo de alívio.

Na manhã seguinte, enquanto passeava com Cathy e outras crianças no parque, George perde a filha de vista e a menina vê no lago o reflexo de sua falecida tia que a hipnotiza fazendo ela se jogar na água gelada.

Uma das crianças avisa George que Cathy está se afogando e ele logo pula no lago salvando-a a tempo de evitar uma desgraça.

Depois do susto, o casal chega com Cathy em casa, e a menina que estava nos braços de Vivian a arranha no rosto deixando-a a beira de um ataque. Vivian acusa Cathy de te-la arranhada de propósito e George mete o foda-se amparando a filha.

Farto com os ataques de Vivian, George ordena que ela pare de imaginar coisas que não existem e que ela o deixe terminar seu trabalho em um canteiro de obras em paz.

Sozinha, Vivian resolve tomar um banho quando é atacada por uma ilusão que converte a água da banheira em sangue e logo em seguida ela se vê cercada de sangue sugas pelo corpo.

Mais tarde, George readmite Paul para que ele tome conta da casa e de Vivian em sua ausência.

Paul resolve subir para ficar de vigia no quarto de Vivian para poder ficar longe de Cathy.

George liga para casa dizendo ao faz tudo que vai demorar para voltar. Vivian acaba acordando e ordena Paul que saia do quarto e destrua a boneca de Cathy para salvá-la. 

Acatando ao pedido, Paul tenta tirar a boneca de Cathy mas é ferido na barriga por uma espécie de descarga de energia.

Ainda atordoada pelos calmantes, Vivian se levanta e vê pela janela Cathy intimidando Paul com a boneca além de ouvir a vós demoníaca do brinquedo possuído.

Ao sair para fora, Vivian vê Paul jogado no chão sem vida e com o rosto destruído. Logo, ela ouve a risada satânica da boneca e todas as luzes da casa se acendem. 

Vivian volta para dentro e vai direto ao quarto da filha onde encontra a menina sentada na cama, abraçada com a boneca e com o rosto completamente queimado.

Possuída, a menina diz se chamar Laura, este é o nome da falecida irmã de George, por isso as queimaduras.

Vivian toma a boneca a força e entra em luta corporal com Cathy / Laura até que George chega ouvindo ruídos e gritos pela casa.

Com as portas trancadas, George quebra uma das janelas e entra dando de cara com a filha deformada e possuída. Vivian aproveita a brecha e tira os olhos da boneca quebrando a maldição de Laura e livrando Cathy de sua influência maligna para sempre.

Como eu já disse e já mostrei neste não tão breve resumo, o filme tem um enredo simples e mal explorado com final fraco e preguiçoso. Talvez se o roteiro e a direção tivessem caído em mãos mais competentes o longa teria sido melhor explorado, os efeitos práticos teriam sido menos porcos e poderíamos ter um desenvolvimento melhor da trama que dava sim para explorar muita coisa e costurar pontas que ficaram soltas.

Mas nem tudo se perde, apesar de se inspirar no maior clássico da mesma década, o enredo é criativo e inovador para a época além de nos brindar com uma trilha sonora muito marcante.

Das cenas de violência não tinha muito o que se esperar se tratando de uma produção franco-canadense de baixo orçamento. O pão-durismo escancarado em uma ou outra cena envolvendo um efeito de sangue vagabundo é visível, porém a maquiagem da Cathy com o rosto queimado no último ato até que foi bem feito e me faz acreditar que gastaram quase toda a verba só nisso, fora a cena do stop motion que também deve ter levado uma boa grana. Má administração, fazer o que? 

No mais, o filme serve como um bom entretenimento de fim de semana e vale por se tratar de uma trama de quase 50 anos, então meio que é muito cinismo esperar que se faça um "Titanic" com 50  míseros centavos.


Trailer:



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