A mais recente obra adquirida pela já famosa no nicho do terror A24 já chegou dando o que falar com sua produção simples porém competente e caprichada nos detalhes técnicos e sobretudo no fator mais predominante e aguardado: os sustos.
O enredo fala sobre um grupo de amigos que resolve se aventurar na trend do momento que consiste em um jogo de invocar os mortos usando uma mão embalsamada que segundo reza a lenda serve como a chave para abrir o portal do outro mundo.
A protagonista Mia, impactada pelo aniversário de morte da mãe acaba mergulhando de cabeça no jogo e acaba viciada na sensação que o transe proporciona, já que segundo as palavras da garota, o contato com a mão a faz se sentir próxima do fantasma da mãe além de poder vê-la constantemente.
A coisa no entanto sai de controle quando o mais jovem do grupo é possuído pelo espírito opressor da mão e simplesmente não consegue desfazer a ligação proporcionada pela experiência que segue alguns requisitos que ele acabou extrapolando, como por exemplo: acender uma vela para abrir o portal (e apaga-la para fechar), evocar o espírito através da palavra passe "Fale comigo" e por fim segurar a mão por no máximo noventa segundos ou o espírito ficará entre nós.
A partir dai, Mia tem que lutar contra os seus demônios e seus traumas e de quebra ainda tentar salvar a vida do amigo mesmo sem o respaldo de todo o grupo de amigos.
Tudo começa numa festa típica de adolescentes regado a muita música pesada, mé e drogas e nisso somos apresentados a Cole, cujo irmão Duckett por algum motivo desconhecido está trancado em seu quarto e não responde aos gritos do irmão mais velho que está mais cabreiro do que preocupado.
Depois de umas boas bicas, Cole põe aporta a baixo e Duckett finalmente dá sinal de vida, porém ele age de forma muito estranha caminhando lentamente como se estivesse possuído e do nada, o jovem ataca o irmão.
A introdução corta para a jovem Mia, uma jovem cheia de problema como todas que passa a maior parte do tempo na companhia dos amigos, entre eles Riley, irmão caçula de sua melhor amiga Jade e a quem Mia considera como um irmão também.
O sentimento é tão real, que ela se mostra super protetora indo buscar Riley da rua para levá-lo de volta para casa a tempo de evitar que ele aceite um cigarro de baseado do amigo uma vez que o garoto já estava um tanto quanto tentado para dar uma puxadinha.
Depois de ouvir Chandelier da Sia no rádio do carro, a dupla se depara com um canguru agonizando na pista e como já não a nada o que fazer pelo pobre animal, Mia e Riley resolvem deixa-lo para morrer.
Chegando a casa de Jade com Riley são e salvo, Mia tem um momento de desabafo com a amiga ao falar sobre o aniversário de morte da mãe, de quem ela obviamente não superou ainda.
Na sequencia, Mia consegue convencer Sue, mãe dos amigos a dar a eles permissão para ir a casa de Hayley, uma amiga em comum do trio para uma festinha de fim de semana bem tranquila.
A festa começa tal como qualquer outra, porém a coisa muda totalmente quando Hayley trás consigo sua nova aquisição: a já mencionada mão embalsamada e a jovem propõe aos amigos uma brincadeira bem de leve: abrir o portal do mundo dos mortos e conjurar espíritos.
Depois que as regras são estabelecidas, Mia estréia a brincadeira e assim que estabelece elo com a mão, a jovem vê o espírito de um velho bem brevemente e na sequencia ela se contorce entrando em transe sendo possuída por algum espírito opressor ao mesmo tempo que objetos se mechem.
Perto de extrapolar o tempo limite, Mia é desconectada da mão com a ajuda da galera e a jovem volta a realidade impressionada com a experiência da qual ela divide com Riley.
Na manhã seguinte, Jade recebe o crush de Mia, Daniel de quem Sue tem má impressão demonstrando isso batendo a porta na cara do rapaz e fazendo-o esperar do lado de fora.
Mais tarde, a galera resolve se reunir para jogar com a mão novamente e o escolhido da vez é Daniel que ao tocar o membro e proferir a palavra passe entra instantaneamente em transe. Daniel é possuído por um espírito e geral debocha enquanto filmam tudo no celular.
Na sequencia, o rapaz tem uma baita queda cortando a ligação e para coroar ele ainda ganha uma boa lambida de bom retorno do cachorro de Hayley.
O ocorrido dá pilha para geral e um atrás do outro estabelece contato com a mão sem moderação e aquela sensação gera á turma uma sensação mais louca do que viajar no crack.
Riley é o último a passar pela experiência a contragosto de geral por ele ser o caçula e por ser super protegido, mas Mia dá o famoso migué convencendo geral de que o garoto aguenta pelo menos cerca de cinquenta segundos conectado á mão.
O irmão de Jade passa por toda a burocracia finalmente sendo possuído, mas o espírito que ele conjura é nada menos que o da mãe de Mia deixando-a sem reação. Depois, Riley começa a se flagelar batendo sua cara várias vezes contra a mesa até ele se auto nocautear.
Mia socorre o garoto enquanto os outros ficam divididos. Depois, ele vai até o quarto de Hayley onde acaba vendo o vulto de uma mulher tão logo ela lava suas mãos cobertas pelo sangue de Riley.
Encucada, Mia leva a mão embalsamada para casa enquanto Jade e Sue cuidam de Riley no hospital.
Mais tarde, Mia visita o garoto, mas Sue a proíbe de vê-lo responsabilizando-a pelo ocorrido. Andando pelo hospital, Mia vê o vulto novamente correndo até o banheiro onde a porta se fecha sozinha e a garota acredita que o espírito que a segue é o de sua mãe.
Daniel chega bem na hora e ajuda Mia a sair do banheiro. Depois de acalmar a garota, Daniel da-lhe uma carona de volta para a casa.
Chegando lá, Mia mostra a mão embalsamada á Daniel, explica as ocorrências do vulto e os dois tem um breve remember,
Daniel acaba ficando para passar a noite com Mia para ela não dormir sozinha enquanto a garota sem sono nenhum vê vídeos da mãe pelo celular. Mia acaba tendo uma lembrança do dia que ela encontrou sua mãe sem vida e conectado a isso, ela ainda tem uma alucinação dela dançando com Daniel. Por fim ela acorda ao ver sangue em suas mãos.
Depois, Mia vê o espírito de uma velha que começa a chupar o pé de Daniel de forma erótica e nisso o rapaz acorda e quem ele vê abocanhando seu membro é Mia e sem entender nada ele vai embora estarrecido.
Em fúria Mia começa a se bater e depois resolve jogar com a mão sozinha. Então conectada, Mia vê o espírito da mãe e pergunta a ela se esta cometeu suicídio, coisa que ela nega.
Paralelo a isso no hospital, Sue deixa Jade dando banho em Riley e quando ela sai o garoto começa a ter espasmos, um ataque e por fim uma forte hemorragia.
Mais tarde, Mia reúne os amigos para dizer que ela suspeita que eles não fecharam o portal do mundo dos mortos corretamente, relatando os eventos paranormais por ela sofridos.
Hayley revela ter adquirido a mão através de um amigo chamado Cole uma vez que o membro estava de posse de seu irmão Duckett que teve um fim triste.
A galera então encontra Cole no ponto de ônibus e Mia tenta convence-lo a ajudar com informações sobre a mão embalsamada, mas o jovem não diz muita coisa e isso provoca um mal estar entre o grupo que parcialmente resolve deixar o assunto quieto.
Mia por sua vez, convence Jade de que Riley corre perigo se eles não fecharem o portal cancelando assim a possessão que acometeu o garoto. Jade então leva a amiga e Daniel escondidos no hospital e Mia leva a mão embalsamada dando início ao jogo e nisso ela vê o espírito de uma menininha sentada sobre o leito de Riley.
Depois de proferir a palavra passe, Mia tem visões macabras e em questão de dois tempos a ligação com a mão é cortada.
Com os ânimos acalmados, Mia vai ver Max, seu pai de quem se afastou desde a morte da mãe e depois de desabafar com ele sobre sua culpabilidade, ela vê o vulto novamente.
Mia então, se comunica com a mãe que fala sobre o sofrimento de Riley, até que repentinamente, Max possuído aparece e ataca a própria filha mas isso é apenas uma alucinação pois na realidade ela está se sufocando.
Nisso, o verdadeiro Max aparece, porém Mia confusa acaba atacando-o com uma tesoura.
Em seguida, Mia telefona para Jade e logo depois ela vai para o hospital para ver Riley e Sue a faz perder algum tempo conversando sobre sua superproteção ao caçula que vem de berço.
Do nada, o soro no cateter de Riley vira um líquido escuro e o garoto começa a ficar com um aspecto deformado gradualmente despertando o espírito opressor que reside dentro dele.
Mia tenta ataca-lo com uma tesoura, porem desta vez ela percebe a tempo que tudo não passava de uma alucinação e Riley está tal como ela encontrou.
Ao virar-se para a porta de entrada do quarto de Cole, Mia vê o mesmo canguru que ela encontrou na estrada junto a um rastro de sangue pelo chão.
Enquanto isso, Jade chega á casa de Max e o encontra gravemente ferido ao mesmo tempo que Mia foge do hospital com Riley numa cadeira de rodas até uma rodovia movimentada com o claro propósito de livrar o amigo de sua agonia, a única opção que ela encontrou para fechar o portal.
Antes que Mia pudesse conseguir consumar seu intento de rolar Riley pelo acostamento, Jade aparece de surpresa e salva o irmão empurrando a amiga que quase é atropelada.
Riley é levado novamente ao hospital e Mia vai atrás mesmo toda arrebentada até que tudo fica escuro conforme a garota procura por algum sinal de vida nos corredores até que ela cai e quando se levanta vê duas mãos se tocando.
Do nada, Mia desperta junto a um grupo de estranhos como se um deles que está de frente para ela estivesse fazendo contato através do jogo da mão embalsamada. Será que ela na verdade morreu e se tornou uma nova chave para o outro mundo?
Esta é a incógnita e a única explicação visível para a cena final que eu encontrei. Possivelmente, Mia tenha morrido atropelada em off e só o que vimos então foi seu espírito iniciando o descarne e quando tudo ficou escuro para ela tenha sido o momento em que seu corpo morreu de vez.
A explicação para o canguru moribundo eu não sei ao certo, mas chuto que ele seja uma espécie de anjo da morte que esteja perseguindo Mia desde o início para anunciar de alguma forma que a vida dela está com os minutos contados e quando este aparece no hospital no final do filme seja para anunciar que a hora chegou; tanto é que poucos minutos depois acontece a última empreitada da garota.
No mais, a produção conseguiu o que queria: chocou boa parte do público, seus quinze minutos de fama chegaram e até onde se sabe, a A24 (que tem participação apenas nos direitos de distribuição do filme da dupla de iniciantes em longa metragens Danny e Michael Philippou), já tem planos garantidos para desta vez produzir diretamente uma sequencia.
As críticas seja pelo público ou pela crítica estão muito boas então eu não duvido nada que a expansão do longa metragem vai de fato ganhar as telonas. Se vai dar certo só o tempo vai dizer, eu mesmo não coloco minha mão no fogo pois véspera de muito é pouco e a menos que tenhamos novidades de fato relevantes as chances de um fracasso chegar existe.
A bilheteria anda muito bem até o presente momento e o longa ainda é razoavelmente relevante nas redes, mas até quando a fama irá se manter? Só o tempo dirá.
O orçamento modesto do filme fez um verdadeiro milagre com uma produção muito caprichada na maquiagem, os efeitos práticos estão ok e o elenco não está 100% conforme manda o figurino, mas relevemos afinal ao que aparenta são todos novatos e todos deram o melhor de si e quando eu falo o melhor é o melhor mesmo. Sophie Wilde que deu vida a Mia conseguiu atuar legalzinho sobretudo nos momentos em que ela joga com a mão e fica possuída, aquilo foi muito bem dirigido e deu uma boa convencida.
Eu pessoalmente gostei sim do filme, mas o hype não foi atendido. Pelo que todos os críticos da Shopee andaram falando sobre o filme eu acreditei que se tratava da oitava maravilha do mundo moderno já que todos estavam falando "que o filme era isso, que o filme era aquilo" eu esperei demais e me lasquei. Talvez eu tenha um gosto um pouco mais exigente que o normal? Sim. Talvez eu esteja tão acostumado com o mesmo de sempre que nada mais me surpreende? Também; mas eu não tiro o mérito de Fale Comigo e tão pouco estou dizendo que ele seja inferior a outras obras que ganharam ou que ainda vão ganhar as telonas este ano, muito pelo contrário, aliás brevemente eu farei mais resenhas de filmes que estrearam este ano, aguardem... mas enfim, o caso é que apesar da obra demonstrar muita competência, uma atmosfera muito bem construída de mistério e medo, com jump scares pontuais e eficazes eu ainda sim esperava mais...
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