Uma dos filmes mais esperados do ano, Cobweb já vinha sendo desenvolvido desde 2020 sob a direção do estreante Samuel Bodin e com roteiro de Chris Thomas Devlin misturando suspense com elementos sobrenaturais além de uma reviravolta que tinha tudo para ser mirabolante.
No entanto, o que foi entregue é um produto que dividiu opiniões com seu roteiro mal desenvolvido, o final sem pé nem cabeça e um serviço de CGI tosco que só fez desagradar o público que esperava algo razoável para compensar todo o desserviço empregado na produção de todo o longa metragem.
A premissa é boa, porém todo o desenvolvimento foi jogado a deriva e se perdeu num mar de caos e não é a toa que a bilheteria não chegou nem perto dos dois dígitos de milhões.
A coisa toda gira em volta de um menino que vive uma vida como toda criança carente: com a falta de atenção dos pais, os abusos sofridos pelos colegas da escola e a falta de um amigo com quem falar e compartilhar suas intimidades. O menino em questão é Peter que um dia como outro qualquer, perto do Halloween ouve ruídos vindo das paredes de sua casa dando margem a um rio de possibilidades, porém a omissão dos pais faz com que o filho tome as rédeas sozinho e descubra uma verdade oculta que pode ter a ver com um crime ocorrido há vários anos no dia das bruxas.
Tudo começa em uma noite mal dormida pelo menino Peter que pula da cama ao ouvir ruídos vindo das paredes de seu quarto. Ao checar, o menino se surpreende quando suas batidas são correspondidas com outras batidas vindo de dentro da parede simbolizando que existe alguém lá.
Com medo, Peter toma a atitude mais sensata que uma criança de sua idade poderia tomar que é acordar seus pais Mark e Carol e contar o que ele presenciou e a mãe se levanta para averiguar, não encontra nada fora do normal e ainda diz ao filho que a casa onde eles vivem é antiga e que por isso é normal ele ouvir estalos a noite.
Depois, Carol coloca o menino na cama e tenta convence-lo de que ele imaginou ter ouvido coisas.
Na manhã seguinte, depois de sofrer o bullying rotineiro no ônibus escolar, Peter conhece sua nova professora, a senhorita Devine.
Mais tarde, durante o jantar, Mark conta á Peter sobre uma menina do bairro que há alguns anos está desaparecida e que ela foi vista pela última vez na noite de Halloween.
Na hora em que todos estão em suas camas, Peter acorda com a vos de uma menina pairando pelas paredes do quarto, o que faz o menino gritar pelo pai e este também diz não ter encontrado nada fora do normal e que possivelmente o que ele ouviu foi ratos. Mark tenta acalmar o filho e o convence a ajuda-lo a espalhar veneno pelo rodapé.
Na manhã seguinte na escola, Peter desenha sua experiência com os ruídos oriundos de seu quarto e isso preocupa a senhorita Devine que depois da aula, visita a casa do menino sendo recebida por Carol que é evasiva e não responde nada com clareza.
Depois, Carol dá uma bronca em Peter ao descobrir seu desenho e diz a ele que sua imaginação fértil irá deixa-lo na pior se ele não firmar os pés no chão e focar no mundo real.
A noite, a vos feminina volta a falar com Peter e os dois engatam uma rápida conversa.
No dia seguinte, na saída da escola, Brian o desafeto de Peter destrói a abóbora de Halloween que o menino havia pintado.
A noite, a vos conversa com Peter que fala sobre o ocorrido com Brian.
Na manhã seguinte na escola, Brian na companhia da mãe é obrigado a ressarcir o prejuízo do dia anterior dando ao coleguinha outra abóbora pintada nova em folha e a contra gosto o bully se desculpa com Peter.
Na saída, guiado pela vos das paredes, Peter segue Brian furtivamente e o empurra ao chegar na escadaria causando um acidente grave.
Sabendo do ocorrido, Mark dá uma bronca em Peter e diverge com Carol, porém ambos acabam concordando em punir o menino prendendo-o no porão levando-o através de uma minúscula porta de acesso escondida atrás da geladeira.
Peter aproveita para tentar se comunicar com a garota misteriosa, porém não obtém sucesso e em off ouvimos a vós dela cantarolando. Na sequencia, o menino encontra um duto de esgoto embaixo de um ralo no porão.
Paralelamente, a senhorita Devine descobre por intermédio do diretor Miller o caso da menina que desapareceu na noite de Halloween há anos.
Um tempo depois, Devine volta a visitar a casa de Peter e é recebida pelos pais do menino que a convidam para tomar um café. A professora pergunta pelo aluno e o por que de sua ausência na aula e acaba tendo que engolir uma desculpa rasa.
Peter, ouvindo a vos da professora, tenta chamar sua atenção batendo na parede e mesmo abafado pelo barulho da lavadora, Devine nota vagamente e esta insiste que a mãe do menino está escondendo algo dando início a um surto e uma acusação de intromissão por parte da docente.
Devine vai embora assustada porém desconfiada.
Mais tarde, Carol leva bolinhos de abóbora para Peter e depois o tira do porão para dar-lhe banho. Na presença de Mark, a mãe diz amar o menino e que ambos o perdoam, colocando-o para dormir depois.
Peter aproveita para se comunicar com a menina e pede a ela para conhece-la pessoalmente e esta diz a ele para encontrar um buraco atrás do papel de parede. Ao encontrar, Peter vê os olhos penetrantes da menina e com o susto cai de quatro no chão.
A menina tenta convencer Peter a ter medo dos pais pois eles são maus e que a escondem por que na verdade ela é a menina desaparecida e não só isso, ela é sua irmã renegada que Carol e Mark escondem desde sempre de todos que os rodeiam.
Depois, Peter vê um vulto passar pela porta e da penumbra surge Carol numa versão monstruosa além de Mark no mesmo estado fazendo ruídos assustadores ao abrir e fechar seus olhos.
No mesmo instante, a versão monstruosa de Carol corre até Peter para agarra-lo e num corte de câmera genial, a cena vira e Carol em sua forma normal acalma o filho alegando que ele apenas estava tendo um pesadelo.
Mais tarde, a menina volta a botar pilha em Peter convencendo-o de que seus pais querem mata-lo.
De manhã, Peter cava sua plantação de abóbora e encontra um pequeno crânio escondido. Assustado, o menino volta a enterrar sua descoberta evitando bem a tempo que Carol o descubra.
Depois, Peter aproveita que Devine deixou seu telefone anotado em uma prova e ao tentar ligar para ela para pedir ajuda, é pego por Carol que o escolta até seu quarto e lá descobre o buraco na parede.
Chocada, Carol tateia pela parede e pergunta a Peter o que foi que "ela" disse a ele mas o menino se cala e por conta disso é castigado.
Peter passa a noite perturbado com a garota sem conseguir pregar os olhos e resolve descer até o piso principal onde pega os pais cochichando misteriosamente.
Na manhã seguinte, Mark mostra a Peter sua plantação parcialmente destruída e encara aquilo como um aviso e isso foi obra de Brian e seus familiares que rondam a casa sedento por vingança.
Na hora do jantar, o clima fica tenso com Carol entrando em surto e Mark sente que há algo diferente na comida e que Peter não comeu nada dela. Desconfiado, Mark ordena ao filho que diga o que foi que ele fez e o menino revela que já sabe sobre sua irmã cativa. Nisso, Mark passa mal expelindo litros de sangue e na sequencia cai desfalecido.
Carol saca uma faca e persegue Peter até as escadas onde o agarra, porém o menino se desfaz dela com um chute na cara. Peter aproveita a oportunidade e pega as chaves da mãe que implora ao menino que não solte a prisioneira enquanto agoniza.
Ignorando o apelo da mãe, Peter abre caminho através de uma passagem secreta atrás de um relógio de pêndulo e na sequencia abre a porta do cativeiro.
Após isso, ouve-se uma risada macabra e Peter corre se esconder em seu quarto onde a menina agora com uma vos demoníaca o amedronta.
Do lado de fora, Brian e seus capangas mascarados chamam por Peter e depois invadem a casa quando a porta se abre sozinha. Nisso, os capangas começam a vandalizar a residência toda sem dó e depois se dividem pelos cômodos.
Brian que está limitado pelas muletas fica para trás e escorrega em uma poça de sangue.
O comparsa da máscara de porco destrói o piano e ao dar de cara com um chumaço de cabelo, logo é abduzido para debaixo do instrumento onde é morto.
De volta com Brian, ele encontra o corpo de Carol e um buraco na parede. Logo depois, o menino vê o capanga de máscara de coelho ser arrastado para a morte.
Por fim, o último capanga, o de máscara de gato procurando por Brian também é arrastado. Enquanto ele é surrado até ser decapitado, a senhorita Devine se dirige á casa de Peter que está escondido vendo toda aquela chacina acontecer impotente.
Nisso, ouvimos a garota se lamuriar dizendo que desde que ela nasceu que seus pais a desprezaram e a trancaram no porão forçando-a a viver entre ratos e aranhas. Depois, ela pega Peter de surpresa e o tranca atrás da parede para que ele sinta na pele o que ela sentiu por todos estes anos.
Devine chega na casa na hora e encontra tudo revirado e em silêncio. Repentinamente, a professora é atacada pela irmã de Peter pela perna obrigando a docente a se arrastar até a porta quando ela ouve os gritos de Peter pedindo para ela fugir.
Disposta a não arredar o pé, a professora segue os gritos até por fim encontrar Peter que está atrás do buraco na parede do seu quarto. Devine começa a arrebentar a parede podre e sem tempo para abraços de alívio, a dupla corre até a porta.
Antes que pudesse obter liberdade, Peter é abduzido novamente por sua irmã que o tranca no duto de esgoto. Lá, o menino fica cara a cara com sua irmã pela primeira vez: ela é uma aberração de olhos grandes e pele acinzentada. Sentindo a aproximação da professora, a menina a ataca.
Peter aproveita e foge do duto escalando os cabelos da irmã enquanto Devine a ataca sem parar. Agora juntos, professora e aluno se ajudam para conseguir arrastar a criatura de volta no duto onde ela é mais uma vez presa.
A irmã de Peter tenta uma última cartada pedindo que ele a liberte pois os dois estão ligados como a luz e a sombra, compartilhando o mesmo instinto assassino como se fossem um só e em uma série de cenas soltas de flash back dá a entender que Peter sempre fez tudo sozinho guiado pela sua imaginação fértil perturbada pelos maus sentimentos dos pais, somado ao ambiente hostil da escola que o teria deixado completamente louco.
A reviravolta final não foi nada criativa e tão pouco imprevisível o que acabou provocando críticas negativas por parte do público pois o argumento da criança perturbada que se tornou psicopata não convenceu as mentes mais realistas e muito menos aqueles que acreditam na maldade de berço.
O filme não entrega nada mais, mas também não prometeu, então eu acho acho que não tem o que fazer e não encarem isso como uma passada de pano por que eu também achei o ato final meio mé.
A premissa e o desenvolvimento ainda foram um chamariz interessante e deu para prender a atenção por um tempo, inclusive a direção de câmeras mostrou muita competência, sobretudo naquela cena em que Peter é atacado por uma versão monstruosa da mãe e do nada a cena dá uma virada de 180° e tudo muda como se estivéssemos vislumbrando duas dimensões diferentes em questão de segundos.
O clima de suspense é válido, porém toda a montagem da situação que leva Peter a descobrir a verdade sobre sua suposta irmã até finalmente confronta-la cara a cara é enrolada, tem muitas indas e vindas e no final somos coroados com uma criatura de CGI de muito mal gosto que poderia ter salvo a obra de virar uma piada com o uso de efeitos práticos e um trabalho de maquiagem decente, mas pelo jeito nós temos aqui o caso de uma produção ou preguiçosa ou mão de vaca.
Mediano é a classificação que eu daria para a obra já que tem elementos que se salvam em meio a essa sopa de incompetência e eu acredito fielmente que em pouco tempo Cobweb será esquecido ainda que vá ganhar o catálogo de algum serviço de streaming futuramente. Um total desperdício de uma obra que poderia ter sido minimamente relevante, mas foi na contramão do sucesso.
Trailer:
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