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Aqui no nosso point você encontra resenhas, curiosidades, trailers e críticas dos mais variados subgêneros de filmes de terror de todos os tempos. Tudo muito bem explicado para poder atender á vocês da melhor forma possível. Antes de mais nada, estejam cientes que todas as nossas resenhas CONTÉM SPOILER! Por isso, desfrute do nosso conteúdo em sua totalidade por conta e risco. Minhas críticas não são especializadas, eu sou apenas um cinéfilo entusiasta e tudo que eu relato nos parágrafos referentes as resenhas é puramente minha opinião pessoal, por isso sintam-se a vontade para concordar ou discordar mas mantendo a compostura no campo dos comentários ao final da postagem da semana. O cronograma deste blog segue as postagens de sábado sem hora definida e este ciclo só é quebrado tendo mais de uma postagem na semana em caso muito especial como por exemplo lançamentos. Preparados? então, apaguem as luzes, preparem um balde enorme de pipoca, garanta seu refrigerante e bom divertimento!

sábado, 30 de abril de 2022

A filha de Sarah / Sarah's Child (1994)

 


A necessidade de se constituir uma família perfeita pode levar casais a uma série de conflitos muitas vezes irreversíveis. A coisa fica ainda mais complicada quando se quer aumentar a família trazendo filhos ao mundo porém não podendo ter os seus próprios. A obsessão por manter valores morais e ser aceito na sociedade pode custar caro aos que não podem a ela se adaptar.

É justamente esse o plano de fundo no longa metragem produzido diretamente para o home vídeo, A filha de Sarah de 1994, um filme com um teor de suspense sutíl e enredo lento, mas que te prende a cada minuto devido ao grande mistério envolvendo uma criança misteriosa que surgiu do nada com o intuito de suprir a falta de um filho biológico.

O filme começa durante um flashback onde Sarah Lamair ainda criança acompanha o sepultamento melancólico de sua mãe. O filme corta para o presente onde Sarah e seu marido Michael estão em um penhasco curtindo a vista. Depois de simular um suícidio, Sarah conversa sobre o futuro do casal. Eles resolveram se mudar da agitação da cidade grande para a tranquilidade de uma pacata comunidade em Eternia Falls, onde Michael que trabalha como corretor de seguros de automóveis seguirá atuando em uma sucursal.

Recém instalados, o casal discute sobre a decoração do quarto do bebê que eles pretendem ter até a chegada da dona do imóvel, a agradável senhora Franklin com quem Sarah se dá super bem logo de início.

Na hora de dormir, Michael discute com Sarah sobre sua recusa em se consultar com um ginecologista e ela alega ter receio de possuir alguma condição que a impossibilite de engravidar, como o casal vem tentando há aproximadamente um ano sem frutos.

Convencida, Sarah vai na manhã seguinte com Michael ver o doutor Meeks, ginecologista que o corretor conheceu recentemente e este oferece a ela algumas opções de tratamentos de fertilização.

Mais tarde, enquanto Sarah fazia compras numa lojinha de esquina com uma amiga, ela nota uma linda menininha aparentando ter entre 5 e 6 anos do lado de fora acenando da porta para ela e depois a criança se vai.

Na mesma tarde, Michael recebe uma ligação do ginecologista dizendo que o resultado dos exames de Sarah já estão prontos. O casal vai até o profissional que revela que Sarah tem uma espécie de disfunção que causa infertilidade nos óvulos.

Abalada, Sarah tem outro flashback de sua infância com sua mãe que era fanaticamente religiosa, onde ela diz a filha sobre seu desejo de ser mãe ter sido atendido por Deus e sua visão do papel da mulher como reprodutora, o que a torna uma mulher completa. Sarah creseu com esse mesmo desejo e com os mesmos principios morais, por isso quer tanto um filho.

Para alegrar Sarah, Michael dá a ela um cachorro que devolve o sorrizo ao seu rosto.

Fazendo jardinagem, Sarah puxa conversa com a senhora Franklin que pergunta a ela se pretende ter filhos, porém Sarah omite sua condição deixando subtendido que sim.

Michael encontra no armário um vestido de menina e Sarah se justifica dizendo que tinha um igual quando era criança e que comprou pela nostalgia.

Ainda no mesmo dia, Michael encontra Sarah abraçada a uma menina calada e inexpressiva que atende pelo nome de Melissa. Michael faz algumas perguntas básicas, mas a menina permanece imóvel e em silêncio apenas mantendo contato vizual sem expressão alguma no rosto (seria ela tímida?).

Mais tarde, de volta do trabalho, Michael depois de um papo rápido com a senhora Franklin descobre que Sarah omitiu sua infertilidade e ainda deixou aparentar que o casal pretende engravidar em breve. Os dois discutem e Sarah grita que quer muito ter filhos. Michael a aconselha a procurar terapia, porém ela rebate dizendo que precisa de tempo para digerir tudo que vem acontecendo.

Sarah tem outro flashback onde a mãe diz que uma mulher que não pode gerar filhos é uma mulher ruim e inútil e isso tem a torturado desde então.

Michael conversa com um terapeuta, o doutor Perry a respeito de uma ilustração feita a tinta que Sarah lhe deu quando se casaram e o profissional ao analizar diz ao paciente que aquilo representa a frustração e o desejo obsessivo de Sarah com a gestação e todo aquele papo do papel da mulher no mundo: procriar. Dr. Perry pede a Michael tempo e paciência para que Sarah possa se aceitar como ela é.

Paralelo a isso, Sarah continua próxima a Melissa brincando com ela de casinha e levando-a ao parque.

Michael conta ao doutor Perry a respeito de um acontecido recente, aquela cena inicial do filme onde ela simulou que ia se jogar do penhasco. O terapeuta diz a Michael que sua mulher poder ter uma tendência auto destrutiva e que ele precisa ter cuidado.

De volta a casa, Michael encontra um cavalinho de balanço e Sarah justifica dizendo que o comprou para Melissa.

De visita a casa de Sarah, a senhora Franklin encontra o cachorrinho da inquilina morto na banheira e próximo a ele estava Melissa que dá no pé. Rapidamente a boa velhinha interroga Sarah que diz que não sabe nada sobre Melissa além do nome. Michael desconfia da conduta da menina e Sarah diz que a pequena só precisa de amor e atenção que ela está disposta a dar. Michael diz que a senhora Franklin vai investigar Melissa e que ele esperará para saber que aquele anjinho é na verdade.

Enquanto isso em sua casa, a senhora Franklin sente a presença de alguém vindo do porão e vai averiguar.

Não muito depois, Michael resolve levar o jornal para sua senhoria e como ela não responde ele toma a liberdade de entrar até que ele a encontra morta no porão, possivelmente por ter rolado as escadas.

Michael conta o ocorrido a Sarah e diz que há possibilidades de ter sido um acidente já que havia bolinhas de gude espalhadas no chão do porão quando ele chegou.

O detetive Burbige interroga Michael sobre a morte da senhora Franklin alegando que não há nada conclusivo ainda sobre o que houve de fato naquele porão.

A noite, Sarah ouve passos vindo da escadaria mas constata que não há inguém lá. Michael acorda logo em seguida e vai até ela e os dois tem uma acalourada discução. Michael diz a Sarah para eles adotarem uma criança mas aos prantos ela diz que quer filhos biológicos. Em surto, Michael a agride.

Pouco depois, Michael encontra Melissa e diz para a menina se afastar de Sarah e de sua casa.

No hospital, Michael e o doutor Perry discutem sobre o desejo doentio de Sarah em gerar uma vida e a relação dela com a menina Melissa e o profissional sem ser muito objetivo fala sobre criação de pessoas imaginárias quando alguém como Sarah sente uma forte carência e um desejo obsessivo essa pessoa consegue transformar esse sentimento em uma pessoa que ela idealiza ao seu querer. É aí que deve estar a resposta.

Acordada, Sarah diz querer ir para casa para cuidar de Melissa, mas Michael diz que ela terá que ficar internada por alguns dias.

Logo depois, o doutor Perry pede a Michael que vá falar com algum familiar de Sarah em busca de alguma resposta e ele se lembra de seu sogro.

Acatando ao pedido do terapeuta, Michael procura o pai de Sarah que diz que sua finada mulher era infértil e desejava muito ter filhos, porém por outro lado, ele alega que sua filha não era adotada, que ela era dele por que assim a mãe desejou. Michael fica confuso sem conseguir distinguir o real do imaginário.

Depois de receber uma ligação do pai, Sarah procura pelo doutor Perry, mas descobre que ele já não está mais pois viajou para fora segundo uma enfermeira.

Sarah tem uma crise de choro e a enfermeira tenta lhe aplicar um sedativo mas é ela que acaba sedada. Sarah rapidamente troca de roupas e foge do hospital.

Chegando em casa com Melissa, Sarah confronta Michael dizendo que ele magoou a menina. Michael por sua vez, depois de meditar chega a conclusão de que Melissa é uma criança imaginária criada pelo subconsciente de Sarah para suprir a falta de um filho e joga isso na cara dela. Antes que pudesse atender o telefone que toca em seguida, Michael é golpeado.

O doutor Perry toma conhecimento da fuga de Sarah e aciona a policia avisando que ela é perigosa.

Enquanto isso, Sarah arrasta Michael até o penhasco do início do filme levando Melissa junto.

O doutor Perry se lembra sobre o penhasco e se dirige para lá.

No momento crucial, Michael diz a Sarah que nunca a amou, e completa dizendo que seu sogro na verdade também é um fruto da imaginação dele e de Sarah, pois o pai dela tirou a própria vida anos atrás arrependido de ter trazido a filha ao mundo. A verdade é que da mesma forma de que Melissa nasceu do desejo de Sarah, Sarah também é fruto da imaginação daquela que se dizia sua mãe e esse fruto foi alimentado pelo pai e depois por ele. Sarah não existe!

Atordoada, Sarah se joga no abismo desaparecendo. Doutor Perry chega na hora e Melissa também desaparece e desta vez para sempre restando apenas sua boneca.

Michael deixa as lembranças de Sarah para trás e parte estrada a fora em busca de um novo recomeço.

O enredo simples, lento e com pouca violêcia é compensado com uma reviravolta que inicialmente parece tola se visto superficialmente, mas se enxergado por um ponto de vista clínico se torna um plot estupendo e imprevisível.

As atuações são medianas e a violência como eu já disse é reduzida e implicita, porém a atmosfera de mistério envolta da personagem mirim em suas curtas porém memoráveis aparições dão um toque especial ao enredo.

Não é aquele filmaço de marcar época, visto que se tratando de um conteúdo produzido para o home video é óbvio que o orçamento do filme foi o de uma coxinha e uma tubaina, visto que o elenco mal chega a meia dúzia e um ou outro personagem só aparece em uma cena para nunca mais. Mas ainda sim é uma boa recomendação para uma noite fria e despretenciosa.

Por se tratar de um filme feito exclusivamente para o mercado de home vídeo, o longa não possui um trailer.

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